sábado, 21 de fevereiro de 2015

17/06/1970
O DIA E O CULTO DO SÁBADO

P - O admirável, na orientação da LBV, é que o Centro Espiritual Universalista não admite ensinamentos de homens. Por isso, temos confiança absoluta na Doutrina do Novo Mandamento. Com referência à cura da mulher curvada, num sábado, que diz o Espírito da Verdade?

R - Vejamos a passagem do Evangelho de Jesus segundo Lucas, XIII: 14-17.

         14 - O chefe da sinagoga, instigado por haver Jesus feito uma cura 

         em dia de sábado, disse ao povo:   "Há  seis dias destinados ao tra-
         balho; vinde  num  desses  dias  para serdes curados, não no sába-
         do".    15 - Mas  Jesus  lhe disse:  "Hipócritas,  qual de vós deixa de 
         soltar o seu boi ou o seu jumento,  ou tirar  do  estábulo  para lhes
         dar de beber, em dia de sábado?   16 - Por que, então, não se devia 
         libertar, em dia de sábado,  esta  filha  de  Abraão,  a  dezoito  anos 
         presa nos laços de Satanás?"  17 - Ouvindo-lhe estas palavras, seus 
         adversários ficaram envergonhados.  E todo o povo se alegrava de 
         ver Jesus praticar tantas coisas, gloriosamente.

O sábado foi instituído por Deus, por intermédio de Moisés, como medida contra os abusos do poder. Para aqueles povos de coração endurecido, era necessário o Quarto Mandamento, QUE OS PROTEGIA DE SI MESMOS. Do contrário, os escravos teriam sucumbido ao jugo que se tornava insuportável. Nem mesmo os animais poderiam sobreviver! 

A Lei do Sábado, portanto, refreando os arbítrios do poder, evitou que os mais fortes, pela violência das ações, sacrificassem os mais fracos - homens e animais. O sábado era, por isso mesmo, de REPOUSO FORÇADO, OBRIGATORIAMENTE IMPOSTO À CUPIDEZ E A AVAREZA, QUE DESSE MODO DESCANSAVAM, DANDO TEMPO ÀS SUAS VÍTIMAS DE RECOBRAREM ALENTO. Ao homem material - leis materiais; ao homem inteligente - leis inteligentes.

A Lei do Sábado estava certa, e por isso o Cristo a respeitou. Mas advertiu: "O sábado foi feito para o homem, não o homem para o sábado", como vemos no Evangelho segundo São Marcos, II: 27. Sim, o sábado foi instituído para dar repouso ao homem, para por freio aos seus excessos contra si mesmo e, principalmente, contra os outros. Era, pois, uma lei de proteção, em seu próprio benefício. Em suma: O SÁBADO ESTAVA SUBMETIDO ÀS NECESSIDADES DO HOMEM, NÃO ESTE A UMA OBSERVÂNCIA INSENSATA DO SÁBADO.

Como já vos dissemos, no estudo da Primeira Revelação, Jesus não revogou o sábado: veio fazê-lo cumprir dentro da Lei Divina. Portanto, repousai os vossos corpos dos trabalhos que os fatigam; mas que os vossos corações nunca repousem, deixando de praticar o Bem que lhes cumpre fazer. Não vos admireis de que Jesus, operando naquela mulher uma cura material (a cura de sua doença como declarou) tenha dito respondendo ao chefe da sinagoga: "Por que, então, não se devia libertar, em dia de sábado, esta filha de Abraão, há dezoito anos presa nos laços de Satanás?" O Mestre apropriava sempre sua linguagem às inteligências, às tradições, às crenças e preconceitos dos homens a quem falava, a fim de ser compreendido, mas RESERVANDO PARA O FUTURO A COMPREENSÃO, PELO ESPÍRITO, DO VERDADEIRO SENTIDO DA LETRA DE SUAS PALAVRAS.

Se Jesus tivesse dito que apenas havia curado uma doença, ninguém lhe daria crédito. daí vem que, dirigindo-se ao chefe da sinagoga e aos que o cercavam, empregou as expressões habituais "filha de Abraão" e "Satanás", entendei bem, para não ferir as crenças dos judeus e para que o fato fosse aceito, disse: "Por que, então, não se devia libertar, em dia de sábado, esta filha de Abraão, há dezoito anos presa nos laços de Satanás?" Satanás, aqui, significa "espírito de doença". Entretanto, voltando-se para a mulher curvada, deixou bem claro: "Estais livre da tua doença".

Para encerrar: Jesus respeitou o SÁBADO DE DEUS, o Quarto Mandamento do Decálogo dado a Moisés. Não o revogou. Nenhuma igreja, portanto, o poderia fazer em seu nome.

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