quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

29/05/1970
AS NAÇÕES NADA VALEM PARA DEUS

P - As lições do Centro Espiritual Universalista da LBV serão, brevemente, coisa fácil de entender, inclusive o Apocalipse de Jesus! Como o Espírito da Verdade interpreta a passagem do Evangelho segundo Lucas, capítulo IV, versículos 22 a 30?

R - A passagem é esta:

         22 - Todos lhe davam testemunho e, tomados de admiração ante 
          as palavras cheias de graça que lhe saíam da boca, diziam: "Não 
          é este o filho de José?"   23 - Jesus, então, lhes disse: "Sem dúvi-
          da, me aplicareis o provérbio:     "Cura-te a ti mesmo, ó médico! 
          Fase no teu país as grandes coisas que, segundo ouvires, fizeste 
          em Cafarnaum!"        24 - Mas, em verdade vos digo que nenhum 
          profeta é bem aceito em sua terra. 25 - Em verdade vos digo que 
          muitas viúvas havia em Israel, ao tempo de Elias,   quando o céu 
          se fechou durante três anos e seis meses   e uma grande fome as-
          solou a terra;    26 - entretanto, Elias não foi enviado a nenhuma 
          delas, mas a uma que era viúva em Serepta de Sidon. 27 - Havia, 
          também, muitos leprosos em  Israel, ao tempo do profeta Eliseu 
          e, no entanto, nenhum  deles foi curado, só o sendo Naaman, que 
          era da Síria."    28 - Todos os que se achavam na sinagoga, ouvin-
          do-o falar desse modo, se encheram de ira 29 - e, levantando-se, 
          o expulsaram da cidade e o levaram ao cimo do monte   (sobre o 
          qual estava edificada a cidade) para o lançarem de lá a baixo. 30
           - Jesus, porém, passando entre eles, saiu dali.

Não nos deve causar espanto a interrogação: "Não é este o filho de José?"
Sabeis que, para o povo da Galiléia, para os hebreus como para os outros homens, Jesus - durante a sua missão terrena - era fruto da concepção humana, tendo Maria por mãe e José por pai. Só depois de finda aquela missão e divulgada a revelação (que se conservara até então secreta) feita pelo Anjo a Maria e José, foi que Jesus passou a ser considerado filho da Virgem e de Deus, mediante concepção e nascimento miraculosos, divinos, por obra do Espírito Santo. Só então a crença na sua divindade germinou na mente dos discípulos que interpretavam ao pé da letra as palavras "meu Pai" ditas por Ele, referindo-se a Deus.

Em suma, achavam que somente a origem divina do Mestre explicava os fatos chamados "milagres". Aos que, na sua orgulhosa incredulidade, se negavam a aceitá-lo como o Ungido do Senhor, conforme declarou ao terminar a leitura do trecho de Isaías, cujas palavras confirmara dizendo EM VERDADE VOS DIGO QUE NENHUM PROFETA É BEM ACEITO EM SUA TERRA, Jesus deu um ensinamento destinado (da mesma forma que todos quantos saíram de seus lábios) a produzir frutos naquele momento e no futuro.

Suas palavras, nos versículos 26 e 27, visavam a fazer sentir aos judeus que AS NAÇÕES NADA VALEM PARA O SENHOR e que à seus olhos só tem valor a Virtude; objetivavam tornar-lhes patente o tamanho do orgulho que os impelia a se considerarem OS ÚNICOS A QUEM DEUS DISPENSAVA SUAS GRAÇAS, o povo preferido, merecedor de todos os privilégios. 

Que nenhum dos povos e nações da atualidade se deixe levar por esse orgulho, porque Deus olha para todos os seus filhos com igual amor. Os únicos privilegiados são os que têm maiores méritos, sejam quais forem seus cultos e nacionalidades. 

Chamamos vossa atenção para os últimos versículos (29-30). Admitir seja possível um homem qualquer desaparecer das mãos de inimigos encarniçados, decidido a sacrificá-lo? Podeis admitir que o caráter de Jesus se coadunasse com o emprego de algum miserável subterfúgio, para alcançar a piedade ou o perdão de algozes dispostos a precipitá-lo do cimo da montanha a baixo? O CERTO, PORÉM, É QUE JESUS DESAPARECEU DO MEIO DELES. 

