segunda-feira, 2 de março de 2015

7/06/1970
O VERDADEIRO TESOURO

P - Queremos a interpretação das palavras do Mestre: "Não junteis tesouros na terra". Que diz o Espírito da Verdade, através do CEU da LBV?

R - Reunamos os Evangelhos de Jesus segundo Mateus, VI: 19-23, e Lucas, XII: 32-34.

         Mateus: 19 - Não queirais acumular tesouros na terra, onde as 
         traças e a ferrugem os destroem, onde os ladrões desenterram 
         e roubam. 20 - Preparai-vos tesouros no céu, onde  não há tra-
         ças nem ferrugem que os possam destruir, onde não há ladrões 
         que os desenterrem e roubem,    21 - porquanto, onde estiver o 
         vosso tesouro, aí estará, também, o vosso coração. 22 - Vossos 
         olhos são a lâmpada do vosso corpo; se os vossos olhos forem 
         simples, todo o vosso corpo será luminoso. 23 - Mas, se vossos 
         olhos forem maus, todo o vosso corpo será tenebroso. Se, pois, 
         a luz que está em vós não for senão trevas, que  grandes trevas 
         serão!

        Lucas: 32 - Pequenino rebanho, nada temais, porque aprouve a 
        Deus dar-vos o seu Reino!  33 - Vendei o que possuís e transfor-
        mai-o em esmolas.   Tratai de vos prover de bolsas que o tempo 
        não estrague: amontoai no céu tesouro que não se esgote nunca, 
        do qual o ladrão não se aproxime e que as traças não roam. 34 - 
        Porque, onde estiver o vosso tesouro, aí estará,  também, o vos-
        so coração.

Aqui tendes NOVAS IMAGENS MATERIAIS. Buscai-lhe o espírito, e encontrareis o verdadeiro sentido e todo o alcance do pensamento de Jesus: não procureis o que possa fazer a felicidade do homem na Terra, quando isso estiver em oposição à felicidade do Espírito na Eternidade. Não procureis com ardor senão o que vos possa aproximar de Deus. 

A todos os vossos "atos humanos" deve animar a idéia de que não sois do mundo; de que, estando nele apenas como viajantes, tendes de suportar, da melhor forma possível, as provações que vos couberam desempenhar a missão de que fostes incumbidos, a fim de regressardes à Pátria Celestial e PODERDES PRESTAR BOAS CONTAS DE VOSSOS ATOS ÀQUELE QUE VOS ENVIOU. Não vos deixeis preocupar pelos bens perecíveis, salvo quando forem as armas de que precisais para a luta contra o mal; do contrário, qualquer que seja a luz que os cerquem serão fonte de trevas para o vosso Espírito! Tal luz desaparecerá com eles, e ficareis perdidos na escuridão de uma existência inútil, completamente sem abrigo diante do Senhor. 

Não esqueçais que O VOSSO TESOURO SE ENCONTRA JUNTO DE DEUS, DETENTOR DE TODAS AS GRAÇAS. Convictos desta idéia, de acordo com os ensinos do Mestre, vossos sentimentos se inclinarão sempre para Deus, e o vosso coração estará junto do vosso verdadeiro tesouro - perto do vosso Deus, a fonte infinita de todos os bens. 

Quanto às palavras - PEQUENINO REBANHO, NADA TEMAIS, PORQUE APROUVE A DEUS DAR-VOS O SEU REINO - foram endereçadas aos primeiros discípulos, poucos em número, atenta a mesma tarefa a desempenhar, mas Espíritos devotados, que marchavam segundo os desígnios do Senhor. Dirigem-se, também, aos pioneiros da Nova Revelação, que ainda são a minoria, mas também marcham devotadamente, como aqueles, segundo OS MESMO DESÍGNIOS DO SENHOR.

Sabeis que, infelizmente, os salvos se reduzem no Apocalipse a 144.000 - número simbólico, a indicar "a minoria dos que sobreviverão ao dilúvio de fogo do Armagedon". Tais palavras vos concitam, como concitavam aos primeiros discípulos, a TER CONFIANÇA EM DEUS, FIRMES NA ESPERANÇA DO CUMPRIMENTO DE SUAS PROMESSAS. 

Dignas de meditação, por sua vez, são estas as palavras do Cristo: "Vendei o que possuis e transformai-o em esmolas. Tratai de vos prover de bolsas que o tempo não estrague: amontoai no céu tesouro que não se esgote nunca, do qual o ladrão não se aproxime nunca e que as traças não roam". Não significam que devais despojar-vos de todos os bens humanos e que, somente assim, podereis chegar a Deus. Não: tal interpretação é conforme à letra, mas não conforme ao espírito; vos levaria a consequências absurdas, ao mesmo tempo contrária aos ensinamentos do Mestre, com referência às provas determinadas pela LEI DE CAUSA E EFEITO. 

Elas significam que a posse e uso, pelo homem, dos bens terrenos, DEVEM SER ISENTOS DE EGOÍSMO E SANTIFICADOS PELA CARIDADE; que as boas obras de ordem material, de ordem intelectual e espiritual, ou moral, assim praticadas, constituem AS ÚNICAS RIQUEZAS IMPERECÍVEIS, isto é, que as RIQUEZAS ESPIRITUAIS são as únicas que, como elementos de progresso moral e caminho para a Perfeição, religam a criatura ao Criador.

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