sexta-feira, 22 de maio de 2015


04/10/1970
JESUS E OS DISCÍPULOS DE JOÃO

P - Dizem os Evangelhos segundo Mateus e Lucas que João enviou dois de seus discípulos a Jesus, para saber se era ele, realmente, o Cristo anunciado desde Moisés. Como o Espírito da Verdade interpreta essas passagens da Bíblia?

R - Harmonizemos: Mateus, XI: 2-6 com Lucas, VII: 18-23.

         Mateus: 2 - Tendo, na prisão, sabido das obras de
         Jesus, João mandou que dois de seus  discípulos
         fossem ter com ele,    3 - dizendo-lhe:   "És aquele
         que devia vir ou esperamos outro?" 4 - Jesus lhes
         respondeu:     "Ide contar a João o que ouvis e ve-
         des.    5 - Os cegos vêem, os coxos caminham, os
         leprosos são curados, os surdos  ouvem, os mor-
         tos ressuscitam;    o Evangelho é pregado aos po-
         bres.   6 - Bem aventurado o que não se escandali
         za de mim."

         Lucas:    18 - Os discípulos de João lhes referiram
         todas as coisas que Jesus fazia.   19 - E João cha-
         mou dois deles e os mandou a Jesus, para lhe per-
         guntarem: "És aquele que tinha de vir ou é outro o
         que devemos esperar?"      20 - Esses homens, em
         contrando Jesus, lhe disseram:  "João Batista nos
         mandou aqui para te  perguntarmos  se  és  aquele
         que tinha de vir ou é  outro  o que  devemos  espe-
         rar?" 21 - Nesse mesmo instante, Jesus curou mui-
         tas pessoas de enfermidades,  de  chagas  e  maus
         Espíritos, e restituiu a vista a muitos cegos.     22 –
         Em seguida, respondendo aos discípulos de  João,
         disse:   "Ide  contar a João o que vistes e ouvistes:
         os cegos estão vendo, os coxos estão andando, os
         leprosos estão limpos,  os  surdos  estão  ouvindo,
         os mortos ressuscitam e o Evangelho é  anunciado
         aos pobres.    23 - Bem aventurado será aquele que
         não se houver escandalizado de mim."

As rivalidades, decorrentes das paixões doutrinárias, explicam o fato. Mesmo entre os melhores discípulos do Evangelho, traídos pela paixão de Deus, surgem ciumadas e dissensões perigosas. A fama levara aos discípulos do Batista o rumor dos atos de Jesus. Eles não tinham a certeza de que o Mestre fosse QUEM DEVIA SER. Não se trataria de algum hábil impostor? Foi, portanto, para comprovar a sua identidade que João lhe enviou dois emissários. O precursor queria que eles se certificassem com os seus próprios olhos de que JESUS ERA, REALMENTE, AQUELE CUJA VINDA ELE MESMO ANUNCIARA. 

Quanto aos chamados "milagres", que Jesus praticou diante dos discípulos de João Batista nada precisamos dizer por ser inútil repetir explicações já divulgadas. O Mestre disse: "O EVANGELHO É PREGADO AOS POBRES". As palavras "aos pobres" eram ditas mais para aquela época do que para o futuro. Os pobres se viam desprezados, efetivamente abandonados; ninguém se importava com eles. Falando como falou, Jesus tinha em mira ELEVAR AQUELA CLASSE MISERÁVEL, FAZÊ-LA PARTÍCIPE DO PROGRESSO INTELECTUAL HUMANO.  

Tomadas numa acepção geral, aplicadas a todas as épocas, as palavras "aos pobres" se devem entender como abrangendo TODOS OS QUE, SENTINDO A NECESSIDADE DE SE ENRIQUECEREM COM A PALAVRA DE DEUS, DESEJEM OUVIR DE CORAÇÃO AS VERDADES ETERNAS DO EVANGELHO, COMPLETADAS AGORA PELAS VERDADES FINAIS DO APOCALIPSE. 

Por isso advertiu o Cristo: "Bem aventurado aquele que não se houver escandalizado de mim". Quer dizer: REPELE O MESTRE QUEM REJEITA SEU ENSINAMENTO. Feliz, pois, é aquele que escolhe os seus preceitos e os põe em prática, porque progride e não tem que temer sua repulsa naquele terrível Dia do Senhor.



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