terça-feira, 24 de março de 2015


24/07/1970
O ESPÍRITO E O CADÁVER

P - Há muito se impunha, a nosso ver, a revisão das Revelações de Deus com a sua devida ATUALIZAÇÃO. Afinal, são vários milênios de evolução humana! Agora, todos podem compreender por que HAVERÁ UM SÓ REBANHO PARA UM SÓ PASTOR, QUE É JESUS. Como o Espírito da Verdade explica o interessante caso do filho da viúva de Naim?

R - Está no Evangelho segundo Lucas, VII: 11-17.

Lucas: 11 - No dia seguinte, Jesus se dirigiu a uma cidade chamada Naim, acompanhado de seus discípulos e de grande multidão. 12 - Ao se aproximar da porta da cidade, aconteceu-lhe ver que levavam a enterrar um morto, que era filho único de sua mãe viúva, acompanhada de grande número de pessoas da cidade. 13 - Vendo-a, Jesus compadeceu-se dela e lhe disse: "Não choreis". 14 - Aproximou-se e, tocando o esquife, ordenou: "Moço, levanta-te!" 15 - No mesmo instante, aquele que estava morto se sentou e começou a falar. Jesus o restituiu à sua mãe. 16 - Todos os presentes foram tomados de espanto e glorificaram a Deus, dizendo: "Um grande profeta surgiu entre nós! Deus visitou o seu povo!" 17 - O rumor desse milagre se espalhou por toda a Judéia e circunvizinhanças.

Conheceis a relação que existe entre o Espírito e o corpo quando este, num estado de repouso a que chamais sono, fraqueza, catalepsia se encontra separado da inteligência que o anima. O ESPÍRITO RETOMA UMA LIBERDADE MOMENTÂNEA MAS RESTRITA, PERMANECENDO LIGADO AO CORPO, DO QUAL SE SEPAROU, POR UMA CADEIA ELÉTRICA, QUE É O LAÇO FLUÍDICO DO PERISPÍRITO, laço que o conduz ao invólucro material, logo que o ordenam as necessidades humanas.

A MORTE REAL NÃO TEM DESPERTAR MATERIAL, POIS A VONTADE IMUTÁVEL DE DEUS JAMAIS FORÇA O ESPÍRITO A SE UNIR A PODRIDÃO. Dizemos "podridão" porque, uma vez quebrado o laço perispirítico, tem início o apodrecimento da matéria, ainda mesmo que a vida orgânica não se tenha extinguido aos olhos dos homens. A ciência humana, por enquanto, é incapaz de comprovar os primeiros efeitos e indícios da decomposição; entretanto, eles existem.

Portanto, com relação ao filho da viúva de Naim, como também em relação a Lázaro, à filha de Jairo e a todos os outros "mortos" (aos olhos humanos, bem entendido) não se havia quebrado o laço que une o Espírito ao corpo. A MORTE, POIS, ERA APENAS APARENTE, MAS FOI CONSIDERADA REAL PELOS HOMENS. Que aconteceu, então, em Espírito e Verdade? Jesus chamou o prisioneiro que se afastara do seu cárcere carnal e ele, submisso à ordem do Cristo, voltou imediatamente. NÃO TEM OUTRA CAUSA OS FATOS DESTA NATUREZA, REFERIDOS TANTO NO VELHO QUANTO NO NOVO TESTAMENTO DA BÍBLIA SAGRADA. Acabamos de dizer, falando do filho da viúva de Naim, que o Espírito voltou, incontinente, à sua prisão carnal. 

Para que ocorressem todos os fatos que se haviam de produzir pela ação de Jesus, deixando nos Evangelhos traços e lembranças entre os homens, os Espíritos que - por pertencerem ao GRUPO DOS PARTICIPANTES DA OBRA DO MESTRE - deviam concorrer para a produção desses fatos, se colocavam voluntariamente, nas condições precisas, ao longo do caminho que ele percorria e desempenhavam, assim, a missão que trouxeram quando encarnaram.

O fato ocorrido com o filho da viúva de Naim (como se deram com Lázaro e com a filha de Jairo) estava no número daqueles. O Espírito do filho da viúva, portanto, obedecia com submissão e devotamento à potente vontade de Jesus. O ESTADO REAL EM QUE SE ENCONTRAVA O JOVEM ERA O DE CATALEPSIA COMPLETA, ÚNICO ESTADO SINCOPAL QUE PODE APRESENTAR POR LONGO TEMPO AS APARÊNCIAS DA MORTE, DE MODO A SER CONSIDERADA MORTE REAL.

Jesus tocou o corpo e não o esquife, que os judeus usavam para enterrar os mortos, e o fez com o fim de deter a marcha do cortejo. Sua vontade, expressa na ordem "LEVANTA-TE", reconduziu o Espírito ao "cadáver", que despertou do seu prolongado sono, e imediatamente readquiriu, pela vontade do Espírito e pela influência benéfica do Mestre, a força e a lucidez que havia perdido. Esse Espírito - já  o dissemos - submisso e devotado, estava pronto a voltar, por ordem do Cristo, ao seu corpo inerte. Mas este, não estando sustentado pela vitalidade da matéria, porque - em virtude do afastamento do espírito - o laço fluídico se distendera cada vez mais e se tornara assim muito fraco, necessitava da ação poderosa de Jesus para readquirir de súbito, GRAÇAS AOS FLUIDOS QUE O PENETRAVAM, a força e a vitalidade. A restituição da vitalidade ao corpo foi devida àquela potência magnética, que restabeleceu a harmonia entre as forças vitais.

Repetimos: UMA VEZ MORTO REALMENTE, PELA RUPTURA DO LAÇO QUE UNE O ESPÍRITO AO CORPO, ISTO É, POR SE HAVER O ESPÍRITO, COM O PERISPÍRITO, SEPARADO COMPLETAMENTE DO CORPO, JAMAIS PODE O HOMEM READQUIRIR A VIDA CORPORAL HUMANA, PELA VOLTA DE UM E OUTRO À PODRIDÃO CHAMADA "CADÁVER".

Nesse caso, desde que o Espírito volveu à sua vida primitiva, à vida espiritual, não lhe é mais possível retomar a vida corporal humana, senão pela reencarnação, de acordo com as Leis Naturais e Imutáveis da reprodução vigente na Terra, insistimos: A VONTADE IMUTÁVEL DE DEUS JAMAIS FORÇA O ESPÍRITO A SE UNIR À PODRIDÃO; JAMAIS DERROGA, EM QUALQUER DOS MUNDOS HABITADOS, AS LEIS QUE ELE MESMO PROMULGOU DESDE TODA A ETERNIDADE.

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