Que conclusões tirais desse desaparecimento, fato que muitas vezes se repete no curso da sua missão, da sua aparente vida humana, antes e depois da época chamada ressurreição? 

Jesus, no instante mesmo em que ia ser atirado da montanha a baixo, saiu dali, foi-se embora, passando por entre os que o haviam conduzido, por entre os que o rodeavam, por entre a multidão! Fazendo cessar a tangibilidade do seu corpo perispirítico, ele se libertou das mãos que o seguravam fortemente, e desapareceu das vistas de todos. Ao mesmo tempo em que fazia cessar aquela tangibilidade, os que o cercavam, impedindo-lhe a passagem foram - por efeito de ação magnético-espiritual - TOMADOS DE VERTIGEM. Aqueles que o agarravam LARGARAM-NO SEM SABER POR QUE MOTIVO O FAZIAM e, notando o seu desaparecimento, acreditaram que se havia ocultado sob a proteção de cúmplices! Ora, sabeis que influência pode o mundo invisível exercer sobre a vossa organização.

De que natureza é a influência que, instantaneamente, vos força a ter só um pensamento, a só pensar num determinado ato, sem que tenhais consciência do tempo decorrido enquanto estivestes assim absortos?

O cérebro, em tal caso, fica num estado de atonia, por efeito do magnetismo espiritual e, também, da ação dos fluidos que o envolvem. Os Espíritos Superiores, que se agrupavam em torno de Jesus e daqueles que o rodeavam atuaram sobre eles, produzindo-lhes uma espécie de vertigem. Dizemos "vertigem" porque, naquele momento, influenciados pelos fluidos que os Espíritos espalhavam sobre eles, produzindo uma ação magnética, que cercavam Jesus tiveram detido o curso de seus pensamentos, e assim o viram desaparecer sem que, no primeiro instante, se apercebessem de que o prisioneiro lhe escapava! Só se inteiraram dos fatos depois que deixaram completamente de vê-lo. Sendo grande a multidão, a ação espiritual se exerceu apenas sobre os que, por estarem mais próximos, podiam observar a "saída" de Jesus. 

Daís muita importância estas explicações, e elas a têm, com efeito, porque EVIDENCIAM A NATUREZA DO CORPO DO CRISTO - humano na aparência, mas na realidade, perispiritual, estranho à vossa humanidade. Tudo tem sua razão de ser na aparente vida humana de Jesus, nos acontecimentos que se encadeiam durante o curso da sua missão terrena, quer como exemplo ou lição, para que os homens da época dessem crédito à sua humanidade corpórea ou dela se convencessem, quer ainda para, ao mesmo tempo, deixar em germe, no seio deles, COM VISTAS AO FUTURO,  os elementos das provas da natureza puramente perispirítico-tangível do seu corpo.

Efetivamente, só à luz do CRISTIANISMO DO CRISTO (tão diferente do cristianismo fabricado pelos homens) a natureza perispirtiual do seu corpo poderia explicar (como explica), tornar compreensíveis e admitidos os fatos inexplicáveis por outra forma e que SERIAM ABSURDOS, IMPOSSÍVEIS, ABSOLUTAMENTE INADMISSÍVEIS,  SE JESUS TIVESSE SOFRIDO A ENCARNAÇÃO HUMANA TAL QUAL A SOFREIS, SE TIVESSE TIDO UM CORPO IGUAL AOS VOSSOS. 

Não confundais a influência que acabamos de descrever e que os Espíritos Superiores exercem sobre os homens no alto da montanha de Nazaré, com a influência que, em certos casos, os Espíritos podem exercer sobre algumas pessoas, consistindo e lhes PRODUZIR UMA ESPÉCIE DE CEGUEIRA OU DE MIRAGEM, com o fim de lhes tirar a visão do que se passa e representar-lhes um outro fato. 

Isto entra em ordem mais ou menos complicada de fenômenos que oportunamente vos poderemos explicar.


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