quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

14/04/1970
DEUS E A VIDA UNIVERSAL - I

P - Mereceram nossa melhor atenção estas palavras: ". . . a criação do primeiro homem é uma figura, oriunda da necessidade de se apropriarem os ensinamentos à Humanidade primitiva. Poucos são,  ainda hoje, os que estão aptos a entender uma existência que não teve princípio nem terá fim!" E estas outras:
"Figuradamente, a genealogia de Jesus vai remontar a Adão, como remonta ao próprio Deus a criação do corpo formado de limo". E estas mais: "Percorreis a genealogia espiritual de Jesus e chegareis a Deus". De acordo com a ciência divina, qual é - liberto da letra que mata, o espírito que vivifica - a realidade, quanto à criação do Espírito e do corpo do homem, e quanto à genealogia espiritual de Jesus?

R - Diz o Espírito da Verdade:
      - A questão que propondes, complexa pelo duplo aspecto em que a formulais, referindo-se de um lado ao homem e de outro a Jesus, exige a solução de um problema de ordem mais geral - o da origem do Espírito, de suas fases e trajetórias, de seus destinos, desde o instante inicial da sua existência até chegar à Perfeição.

Na criação, tudo tem uma origem comum: vem do infinitamente pequeno para o infinitamente grande, até Deus, ponto de partida e de reunião. Tudo provém de Deus e para Deus volta: Deus uno, criador incriado, pai de tudo e de todos; motor de tudo quanto existe, pilar inabalável sobre o qual repousam as multidões de mundos disseminados no espaço, como os átomos no ar.

O fluido universal, que toca de perto a Deus e dele parte, constitui, pela sua quintessência, e mediante as combinações, modificações e transformações de que é passível, o instrumento de que serve a Inteligência Suprema para - pela onipotência da sua vontade o operar, no infinito e na eternidade, todas as criações espirituais, materiais e fluídicas, destinadas à vida e à harmonia universais, todos os mundos, todos os seres em todos os reinos da natureza, de tudo o que se move, de tudo quanto vive, de tudo quanto é.

O Apóstolo Paulo sentia a POTÊNCIA CRIADORA DO SENHOR, quando escrevia: "Tudo é dele, tudo é por ele, tudo é nele" (Aos Romanos, capítulo XI, versículo 36). "Em Deus temos a vida, o movimento e o ser" (Atos do Apóstolos, capítulo XVII, versículo 28).

O Espírito, na origem da sua formação, como essência espiritual, princípio de inteligência, sai do TODO UNIVERSAL. O que chamamos O TODO UNIVERSAL é o conjunto dos fluidos existentes no espaço. Estes fluidos são a fonte de tudo o que existe, quer no estado espiritual, quer no estado fluídico, quer no estado material. O Espírito, na sua origem, como essência espiritual, princípio de inteligência, se forma da quintessência desses fluidos, elemento tão sutil que nenhuma expressão pode dar idéia perfeita dele, sobretudo às mentes restritas.

A Boa Vontade do TODO PODEROSO - única essência de vida no infinito e na eternidade - anima esses fluidos para lhes dar o ser, isto é, para, mediante uma combinação sutilíssima, cuja essência só se encontra nas irradiações divinas - fazer deles essências espirituais, princípios primitivos do Espírito em germe e destinados à sua formação. A vida Universal está, assim, por toda a Natureza, em germes eternos, graças a essa quintessência dos fluidos, que somente a vontade de Deus anima, de acordo com as necessidades da harmonia universal - de todos os mundos, de todos os reinos, de todas as criaturas no estado material ou no estado fluídico.
Ao serem formados os mundos primitivos, entram na sua composição todos os princípios, de ordem  espiritual, material e fluídica, os quais constituem os diversos reinos que os séculos terão de elaborar.

O princípio inteligente se desenvolve ao mesmo tempo que a matéria, e com ele progride passando da inércia à vida de movimento. Deus comanda o começo de todas as coisas, acompanha paternalmente as fases de cada progresso, atrai a si tudo o que haja atingido a Perfeição. Essa multidão de princípios latentes aguarda, no estado cataléptico, no meio e sob a influência dos ambientes destinados a fazê-los desabrochar, que o Senhor lhes dê uma destinação e os aproprie ao fim a que devam servir, segundo as Leis Naturais, imutáveis e eternas, por Ele mesmo estabelecidas. 

Tais princípios sofrem passivamente, através dos tempos, e sob a vigilância dos Espíritos prepostos,  as transformações que os hão de desenvolver, passando sucessivamente pelos reinos mineral, vegetal, animal e hominal, e pelas formas e espécies intermediárias, que se sucedem entre cada grupo de dois desses reinos. Chegam dessa maneira, numa progressão contínua, ao período preparatório do estado de ESPÍRITO FORMADO, isto é, ao estado intermédio da encarnação animal e do estado espiritual consciente. Depois, vencido esse período preparatório, chegam ao estado de criaturas possuidoras de livre arbítrio, com inteligência capaz de raciocínio, independente, RESPONSÁVEIS PELOS SEUS ATOS.

Galgam, assim, o fastígio da inteligência, da ciência e da grandeza mental, nascendo, "morrendo", renascendo, até chegarem à Perfeição. 
   

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

12/04/1970
A GENEALOGIA E O VÉU DA LETRA

P - A LBV está liquidando os "mistérios" que impediam a aceitação da Bíblia pelo povo. Na verdade, a Bíblia está certa: errados estão os que a interpretam ao pé da letra. Poderia o Espírito da Verdade falar-nos mais, acerca da genealogia humana de Jesus?

R - Como sabeis, enquanto durasse a missão terrena do Mestre, Maria tinha de ser considerada sua mãe e José seu pai, de modo que, dada a descendência deste, Jesus tinha de ser considerado filho de David. O homem, para compreender, precisava que lhe pusessem sob a vista um ponto de partida, de onde lhe fosse possível seguir em linha reta. Aquelas coisas eram ditas aos hebreus, que estavam sujeitos à Lei de Moisés e se governavam pelas tradições, vindas de muitos séculos atrás, e cuja origem se perde na noite dos tempos. Portanto, era forçoso que, para lhes guiar as inteligências, o caminho seguido fosse o que eles tinham o hábito de trilhar.

Efetivamente, qual o tronco a eles indicado, na genealogia atribuída a Jesus?

Adão, o primeiro ente material saído das mãos do Criador. Ora, já não podeis ignorar - porque os tempos caminharam, as inteligências se desenvolveram e se operou o progresso das ciências - que A CRIAÇÃO DO PRIMEIRO HOMEM NUM PARAÍSO, JARDIM DE DELÍCIAS, DENTRO DO QUAL SE ENCONTRAVAM A ÁRVORE DA VIDA E A ÁRVORE DA CIÊNCIA DO BEM E DO MAL, É UMA FIGURA ORIUNDA DA NECESSIDADE DE SE APROPRIAREM OS ENSINAMENTOS À HUMANIDADE PRIMITIVA. Poucos são, ainda hoje, os que estão aptos a entender uma existência que não teve princípio nem terá fim!

Figuradamente, a genealogia de Jesus vai remontar a Adão, como remonta ao próprio Deus a criação do corpo formado de limo. Naquele época, entretanto, tão formal desmentido à letra da "Gênese" de Moisés revoltaria as multidões, inquietando a todos e retardando a marcha da obra de regeneração. 

De acordo com essa genealogia humana, quer segundo Mateus, quer segundo Lucas, qual a descendência atribuída a Jesus?

A de filho de David por José, que é seu pai aos olhos dos homens, e que, por sua vez, também aparece como descendente do rei profeta. Foi com o objetivo de ligar o "nascimento" de Jesus a David que se estabeleceu a genealogia, tanto segundo Mateus, como segundo Lucas. Ela é o fruto das pesquisas realizadas com esse fim. Mas já se fizera "a noite dos tempos":  muitos nomes foram introduzidos em lugar de outros que eram ignorados e se julgava deverem  existir. Pouco importam, porém, os nomes: as relações genealógicas existem pela filiação das famílias.

Ninguém se embarace com as DIFERENÇAS QUE APRESENTAM AS DUAS GENEALOGIAS, de Mateus e de Lucas. São puerilidades, pois o tronco era o mesmo. De confundirem filhos de dois irmãos nasceu a confusão dos nomes que, algumas vezes, pertenceram aos mesmos indivíduos. Também vos acontece adotar muitos nomes, em consequência de adições ou mudanças causadas pela vaidade. É provável (e natural) que, no futuro, aqueles que vos pesquisarem a vida, e os atos, tomem um desses nomes por outro, sem que o biografado deixe de ser o mesmo. Assim, com relação aos nomes, um dos Evangelistas seguiu um dos ramos, e o outro seguiu o ramo diverso. Ambos os ramos, porém, pertenciam ao mesmo tronco. NÃO HÁ OBRAS HUMANAS IMPECÁVEIS. O essencial, para os hebreus, era a origem: as duas genealogias são acordes em apresentar José como descendente de David.

Quanto à Virgem Maria, não vos admireis de que seu nome não figure na genealogia atribuída a Jesus: entre os israelitas, as filhas não eram tidas em conta, como não os são, entre as vossas "raças-nobres" para a perpetuação do nome. A Virgem pertencia à tribo; era quanto bastava que se soubesse. Não vos detenhais, também, nas controvérsias que surgiram desde os primeiros tempos do Evangelho: continuaram, e ainda hoje continuam, a propósito das suas genealogias (Mateus e Lucas), por motivos de diferenças, omissões e contradições de que as acusam. O homem não quer compreender que, seja qual for o objetivo espiritual que se tenha em vista atingir,  necessário é se humanizarem os meios postos ao seu alcance para esse fim. A CONSEQUÊNCIA É QUE OS MEIOS SE TORNAM IMPERFEITOS. 

