04/10/1970
JESUS E
OS DISCÍPULOS DE JOÃO
P - Dizem
os Evangelhos segundo Mateus e Lucas que João enviou dois de seus discípulos a
Jesus, para saber se era ele, realmente, o Cristo anunciado desde Moisés. Como
o Espírito da Verdade interpreta essas passagens da Bíblia?
R -
Harmonizemos: Mateus, XI: 2-6 com Lucas, VII: 18-23.
         Mateus: 2 - Tendo, na prisão, sabido
das obras de 
         Jesus, João mandou que dois de seus  discípulos 
         fossem ter com ele,    3 - dizendo-lhe:   "És aquele 
         que devia vir ou esperamos
outro?" 4 - Jesus lhes 
         respondeu:     "Ide contar a João o que ouvis e ve-
         des.  
 5 - Os cegos vêem, os coxos
caminham, os 
         leprosos são curados, os surdos  ouvem, os mor-
         tos ressuscitam;    o
Evangelho é pregado aos po-
         bres. 
 6 - Bem aventurado o que não se
escandali
         za de mim."
         Lucas:    18 - Os discípulos de João lhes referiram 
         todas as coisas que Jesus fazia.   19 - E João cha-
         mou dois deles e os mandou a Jesus,
para lhe per-
         guntarem: "És aquele que tinha de
vir ou é outro o 
         que devemos esperar?"      20 - Esses homens, em
         contrando Jesus, lhe disseram:  "João Batista nos 
         mandou aqui para te  perguntarmos  se  és  aquele 
         que tinha de vir ou é  outro  o
que  devemos  espe-
         rar?" 21 - Nesse mesmo instante,
Jesus curou mui-
         tas pessoas de enfermidades,  de  chagas
 e  maus 
         Espíritos, e restituiu a vista a
muitos cegos.     22 –
         Em
seguida, respondendo aos discípulos de  João, 
         disse:   "Ide  contar a João o que vistes e ouvistes: 
         os cegos estão vendo, os coxos estão
andando, os 
         leprosos estão limpos,  os  surdos
 estão  ouvindo,
         os mortos ressuscitam e o Evangelho é  anunciado 
         aos pobres.    23 -
Bem aventurado será aquele que 
         não se houver escandalizado de
mim."
As
rivalidades, decorrentes das paixões doutrinárias, explicam o fato. Mesmo entre
os melhores discípulos do Evangelho, traídos pela paixão de Deus, surgem
ciumadas e dissensões perigosas. A fama levara aos discípulos do Batista o
rumor dos atos de Jesus. Eles não tinham a certeza de que o Mestre fosse QUEM
DEVIA SER. Não se trataria de algum hábil impostor? Foi, portanto, para
comprovar a sua identidade que João lhe enviou dois emissários. O precursor queria
que eles se certificassem com os seus próprios olhos de que JESUS ERA,
REALMENTE, AQUELE CUJA VINDA ELE MESMO ANUNCIARA. 
Quanto
aos chamados "milagres", que Jesus praticou diante dos discípulos de
João Batista nada precisamos dizer por ser inútil repetir explicações já
divulgadas. O Mestre disse: "O EVANGELHO É PREGADO AOS POBRES". As
palavras "aos pobres" eram ditas mais para aquela época do que para o
futuro. Os pobres se viam desprezados, efetivamente abandonados; ninguém se
importava com eles. Falando como falou, Jesus tinha em mira ELEVAR AQUELA
CLASSE MISERÁVEL, FAZÊ-LA PARTÍCIPE DO PROGRESSO INTELECTUAL HUMANO.  
Tomadas
numa acepção geral, aplicadas a todas as épocas, as palavras "aos
pobres" se devem entender como abrangendo TODOS OS QUE, SENTINDO A
NECESSIDADE DE SE ENRIQUECEREM COM A PALAVRA DE DEUS, DESEJEM OUVIR DE CORAÇÃO
AS VERDADES ETERNAS DO EVANGELHO, COMPLETADAS AGORA PELAS VERDADES FINAIS DO
APOCALIPSE. 
Por isso
advertiu o Cristo: "Bem aventurado aquele que não se houver escandalizado
de mim". Quer dizer: REPELE O MESTRE QUEM REJEITA SEU ENSINAMENTO. Feliz,
pois, é aquele que escolhe os seus preceitos e os põe em prática, porque
progride e não tem que temer sua repulsa naquele terrível Dia do Senhor.
 
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