domingo, 10 de maio de 2015


20/09/1970
INVOLUÇÃO E EVOLUÇÃO

P - Disse Jesus: "Não temais os que matam o corpo, mas que não podem matar a alma. Temei, sim, Aquele que pode precipitar a alma e o corpo na geena; a esse, sim, eu vos digo, temei". Como o Espírito da Verdade interpreta essa passagem? 

R - Tais palavras têm por fim, segundo o espírito, LIBERTAR O HOMEM DO AMOR A SI MESMO E CHAMAR-LHE A ATENÇÃO PARA O QUE NELE NÃO PODE PERECER, isto é, para a Alma filha de Deus, a inteligência que Deus provém é que, partindo do infinitamente pequeno para chegar ao infinitamente grande, tem de voltar a Ele, na individualidade e na imortalidade.

Os que tomaram a letra pelo espírito consideraram a geena UM LUGAR MATERIAL E CIRCUNSCRITO UM INFERNO A MANEIRA DO TÁRTARO DO PAGANISMO; A MANEIRA DA CLOACA, DA CAVERNA QUE O REI JOSIAS MANDOU CONSTRUIR PERTO DE JERUSALÉM; ALI OS JUDEUS LANÇAVAM AS IMUNDÍCIES DA CIDADE E OS CADÁVERES PRIVADOS DE SEPULTURA; ALI SE ALIMENTAVA UM FOGO CONTÍNUO, PARA CONSUMIR AS MATÉRIAS MAIS VIS, MAIS DESPREZÍVEIS. 

A palavra "geena" (despojado da letra o espírito) é uma expressão alegórica de significação complexa. Geena é a imensidade onde quando errante o espírito culpado passa pelos sofrimentos ou torturas morais apropriados e proporcionais às faltas e crimes por ele cometidos.

Geena abrange também as terras primitivas de todos os outros mundos inferiores, de provações e expiações, onde - pela encarnação ou reencarnação - se veem lançados os Espíritos criminosos, a Alma e o corpo que ele reveste, corpo que, para a Alma, é igualmente uma "geena", como o são, na erraticidade, aqueles sofrimentos ou torturas morais. 

Sim, NÃO TEMAIS OS HOMENS, JAMAIS! Quando vos for preciso, para salvar a Alma, sacrificar o corpo, não recueis diante dos que o podem matar E NADA MAIS. Temei, porem, Aquele que pode, se falirdes nas vossas provas, lançar-vos - por ato da sua justiça, sempre infalível, que se exerce para a vossa melhoria e o vosso progresso - na geena dos sofrimentos, das torturas morais na erraticidade após a morte, na geena da reencarnação na Terra e nos outros mundos de provações e expiação.

Repetimos: O HOMEM NÃO DEVE VER NO SEU CORPO MAIS QUE UM INVÓLUCRO, O APARELHO, O INSTRUMENTO DAS PROVAÇÕES, DAS EXPIAÇÕES, DA PURIFICAÇÃO E DO PROGRESSO DO ESPÍRITO. SE O ESPÍRITO, PORTANTO, CORRER O RISCO DE PERDER-SE, DEVE O HOMEM SACRIFICAR, SEM PENA, O INVÓLUCRO PERECÍVEL.

O Espírito, que provém do Senhor, lhe deve a existência e não pode dar valor real senão àquilo que de Deus o aproxima. Guarda do envoltório material cumpre-lhe isentá-los de todas as máculas; mas se tiver de escolher entre a pureza espiritual e a do corpo, deverá sacrificar esta para conservar aquela.

Se numa emergência perigosa, a vida do corpo se achar em paralelo com a do Espírito, isto é, com a sua pureza, com o seu progresso, se o Espírito estiver na iminência de incorrer numa culpabilidade que o levará à morte moral, deve a criatura sacrificar o vaso ao precioso perfume que ele contém; deixar que se quebre aquele, para que este possa - como incenso odorífero - subir ao trono de Deus.

Por isso é que Jesus perguntava: - DE QUE VALE AO HOMEM CONQUISTAR O MUNDO INTEIRO E PERDER A SUA ALMA. 



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