sábado, 28 de fevereiro de 2015

26/06/1970
O JEJUM MORAL

P - O Evangelho em Espírito e Verdade, sempre à luz do Novo Mandamento, é totalmente oposto ao que aprendemos nas igrejas dos homens. Por isso, formulamos mais uma pergunta ao Espírito da Verdade: como devemos entender as palavras do Cristo segundo Mateus, VI: 16-18?

R - Vamos a essa passagem do Evangelho:

         Mateus: 16 - Quando jejuardes, não vos ponhais tristes como os 
         hipócritas, que desfiguram o semblante, para que  todos  vejam 
         que eles estão jejuando. Em  verdade  vos  digo:  já  receberam a 
         sua recompensa.  17 - Vós, quando jejuardes, lavai o rosto e per-
         fumai a cabeça,    18 - a fim de que o vosso jejum não seja visível 
         aos olhos dos homens,  mas  sim  aos do vosso Pai que vê em se-
         gredo; e vosso Pai, que tudo vê em segredo vos recompensará.

O jejum era, entre os judeus, um costume material e físico. As palavras de Jesus tinham por fim EVITAR QUE TAL JEJUM CONSTITUÍSSE, PARA OS QUE PRATICAVAM, MEIO E OCASIÃO DE HIPOCRISIA OU DE ORGULHO, pois o que é feito com o intuito de chamar a atenção e obter a aprovação dos homens, perde aos olhos de Deus, o mérito da pura e reta intenção. Portanto, não tomeis aqui o termo jejum no sentido material da letra, mas sim - segundo o espírito - no sentido simbólico. 

Portanto, quando praticardes UM ATO QUALQUER, TENDO EM VISTA AGRADAR A DEUS, PRESTANDO-LHE A HONRA QUE LHE É DEVIDA, quando vos sujeitardes a uma privação qualquer, capaz de mortificar os vossos instintos animais, não o façais de modo que os homens vejam e vos louvem. Do contrário, qual seria o vosso merecimento diante de Deus? Compreendei bem o sentido das nossas palavras, quando falamos de UMA PRIVAÇÃO QUALQUER, CAPAZ DE MORTIFICAR OS VOSSOS INSTINTOS ANIMAIS, à qual vos submeteis para agradar a Deus. Não dizemos que vos imponhais privações e macerações atentatórias da vida animal, mas que não destroem nada do que há de mau no Espírito.

NA MEDIDA DO QUE LHE É NECESSÁRIO, DEVE O HOMEM, COM FRUGALIDADE, TEMPERANÇA E SOBRIEDADE, USAR DA ALIMENTAÇÃO HUMANA (E DE TUDO O QUE FOR HIGIÊNICO) PARA CONSERVAR A SAÚDE E AS FORÇAS PRECISAS AO CUMPRIMENTO DA LEI DO TRABALHO EM TODOS OS SEUS DEVERES. Não vos inflijais, por conseguinte, privações que serão totalmente inúteis, pois não servirão nem a vos purificar o Espírito nem a aliviar os vossos irmãos em Humanidade. 

AOS OLHOS DE DEUS, SÃO ÚTEIS SOMENTE AS PRIVAÇÕES QUE TRAGAM BENEFÍCIO AOS VOSSOS SEMELHANTES!

Se vos privardes de alguma coisa, que seja em proveito dos outros, por sentimento e propósito de Caridade. Tirai do que vos seja necessário, mas para dá-lo aos que precisam. Modificai os vossos instintos animais PRIVANDO-VOS DE TODOS OS GOZOS SUPÉRFLUOS OU INÚTEIS, NÃO VOS ENTREGANDO A EXCESSOS DE ESPÉCIE ALGUMA.

Eis o que tendes de salvar, o que tendes de purificar: vossa Alma! Limpai-a, pois, de suas faltas, cobrindo-a por todos os meios que a razão vos indicar, à luz da GRANDE FÉ RACIOCINANTE. Ocupai-vos com ela: que as privações corporais que vos impuserdes, sejam APENAS UM MODO DE REEDUCAR VOSSAS TENDÊNCIAS PARA OS EXCESSOS ou de dar o necessário àquele que não tem. 

Fostes Espíritos decaídos, e estais na marcha da redenção. Cuidai, portanto, da vossa Alma, para que, da herança, ela reconquiste a parte de que se haja privado. Convirjam todos os vossos esforços para libertá-la, desde agora, dos laços que a prendem à animalidade dos brutos. NADA, PORÉM, DE EXCESSOS, QUER SE TRATE DO ESPÍRITO, QUER SE TRATE DO CORPO!

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