Era a essas controvérsias, sobre a genealogia humana de Jesus, já então suscitadas, que aludia o Apóstolo Paulo (I a Timóteo, capítulo I, versículos 4-5), dizendo: "Ninguém se entretenha com fábulas e genealogias sem fim, que mais servem para gerar discórdias do que para fundar, sobre a fé, o edifício de Deus". Sim, amados irmãos, não vos prendais nos pormenores pueris de uma genealogia humana, que só teve razão de ser do ponto de vista dos judeus e de suas tradições, como meio de preparar a missão terrena de Jesus. Isso vos faria perder um tempo precioso. Deixai que os "atilados" reúnam todas as suas forças para levantar, ou deslocar, alguns dos pedregulhos com que topam. Não esqueçais que tendes de erguer uma montanha, a fim de abrirdes passagem à estrada reta e unida que devereis traçar. 

Repetimos: só do ponto de vista dos hebreus e de suas tradições, como meio de preparar o desempenho da missão terrena de Jesus, aquela genealogia teve a sua razão de ser. Efetivamente, confrontai com as palavras do Anjo à Virgem Maria (Lucas, I, versículo 32) e com as palavras do cântico de Zacarias (Lucas, I, versículos 68-70) o que disse Jesus aos fariseus: "Que pensai vós do Cristo? De quem ele é filho? - De David, responderam. - Como é então, retrucou-lhes Jesus, que inspirado pelo Espírito Santo, nos Salmos, David lhe chama Senhor, por estas palavras: "O Senhor disse a meu Senhor: - Senta-te à minha direita, até que eu tenha reduzido teus inimigos a te servirem de escabelo". Ora, se David lhe chama seu Senhor, como pode Ele ser filho de David?" (Evangelho segundo Mateus, capítulo XXII, versículos 41-43 - Lucas, capítulo XX, versículos 41-44).

É evidente que Jesus, desse modo, durante a sua missão na Terra, preparou a Humanidade, para reconhecer que aquela genealogia  lhe era estranha e inaplicável, e para receber, mais tarde, no tempo determinado por Deus, a revelação da sua origem e da sua natureza extra-humana, como o Cristo esperado desde Moisés.

 

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

11/04/1970
GENEALOGIA DE JESUS

P - Hoje, nós compreendemos que GOVERNAR É ENSINAR CADA UM A GOVERNAR A SI MESMO, pelo conhecimento soberano da Verdade. É impossível governar sem o conhecimento perfeito da Palavra de Deus. Como o CEU da LBV explica a genealogia de Jesus?

R - O Espírito da Verdade reúne, para tal fim, estas duas passagens: Evangelho segundo Mateus, capítulo I, versículos 1-17, e segundo Lucas, capítulo III, versículos 23-38:


         Mateus: 1 - Livro da genealogia de Jesus, o Cristo, filho de David,
         filho de Abraão: 2 - Abraão gerou Isaac, Isaac gerou Jacob; Jacob
         gerou Judá e seus irmãos. 3 - Judá gerou de Tamar, Perez e Zerá;
         Perez gerou Esron gerou Arão.                4 -  Arão gerou Aminadab;
         Aminadab gerou Naasson; Naason gerou Salmon.          5 - Salmon
         gerou Boaz, de Raab;          Boaz, de Rute, gerou Obed. Obed gerou
         Jessé e Jessé gerou David, que foi rei.    6 - O rei David gerou Salo-
         mão, daquela que fora a mulher de Urias.             7 - Salomão gerou
         Roboão; Roboão gerou Abias; Abias gerou Asa.            8 - Asa gerou
         Josafá; Josafá gerou Joran; Joran gerou Uzias.        9 - Uzias gerou
         Joatão; Joatão gerou Acaz. Acaz gerou Ezequias;         10 - Ezequias
         gerou Manassés; Manassés gerou Amon; Amon gerou Josias.    11 -
         Josias gerou Jeconias e seus irmãos,     no tempo em que os judeus
         emigraram para Babilônia.                12 - Depois da emigração para a
         Babilônia, Jeconias gerou Salatiel; Salatiel gerou Zorobabel.      13 -
         Zorobabel gerou Abiud; Abiud gerou Eliaquim;        Eliaquim gerou
         Azor. 14 - Azor gerou Sadoc; Sadoc gerou Aquim;          Aquim gerou
         Eliud. 15 - Eliud gerou Eleazar; Eleazar gerou Matan; Matan gerou
         Jacob. 16 - Jacob gerou José, esposo da Virgem Maria, do qual nas-
         ceu Jesus, o Cristo. 17 - Houve ao todo, portanto, catorze gerações,
         de Abraão até David; de David  à   transmigração   para   Babilônia,
         catorze gerações; e, da transmigração para   Babilônia   até   Jesus,
         catorze gerações.

         Lucas: 23 - Jesus contava então trinta anos, sendo tido como filho
         de José, filho de Heli, filho de Matat, 24 - filho de Levi, filho Melqui,
         filho de Jane, filho de José,        25 - filho de Matatias, filho de Amós,
         filho de Naum, filho de Hesil, filho de Nage, 26 - filho de Maat, filho
         de Matatias, filho de Semei, filho de Jose, filho de Judá, 27 - filho de
         Joanan, filho de Rêsa, filho de Zorobabel,    filho de Salatiel, filho de
         Néri, 28 - filho de Melqui, filho de Adi, filho de Cosan, filho de Elma-
         dan, filho de Her,          29 - filho de Ieoshua, filho de Eliezer, filho de
         Gerin, filho de Matat, filho de Levi,         30 - filho de Simeão, filho de
         Judá, filho de José, filho de Jona, filho de Eliaquim,          31 - filho de
         Meléia, filho de Mena, filho de Matata, filho de Natan, filho de David,
         32 - filho de Jessé, filho de Obed,   filho de Booz,       filho de Salmon,
         filho de Naasson,          33 - filho de Aminadab, filho de Arão, filho de
         Esron,  filho de Perez, filho de Judá,         34 - filho de Jacob, filho de
         Isaac, filho de Abraão, filho da Tare, filho de Naor,          35 - filho de
         Sarug, filho de Ragan, filho de Faleg, filho de Heber,     filho de Sale,
         36 - filho de Cainam, filho de Arfaxad, filho de   Sem,   filho   de Noé,
         filho de Lamec,            37 - filho de Matusalém, filho de Enoc, filho de
         Jared, filho de Malaleel, filho de Cainam, 38 - filho de Enos, filho de
         Set, filho de Adão, o qual foi criado por Deus.

Jesus, Espírito de pureza imaculada, cuja perfeição se perde na Eternidade, Protetor e Governador do vosso planeta, cuja formação presidiu, É ESTRANHO E ANTERIOR ÀS GERAÇÕES HUMANAS QUE O TÊM, SUCESSIVAMENTE, HABITADO. Apareceu na Terra com um corpo fluídico, de natureza perispirítica, visível e tangível sob a aparência da corporeidade humana, por efeito de incorporação, segundo as leis dos  mundos superiores, apropriadas aos fluidos ambientes que servem para a formação dos seres terrestres. Esse segredo não devia ser revelado, ou conhecido, antes do tempo em que a Humanidade estivesse preparada para recebê-lo.

Não vos preocupeis com o fato de ter Jesus contado, aos olhos dos hebreus, como aos olhos de todos os homens, este ou aquele patriarca entre os seus antepassados carnais. Percorrei-lhe a GENEALOGIA ESPIRITUAL e chegareis a Deus, o verdadeiro Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, como vos escreveu o Apóstolo Paulo. Na realidade, nenhum atenção merece a genealogia humana, atribuída a Jesus POR EXIGÊNCIAS DA ÉPOCA. Destituída de qualquer interesse, ela em nada influi nos fatos constitutivos da Revelação Messiânica, nem na obra da regeneração da vossa Humanidade, executada pelo Cristo no desempenho de sua missão.

Qual, então, o motivo desta genealogia humana de Jesus?

Compreendei bem a necessidade que há de se materializarem os fatos, para os tornar acessíveis à matéria. Era preciso, naquela época, usar para com os homens de uma linguagem que pudesse ser compreendida e, sobretudo, escutada, no meio que fora preparado desde muitos séculos. Segundo as tradições hebraicas, de acordo com as interpretações dadas às profecias da Lei Antiga, o Libertador Prometido, o Cristo de Deus, havia de nascer em Belém, tendo por pai um descendente de David, sendo Ele próprio, portanto, um filho de David.

A grande obra  DA REDENÇÃO estava preparada desde a origem tradicional dos tempos, sem que o homem percebesse, nas condições sucessivamente apropriadas às épocas e às inteligências. Para a execução dessa grande obra foram chamados Maria e José, Espíritos puros, estes menos elevado do que aquele, nenhum dos dois puros desde o início, os dois inferiores a Jesus. Ambos encarnaram no meio depurado, com o encargo de auxiliarem o Cristo na sua missão terrena.

A pureza de Maria e de José não podia compadecer-se com  o meio impuro. Cada um, por isso, escolheu uma família que lhe fora de antemão preparada, composta igualmente de Espíritos depurados, embora inferiores a eles. Eis como remontando de geração em geração, ireis encontrar o homem com todos seus instintos brutais. 

domingo, 28 de dezembro de 2014

10/04/1970
BATISMO E REENCARNAÇÃO

P - Na Cruzada do Novo Mandamento de Jesus no Lar, todos estão satisfeitos com a Doutrina do CEU (Centro Espiritual Universalista). Como devemos entender a aparição do Espírito Santo na forma corpórea de uma pomba?

R - Diz o Evangelho que, depois de ser batizado, Jesus saiu da água e, ao fazer a sua prece, o céu se abriu e o Espírito Santo desceu sobre ele na forma corporal de uma pomba, e se ouviu uma voz que dizia: "Tu és o meu filho bem-amado; ponho em ti a minha complacência".

O Senhor manifestou por esse modo o seu poder, dele dando um sinal aparentemente material. Aparentemente, frisamos, porque só o foi para os olhos humanos: sinal que bem como a voz ouvida, objetivando chamar a atenção dos homens e lhes confirmar que, finalmente, descera à Terra o Profeta que todos os profetas haviam anunciado.

