24/07/1970
O
ESPÍRITO E O CADÁVER
P - Há
muito se impunha, a nosso ver, a revisão das Revelações de Deus com a sua
devida ATUALIZAÇÃO. Afinal, são vários milênios de evolução humana! Agora,
todos podem compreender por que HAVERÁ UM SÓ REBANHO PARA UM SÓ PASTOR, QUE É
JESUS. Como o Espírito da Verdade explica o interessante caso do filho da viúva
de Naim?
R - Está
no Evangelho segundo Lucas, VII: 11-17.
Lucas: 11
- No dia seguinte, Jesus se dirigiu a uma cidade chamada Naim, acompanhado de
seus discípulos e de grande multidão. 12 - Ao se aproximar da porta da cidade,
aconteceu-lhe ver que levavam a enterrar um morto, que era filho único de sua
mãe viúva, acompanhada de grande número de pessoas da cidade. 13 - Vendo-a,
Jesus compadeceu-se dela e lhe disse: "Não choreis". 14 - Aproximou-se
e, tocando o esquife, ordenou: "Moço, levanta-te!" 15 - No mesmo
instante, aquele que estava morto se sentou e começou a falar. Jesus o
restituiu à sua mãe. 16 - Todos os presentes foram tomados de espanto e
glorificaram a Deus, dizendo: "Um grande profeta surgiu entre nós! Deus
visitou o seu povo!" 17 - O rumor desse milagre se espalhou por toda a
Judéia e circunvizinhanças.
Conheceis
a relação que existe entre o Espírito e o corpo quando este, num estado de
repouso a que chamais sono, fraqueza, catalepsia se encontra separado da
inteligência que o anima. O ESPÍRITO RETOMA UMA LIBERDADE MOMENTÂNEA MAS
RESTRITA, PERMANECENDO LIGADO AO CORPO, DO QUAL SE SEPAROU, POR UMA CADEIA
ELÉTRICA, QUE É O LAÇO FLUÍDICO DO PERISPÍRITO, laço que o conduz ao invólucro material,
logo que o ordenam as necessidades humanas.
A MORTE
REAL NÃO TEM DESPERTAR MATERIAL, POIS A VONTADE IMUTÁVEL DE DEUS JAMAIS FORÇA O
ESPÍRITO A SE UNIR A PODRIDÃO. Dizemos "podridão" porque, uma vez
quebrado o laço perispirítico, tem início o apodrecimento da matéria, ainda
mesmo que a vida orgânica não se tenha extinguido aos olhos dos homens. A
ciência humana, por enquanto, é incapaz de comprovar os primeiros efeitos e
indícios da decomposição; entretanto, eles existem.
Portanto,
com relação ao filho da viúva de Naim, como também em relação a Lázaro, à filha
de Jairo e a todos os outros "mortos" (aos olhos humanos, bem
entendido) não se havia quebrado o laço que une o Espírito ao corpo. A MORTE,
POIS, ERA APENAS APARENTE, MAS FOI CONSIDERADA REAL PELOS HOMENS. Que
aconteceu, então, em Espírito e Verdade? Jesus chamou o prisioneiro que se
afastara do seu cárcere carnal e ele, submisso à ordem do Cristo, voltou
imediatamente. NÃO TEM OUTRA CAUSA OS FATOS DESTA NATUREZA, REFERIDOS TANTO NO
VELHO QUANTO NO NOVO TESTAMENTO DA BÍBLIA SAGRADA. Acabamos de dizer,
falando do filho da viúva de Naim, que o Espírito voltou, incontinente, à sua
prisão carnal.
Para que
ocorressem todos os fatos que se haviam de produzir pela ação de Jesus,
deixando nos Evangelhos traços e lembranças entre os homens, os Espíritos que -
por pertencerem ao GRUPO DOS PARTICIPANTES DA OBRA DO MESTRE - deviam concorrer
para a produção desses fatos, se colocavam voluntariamente, nas condições
precisas, ao longo do caminho que ele percorria e desempenhavam, assim, a
missão que trouxeram quando encarnaram.
O fato
ocorrido com o filho da viúva de Naim (como se deram com Lázaro e com a filha
de Jairo) estava no número daqueles. O Espírito do filho da viúva, portanto,
obedecia com submissão e devotamento à potente vontade de Jesus. O ESTADO REAL
EM QUE SE ENCONTRAVA O JOVEM ERA O DE CATALEPSIA COMPLETA, ÚNICO ESTADO
SINCOPAL QUE PODE APRESENTAR POR LONGO TEMPO AS APARÊNCIAS DA MORTE, DE MODO A
SER CONSIDERADA MORTE REAL.
Jesus
tocou o corpo e não o esquife, que os judeus usavam para enterrar os mortos, e
o fez com o fim de deter a marcha do cortejo. Sua vontade, expressa na ordem
"LEVANTA-TE", reconduziu o Espírito ao "cadáver", que
despertou do seu prolongado sono, e imediatamente readquiriu, pela vontade do
Espírito e pela influência benéfica do Mestre, a força e a lucidez que havia
perdido. Esse Espírito - já o dissemos - submisso e devotado, estava
pronto a voltar, por ordem do Cristo, ao seu corpo inerte. Mas este, não estando
sustentado pela vitalidade da matéria, porque - em virtude do afastamento do
espírito - o laço fluídico se distendera cada vez mais e se tornara assim muito
fraco, necessitava da ação poderosa de Jesus para readquirir de súbito, GRAÇAS
AOS FLUIDOS QUE O PENETRAVAM, a força e a vitalidade. A restituição da
vitalidade ao corpo foi devida àquela potência magnética, que restabeleceu a
harmonia entre as forças vitais.
Repetimos:
UMA VEZ MORTO REALMENTE, PELA RUPTURA DO LAÇO QUE UNE O ESPÍRITO AO CORPO, ISTO
É, POR SE HAVER O ESPÍRITO, COM O PERISPÍRITO, SEPARADO COMPLETAMENTE DO CORPO,
JAMAIS PODE O HOMEM READQUIRIR A VIDA CORPORAL HUMANA, PELA VOLTA DE UM E OUTRO
À PODRIDÃO CHAMADA "CADÁVER".
Nesse
caso, desde que o Espírito volveu à sua vida primitiva, à vida espiritual, não
lhe é mais possível retomar a vida corporal humana, senão pela reencarnação, de
acordo com as Leis Naturais e Imutáveis da reprodução vigente na Terra,
insistimos: A VONTADE IMUTÁVEL DE DEUS JAMAIS FORÇA O ESPÍRITO A SE UNIR À
PODRIDÃO; JAMAIS DERROGA, EM QUALQUER DOS MUNDOS HABITADOS, AS LEIS QUE ELE
MESMO PROMULGOU DESDE TODA A ETERNIDADE.
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