quarta-feira, 8 de abril de 2015


11/08/1970
NA TERRA DOS GERASENOS - III

P - É da mais alta importância, PARA TODAS AS PESSOAS, SEJAM QUAIS FOREM SUAS RELIGIÕES, a explicação da tragédia do infeliz geraseno. Como podiam seus obsessores (quase dois mil) saber que Jesus era o Filho do Altíssimo, o Cristo do nosso Planeta? E como explica o Espírito da Verdade a alusão deles ao estabelecimento do Reino de Deus na Terra?

R - Obedecendo às ordens do Alto, os Espíritos do Senhor lhes fizeram ver o futuro e os esplendores de Jesus, em quem reconheceram - não um homem - mas UM ESPÍRITO MAIS PURO DO QUE OS MAIS PUROS QUE O CERCAVAM. E, com efeito, perguntando ao Cristo se viera para os atormentar antes do tempo, aludiam à época em que o conhecimento, que o homem teria de adquirir, das causas e efeitos da subjugação, o poria em condições de se escudar contra ela. 

Por instantes, a presciência lhes foi concedida, e eles entreviram, de relance, o estabelecimento do Reino de Deus na Terra e sua mão potente a espalhar a Luz por sobre os homens, como o Sol espalha seus raios sobre o vosso mundo, nos belos dias estivais. A consciência que assim tiveram do porvir aqueles obsessores do geraseno não durou mais que um momento: logo se apagou. Foi como um raio de luz que brilha em meio às trevas e, no mesmo instante, some, deixando de novo que as trevas se tornem espessas.

O pedido que dirigiram ao Mestre, para que não os expulsasse daquele país, era motivado pela preferência que certos Espíritos conservam por certos lugares onde viveram, quer na última encarnação, quer em outra anterior, que lhes deixou vago sentimento de apego a tais sítios. Usando da faculdade de médium falante do subjugado, e servindo-se do seu órgão vocal, os mesmos Espíritos pediam a Jesus que não os mandasse para o ABISMO: esta locução era alegórica e de natureza a impressionar a multidão.

Ora, ABISMO é a imensidade para os Espíritos impuros, com uma significação precisa - a imensidade onde o espírito criminoso erra, isolado, condenado às trevas e às angústias causticantes do remorso. Equivale ao abismo que a vossa imaginação representa como sendo uma fornalha ardente, a devorar carnes fictícias, sem jamais as consumir.

Os maus Espíritos, os chamados "demônios", suplicavam sinceramente que Jesus não os condenasse a esse estado de insulamento, que, por assim dizer, mata moralmente o Espírito culpado, MAS COM O FIM DE O MELHORAR, LEVANDO-O AO MAIS COMPLETO ARREPENDIMENTO. O Espírito condenado às trevas e às angústias do remorso não sai do Espaço, e é no próprio Espaço que se faz o insulamento, pela vontade do Senhor.

O culpado pode ser (e é, muitas vezes) condenado a uma prisão celular, de que o homem não consegue formar idéia. Pode ser condenado, por bem dizer, a HABITAR NO TEATRO DOS SEUS CRIMES, como igualmente pode ser constrangido a permanecer num total insulamento, sem a possibilidade de praticar um ato de sua vontade, nem movimento algum, sem contato com qualquer outro Espírito, e cercado de espessas trevas que, sobre a sua organização, isto é, sobre o seu Espírito e o seu perispírito, produzem o efeito de uma atmosfera pesada e empestada produziria num homem todo amarrado.

Em suma, a expiação é, como sabeis, sempre apropriada e proporcional aos crimes e faltas cometidos: obedece sempre às condições necessárias a incluir no culpado o remorso, a lhe despertar a consciência, a desenvolver nele, cada vez mais, as angústias que o preparam e levam ao arrependimento. 

Mas atendei: NENHUM ESPÍRITO É CONDENADO A SERVIR DE CARRASCO A SEU IRMÃO, POR MAIS CULPADO QUE ESTE SEJA. TODAS AS VISÕES DO CRIMINOSO SE PRODUZEM PELA AÇÃO DE UMA VONTADE PODEROSA, QUE O CONDENA A VER O QUE DEVIA TER DIANTE DOS OLHOS, ATÉ AO INSTANTE DO ARREPENDIMENTO.

É um efeito de combinação de fluidos, resultante do magnetismo espiritual, da qual ficareis inteirados quando houverdes avançado bastante, para dar começo ao trabalho que queremos que seja feito pelo médium sobre os fluidos e suas propriedades. Ainda que pouco desenvolvido e precisando muito desenvolver-se, o progresso já realizado pelo magnetismo humano vos permite fazer idéia do que é capaz de conseguir A VONTADE PODEROSA DO ESPÍRITO SUPERIOR, NO TOCANTE AOS EFEITOS FLUÍDICOS.

Como todos sabeis, o magnetizador pode - por ato de sua vontade e pela ação dos fluidos magnéticos - atuar sobre o seu paciente, achando-se este no estado sonambúlico, de maneira a lidar, do que não passa de uma mera ficção, A IMPRESSÃO DE UM FATO REAL, e fazê-lo acreditar e ver o que queira que ele veja e acredite, MESMO DEPOIS DO DESPERTAR. 

Assim, deveis compreender qual seja o poder do Espírito Superior relativamente às visões do criminoso e como aquele, com o auxílio do MAGNETISMO ESPIRITUAL, por ato da sua poderosa vontade, tirando das combinações fluídicas os desejados efeitos, consiga produzir tais visões, A FIM DE QUE O CULPADO VEJA O QUE ESTÁ CONDENADO A VER E TENHA, DO QUE NÃO PASSA DE FICÇÃO, A IMPRESSÃO DA REALIDADE.



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