04/06/1970
CURA DAS OBSESSÕES
P - É impressionante a realidade espiritual da vida, tal como está sendo apresentada pelo Espírito da Verdade! O que os ignorantes da Lei de Deus consideram "irreal" é, precisamente, o lado real e permanente da nossa existência! Que nos diz o Espírito da Verdade sobre a cura das obsessões?
R - Recorrei à prece e ao exemplo moral, vós que ainda não possuis a pureza perfeita de que promana o PODER IMEDIATO, que só os Espíritos Puros têm, do afastar ou expulsar os impuros, no mesmo instante em que manifesta a vontade de fazê-lo.
Evangelizando e apocaliptizando as criaturas, trabalhai por esclarecê-las e melhorá-las, dispondo-as a atrair os bons Espíritos, seus fluidos e seu socorro para o afastamento dos obsessores. Quando necessário, lançai mão, também, da evocação praticada com muito critério, recolhimento e fervor, cheios de caridade para com esses irmãos transviados, a fim de os trazerdes ao bom caminho pela prece, e que sai do coração e não somente dos lábios; pelas exortações, feitas e repetidas com benevolência; e, ao mesmo tempo, com a doçura, a bondade e a firmeza que, apoiadas na oração, acabam sempre por convencer os mais rebeldes e endurecidos.
Procurai, sempre, o apoio dos Espíritos Superiores e dos Bons Espíritos que vos cercam nesse trabalho de redenção. tende confiança, porque eles atendem o chamado de um coração puro e de uma consciência reta, quando lhes solicitam o concurso para a realização de uma obra de amor e caridade. HÁ, AINDA, E HAVERÁ ATÉ O FIM DO CICLO, MUITOS DEMÔNIOS ENTRE VÓS; O ESPIRITISMO, QUE É A CIÊNCIA DO CRISTIANISMO RESTAURADO, VEIO DISSIPAR TODAS AS OBSCURIDADES, ILUMINAR TODAS AS TREVAS, ENSINAR-VOS A DISCERNIR ENTRE "LOUCOS" E "OBSIDIADOS".
Sim, repetimos, ele vos possibilita distinguir os que só na aparência sofrem de loucura, os obsidiados, os subjugados, e os possessos (aos quais unicamente o tratamento moral ou espiritual se deve aplicar) dos que realmente estão loucos, passíveis, portanto, de cura material pelos processos humanos. Em caso de dúvida (se vos movem exclusivamente os sentimentos de humildade, o desinteresse, o amor e a caridade), tendes ao vosso alcance, na mediunidade psicográfica e, ainda mais na mediunidade sonambúlica ou vidente, QUE REVELA A PRESENÇA E A AÇÃO DO OBSESSOR, o meio de vos esclarecerdes, para estabelecer a distinção.
Aquele homem que estava na sinagoga "possuído de um espírito impuro", estava subjugado, corporal e espiritualmente, pelo maligno. Observai bem o que agora vos dizemos: constrangido por aquela subjugação, SUBMETIDO INTEIRAMENTE A VONTADE DO OBSESSOR, que o dominava pela ação fluídica, foi que, AGINDO O MESMO OBSESSOR SOBRE OS SEUS ÓRGÃOS VOCAIS, ele, transformado assim em médium falante, pronunciou estas palavras: "Deixai-nos, Jesus de Nazaré! Que tens tu conosco! Vieste para nos perder! Sei quem és: és o santo de Deus!" Foi, ainda, por efeito da ação fluídica do perispírito do obsidiado e da ação da vontade do primeiro sobre a vontade do segundo, que o homem se agitou em violentas convulsões e se atirou ao chão, soltando um grito estridente, quando Jesus intimou o demônio a cessar toda a subjugação, exprimindo-se nestes termos: "Cala-te e sai desse homem!" (Termos apropriados as inteligências, aos preconceitos e às crenças da época).
Formulando a interrogação "VIESTE PARA NOS PERDER?", o obsessor aludia ao conhecimento que Jesus, se o quisesse, podia dar aos homens, das causas e dos efeitos da subjugação, pondo-os em condições de se libertarem dela. Mas não era chegado o momento de se desvendarem os segredos de além-túmulo aos homens que, como na época de Moisés, eram (e ainda por muito tempo seriam) incapazes de receber o conhecimento, que a Terceira Revelação lhes viria dar, das relações do mundo visível com o mundo invisível. Por isso é que Jesus retrucou ao obsessor, dizendo: "Cala-te e sai desse homem!" Dizem os Evangelhos: "Quando viam Jesus, os demônios se prosternavam, exclamando: - És o Filho de Deus!" Os que assim procediam eram pessoas que, na multidão se comprimia à passagem do Cristo, estavam subjugadas, moral e corporalmente, pelos maus espíritos.
Essas pessoas, dominadas pelos obsessores que, a seu turno, eram subjugados por Jesus, é que se prosternavam e, tornando-se médiuns falantes, proferiam aquelas palavras de verdade, destinadas a atravessar os séculos e a levar luz às inteligências. Compelidos pelos Espíritos Superiores, que cercavam o Mestre, os demônios obrigavam os subjugados a se prosternarem diante de Jesus e dizerem: "ÉS O SANTO DE DEUS! ÉS O FILHO DE DEUS!", porquanto assim eles provavam aos homens a identidade do Cristo. Aos olhos desses espíritos maus, Jesus não era um homem e sim um Espírito, ESPÍRITO MAIS PURO QUE TODOS OS OUTROS.
Por isso mesmo é que o Mestre lhes proibia "que o descobrissem": ainda não soara, para os homens, a hora de saberem que ele não pertencia à humanidade terrena. Estas expressões - O SENHOR, O SANTO DE DEUS, O FILHO DE DEUS - são designações respeitosas, indicativas da superioridade de Jesus com relação a todos os Espíritos, quaisquer que sejam, com relação mesmo aos mais elevados, que trabalham sob a sua direção pelo progresso da Terra e da sua Humanidade.
A essas expressões a nova Revelação, veio dar a significação exata e precisa, desvendando a origem espiritual de Jesus. Cumpria-lhe abalar fortemente as massas, impressionando os sentidos grosseiros dos homens POR MEIO DE FATOS MATERIAIS QUE REVELASSEM O SEU PODER SOBRE A NATUREZA, SOBRE O "INFERNO" E SOBRE OS DEMÔNIOS. Daí virem estes prostrar-se a seus pés, proclamando-o "Filho de Deus". Ignorantes, incapazes de compreender a causa e os efeitos destes fatos, OS HOMENS TOMAVAM POR "MILAGRES".
Mas assim era preciso naqueles tempos de ignorância, para que a Missão Messiânica fosse aceita, para lhe assegurar o bom êxito e fazê-la frutificar no futuro.
Eis por que perguntamos: - Não nos vemos nós, ainda hoje, obrigados a medir o nosso ensino pelo grau de inteligência e desenvolvimento, moral e intelectual, daqueles a quem falamos?
terça-feira, 10 de fevereiro de 2015
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