O Espírito, como sabeis, pode - com o auxílio do seu perispírito - tomar todas as formas, todas as aparências. Para os antigos, a pomba era o emblema da pureza: os hebreus a sacrificavam, nos altares, em resgate dos filhos de Israel. O Espírito Superior, encarregado da manifestação, teve de tomar a forma capaz de mais fortemente impressionar as inteligências, no momento mesmo em que aquela manifestação se produzisse, e de as impressionar ainda depois de cumprida a sua missão.

A voz que se fez ouvir no céu, dizendo: "Tu és meu filho bem-amado; ponho em ti a minha complacência", não foi a voz de Deus Onipotente. Deus não se manifestou porque Ele não se comunica diretamente com os homens. Já vos dissemos: por mais puro que seja o Espírito encarnado, o invólucro que o reveste ergue uma barreira intransponível entre o homem e a Divindade. Mas o Pai transmite aos filhos suas vontades por intermédio dos Espíritos Puros (que dele recebem diretamente as inspirações), dos Espíritos Superiores e dos Espíritos Bons, os quais, na ordem hierárquica, se constituem seus instrumentos.

Foi um Espírito Superior que fez ressoar a voz que se ouviu, pronunciando aquelas palavras. Para o povo e para todos os que tinham vindo ter com o Batista, em suma - para os hebreus, o próprio Deus falou naquela circunstância,  como outrora falou aos profetas da Lei Antiga. O Espírito Santo, segundo eles era a inteligência mesma de Deus, inspirando diretamente os homens, comunicando-se diretamente com os terrícolas. Assim, para eles, o próprio Deus foi quem tomou a forma de uma pomba e quem, por outro lado e ao mesmo tempo, fazendo ouvir sua voz, pronunciou aquelas palavras.

Já sabeis que, sob a designação simbólica de Espírito Santo, se compreende o conjunto de Espíritos do Senhor - órgãos de suas inspirações e ministros de suas vontades. O que houve, portanto, foram duas manifestações espirituais. E elas se produziram AO FAZER JESUS SUA PRECE: aí então o primeiro exemplo e o primeiro ensino dados por Ele aos homens, mostrando-lhes que a prece (não a dos lábios, mas a do coração), atrai as bênçãos do Senhor, os testemunhos do seu amor, fazendo sobre eles descer a divina influência, por intermédio dos Espíritos Protetores da Humanidade.

O batismo por meio da água, que João ministrou e Jesus recebeu para ensinar pelo exemplo, comprovando assim que esse batismo não passava de uma figura, era ao mesmo tempo material e simbólica: material pela ablução do corpo; simbólico pelo arrependimento e pela humildade que a ablução consagrava. E ainda tinham a proclamá-los a confissão pública (que cada um fazia diante de todos, em voz alta) dos seus pecados, das suas torpezas, de TODAS AS INFÂMIAS QUE PODEM GERMINAR NO CORAÇÃO HUMANO.

O batismo pela água era, portanto, uma preparação para o batismo em Espírito Santo e pelo fogo - batismo este que vem de Deus e que o Cristo confere aos que dele se tornam dignos, concedendo-lhes a assistência e o concurso dos Espíritos purificados. Não é mau lembrar aos homens o batismo pela água, porque sempre lhes recorda os grandes acontecimentos ocorridos e as obrigações que lhe são impostas. A parte material era uma necessidade à vista dos tempos, para impressionar a homens materializados; MAS A PARTE SIMBÓLICA SE CONSERVA PARA VÓS, cristãos do Novo Mandamento. O verdadeiro batismo é o que vem do Senhor, é o batismo no Espírito Santo e no fogo que purifica as almas, acima dos corpos perecíveis!

A religião humana fez do batismo pela água o estandarte do seu próprio cristianismo, que está muito longe do CRISTIANISMO DO CRISTO. Ela esqueceu a essência divina, para atender só a matéria. A esta referiu tudo. E seus "fiéis" rebaixados, encerrados em tão estreitos limites acabaram por olvidar quase inteiramente que, saídos de uma essência espiritual, devem consagrar-se ao espírito, não mais à letra, que mata.

A Igreja de Roma desvirtuou a natureza, o objeto, as condições e o fim do batismo pela água - derramando-a na cabeça da criança, que acaba de nascer, sob o pretexto de apagar, na pessoa dessa criança, dando-lhe o nome de pecado original, uma falta que ela não cometeu, porque foi cometida por outrem! E isso quando, segundo a mesma Igreja, a alma da criança foi criada por Deus expressamente para o corpo que veio animar, alma que, pessoalmente devia ser pura e sem mancha, pois das mãos de Deus nada pode sair maculado!

A Igreja de Roma não teria instituído deste modo o batismo pela água, se tivesse compreendido bem as palavras de Jesus a Nicodemos, proclamando a reencarnação como realidade, não como alegoria. Realidade por ser LEI EMANADA DE DEUS, DESDE TODA ETERNIDADE, como meio de purificação e progresso do espírito culpado, meio único posto ao alcance do homem para entrar no Reino de Deus, isto é, para chegar à Perfeição que, só ela, lhe permitirá chegar ao centro da Onipotência.

Cristãos de todos os rebanhos, lembrai-vos de que haverá, brevemente, UM SÓ REBANHO PARA UM SÓ PASTOR! Deixai de ter em conta somente a matéria, abandonai a letra que mata, para receberdes unicamente O ESPÍRITO QUE VIVIFICA. Do batismo pela água, no Jordão, conservai apenas o espírito. Praticai a parte simbólica - o arrependimento e a humildade.

Preparai-vos, assim, para o batismo do Espírito Santo e do fogo, que purifica as vossas almas. Se dele vos tornardes realmente dignos, pelo trabalho, pela justiça, pelo amor e pela caridade, o Cristo vos ministrará esse batismo, enviando Espíritos Puros para vos assistirem, inspirarem e ajudarem, até a vitória final.   

sábado, 27 de dezembro de 2014

09/04/1970
BATISMO DE JESUS

P - Nos tempos modernos, ninguém mais aceita a Bíblia sob o véu da letra, que mata. No Brasil, muita coisa mudou desde que a LBV começou a pregar a Palavra de Deus sem "mistérios". Como o CEU explica o batismo de Jesus?

R - O Espírito da Verdade harmoniza os Evangelhos sinóticos, para responder: Mateus, capítulo III, versículos 13-17; Marcos, capítulo I, versículos 9-11; Lucas, capítulo III, versículos 21-22. Sãos estas passagens:

          Mateus: 13 - Então Jesus veio da Galiléia ao Jordão, para ser
          batizado. 14 - Mas João protestava, dizendo:   "Eu é que devo
          ser batizado por ti, e tu vens a mim?"    15 - Jesus lhe respon-
          deu: "Isto é necessário por ora, pois convém cumprirmos to-
          da a justiça". João concordou.    16 - Uma vez batizado, Jesus
          logo saiu da água,  e eis que os céus se abriram, e ele viu des-
          cer sobre si o Espírito de Deus em forma de uma pomba.  17 -
          Imediatamente uma voz ecoou no céu, dizendo:   "Este é meu
          filho bem-amado, em que ponho a minha complacência".

         Marcos:   9 - Eis  o  que sucedeu naqueles dias:   Jesus veio de
         Nazaré, que fica na Galiléia, e foi batizado por João. 10 - Logo
         que saiu das águas do Jordão, Jesus viu os céus  se  abrirem e
         o Espírito de Deus descer em forma de  uma  pomba  e  pairar
         sobre ele. 11 - E uma voz do céu se fez ouvir, dizendo: "És meu
         filho bem-amado; pus em ti as minhas complacências". 

        Lucas: 21 - Sucedeu que, ao tempo em que João  batizava  todo
        o povo, também Jesus foi por ele batizado. E, enquanto orava,
        o céu se abriu, 22 - e desceu sobre ele o Espírito Santo   na for-
        ma corpórea de uma pomba.   E ouviu-se  do   céu uma voz que
        dizia: "Tu és meu filho dileto; ponho em ti as  minhas  compla-
        cências.

Jesus, cuja origem espiritual agora conheceis, Espírito puro por excelência, Espírito Perfeito, não precisava ser batizado com água por João, de receber um batismo de penitência para remissão de pecados, ele que nenhum pecado tinha, que nenhum pecado confessou, que não trazia, para ser lavado, um corpo de lama como os vossos. Não precisava, também, de receber o batismo em Espírito Santo e em fogo, ele cujo o Espírito era de pureza perfeita e imaculada, ele que ao contrário, vinha ministrar esse batismo - primeiro, aos Apóstolos incumbidos de pregar e ensinar, pelo exemplo, a sua moral sublime; depois, a todos os que se tornassem dignos de ser assim batizados, praticando a sua Lei de Amor, propagando-a pela palavra e pelo exemplo.

POR QUE, ENTÃO, FOI JESUS RECEBER DE JOÃO, DIANTE DE TODOS, O BATISMO DA ÁGUA NO JORDÃO, como faziam o povo e quantos acorriam às margens daquele rio?

Para - desde o momento em que entrava a desempenhar publicamente a sua missão, pregar pelo exemplo de humildade; para receber o próprio Deus - à vista de todos e em confirmação das palavras que, antes da sua chegada, proferiu a seu respeito o Precursor - a consagração da sua origem, do seu poder e da sua missão, como regenerador e SALVADOR DA HUMANIDADE; para receber esta confirmação por manifestação derivada do próprio Deus, produzida de modo a que os homens compreendessem que FINALMENTE DESCERA À TERRA O ESPÍRITO CUJA VINDA OS PROFETAS, DESDE MOISÉS, HAVIAM ANUNCIADO.

E assim foi: Jesus desceu para pregar, dando de tudo exemplo marcante, para oferecer e deixar aos homens um tipo, um modelo que eles imitassem e em cujas pegadas caminhassem, para atingir a Perfeição. Durante a sua missão terrena, convinha que passasse, a vista dos homens, por ser um homem como os outros, sujeito a todas as provações da humanidade e delas triunfando, exemplificando-lhes a prática do trabalho, da justiça, da caridade e do amor, cujas leis ensinava, ministrando-lhes a luz e a verdade sob o véu da letra e o manto da parábola, a fim de que o brilho de uma e de outra não ofuscasse, não cegasse os olhos humanos de seu tempo.

