14/03/1970
BOA VONTADE - III
P - Disse o Espírito da Verdade, referindo-se aos magos: "Tinham mais curiosidade de verificar um fato duvidoso do que plena confiança nas palavras do Anjo". Daí devemos concluir que receberam uma revelação espiritual?
R - Sim, explicaremos este ponto quando tratarmos da visita dos magos a Belém.
P - Quais o sentido e o alcance destas palavras do versículo 14: "Glória a Deus nas alturas, Paz na Terra aos homens da Boa Vontade de Deus"?
R - Nas alturas (no mais alto dos céus) exprime a elevação indefinível do Altíssimo. Homem da Boa Vontade de Deus são os que se consagram ao serviço do Senhor, não vivendo em retiro ocioso e fazendo macerações, mas consagrando a inteligência, a força e o tempo ao bem de seus irmãos, glorificando o Criador pelo trabalho, que é a prece do coração, pela caridade e pelo amor.
P - Por estas palavras do versículo 15: "Logo que os Anjos se retiraram para o céu" se deve entender: "Logo que os bons Espíritos se afastaram no espaço e deixaram de ser visíveis aos pastores"?
R - Sim, mas há uma explicação mais preciosa ou mais exata: logo que cessou o estado de êxtase em que se achavam os pastores; logo que, voltando à opressão da carne, eles deixaram de ver.
P - Que devemos entender pela expressão "o céu", com relação a Deus e para Deus?
R - Não procureis nessa expressão, de que tanto abusam as religiões, um lugar determinado, onde o Senhor se localize. Muito mesquinho é o espírito humano para pretender encerrar o Infinito no céu, como um potentado em seu palácio!
Como explicar-vos a vós que não podeis fazer ideia da imensidade sem limites, o que sejam Deus, sua grandeza, seus atributos, o infinito das suas perfeições? Não podendo definir um ideal dessa magnitude, alguns homens cujas ideias ultrapassavam as do vulgo, quiseram fazer Deus tão grande que lhe "aniquilaram" a personalidade! Outros, confinados na estreiteza de suas cerebrações, o fizeram tão pequeno que as igrejas, que lhe edificaram são vastas demais para o conterem!
Adotai o termo médio entre estas duas hipóteses: DEUS É, NA IMENSIDADE, O INFINITO. Porque o ESPÍRITO é de tal modo puro que bem poucos Espíritos podem vê-lo, frente e frente; de tal modo poderoso que irradia por todos os mundos SEM JAMAIS SE DIVIDIR, conservando sua individualidade eternamente indivisível.
Para inteligências limitadas como as vossas, só podemos comparar materialmente Deus com o Sol que vos ilumina, centro único para o vosso planeta - (claro é um termo de comparação) - de luz, de calor, de vida e fecundidade, quer se mostre aos vossos olhos em todo o seu brilho, quer o encubram os sombrios vapores que se elevam da superfície da terra. Deus, o ponto individual - central no infinito, em torno do qual gravitam todos os mundos do Universo, espalha sobre todos eles o seu calor, a sua vida, a sua luz, a sua fecundidade inconcebível, mas bem poucos podem gozar da fecundidade de lhe ver os raios luminosos! Os vapores que se evolam de vossas almas culposas formam ainda uma atmosfera espessa, através da qual alguns desses raios passam, de quando em quando, geralmente depois de uma tempestade, para vos lembrar que, logo que as nuvens borrascosas se tenham dissipado, Ele brilhará por sobre vós, em toda a sua pureza, em todo o seu esplendor.
Pobre linguagem humana, que poder é o teu para exprimir pelas palavras DEUS, o Ideal, o Imenso, o Infinito, o Eterno? O céu é imensidade sem limites em que se movem todos os seres, na ânsia de se aproximarem do centro de atração universal - DEUS - a cujos pés se vem grupar tudo aquilo que é perfeito.
Mais adiante, no momento oportuno, vos daremos as explicações que deveis receber, com relação a Deus quando tratarmos do Evangelho de João.
P - Em face do versículo 17, quais o sentido e o alcance dos versículos 18 e 19?
R - A aparição do Anjo aos pastores, a daquela multidão da milícia celeste, a narração que os mesmos pastores fizeram do que viram e ouviram, tinham por objeto e por finalidade esclarecer cada vez mais os homens, chamar ainda mais a atenção e as meditações de Maria para a natureza e importância da sua missão, e dar a todos a confirmação de que aquele menino que Deus lhe confiara e do qual ela se acreditava mãe, por uma operação divina, era o Cristo, o Messias prometido, anunciado - desde Moisés - pelos profetas da Lei Antiga.
sábado, 6 de dezembro de 2014
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