05/04/1970
A MENSAGEM E O TESTEMUNHO DO BATISTA
P - A grande virtude da LBV é restaurar o Cristianismo em sua pureza primitiva, e isso, realmente, só podia ser feito pelo Novo Mandamento revelado. Como é que o CEU (Centro Espiritual Universalista) da LBV interpreta a mensagem de João?
R - O Espírito da Verdade responderá, harmonizando as seguintes passagens do Evangelho de Jesus: Mateus, capítulo III, versículos 7-12; Marcos, capítulo I, versículos 6-8; Lucas, capítulo III, versículos 7-18. Atenção para esses textos bíblicos:
Mateus: 7 - Mas, vendo João muitos dos fariseus e saduceus que
vinham ao seu batismo, disse-lhes: Raça de víboras, quem vos
ensinou a fugir da ira que há de vir? 8 - Tratai de produzir frutos
dignos de arrependimento, 9 - e não procureis dizer dentro de
vós: "Temos Abraão por pai", porque eu vos declaro que destas
pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão. 10 - O machado já
está posto à raiz das árvores: toda árvore que não dá bom fruto
será cortada e lançada ao fogo. 11 - Eu, na verdade, vos batizo
com água, para vos levar à penitência; mas o que vem, depois de
mim, é mais poderoso que eu, e eu não sou digno de levar-lhe as
sandálias; ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo. 12 -
Traz na mão a sua pá, e limpará bem a sua eira; recolherá o seu
trigo no celeiro, mas queimará a palha em fogo inextinguível.
Marcos: 6 - João vestia pele de camelo, usava uma tira de couro
em volta da cintura e se alimentava de gafanhotos e de mel silves-
tre. Pregava dizendo: 7 - Aquele que é mais poderoso que eu virá
depois de mim, e não sou digno de me abaixar diante de seus pés,
para lhe desatar as correias das sandálias. 8 - Eu vos batizo com
água; Ele, porém, vos batizará com o Espírito Santo.
Lucas: 7 - João dizia ao povo, que acorria em bandos para ser ba-
tizado: "Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira vin-
doura?" 8 - Dai, pois, frutos dignos do vosso arrependimento, e
não comeceis a dizer dentro de vós: "Temos Abraão como pai",
porque eu vos declaro que Deus é poderoso para, destas pedras,
fazer que nasçam filhos a Abraão. 9 - Já o machado está posto à
raiz das árvores: toda árvore que não der bom fruto será cortada
e lançada ao fogo. 10 - O povo lhe perguntava: "Que havemos,
então, de fazer?" 11 - João respondia: "Aquele que tem duas tú-
nicas dê uma ao que não tem; aquele que tem comida faça o
mesmo." 12 - Foram, também, publicanos para o batismo, e lhe
perguntaram: "Que havemos de fazer?" 13 - Ele respondeu: "Não
cobreis mais do que está prescrito na lei". 14 - Perguntaram-lhe,
ainda, alguns soldados: "E nós o que havemos de fazer?" Res-
pondeu-lhes: "Não pratiqueis violência contra ninguém nem fa-
çais denúncia falsa, e contentai-vos com o vosso soldo". 15 -
Estando o povo na expectativa, pensando consigo mesmo que
talvez João fosse o Cristo, 16 - disse ele a todos: "Eu, na verdade,
vos batizo com água, mas logo virá quem é mais poderoso que eu,
e não sou digno de lhe desatar as correias das sandálias; Ele vos
batizará com o Espírito Santo e com fogo. 17 - Traz na mão a sua
pá, e limpará bem a sua eira, para recolher o trigo no seu celei-
ro; mas queimará a palha em fogo inextinguível." 18 - Assim
João anunciava ao povo o Evangelho de Jesus.
João era o Precursor da Verdade, e ele mesmo o declarou. Suas aspirações não iam nem deviam ir além da missão que lhe cumpria desempenhar. Mediunicamente ligado aos Espíritos Superiores, a cujo número pertencia, os quais o assistiam e inspiravam, era dirigido em todas as circunstâncias pela intuição, e possuía a humildade que devia guiar a todos vós na Terra.
Tinha consciência do que aguarda o Espírito na sua volta à Pátria Espiritual; mas, acima de tudo, tinha absoluta consciência da sua missão de Precursor. Esta consistia, em preparar os homens para o arrependimento, servindo-se de um símbolo que lhes daria a compreender a purificação e de que necessitavam: LAVAVA SEUS CORPOS, A FIM DE OS DISPOR A LAVAREM SEUS CORAÇÕES. Purificava-lhes o invólucro material, para os compelir à purificação de seus Espíritos, exortando-os - em resposta às perguntas que lhe faziam - à prática da Justiça, da Caridade, do Amor. Sua missão, portanto, era preparatória: Jesus viria completá-la.
João era a voz do que clama no deserto, até que as populações se reunissem para ouvir a pregação da Verdade. Estas palavras "Não comeceis a dizer, dentro de vós mesmos, TEMOS ABRAÃO POR PAI, porque destas pedras Deus pode fazer que nasçam filhos a Abraão; o machado já está posto à raiz das árvores; toda árvore que não dá bom fruto ele a corta e lança ao fogo", se referem a todos os tempos - ao tempo em que o Batista falava, aos tempos que seguiram, até ao fim dos tempos, isto é, até a volta do Cristo de Deus.
Os sacerdotes judeus não reconheciam como filho do Senhor senão aqueles que viviam curvados ao seu jugo, da mesma forma que a Igreja de Roma não admite salvação para os que não lhe obedecem cegamente. Que representa Abraão para os hebreus? O chefe da família (ou povo) que vai herdar o Reino de Deus. Por aquelas palavras inspiradas ao Precursor, Deus quer que fique bem claro serem seus filhos TODOS OS QUE VÃO A ELE, DE CORAÇÃO LIMPO. É como se dissesse: "Não entram no meu Reino os filhos de Abraão que desprezaram minhas leis e desfiguraram meus preceitos, como também os que, no futuro, a desprezaram e os desfiguraram. Todo aquele, porém, que houve minha voz e arranca a árvore má, produtora de maus frutos, e só deixa no coração a boa semente, que há de fertilizar a terra, este está no caminho que a mim conduz, esse é meu filho para sempre. Filhos de Abraão não são os que me dizem "Senhor! Senhor!", mas tão somente aqueles que cumprem a minha Lei, quaisquer que eles sejam. Todos os limpos de coração é que olho como filhos, e só eles terão entrada no meu Reino!"
E aí está o símbolo da árvore: a que não der bom fruto será cortada e lançada ao fogo. Já compreendeis o sentido oculto destas palavras que, apropriada às inteligências daquela época, eram destinadas a despertá-las da ignorância. A árvore que não dá bons frutos é o Espírito encarnado que sucumbe nas suas provas. Depois da "morte", quando o Anjo da Libertação lhe houver ceifado a existência, será lançado ao fogo, isto é, será - primeiro - ao entrar em expiação no mundo espiritual, submetido a sofrimentos ou torturas morais, proporcionados e apropriados aos crimes que haja cometido; depois - à reencarnação que, abrindo-lhe o caminho da reparação, e ao mesmo tempo, meio de purificação e de progresso.
quarta-feira, 24 de dezembro de 2014
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