Cumprida essa missão, os homens - em virtude das interpretações que davam aos fatos, de acordo com o estado das inteligências, com as necessidades da época e com o que exigia a preparação dos tempos futuros - teriam de ver um Deus, o próprio Deus naquele que lhes viera trazer o tipo exato ou modelo da Perfeição Humana.

Procurai seguir os passos de Jesus, em todo o curso da sua aparente vida de homem comum, desde o instante em que chega às margens do Jordão até aquele em que se consuma o sacrifício no Gólgota, e o vereis a dar em tudo o exemplo, sempre o exemplo da vida superior!

Ao encetar essa missão sublime, Jesus se submete, como todos os que iam ter com João, ao batismo pela água. Mas observai que, antes de Jesus haver chegado ao Jordão, já o Precursor, falando ao povo, aos fariseus, aos publicanos e aos soldados, a quantos tinham acorrido para ouvi-lo (os quais, entre si, pensavam que bem podia ser ele o Cristo), dizia: "Eu,  por mim, vos batizo com água; mas outro virá, mais poderoso que eu e de cujas sandálias não sou digno de desatar as correias, prosternado a seus pés, o qual vos batizará com o Espírito Santo e com o fogo. Ele traz na mão sua joeira e limpará perfeitamente o seu eirado; juntará o trigo no celeiro, mas queimará a palha num fogo que jamais se extinguirá". Estas palavras explicam por que, em resposta ao pedido que Jesus lhe faz, João se escusa de o batizar, dizendo: "Eu é que devo ser batizado por ti, e tu vens a mim?" E também explicam porque, respondendo-lhe Jesus: "Convém cumprirmos toda a justiça", isto é, DEVEMOS PREGAR PELO EXEMPLO, João não opôs mais nenhuma resistência, tornando-se o primeiro a dar o exemplo de submissão e de obediência ao Mestre.

Para confirmação das palavras que João proferiu, diante de todos, antes da chegada de Jesus, é que, quando o Cristo saiu das águas do Jordão, após o batismo, se produziu - de conformidade com a época, as tradições hebraicas e o estado das inteligências - a manifestação destinada a esclarecer os homens sobre a origem e a missão do Salvador.  

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

08/04/1970
BATISMO EM ESPÍRITO SANTO

P - De acordo com os princípios básicos da LBV,  o Centro Espiritual Universalista é, também, anti-sectário. Somente num CAMPO NEUTRO podemos aprender toda a Verdade. Como o CEU explica o batismo com o Espírito Santo?

R - Diz o Espírito da Verdade: - O batismo em Espírito Santo é a assistência e a inspiração dos Espíritos purificados, ambas concedidas pelo Cristo, em nome do Senhor aos homens que tenham esse merecimento. 

Estes, então, a recebem mediunicamente, e mesmo se comunicam com aqueles Espíritos, nas condições e na proporção das mediunidades que lhes são outorgadas. Essa assistência, essa inspiração e essa comunicação Deus só as concede aos Homens e Mulheres de Boa Vontade para os sustentar e dirigir na suas provas ou missões, para os ajudar na purificação de seus Espíritos, pelo progresso moral e intelectual.

Jesus, pois, chamando o Espírito Santo para os discípulos, fez que descessem até eles os Espíritos elevados, que os haviam de amparar nos seus ásperos e perigosos trabalhos, e que, SOB A APARÊNCIA DE LÍNGUAS DE FOGO, se manifestaram por meio dos seus perispíritos luminosos. Ainda hoje, sob essa influência vos colocais quando, vencendo as paixões humanas, vivendo a vida que pertence a Deus e tudo lhe dando pela prática do trabalho, da humildade, da caridade e do amor, atraís os ESPÍRITOS PROTETORES DA HUMANIDADE.

Disso, porém, não vos orgulheis, porque a queda é fácil, mesmo para o mais elevado, e os maus pensamentos assediam, sempre, o Espírito reencarnado. Recebei, portanto, a luz do Novo Mandamento do Cristo de Deus para reparti-la com aqueles que se queiram esclarecer. Mas recebei-a, sempre, com profundo sentimento de humildade e reconhecimento, rendendo graças a essa fonte de TODO O PODER, de que promana tudo o que é belo, tudo o que é grande, tudo o que é verdadeiro e eterno.

A Terceira Revelação trouxe o conhecimento da Lei do Amor, que os homens, há tanto séculos, calcam aos pés. Se vossos corações dão frutos maus, sois, portanto, árvores más. O Senhor, porém, na sua infinita misericórdia, arranca a árvore que nada produz, ou que dá frutos maus, para deixar que cresça, livremente, aquela cujas ramagens hão de cobrir de sombra benfazeja a Humanidade inteira. Plantou-a o Cristo com as suas mãos e os homens não a cultivaram. Cercaram-na as plantas daninhas e a atrofiaram.

O JARDINEIRO DIVINO, POR ISSO, AINDA SE VÊ OBRIGADO A VIR CULTIVAR A SUA VINHA, A FIM DE LIVRÁ-LA DOS PARASITOS QUE A SUFOCAM.

A fé, árvore divina que dá sombra e alimento, que dessedenta o sequioso e convida ao repouso o viajante fatigado, vai crescer e estender seus ramos benditos sobre todo o vosso mundo. E a cada um daqueles, dentre vós (sejam quais forem os cultos exteriores em que a reencarnação os tenha feito nascer, vindos não importa de onde), que tiverem trabalhando na obra de regeneração - pela palavra e pelo exemplo - será concedida a graça de dizer, quando voltarem: "Ganhei bem o meu dia". 

Deveis compreender o sentido oculto destas outras palavras, inspiradas ao Precursor e por ele proferidas quando fala do Cristo: "Traz na mão a joeira e limpará perfeitamente o seu eirado; juntará o trigo no seu celeiro, mas queimará a palha no fogo inextinguível". O Senhor empregou desse modo, para atuar sobre homens animalizados, uma figura capaz de impressioná-los, gerando neles o temor. Bem sabeis que Deus nunca abandonou o ser humano, desde o seu aparecimento no vosso planeta. Suas Leis são, como Ele mesmo, imutáveis e eternas: a Lei do Progresso (progresso físico da Terra e progresso físico, intelectual, moral e espiritual da Humanidade) ensina que tudo o que foi criado é perfectível.  Ela está, portanto, no número dessas Leis. E ao mesmo número pertence a Lei da Reencarnação, como instrumento e meio de reparação e progresso. 

Desde todos os tempos, teve o homem junto de si proposto à sua proteção, o Espírito Protetor ou Anjo da Guarda, incumbido de guiar os seus passos na senda de redenção. 

Desde todos os tempos, houve Espíritos em missão entre os homens, para fazê-los avançar por esse caminho,  a todos eles revelando ou relembrando a Lei Natural que é A LEI DE DEUS, na conformidade do meio, do estado das inteligências e das necessidades de cada época.

Desde todos os tempos, investido no livre arbítrio, cercado de influências ocultas - boas umas, outras más - com a inteligência para discernir o Bem do mal, na relatividade do seu desenvolvimento moral e intelectual, o homem, POR HAVER FALIDO, FOI TRAZIDO AO VOSSO PLANETA, que é um dos mundos inferiores de provação e expiação, a fim de reparar suas faltas e progredir. 

Desde todos os tempos, esteve submetido, após a morte, em seguida a cada uma de suas existências na Terra, a expiação por meio de sofrimento ou torturas morais, apropriados e proporcionados aos crimes ou faltas que praticou. Depois, está submetido à Lei da Reencarnação que, com a expiação precedente no estado de erraticidade e, simultaneamente, INFERNO, PURGATÓRIO, REPARAÇÃO E PROGRESSO, a escada que todos têm de subir, e cujos degraus correspondem às fases das diferentes existências que lhe cumpre percorrer, para atingir o cimo da montanha.

Pois, como ensinou Jesus, para chegar a Deus, cada um de seus filhos terá de nascer, morrer e renascer, até alcançar os limites da Perfeição.

 

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

07/04/1970
A OBRA DE REGENERAÇÃO

P - O Cristianismo do Cristo, à luz do Novo Mandamento, é tão diferente do cristianismo dos homens! Graças a Deus, a treva terá de dar vez à Verdade que salva e engrandece. Não é a próxima separação do trigo e joio?

R - Sim, Moisés e os profetas da Lei Antiga prepararam o advento da era da regeneração humana. Jesus, nosso Salvador e Mestre, que - como Protetor e Governador do vosso planeta, presidiu a sua formação e a da Humanidade que o habita, para conduzi-la a Perfeição - desceu ao meio dos homens para lhes abrir esta era e lançar as bases e fundamentos da Obra de salvação. 

Ele tem na mão a joeira, pois a obra de regeneração começou desde os primeiros dias da pregação do Evangelho. Jesus fez, ainda faz e, breve fará a definitiva separação do trigo e do joio, do trigo e da palha. 

O trigo que juntou, junta e juntará no seu celeiro, são os Espíritos purificados que terminaram suas provas na Terra, tal qual é ela atualmente: mundo inferior, de expiação. Esses Espíritos se tornaram seus missionários devotados e inteligentes: trabalharam, quer na erraticidade, quer encarnados em missão, pelo vosso adiantamento moral e intelectual. 

A palha que Jesus queimou, queima e queimará, são os Espíritos culpados, rebeldes, que faliram nas suas provas e que Ele submete à expiação, depois à reencarnação, em condições tais que, se forem levadas a bom  termo, as novas provações serão para esses Espíritos um meio de expiação, de reparação e de progresso. O fogo em que a palha foi, é e será queimada, isto é, em que o Espírito culpado sofre a expiação na erraticidade, é a consciência culposa a gerar os remorsos, que são despertados ou intensificados, conforme à natureza da culpa e ao grau da culpabilidade, pelos quadros terrificantes ou dolorosos das faltas ou crimes cometidos, postos (como explicaremos mais tarde) aos olhos do Espírito, que em vão tentará fugir.

