segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

26/05/1970
JESUS E OS HOMENS - VI

P - Disse o Espírito da Verdade: "Como admitir que Jesus, na qualidade de homem (o que significa dizer sujeito às necessidades da existência humana), tinha podido viver quarenta dias e quarenta noites num deserto, sem tomar alimento algum?" Ora, os materialistas não poderão opor o exemplo de Moisés que, revestido de um corpo material humano, permaneceu no alto da montanha, quarenta dias e quarenta noites, sem comer e sem beber, e daí concluir que Jesus (também revestido de um corpo material humano, aos olhos deles) poderia ter feito o mesmo?

R - Mantemos nossas palavras, que acabais de citar. Moisés (diz o "Êxodo", capítulo XXXIV, versículo 28) passou quarenta dias e quarenta noites na montanha, e "não comeu pão nem bebeu água", durante todo esse tempo. Efetivamente, Moisés não tomou alimento algum preparado, MAS SE ALIMENTOU DE VEGETAIS SILVESTRES E ALGUNS INSETOS de que os hebreus se nutriam, quando era preciso. Não esqueçais, tão pouco, a sobriedade natural dos orientais, que de parcos alimentos necessitam, como todos os habitantes dos climas quentes. 

Moisés não foi destinado no desempenho da sua missão, antes de entrar na Terra Prometida? Qualquer dos missionários espirituais (Moisés, Elias, João e tantos outros) não teve missão semelhante a do Cristo, o Ungido do Senhor? Com relação a Jesus, terão dito o mesmo que a respeito de Moisés? Não.

O que está nos Evangelhos (Mateus, capítulo IV, versículo 2; Lucas, capítulo IV, versículo 2) é que JESUS NADA COMEU; que jejuou durante quarenta dias e quarenta noites; que, portanto, passou todo esse tempo sem tomar alimento de espécie alguma, PREPARADO OU NÃO PREPARADO; que o passou em absoluta abstinência, tal como era o jejum entre os judeus. Confrontado os textos, não há paridade entre um e outro caso, pelo que repetimos o que antes dissemos: "Como admitir que JESUS, sendo homem, sujeito a enfermidades e necessidades da existência humana, que tenha podido viver quarenta dias e quarenta noites num deserto, sem tomar nenhum alimento, JEJUANDO SEM ALIMENTAÇÃO ALGUMA, NÃO SEMELHANTE A MOISÉS QUE SE ALIMENTAVA DE INSETOS E VEGETAIS SILVESTRES?"

É tempo de explicarmos por que foi indispensável esta "encarnação especial" de Jesus, tal como vos revelamos. Se admitis que Jesus era um Espírito mais puro, mais perfeito que qualquer outro adstrito ao vosso planeta; se admitis que, escolhido como O GUIA DA TERRA antes de ser ela tirada do caos, isto é, da massa dos fluidos que lhe continham os germes, PRECISO ERA QUE TIVESSE SUPREMACIA SOBRE TUDO E TODOS. Como podereis achar razoável que um Espírito dessa magnitude suportasse o contato de matéria tão grosseira, qual a do corpo humano, tal como o compreendeis? Eis aí onde estaria o "milagre", pois HAVERIA UMA SUBVERSÃO DA ORDEM ESTABELECIDA, POR DEUS, DESDE TODA A ETERNIDADE!

Quando tendes de guardar líquidos espirituosos ou éteres, sois obrigados a procurar recipientes adequados a contê-los, sob pena de os vasos se quebrarem ou se evaporarem os éteres, voltando à massa dos fluidos de onde os extraístes. Por que, então, não podeis admitir que UM ESPÍRITO ETÉREO, COMO O DO CRISTO, TENHA SIDO LEVADO A FABRICAR UM "VASO" APROPRIADO A ENCERRÁ-LO? Haveis de convir que a grande presunção da parte dos homens, especialmente dos que teimam em considerar Jesus uma das três parcelas de Deus (embora tenham Deus por indivisível), quando pretendem que o Mestre revestiu um corpo igual aos vossos.

De fato, isso equivale a dizer que DEUS, O ESPÍRITO DOS ESPÍRITOS, A ESSÊNCIA DE INAPRECIÁVEL SUTILEZA, se haja encerrado num vaso de argila, tão grosseiro como são os vossos corpos. 

Meditai e respondei, em plena consciência: podeis admitir semelhantes despautério? Dissemos que aí, sim, é que haveria "milagre". Realmente, só por "milagre" seria possível que UM ESPÍRITO TÃO SUTIL, TÃO ETÉREO COMO O DO CRISTO, suportasse o contato de matéria tão grosseira como a do corpo humano, visto que TAL FATO ESTARIA FORA DAS LEIS NATURAIS E IMUTÁVEIS, importando, pois, numa subversão da ordem estabelecida, por Deus, desde toda a eternidade!

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