20/09/1970
INVOLUÇÃO
E EVOLUÇÃO
P - Disse
Jesus: "Não temais os que matam o corpo, mas que não podem matar a alma. Temei, sim, Aquele que
pode precipitar a alma e o corpo na geena; a esse, sim, eu vos digo,
temei". Como o Espírito da Verdade interpreta essa passagem?
R - Tais
palavras têm por fim, segundo o espírito, LIBERTAR O HOMEM DO AMOR A SI MESMO E
CHAMAR-LHE A ATENÇÃO PARA O QUE NELE NÃO PODE PERECER, isto é, para a Alma
filha de Deus, a inteligência que Deus provém é que, partindo do infinitamente
pequeno para chegar ao infinitamente grande, tem de voltar a Ele, na
individualidade e na imortalidade.
Os que
tomaram a letra pelo espírito consideraram a geena UM LUGAR MATERIAL E
CIRCUNSCRITO UM INFERNO A MANEIRA DO TÁRTARO DO PAGANISMO; A MANEIRA DA CLOACA,
DA CAVERNA QUE O REI JOSIAS MANDOU CONSTRUIR PERTO DE JERUSALÉM; ALI OS JUDEUS
LANÇAVAM AS IMUNDÍCIES DA CIDADE E OS CADÁVERES PRIVADOS DE SEPULTURA; ALI SE
ALIMENTAVA UM FOGO CONTÍNUO, PARA CONSUMIR AS MATÉRIAS MAIS VIS, MAIS
DESPREZÍVEIS.
A palavra
"geena" (despojado da letra o espírito) é uma expressão alegórica de
significação complexa. Geena é a imensidade onde quando errante o espírito
culpado passa pelos sofrimentos ou torturas morais apropriados e proporcionais
às faltas e crimes por ele cometidos.
Geena
abrange também as terras primitivas de todos os outros mundos inferiores, de
provações e expiações, onde - pela encarnação ou reencarnação - se veem
lançados os Espíritos criminosos, a Alma e o corpo que ele reveste, corpo que,
para a Alma, é igualmente uma "geena", como o são, na erraticidade,
aqueles sofrimentos ou torturas morais.
Sim, NÃO
TEMAIS OS HOMENS, JAMAIS! Quando vos for preciso, para salvar a Alma,
sacrificar o corpo, não recueis diante dos que o podem matar E NADA MAIS.
Temei, porem, Aquele que pode, se falirdes nas vossas provas, lançar-vos - por
ato da sua justiça, sempre infalível, que se exerce para a vossa melhoria e o
vosso progresso - na geena dos sofrimentos, das torturas morais na erraticidade
após a morte, na geena da reencarnação na Terra e nos outros mundos de
provações e expiação.
Repetimos:
O HOMEM NÃO DEVE VER NO SEU CORPO MAIS QUE UM INVÓLUCRO, O APARELHO, O
INSTRUMENTO DAS PROVAÇÕES, DAS EXPIAÇÕES, DA PURIFICAÇÃO E DO PROGRESSO DO
ESPÍRITO. SE O ESPÍRITO, PORTANTO, CORRER O RISCO DE PERDER-SE, DEVE O HOMEM
SACRIFICAR, SEM PENA, O INVÓLUCRO PERECÍVEL.
O
Espírito, que provém do Senhor, lhe deve a existência e não pode dar valor real
senão àquilo que de Deus o aproxima. Guarda do envoltório material cumpre-lhe
isentá-los de todas as máculas; mas se tiver de escolher entre a pureza
espiritual e a do corpo, deverá sacrificar esta para conservar aquela.
Se numa
emergência perigosa, a vida do corpo se achar em paralelo com a do Espírito,
isto é, com a sua pureza, com o seu progresso, se o Espírito estiver na
iminência de incorrer numa culpabilidade que o levará à morte moral, deve a
criatura sacrificar o vaso ao precioso perfume que ele contém; deixar que se
quebre aquele, para que este possa - como incenso odorífero - subir ao trono de
Deus.
Por isso
é que Jesus perguntava: - DE QUE VALE AO HOMEM CONQUISTAR O MUNDO INTEIRO E
PERDER A SUA ALMA.
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