Esses quadros, produzindo sofrimentos e torturas morais, sempre adequados e proporcionados àqueles crimes ou faltas, são o fogo que queima a palha. Esse fogo não se extingue nem se extinguirá nunca. É fogo eterno, porque DEUS CRIOU, CRIA E CRIARÁ, DESDE E POR TODA ETERNIDADE. Assim, haverá sempre Espíritos que, devendo vir do estado originário de simplicidade e ignorância até aos limites da perfeição, caíam em erro, se tornem culpados e rebeldes, e sejam  forçados a expiar e reparar suas faltas, para poderem progredir. É eterno esse fogo porque sempre haverá palha a ser queimada, isto é, Espíritos culpados e rebeldes, necessitando sofrer a prova da expiação. 

Mas, para cada Espírito culpado, o fogo da geena eterna se extingue logo que a palha acabou de queimar-se, logo que o Espírito se humilha e pede perdão, animado de um arrependimento profundo e sincero, bem como o desejo ardente de reparar suas faltas. Então, cercado e ajudado pelos bons Espíritos, ele progride e se prepara, imediatamente, para enfrentar novas provações.

Não vos enganeis: OS REMORSOS PERSEGUEM SEMPRE O CULPADO, ATÉ QUE ELE ENTRE NO BOM CAMINHO. Sim, sempre haverá Espíritos rebeldes e o fogo da eterna geena jamais se extinguirá, no sentido de que constitui como que uma herança, que passa de uns para os outros. JESUS LIMPARÁ PERFEITAMENTE O SEU EIRADO. A obra de regeneração iniciada quando o Cristo apareceu entre vós, vai concluir-se agora, neste final de ciclo.

A luz do Novo Mandamento se espalhará sobre toda a Terra. Os cegos pertinazes, como advertiu o Mestre, serão lançados nas trevas exteriores, e ali haverá pranto e ranger de dentes. Chamamos vossa atenção para estas palavras, a fim de vos fazermos entender o sentido figurado da época. Jesus, ESPÍRITO PURÍSSIMO, divino modelo da caridade e do amor, poderia condenar os Espíritos culpados ao pranto e ranger de dentes? Somente os insensíveis ao sofrimento físico. 

Por estas palavras, portanto, compreendei bem o sentido oculto de todos os ensinos do Cristo de Deus: O PRANTO E O RANGER DOS DENTES SÃO OS REMORSOS QUE BROTAM DAS CONSCIÊNCIAS DOS CULPADOS. Jesus limpará perfeitamente o seu eirado. 

Ao tempo determinado por Deus, em que a regeneração se tem de realizar tendo o Evangelho espargido sua luz por todo o mundo nesse tempo, em que o vosso planeta se tornará mundo exclusivo dos bons Espíritos; se aqueles que, admitidos até então a reencarnarem na Terra, continuarem culpados, insensíveis e rebeldes, SERÃO LANÇADOS NAS TREVAS EXTERIORES, isto é, serão sucessivamente rechaçados, conforma o grau da sua culpabilidade, para os mundos inferiores de provações e expiação, onde, por longos séculos, terão de se redimir da sua obstinação no mau e da sua voluntária cegueira.

É chegada a hora da definição, entre o Bem e o mal, entre a Verdade e a mentira, entre o Cristo e o Anti-Cristo!

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

05/04/1970
A MENSAGEM E O TESTEMUNHO DO BATISTA

P - A grande virtude da LBV é restaurar o Cristianismo em sua pureza primitiva, e isso, realmente, só podia ser feito pelo Novo Mandamento revelado. Como é que o CEU (Centro Espiritual Universalista) da LBV interpreta a mensagem de João?

R - O Espírito da Verdade responderá, harmonizando as seguintes passagens do Evangelho de Jesus: Mateus, capítulo III, versículos 7-12; Marcos, capítulo I, versículos 6-8; Lucas, capítulo III, versículos 7-18. Atenção para esses textos bíblicos:

         Mateus: 7 - Mas, vendo João muitos dos fariseus e saduceus que 
         vinham ao seu batismo, disse-lhes: Raça de víboras,   quem   vos 
         ensinou a fugir da ira que há de vir? 8 - Tratai de produzir frutos 
         dignos de arrependimento, 9 - e não procureis dizer   dentro   de 
         vós: "Temos Abraão por pai", porque eu vos declaro   que  destas 
         pedras   Deus pode suscitar filhos a Abraão.   10 - O  machado   já 
         está posto à raiz das árvores:  toda árvore que  não dá bom  fruto 
         será cortada e lançada ao fogo.    11 - Eu,   na verdade, vos   batizo 
         com água, para vos levar à penitência; mas o que vem, depois  de 
         mim, é mais poderoso que eu, e eu não sou digno de  levar-lhe as 
         sandálias; ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo.   12 - 
         Traz na mão a sua pá, e limpará bem a sua eira;   recolherá o seu 
         trigo no celeiro, mas queimará a palha em fogo inextinguível.

         Marcos: 6 - João vestia pele de camelo, usava uma   tira  de couro 
         em volta da cintura e se alimentava de gafanhotos e de mel silves-
         tre. Pregava dizendo: 7 - Aquele que é mais poderoso que  eu virá 
        depois de mim, e não sou digno de me abaixar diante de seus pés, 
        para lhe desatar as correias das sandálias.    8 - Eu vos batizo com 
        água; Ele, porém, vos batizará com o Espírito Santo.

         Lucas: 7 - João dizia ao povo, que acorria em bandos para ser ba-
         tizado:   "Raça  de  víboras, quem  vos  ensinou a  fugir da ira vin-
         doura?" 8 - Dai, pois, frutos dignos do vosso    arrependimento, e 
         não comeceis a dizer dentro de vós:   "Temos   Abraão como pai", 
         porque eu vos declaro que Deus é   poderoso para, destas pedras,
         fazer que nasçam filhos a Abraão.    9 - Já o machado está posto à 
         raiz das árvores: toda árvore que não der bom fruto será cortada 
         e lançada ao fogo.   10 - O povo  lhe   perguntava:   "Que havemos, 
         então, de fazer?"     11 - João respondia: "Aquele que tem duas tú-
         nicas dê uma ao que não tem;    aquele   que  tem  comida  faça   o 
         mesmo." 12 - Foram, também, publicanos para o batismo,   e  lhe
         perguntaram: "Que havemos de fazer?" 13 - Ele respondeu: "Não 
         cobreis mais do que está prescrito na lei". 14 - Perguntaram-lhe, 
         ainda, alguns soldados:   "E nós o que   havemos de fazer?"   Res-
         pondeu-lhes: "Não pratiqueis violência contra ninguém  nem fa-
         çais denúncia falsa,   e   contentai-vos   com o vosso soldo".     15 - 
         Estando o povo na expectativa, pensando   consigo   mesmo   que 
         talvez João fosse o Cristo, 16 - disse ele a todos: "Eu, na verdade, 
         vos batizo com água, mas logo virá quem é mais poderoso que eu,
         e não sou digno de lhe desatar as correias das sandálias; Ele vos 
         batizará com o Espírito Santo e com fogo. 17 - Traz na mão a sua 
         pá, e  limpará bem a sua eira, para recolher o trigo  no seu celei-
         ro; mas queimará a palha  em  fogo  inextinguível."    18 -   Assim 
         João anunciava ao povo o Evangelho de Jesus.  

João era o Precursor da Verdade, e ele mesmo o declarou. Suas aspirações não iam nem deviam ir além da missão que lhe cumpria desempenhar. Mediunicamente ligado aos Espíritos Superiores, a cujo número pertencia, os quais o assistiam e inspiravam, era dirigido em todas as circunstâncias pela intuição, e possuía a humildade que devia guiar a todos vós na Terra.

Tinha consciência do que aguarda o Espírito na sua volta à Pátria Espiritual; mas, acima de tudo, tinha absoluta consciência da sua missão de Precursor. Esta consistia, em preparar os homens para o arrependimento, servindo-se de um símbolo que lhes daria a compreender a purificação e de que necessitavam: LAVAVA SEUS CORPOS, A FIM DE OS DISPOR A LAVAREM SEUS CORAÇÕES. Purificava-lhes o invólucro material, para os compelir à purificação de seus Espíritos, exortando-os - em resposta às perguntas que lhe faziam - à prática da Justiça, da Caridade, do Amor. Sua missão, portanto, era preparatória: Jesus viria completá-la. 

João era a voz do que clama no deserto, até que as populações se reunissem para ouvir a pregação da Verdade. Estas palavras "Não comeceis a dizer, dentro de vós mesmos, TEMOS ABRAÃO POR PAI, porque destas pedras Deus pode fazer que nasçam filhos a Abraão; o machado já está posto à raiz das árvores; toda árvore que não dá bom fruto ele a corta e lança ao fogo", se referem a todos os tempos - ao tempo em que o Batista falava, aos tempos que seguiram, até ao fim  dos tempos, isto é, até a volta do Cristo de Deus. 

Os sacerdotes judeus não reconheciam como filho do Senhor senão aqueles que viviam curvados ao seu jugo, da mesma forma que a Igreja de Roma não admite salvação para os que não lhe obedecem cegamente. Que representa Abraão para os hebreus? O chefe da família (ou povo) que vai herdar o Reino de Deus. Por aquelas palavras inspiradas ao Precursor, Deus quer que fique bem claro serem seus filhos TODOS OS QUE VÃO A ELE, DE CORAÇÃO LIMPO. É como se dissesse: "Não entram no meu Reino os filhos de Abraão que desprezaram minhas leis e desfiguraram meus preceitos, como também os que, no futuro, a desprezaram e os desfiguraram. Todo aquele, porém, que houve minha voz e arranca a árvore má, produtora de maus frutos, e só deixa no coração a boa semente, que há de fertilizar a terra, este está no caminho que a mim conduz, esse é meu filho para sempre. Filhos de Abraão não são os que me dizem "Senhor! Senhor!", mas tão somente aqueles que cumprem a minha Lei, quaisquer que eles sejam. Todos os limpos de coração é que olho como filhos, e só eles terão entrada no meu Reino!"

