22/09/1970
FATALISMO
E LIVRE ARBÍTRIO
P -
Afirmou Jesus: "Dois pássaros não custam mais do que um asse, e cinco não
valem mais do que dois asses. Entretanto, nenhum deles cai na Terra sem que
seja pela vontade do Pai, que não é indiferente nem à morte de um pardal".
E mais: "Até os cabelos das vossas cabeças estão contados". Qual a
explicação do Espírito da Verdade para essas palavras do Mestre?
R - Não é
Deus a bondade infinita, cujo olhar criador envolve num só golpe de vista,
todas as suas criaturas? Não é Ela a vontade onipotente que governa o
Universo? E tudo o que acontece não acontece com a sua permissão? Todavia, NÃO
ACREDITEIS QUE A SUA GRANDEZA INFINITA DESÇA A OCUPAR-SE COM AS
PARTICULARIDADES DA VOSSA EXISTÊNCIA ÍNFIMA.
Uma vez,
porém, que seu poder regula todas as coisas; que os Espíritos prepostos à
organização dos mundos - desde o ato da formação deles até às mais
insignificantes particularidades - não agem senão de conformidade com a
impulsão superior que receberam; e que, passando de um a outro, chega até vós,
pode-se dizer que NEM MESMO UM PASSARINHO CAI NA TERRA SEM QUE SEJA PELA
VONTADE DE DEUS.
Mas não
concluais desta explicação que o vosso livre arbítrio esteja, assim,
comprometido de qualquer forma. A ação dos Espíritos, exercendo-se sob a
potente direção do soberano Senhor, em nada altera assa prerrogativa do
Espírito, encarnado ou não; O LIVRE ARBÍTRIO É EMANAÇÃO DIVINA, ETERNA, QUE O
SENHOR CONCEDE AS SUAS CRIATURAS, FOGO SAGRADO QUE LHES CUMPRE ALIMENTAR, PARA
DELE PRESTAREM CONTAS NO DIA DO JUÍZO.
Diante
disso cabe-lhes entender a sentença do Cristo: "Até os cabelos das vossas
cabeças estão contados". Tomadas ao pé da letra, estas palavras levariam a
negação do livre arbítrio do homem, fortalecendo a crença no fatalismo. Elas
são alegóricas, tais como as outras que o Mestre proferiu, a título de
ensinamento.
O homem
goza da liberdade de praticar, ou não, um ato qualquer; mas esse ato TEM SEU
PRINCÍPIO E SUAS CONSEQUÊNCIAS REGULADOS PELAS LEIS NATURAIS, IMUTÁVEIS E
ETERNAS CUJA APLICAÇÃO E CUJA EXECUÇÃO ELE PROVOCA. NADA LHE SUCEDE QUE NÃO
TENHA SIDO PREVISTO PELA ONISCIÊNCIA DO SENHOR, A QUAL, ENTRETANTO, DEIXA QUE
OS ACONTECIMENTOS DA VIDA HUMANA SIGAM SEU CURSO E SUA MARCHA, CONFORME AO USO
QUE O HOMEM FAZ DO SEU LIVRE ARBÍTRIO.
Se bem
que, sujeito a experimentar as boas e más influências que se exercem
continuamente sobre ele; lhe caiba lutar entre o bem e o mal. O homem dispõe
sempre do livre arbítrio, de uma vontade própria pessoal; portanto, em virtude
desse livre arbítrio, dispõe da faculdade de praticar tanto o bem quanto o mal,
DEPOIS DA MORTE, PROCEDE-SE A APURAÇÃO DOS PENSAMENTOS, PALAVRAS E ATOS, BONS E
MAUS, DE CADA CRIATURA HUMANA.
Sim, a
bondade infinita de Deus vela, incessantemente, por todos os seus filhos. É
assim que, em lhe sucedendo qualquer coisa na existência terrena, a solicitude
do Senhor, por intermédio dos Bons Espíritos, faz sentir as suas influências no
homem. Nenhum ato e nenhum dos seus mais secretos pensamentos escapam à
percepção do Senhor; chegada a hora da prestação de contas, pede ele esta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário