segunda-feira, 11 de maio de 2015


22/09/1970
FATALISMO E LIVRE ARBÍTRIO

P - Afirmou Jesus: "Dois pássaros não custam mais do que um asse, e cinco não valem mais do que dois asses. Entretanto, nenhum deles cai na Terra sem que seja pela vontade do Pai, que não é indiferente nem à morte de um pardal". E mais: "Até os cabelos das vossas cabeças estão contados". Qual a explicação do Espírito da Verdade para essas palavras do Mestre?

R - Não é Deus a bondade infinita, cujo olhar criador envolve num só golpe de vista, todas as suas criaturas? Não é Ela a vontade onipotente que governa o Universo? E tudo o que acontece não acontece com a sua permissão? Todavia, NÃO ACREDITEIS QUE A SUA GRANDEZA INFINITA DESÇA A OCUPAR-SE COM AS PARTICULARIDADES DA VOSSA EXISTÊNCIA ÍNFIMA. 

Uma vez, porém, que seu poder regula todas as coisas; que os Espíritos prepostos à organização dos mundos - desde o ato da formação deles até às mais insignificantes particularidades - não agem senão de conformidade com a impulsão superior que receberam; e que, passando de um a outro, chega até vós, pode-se dizer que NEM MESMO UM PASSARINHO CAI NA TERRA SEM QUE SEJA PELA VONTADE DE DEUS.

Mas não concluais desta explicação que o vosso livre arbítrio esteja, assim, comprometido de qualquer forma. A ação dos Espíritos, exercendo-se sob a potente direção do soberano Senhor, em nada altera assa prerrogativa do Espírito, encarnado ou não; O LIVRE ARBÍTRIO É EMANAÇÃO DIVINA, ETERNA, QUE O SENHOR CONCEDE AS SUAS CRIATURAS, FOGO SAGRADO QUE LHES CUMPRE ALIMENTAR, PARA DELE PRESTAREM CONTAS NO DIA DO JUÍZO. 

Diante disso cabe-lhes entender a sentença do Cristo: "Até os cabelos das vossas cabeças estão contados". Tomadas ao pé da letra, estas palavras levariam a negação do livre arbítrio do homem, fortalecendo a crença no fatalismo. Elas são alegóricas, tais como as outras que o Mestre proferiu, a título de ensinamento. 

O homem goza da liberdade de praticar, ou não, um ato qualquer; mas esse ato TEM SEU PRINCÍPIO E SUAS CONSEQUÊNCIAS REGULADOS PELAS LEIS NATURAIS, IMUTÁVEIS E ETERNAS CUJA APLICAÇÃO E CUJA EXECUÇÃO ELE PROVOCA. NADA LHE SUCEDE QUE NÃO TENHA SIDO PREVISTO PELA ONISCIÊNCIA DO SENHOR, A QUAL, ENTRETANTO, DEIXA QUE OS ACONTECIMENTOS DA VIDA HUMANA SIGAM SEU CURSO E SUA MARCHA, CONFORME AO USO QUE O HOMEM FAZ DO SEU LIVRE ARBÍTRIO.

Se bem que, sujeito a experimentar as boas e más influências que se exercem continuamente sobre ele; lhe caiba lutar entre o bem e o mal. O homem dispõe sempre do livre arbítrio, de uma vontade própria pessoal; portanto, em virtude desse livre arbítrio, dispõe da faculdade de praticar tanto o bem quanto o mal, DEPOIS DA MORTE, PROCEDE-SE A APURAÇÃO DOS PENSAMENTOS, PALAVRAS E ATOS, BONS E MAUS, DE CADA CRIATURA HUMANA. 

Sim, a bondade infinita de Deus vela, incessantemente, por todos os seus filhos. É assim que, em lhe sucedendo qualquer coisa na existência terrena, a solicitude do Senhor, por intermédio dos Bons Espíritos, faz sentir as suas influências no homem. Nenhum ato e nenhum dos seus mais secretos pensamentos escapam à percepção do Senhor; chegada a hora da prestação de contas, pede ele esta.


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