E aí está o símbolo da árvore: a que não der bom fruto será cortada e lançada ao fogo. Já compreendeis o sentido oculto destas palavras que, apropriada às inteligências daquela época, eram destinadas a despertá-las da ignorância. A árvore que não dá bons frutos é o Espírito encarnado que sucumbe nas suas provas. Depois da "morte", quando o Anjo da Libertação lhe houver ceifado a existência, será lançado ao fogo, isto é, será - primeiro - ao entrar em expiação no mundo espiritual, submetido a sofrimentos ou torturas morais, proporcionados e apropriados aos crimes que haja cometido; depois - à reencarnação que, abrindo-lhe o caminho da reparação, e ao mesmo tempo, meio de purificação e de progresso.  

 

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

04/04/1970
PREGAÇÃO DE JOÃO, O BATISTA

P - Unificando as Quatro Revelações de Jesus, pelo Novo Mandamento, a LBV presta um grande serviço à Humanidade. Como o Centro Espiritual Universalista CEU explica a pregação e o batismo do Precursor de Jesus?

R - Responde o Espírito da Verdade, harmonizando estas passagens do Evangelho: Mateus, capítulo III, versículo 1-6; Marcos, capítulo I, versículos 1-5; Lucas, capítulo III, versículos 1-5. Ler e meditar:

         Mateus: 1 - A esse tempo, veio João pregando pelo deserto da 
         Judéia. 2 - Dizia: "Arrependei-vos, pois o Reino de  Deus  está 
         próximo". 3 - Eis aqui aquele de quem falou  o  profeta  Isaías, 
         dizendo: "Voz do que clama no  deserto:  preparai  o  caminho 
         do Senhor; endireitai suas veredas".  4 - João trazia uma veste 
         de peles de camelo e um cinto de couro   em  volta  da  cintura; 
         alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre.   5 - Os habitantes 
        de Jerusalém, de toda a Judéia e de toda a região circunvizinha 
        do Jordão, iam ter com ele;    6 - e, confessando   seus   pecados, 
        eram por ele batizados no Jordão. 

         Marcos: 1 - Princípio do Evangelho de Jesus, o Cristo, Filho de 
          Deus, 2 - como está no profeta Isaías: "Eis que envio à tua fren-
          te o meu Anjo, e ele preparará o teu caminho.    3 - Voz   do que 
          clama no deserto: "Preparai o caminho do Senhor; tornai retas 
          as suas veredas".    4 - João esteve no deserto,  batizando  e pre-
          gando o batismo de penitência para remissão dos pecados.    5 - 
          Toda a Judéia e todos os habitantes de Jerusalém iam  ter  com 
          ele e, confessando seus pecados, eram por ele batizados no rio 
         Jordão.

         Lucas:   1 - No décimo quinto ano do império  de   Tibério  César, 
         sendo Pôncio Pilatos governador da Judéia;  Herodes,   tetrarca 
         da Galiléia; Felipe, seu irmão, tetrarca da Ituréia e da província 
         de Traconites; Lisânias tetrarca de Abilene; sendo príncipes dos
         sacerdotes Anais e Caifás; o Senhor fez ouvir a sua voz no deser-
         to a João, filho de Zacarias, 3 - e ele percorreu todas as cercanias 
         do Jordão, pregando o batismo de   penitência  para  a   remissão 
         dos pecados,      4 - conforme está escrito no livro das palavras do 
         profeta Isaías: "Voz do que clama no deserto: preparai o caminho 
         do Senhor; endireitai suas veredas. 5 - Todo vale   será   aterrado; 
         todas as montanhas   e   colinas   serão   arrasadas;   os  caminhos 
         tortuosos se tornarão retos; os escabrosos ficarão planos; e toda 
         a carne verá a salvação do Senhor". 

Os homens sempre se servem dos termos que lhe são compreensíveis, e os empregam com o podem. A Palavra de Deus é o mesmo que A Inspiração Divina. DEUS NÃO SE COMUNICA DIRETAMENTE COM OS HOMENS. Por mais puro que seja o Espírito encarnado, o invólucro carnal ergue intransponível barreira entre o homem e a Divindade. Mas o Senhor envia os grandes Espíritos e, inspirando-os diretamente, os constituem órgãos transmissores da sua vontade. 

Deus nunca falou a João, como nunca falou a Moisés e Elias, como jamais falou a nenhum dos profetas. Uns eram médiuns videntes e audientes, outros eram médiuns inspirados, de acordo com a elevação de seus Espíritos.

João, no tempo certo, recebeu no deserto a inspiração do Senhor, para dar começo ao desempenho da missão que lhe fora confiada. Inspirado, ainda, pelos Espíritos Superiores foi que ele percorreu todas as cercanias do Jordão, pregando um batismo de arrependimento, e batizando nesse rio todos os que iam procurá-lo para confessar os seus pecados. 

O Batista era um Espírito Superior em missão no vosso mundo, predestinado a abrir os caminhos e prepará-los, a fim de que mais facilmente a luz se pudesse fazer. Pelo seu caráter ríspido, pelo seus costumes e hábitos em contraste com os de seus contemporâneos, chamava sobre si a atenção de todos. Sua palavra, severa e rude, forçava os homens, a se penitenciarem seriamente. Preparava, assim, os caminhos do Senhor, preparando os do Cristo. Era a cabeça do rebanho, a caminhar à frente, agitando a campainha para que todas as ovelhas perdidas percebessem de que lado podia vir a salvação.

A confissão dos pecados nesse tempo, como mais tarde, nas primeiras horas do Cristianismo, SE FAZIA DIANTE DE TODOS, PUBLICAMENTE E EM VOZ ALTA. Despertava, assim, profundo sentimento de humildade, porque exige grande desprendimento o ousar alguém confessar diante de todos, AS FALTAS, AS TORPEZAS, AS INFÂMIAS QUE PODEM GERMINAR NO FUNDO DO CORAÇÃO HUMANO. Era uma barreira oposta às recaídas, porque o homem que sabe serem conhecidos SEUS PENSAMENTOS MAIS SECRETOS, TODOS OS SEUS MAUS PENDORES, terá de refrear sua natureza animal, a fim de evitar as surpresas em que poderia incorrer, ao menor desvio. E porque a confissão era pública, feita sempre em voz alta, Deus a ouvia. 

Estas palavras: "Todo vale será aterrado, todas as montanhas e colinas serão arrasadas, os caminhos tortuosos se tornarão retos e os escabrosos ficarão planos" se aplicam a subversão moral, à renovação espiritual que a Doutrina de Jesus havia de operar - e opera até hoje - por intermédio do Espírito da Verdade por ele prometido ao vosso planeta. Os vales serão aterrados e se elevarão; as "montanhas", cuja fronte orgulhosa tenta deter a marcha do progresso, serão arrasadas. O "nível" passará pela natureza toda, erguendo os pequeninos, rebaixando os grandes, dando a cada um a medida exata do que lhe caiba, pelo seu merecimento.

E toda carne verá a salvação do Senhor, isto é, todos os homens e mulheres, que praticarem a sublime moral do Novo Mandamento, se integrarão no Salvador. 

 

          

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

03/04/1970
A VIDA DE JESUS - VIII

P - Como pode Jesus parecer aos homens um menino recém-nascido e se desenvolver, crescer como criança terrena e, sucessivamente, percorrer, na aparência, as fases de desenvolvimento da infância, da adolescência e da idade viril em nossa humanidade?

 R - Diz o Espírito da Verdade:
    - Esta é uma questão que podeis resolver, sem a formulardes. O perispírito, que servia de invólucro a Jesus, se desenvolvia aos olhos dos homens, de maneira a lhes dar a ilusão do crescimento humano.

Não aprendestes que o perispírito é da mesma natureza do vosso corpo?
Que impossibilidade podeis ver, aos olhos dos homens, em que o perispírito revista aparentemente as mesmas propriedades que tem o vosso corpo, e em que os fluidos que o compõem seja, igualmente, aptos a se desenvolverem e aumentarem? Para vos darmos explicação completa a este respeito, teríamos de entrar em minúcias sobre a natureza dos fluidos, e isso ainda não é oportuno. Mas, por que haveis de achar impossível que os fluidos, reunidos pela ação da poderosa vontade do Cristo, tenha seguido marcha progressiva de aparente dilatação aos olhos humanos?

 Um Espírito, ainda que inferior, um Espírito da ordem dos vossos, pode (e não ignorais), com os seu perispírito, que constitui sua vida e sua individualidade, afetar, revestir, a qualquer instante, todas as aparências, todas as formas, MESMO TANGÍVEIS, sob a condição - única - de lhe ser dado tomar de empréstimo os fluidos animalizados, necessários à produção do efeito desejado. Um Espírito Superior, que tem o poder de assimilar os fluidos animalizados ambientes, espalhados na atmosfera, NÃO PRECISA DE SEMELHANTE EMPRÉSTIMO.

 Como pretender que um Espírito Superior, descendo das regiões mais elevadas até vós, mediante a assimilação do seu perispírito às regiões que tenha de percorrer, não possa - à vontade - figurar as fases do desenvolvimento de um ser humano, pela assimilação dos fluidos ambientes, que servem à formação dos vossos seres, pela dilatação aparente dos fluidos do seu perispírito, ASSIM ADAPTADO E TORNADO TANGÍVEL?

A vontade potente de Jesus, Espírito Perfeito, Espírito integrado na Divindade do Pai, reuniu em torno de si os materiais necessários à execução da obra e nas condições precisas a que a obra se executasse. Já explicamos que Jesus constituiu um perispírito de longa tangibilidade, humanizado com o auxílio dos fluidos ambientes que servem à formação dos seres terrestres, E QUE ELE, À SUA VONTADE, DEIXAVA E RETOMAVA. Ora, com esse perispírito, possível lhe era revestir, aos olhos dos homens, quando bem lhe aprouvesse as aparências da infância, da adolescência e da idade viril da vossa humanidade, e figurar a marcha progressiva, com as fases do desenvolvimento de uma criatura humana.

