01/03/1970
O NASCIMENTO DE JESUS
P - Ao contrário do que pensávamos, sentimos hoje que é fácil realizar a Cruzada do Novo Mandamento em nossas casas. Devemos esta feliz descoberta à Legião da Boa Vontade. Como o CEU interpreta os versículos 18 a 25, capítulo primeiro, do Evangelho de Jesus segundo São Mateus?
R - Vejamos:
18 - O nascimento de Jesus se deu assim: quando Maria, sua mãe,
desposou José, verificou-se que ela concebera, pelo Espírito San-
to, antes que houvesse coabitado. 19 - José, seu marido, sendo jus-
to e não querendo expô-la à desonra, resolveu mandá-la embora
secretamente. 20 - Mas, quando pensava nisso, um Anjo do Senhor
lhe apareceu em sonho, dizendo: "José, filho de David, não temas
receber Maria por tua esposa, porquanto o que nela se gerou foi
formado pelo Espírito Santo. 21 - Ela terá um filho e lhe dará o no-
me de Jesus, porque Ele próprio libertará seu povo dos pecados. 22
- Tudo aconteceu para cumprimento do que o Senhor disse pelo
profeta: 23 - "Uma virgem conceberá e dará à luz um filho, a quem
será dado o nome de Emmanuel, que quer dizer DEUS CONOSCO".
24 - José, então, despertando, fez o que o Anjo do Senhor lhe orde-
nara e aceitou Maria por esposa. 25 - E, sem que tivessem união
carnal, ela deu à luz seu filho e lhe pôs o nome de Jesus.
José não se recordava da sua origem, como Jesus, não tinha consciência do seu destino: sofria os efeitos da encarnação humana. Assim, reencarnado, estava submetido às leis e aos preconceitos da humanidade, apesar da superioridade do seu Espírito. Era homem justo, mas homem. Eis porque, sob a influência dessas leis e desses preconceitos, resolvera a princípio abandonar Maria, secretamente. A revelação que lhe fez em sonho o Anjo, ou Espírito, tinha por fim retirar, em parte, o véu que lhe cobria a inteligência. Alma pura, José compreendeu a santidade da sua missão. Emissário também para cooperar na obra do Cristo, aceitou com alegria, tal como devia ser, a tutela humana que o Senhor lhe confiava.
Não estranheis que o Evangelista haja espalhado, pelas multidões, a atitude secreta de José e a revelação que o levou a revogá-la. Cumpria que todos compreendessem na época determinada pela Boa Vontade do Senhor, que JESUS NÃO ERA FRUTO DA CONCEPÇÃO HUMANA. E as palavras do Anjo - "o que nela se gerou foi formado pelo Espírito Santo" - servindo para aquela época segundo a letra, salvaguardavam o futuro, no qual teriam de ser, segundo o Espírito, a base da Terceira Revelação.
Quanto à aparição do Anjo, em sonho, a José - da qual a ignorância humana, em seus mais culposos desvios, tem abusado tantas vezes, para fazer abomináveis gracejos, insultuosos ao que há de mais sagrado para o homem: o seu Deus - essa aparição vós a compreendeis muito bem. Aquele que ainda não percebeu a Luz de que é portadora a Revelação dos Espíritos, deve inclinar-se e calar em vez de repelir o que não sabe explicar.
Durante o sono, o Espírito se desprende da matéria, para poder reunir-se no espaço, aos amigos que o cercam. Quando o desprendimento é completo, o Espírito se eleva e, desde que seja de certa grandeza, se associa às falanges felizes, sem deixar, todavia, a zona do planeta. Se o desprendimento não é completo, os Espíritos simpáticos descem e se aproximam dele. Qualquer que seja a condição moral em que vos encontreis, essas relações se estabelecem, mas geralmente com Espíritos que guardam paridade com os vossos. Por vezes, contudo, Espíritos mais elevados vem até vós, para vos instruir durante esses momentos de liberdade, para vos mostrar os obstáculos que tereis de vencer.
Toda comunicação obtida durante o sono deve ser classificada entre os sonhos, com a diferença, porém, de que os sonhos ordinários provém geralmente de recordações, ou da luta da matéria com o Espírito, ao passo que os sonhos da natureza daquele de José são revelações.
Não imagineis, entretanto, que, partindo desse principio, vos seja dado achar a significação de todos os vossos sonhos. Seria o mesmo que procurar o sentido racional das balbúcies de uma criança.
Diante do fato, no que diz respeito à revelação que o Anjo fez a José, houve COMUNICAÇÃO DE ESPÍRITO A ESPÍRITO. Da mesma forma que conservais, muitas vezes, a lembrança dos vossos sonhos, ainda os mais insignificantes e ridículos, não sendo completo o desprendimento, também José, ao despertar, se lembrou do sonho que tivera. Quando o desprendimento foi completo, a lembrança só se verifica em casos excepcionais.
Nesses casos, por ocasião do despertar, há uma ação espiritual que, mediante a inspiração, renova a impressão recebida, a lembrança.
Muitas das vossas recordações humanas, igualmente, são fruto de uma ação dessa natureza, que vos recorda fatos passados, a fim de que sirvam ao vosso futuro.
terça-feira, 25 de novembro de 2014
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