Dissemos e repetimos: Jesus crescia aos olhos dos homens, MAS AOS OLHOS DE DEUS, ERA SEMPRE O MESMO, ISTO É, ESPÍRITO, ESPÍRITO DEVOTADO, DESEMPENHANDO SUA MISSÃO.

P - Qual o sentido destas palavras do versículo 51: "Maria guardava todas essas palavras no seu coração"?

R - Tais palavras significavam que, no pensamento e na inteligência da Virgem, cada vez mais penetrava e se confirmava a mensagem do Anjo sobre a missão do Cristo. Para ela, como para José, a época até então mais frisante fora a daquela separação por três dias, nas circunstâncias em que se verificou, abrindo ensejo ao aparecimento de Jesus entre os doutores, no templo, onde lhe deu a resposta que a preparou para compreender que SUA TUTELA NÃO ERA NECESSÁRIA.  Essa resposta, esclarecendo-os mais e despertando, nela e em José, a lembrança da origem do "menino", origem que ambos tinham por "divina" e "milagrosa", os preparou também para compreenderem o caráter e o fim da missão de Jesus, o Cristo de Deus.

      

domingo, 21 de dezembro de 2014

02/04/1970
A VIDA DE JESUS - VII

P - Visto que Maria e José nenhum perigo deviam recear para seu "filho", pois o Anjo lhes anunciara ser ele "O FILHO DE DEUS", como se explica a ansiedade de ambos, quando perceberam que Jesus não regressara com eles de Jerusalém?

R - Já vos dissemos que José e Maria, revestidos da carne, estavam necessariamente sujeitos à imperfeição das faculdades humanas; que Jesus, aos olhos deles, vivia uma vida comum, no sentido de que seus atos exteriores não apresentavam nenhum cunho de singularidade, relativamente aos homens, e nada lhe caracterizava a origem extra-humana; que o impacto produzido pela revelação e pelos fatos que se lhe seguiram, até ao regresso do Egito, se havia apagado, pouco a pouco, que tudo o que é de carne é, inevitavelmente, obtuso; que, se a vida de Jesus não causava espanto à Virgem, quando pensava na origem do "filho", é que sua inteligência se encontrava, amiúde, turbada a esse respeito. É preciso não esquecer que Jesus, aos olhos de Maria e de José, tinha, como eles, um corpo carnal e uma vida frágil.

Lembrai-vos de que o Anjo dissera a José que levasse o "menino" para o Egito, a fim de salvá-lo da fúria de Herodes. Ora, a lembrança dessa revelação e desses fatos lhes acudiu quando o "menino" estava perdido, pois não voltara com ambos de Jerusalém. Que há de surpreendente em que, recordando-se da revelação e dos fatos, os dois ficassem, por isso mesmo, inquietos? A fuga para o Egito, aos olhos de Maria e de José, como aos olhos de todos, teve por fim A PRESERVAÇÃO DA VIDA DO MENINO JESUS.

Na realidade, porém, considerando a utilidade, as condições e o desempenho da missão terrena do Cristo, e principalmente os frutos que devia produzir, aquela fuga não teve por fim, segundo os desígnios do Senhor, preservar a vida do "menino" (de outros meios dispunha Deus para consegui-lo, se o tivesse desejado), mas sim afastá-lo para o tornar conhecido. Jesus não devia aparecer senão em certas épocas, antes de começar PUBLICAMENTE SUA MISSÃO. 

A experiência humana deve bastar, para vos fazer concluir que, SE ELE ESTIVESSE CONTINUAMENTE EXPOSTO, AS ATENÇÕES SE TERIAM ESGOTADO, E A CONSEQUÊNCIA SERIA (AO CHEGAR O TEMPO DETERMINADO) NÃO CONSEGUIR ATUAR TANTO SOBRE AS INTELIGÊNCIAS. Assim se explica o "mistério" dos "ignorados" dezoito anos da vida de Jesus (da aparição no templo, entre os doutores, até ao início dos seu divino apostolado). Acabamos de vos dizer: "A fuga para o Egito não teve por fim preservar a vida do "menino", pois de outros meios dispunha Deus para consegui-lo, se o tivesse desejado". 

Nós falamos assim com relação aos homens, ao aspecto sob o qual encaram os fatos. Nenhum ato humano (vós o sabeis pela revelação que fizemos da origem do Cristo), podia atentar contra a sua aparente "vida humana", dada a natureza perispiritual do seu corpo. E os fatos (entendei-o bem que nunca o percais de vista) nós o consideramos sempre com relação aos homens e lhes apropriamos à vossa linguagem.  

sábado, 20 de dezembro de 2014

01/04/1970
A VIDA DE JESUS - VI

P - Consideramos a Unificação das Revelações de Jesus A COISA MAIS IMPORTANTE DA NOSSA VIDA. É a grande devolução: AO CRISTO O QUE É DO CRISTO! Como devemos entender o que se segue à primeira referência de Jesus à sua divina missão?

R - Cumpria-lhe proferir aquelas palavras, que teriam  de repercutir no futuro. Já vos foi revelado que Jesus, no templo estava sentado entre os doutores, ouvindo-os e interrogando-os, e que todos aqueles que o escutavam FICARAM SURPRESOS DA SABEDORIA DE SUAS RESPOSTAS.

Naquela idade de doze anos, que Jesus aparentava quando se mostrou no templo, os meninos se aplicavam à leitura, se informavam da tradição, se preparavam para estudar os comentários dos doutores, e por isso apresentavam suas dúvidas aos preceptores. Não é exato que nunca discutissem com os doutores. Dava-se - fato: o menino era provocado para uma discussão pública sempre que, revelando grande aptidão, podia fazer honra ao professor. Isso tinha de se dar - e se deu - com Jesus.  Por ser estrangeiro em Jerusalém, não estar sob a direção de nenhum  "mestre", nem por isso tomou ele assento, entre os doutores, como um desconhecido.

Já dissemos que o irmão de José e o próprio José o haviam apresentado como descendente de David, segundo a linha da parentela ou descendência da tribo. Assim é que ele foi admitido a falar no templo.

A princípio, teve de responder aos doutores, que eram levados a interrogá-lo; depois, sentando-se, entrou a discutir, dando-lhes, por sua vez, a lição. Não acontece a vós, que não prestais atenção ao que dizem as crianças, ouvir atentamente as que vos parecem denotar uma inteligência e um adiantamento desproporcionados à idade que contam? Como pretendeis que, surpresos, maravilhados ante as primeiras respostas de Jesus às perguntas que lhe dirigiram, e ante as primeiras questões que ele propusera, não o impelissem a falar àqueles mesmos com quem viera discutir? Os doutores sabiam-no "descendente de David",  mas (e não é difícil, para vós, observar este ponto), quanto à sua identidade como menino anunciado pelos magos, impossível seria verificá-la (ainda que tivessem pensado nisso), porque ignoravam em que família da tribo ele nascera e, com respeito ao Messias, estavam completamente tranquilos, graças ao morticínio das crianças, ordenado por Herodes.

Depois da discussão pública no templo, depois que José e Maria ali o encontraram, depois de dar à Virgem a resposta que foi a primeira referência ao seu divino apostolado, Jesus partiu com eles e voltou para Nazaré. Aí permaneceu com Maria até a época em que, sob a aparência de um homem de trinta anos, começou a desempenhar sua missão publicamente, as margens do Jordão. José "morreu", algum tempo depois desse regresso.

Mas que fez Jesus, durante o período de dezoito anos decorridos desde que regressou a Nazaré até à época da sua vida pública? Sua aparente "vida humana" transcorreu dividida entre o labor manual e a prática do Amor, isto é, da permanente caridade para com todos que o cercavam. Passava por viver retirado e buscar a solidão. Cumpria todos os deveres ostensivos da humanidade, do ponto de vista da família e das relações com os pais e os vizinhos, submisso à Lei do Trabalho, que ele viria fazer com que fosse considerada a maior e a mais justa das leis, adotada por homens que, como vós, se revoltavam contra o seu "jugo". Tendo vindo para pregar pelo exemplo, Jesus SEMPRE DEU O EXEMPLO. Mas, é preciso repetir, sua vida exterior não era íntima e vulgar como a vossa, e o gosto que parecia ter pela solidão o isentava de todas e quaisquer exigências da vida comum.

A Virgem compreendia e animava esse gosto, por isso que, sob a influência dos Espíritos seus protetores, ela tendia sempre a ajudar aquele modo de viver do "filho".  Durante o tempo que não consagrava à prática da Lei do Trabalho, à prática do amor e da caridade, ao cumprimento de todos os deveres comuns da humanidade, Jesus "se ausentava", parecendo à Virgem (e aos homens em geral) que repartia assim o tempo entre os deveres humanos e a prece, sem que jamais o tivessem visto fazer qualquer refeição, tomar qualquer alimento, seja em casa com a família, seja em qualquer outro lugar.

O que a esse respeito vos dissemos, relativamente ao período que decorreu desde o seu "nascimento", em Belém, até apresentar a idade de doze anos, se aplica ao período posterior, que vai do seu aparecimento no templo até ao começo da sua missão, sob a aparência de um homem de trinta anos. Jesus viu tudo o que era preciso ver, nesses dezoito anos. E sua "mãe" se habituava a essa existência, como já vos foi descrito e explicado. Ele se ausentava, isto é, desaparecia, quando o julgavam em retiro, e voltava às regiões superiores, onde pairava e paira ainda, nas alturas dos esplendores celestes, como ESPÍRITO PROTETOR E GOVERNADOR DA TERRA.
 

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

31/03/1970
A VIDA DE JESUS - V

P - Somos gratos ao Centro Espiritual Universalista (CEU) da LBV pelos esclarecimentos preciosos sobre a vida do "menino" Jesus. Que aconteceu com ele em Jerusalém? E na volta?

R - Os que lhe ignoram a origem espiritual e a natureza do corpo - não "fantástico e absurdo", conforme a expressão dos doutores presunçosos - mas perispirítico, dizem: - "Que fez Jesus durante os três dias? Se aquele menino de doze anos não andou vagando sozinho na escuridão da noite, quem o recolheu?" Perguntas naturais, partindo dos que consideram Jesus um homem como vós outros. Entretanto, os que estudam as línguas e, por consequência, os costumes orientais, poderiam dar testemunho de que era frequente ver, sob àqueles céus, homens, mulheres e crianças passando a noite ao relento, envoltos nas suas capas. 

Em face do conhecimento que vos demos da origem do Cristo, do seu corpo fluídico inacessível a todas as contingências da matéria, podeis compreender que o "menino" não se atormentou por uma pousada, não teve de se afadigar em busca de um albergue. Os que propõe tais questões deviam propô-las com humildade, com o sentimento da sua ignorância, com o desejo sincero de se esclarecerem, jamais com a incredulidade insolente, negando as manifestações espirituais e as REVELAÇÕES PROGRESSIVAS, que trazem aos homens os segredos do além, a ciência das relações do mundo visível com o mundo invisível, a Luz e a Verdade,  as vias e meios da evolução moral e intelectual - pelo saber, pela caridade e pelo amor. 

Eis o que aconteceu com o "menino" nos seus três dias em Jerusalém: ao abrir-se o templo, ele entrava com a multidão e com a multidão saía, quando o templo se fechava. Um a vez fora, e longe dos olhares humanos, desaparecia, despojando-se do seu invólucro fluídico e das vestes que o cobriam, as quais, confiadas à guarda dos Espíritos prepostos a essa missão, eram transportadas para longe da vista e do alcance dos homens. Voltava para as regiões superiores, onde pairava e ainda paira, nas alturas dos esplendores celestes, COMO ESPÍRITO PROTETOR E GOVERNADOR DA TERRA. Ao reabrir-se o templo, reaparecia entre os homens, retomando o perispírito tangível e suas vestes, que o faziam passar por criatura humana, como outra qualquer.

Quanto à resposta que deu à Virgem Maria, nem ela nem José a compreenderam, porque ambos, no momento, supuseram que ele se referia ao segundo como pai, e não ao Pai Celestial, cujo reinado viera preparar no vosso mundo. Os que acham perfeitamente claro o sentido destas palavras, tais como se encontram no Evangelho: "Não sabeis ser preciso que me ocupe com o que respeita ao serviço de meu Pai?", e entenderam que devia ser claro, também, para Maria e José, uma vez que o Anjo lhes anunciara ser Jesus "Filho de Deus" - esses esquecem que em José e Maria, revestidos da carne, imperava a imperfeição das faculdades humanas. Desde o "nascimento" - já o dissemos - Jesus vivia, aos olhos de seus "pais", uma vida ordinária, no sentido de que seus atos exteriores não apresentavam nenhum cunho de singularidade, relativamente aos homens, nada havendo neles que lhe caracterizasse a origem extra-humana.

A impressão produzida pela revelação e pelos fatos que se lhe seguiram até o regresso do Egito, que havia apagado, pouco a pouco. A palavra pai, referida a José, foi o único ponto que, no momento, os impressionou, sem que, entretanto, o houvessem compreendido. TUDO O QUE É DE CARNE É OBTUSO. Se a existência de Jesus não causava espanto à Virgem Maria (nem a José), é que, quando ela pensava na origem do "filho", a inteligência se lhe toldava, com tanto mais razão quanto era necessário que a natureza do "menino", tal como a revelação anunciara, não fosse ainda conhecida. Não vos admireis que Maria e José tenham referido ao último, como o pai, a resposta de Jesus, nem de que Maria, dirigindo-se a este, se exprimisse desta forma: - "Meu filho, aqui estamos eu e teu pai, que aflitos te procurávamos". Não só a Virgem se acreditava mãe de Jesus, por encarnação humana, e ao mesmo tempo divina e milagrosa, como também Jesus lhe chamava mãe. E, devendo José passar, perante os homens, por ser o pai de Jesus, este até então lhe chamava pai.

Não viste que - quando José pretendeu repudiar Maria - o Anjo lhe disse que a tomasse por esposa, sem lhe denunciar a gravidez? Ele, portanto, estava ciente de que devia passar por ser o pai do menino. E, com efeito,  do momento em que - apesar do estado de gravidez, embora esta fosse aparente - a mulher foi aceita, José se reconheceu o pai do nascituro.  Ele ignorava quanto tempo esse "erro" devia durar. Repetimos: no trato com José, Jesus lhe dava o titulo de pai, o que dirigiu para ele o pensamento de Maria, ao ouvir a resposta do "filho": - "Não sabeis ser preciso que me ocupe com o que respeita ao serviço de meu pai?"

Esta resposta do Cristo foi a primeira referencia feita à missão que vinha desempenhar na Terra.
 

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

29/03/1970
A VIDA DE JESUS - IV

P - Concordamos com a diretriz fundamental do CEU da LBV: não se aceitam ensinamentos de homens, por mais iluminados que sejam ou se julguem. Do contrário, seria impossível unificar as Quatro Revelações de Jesus! Como o Espírito da Verdade explica as ausências, os jejuns, a aparição do menino Jesus no templo e o espanto de seus pais?

R - Para os hebreus, a abstinência e o jejum completo, durante um ou muitos dias, nada tinha de espantoso. Os mais zelosos praticavam essa abstinência e esse jejum completo, às vezes, por três dias. Ora, pesquise cada um de vós as suas reminiscências e achará, dentro ou fora da família, exemplo do que pode fazer a criatura humana ainda em vossos dias, nos quais a alimentação complicada e a frouxidão dos costumes amesquinharam as faculdades vitais.

Por que havia de ser isso impossível a homens vigorosos, sóbrios, rijos, desde tenra idade habituados à abstinência e ao Jejum? Lembrai-vos não só do costume antigo dos hebreus, mas também, dos árabes. Tendo em vista a origem espiritual de Jesus, a natureza fluídica do seu corpo, os fatos e circunstâncias relativos ao que a linguagem humana designa por "infância do filho de José e Maria" - vamos explicar o aparecimento do menino entre os doutores, no templo, durante os três dias que passou em Jerusalém.

Jesus foi apresentado, no templo, pelo irmão de José e pelo próprio José, como um dos descendentes de David, segundo a linha da sua parentela e a descendência da sua tribo. Decorridos os dias da festa da Páscoa, José e Maria regressaram, mas Jesus ficou em Jerusalém, sem que eles o percebessem, supondo-o na multidão com  alguns dos companheiros de viagem. Caminharam um dia procurando-o entre os parentes e conhecidos; não o encontrando, voltaram a Jerusalém.

Será lícito taxar de incrível ou de "inverossimilhança moral" o fato de haverem Maria e José (que chegaram à cidade quando regurgitava de estrangeiros) perdido de vista Jesus, que aos seus olhos era um menino de doze anos, e o de terem (quando já de regresso) caminhando um dia inteiro, sem perceberem que o menino não ia com  eles? Só mesmo a temeridade da ignorância se pode atribuir semelhante pecha de "inverossimilhança moral".

Jesus, já o dissemos, se afizera, desde muitos anos, uma existência isenta dos vossos hábitos e relações. Acostumados à sua vida contemplativa (e um tanto selvagem, relativamente aos homens), seus pais não exerciam sobre ele a vigilância que exerceis sobre os vossos filhos. Qual a causa da solicitude dos pais para com os filhos? A fraqueza, a inconsequência, a ignorância desses pequenos seres que lhes foram confiados. Mas, se admitirdes que reconheçam nos filhos - juízo, razão, faculdades incomuns, desenvolvimento moral e espiritual, que os ponha a salvo dos perigos da idade infantil, achareis natural que os pais se abstenham de uma vigilância inútil e, além disso, fatigante, para as crianças que são objeto dela.

José e Maria pensaram, como dissemos, que Jesus estivesse com outras pessoas (com alguns de seus parentes ou conhecidos) e, como fossem inúmeros os viajantes e caminhassem através de campos (porque, de certo, não vos vem a ideia que trilhassem uma estrada larga, traçada e aberta como as vossas), não tomaram o incômodo de levar suas pesquisas além dos limites que alcançavam com a vista. Só depois de terem perguntado a uns e a outros por Jesus, certificando-se de que ninguém o vira, é que resolveram procurá-lo. Ao fim do dia, eles ganharam a certeza de que pessoa alguma o tinha visto. Durante a caminhada, pelo dia todo, nenhuma parada havia feito para se alimentarem. Para a maioria dos viajantes, e nesse número estavam Maria e José, os frutos das sebes das árvores eram os alimentos principais, no curso da viagem.

Tendo voltado a Jerusalém, encontraram Jesus no templo, sentado entre os doutores, ouvindo-os e interrogando-os. Ao dar com ele, Maria não lhe perguntou: - "Meu filho, como viveste sozinho numa cidade onde és estrangeiro e desconhecido? - Quem te recebeu à sua mesa, para te alimentar? Onde te abrigaste, para refazer tuas forças pelo repouso e pelo sono?" Nada disso lhe perguntou. Manifestou apenas a inquietação que lhe causara, assim  como a José, a ausência do filho que,  sem o saberem (é claro), se deixara ficar em Jerusalém, quando - na companhia de ambos - devia regressar a Nazaré. Se Maria não perguntou a Jesus o que dele fora feito, naqueles três dias, não foi por saber que "seu filho" não era formado de matéria igual a dela, mas porque sabia que sua existência se distanciava muito dos hábitos e necessidades da infância. A experiência própria lhe demonstrara isso: ela o tinha visto praticar a abstinência ou jejum completo por um ou muitos dias, quando permanecia no seio da família, ausentar-se às vezes, também, por um ou muitos dias, sem que nessa alternativa (de estada em casa ou de ausência) houvesse qualquer coisa de regular e periódico.   

  A DOUTRINA DO CEU   P – Qual a Doutrina do Centro Espiritual Universalista da LBV?   R – Ela unifica, neste fim de ciclo, todos os...