06/03/1970
OBRA DO ESPÍRITO SANTO - IV
P - A explicação do Evangelho de Jesus, em Espírito e Verdade, sempre à luz do Novo Mandamento, nos reintegra na realidade eterna do Cristo de Deus. Poderia o Espírito da Verdade continuar suas lições sobre o magnetismo?
R - Sim. Precisamos explicar-vos, ainda, a ação do magnetismo sobre o Espírito do magnetizando.
O que a este respeito vamos dizer, se aplica tanto ao magnetismo humano quanto ao magnetismo espiritual; só que a ação deste é mais pura em suas causas e em seus efeitos. Entretanto, são os mesmos resultados de um e outro: o desprendimento do Espírito encarnado se produz em condições mais ou menos boas, conforme seja mais ou menos elevado o magnetizador, humano ou espiritual. Haveis de compreender que o magnetismo não pode causar ilusão ao Espírito, porque concorre para o seu desprendimento. Uma vez desprendido o Espírito, por esse meio, dos entraves da carne, a consequência é que se torna cúmplice voluntário de quem sobre ele atua, quer a ação magnética emane de um Espírito livre, que de um que esteja reencarnado.
A lembrança que o paciente, depois de acordar, guarde do que ocorreu durante o sono magnético, resulta do cooperação do mesmo paciente, o qual - seja por simpatia, seja por fraqueza, seja por subordinação, conforme às relações existentes entre ele e o magnetizador (humano ou espiritual) - consente em obedecer ao que lhe impõe ou propõe. Assim, ele se recordará das palavras ou atos cuja lembrança tenha, durante o sono assentido em guardar, sob a influência das sensações e impressões recebidas pela matéria, que conserva a marca do compromisso, assumido pelo paciente, de se lembrar dos atos como se fossem realmente praticados. O Espírito, iludido pela carne, ao despertar considera reais aqueles atos.
Se o Espírito do magnetizador e o do magnetizando são simpáticos, a lembrança é devida ao bom entendimento existente entre ambos. Se o Espírito do magnetizando é mais fraco do que o do magnetizador, e este lhe impõe uma vontade arbitrária, o Espírito desprendido cede algumas vezes. Se o Espírito do magnetizando é inferior ao do magnetizador, o primeiro por deferência, levado pelo respeito, obedece.
Maria, tinha de crer num parto real e lembrasse dos fatos que lhe cumpria atestar, como se tivessem ocorrido. Os Espíritos prepostos à preparação do aparecimento do Cristo na Terra, colocando Maria sob a influência do magnetismo espiritual, puseram-na em estado de sonâmbulo que vê e acredita, sente e experimenta, o que se quer que ela veja e acredite, sinta e experimente. Nesse estado, a Virgem se achou em condições idênticas as dos indivíduos, ainda raros entre vós, de que há pouco falávamos.
Quando ela ainda se encontrava sob aquela influência, os Espíritos prepostos - que, para produzirem a gravidez aparente e fluídica, haviam atraídos os fluidos apropriados - os dispersaram: deste modo, cessando as causas, os efeitos deixaram de existir. Pela dispersão daqueles fluidos, a menstruação retornou em seu curso normal e Maria se achou nas condições exigidas em tais casos para poder, no prazo estabelecido, preencher as formalidades prescritas na Lei de Moisés para a purificação. A fim de dar à Virgem - sempre sob a influência magneto-espirtual - a ilusão do parto e da maternidade, os Espíritos prepostos pela ação fluídica, fizeram-na experimentar efeitos semelhantes às contrações naturais de um parto qualquer. E essas impressões recebidas pela matéria a dispuseram a tomar, por simpatia com os Espíritos elevados que sobre ela atuavam, isto é, por acordo com eles, o compromisso de se lembrar materialmente de fatos que precisavam ser atestados, submetendo-se ao que lhe era proposto em nome do Senhor.
No momento em que Jesus apareceu, exatamente como por efeito de um nascimento real, sob o aspecto de uma criancinha, cessou toda a influência magneto-espiritual. E Maria, iludida pela carne, sob a influência das impressões recebidas pela matéria, que conservara o sinal do compromisso que seu Espírito assumira, tomou nos braços o menino, como se o parto fora comum, crente assim de que ele era fruto de suas entranhas, por obra do Espírito Santo.
Maria era quase uma criança, pouco experiente das coisas humanas, tendo sempre vivido em contemplação e adoração. Tomou o menino e rendeu graças a Deus. A gravidez e o parto não tiveram, da sua marcha natural, senão a aparência. Se fosse necessário dar também aos homens a ilusão desses fatos, fácil teria sido aos Espíritos preposto fazer com que, pelas dores da carne em elaboração, Maria experimentasse todos os incidentes e sintomas de cada uma das fases da maternidade, de modo a lhes imprimir, aos olhos humanos, todos os caracteres aparentes da realidade, segundo as leis da encarnação do vosso planeta.
Sabeis como os Espíritos, que vos cercam, podem manipular os fluidos ambientes. Por isso, a gravidez teve, aos olhos dos homens, a aparência da realidade. O mesmo se deu com referência ao parto: cercando Maria dos fluidos necessários a produzir a ilusão, esses fluidos, pelas combinações que sofreram sob a ação espiritual, imprimiram aos olhos humanos todos os caracteres da realidade às fases do parto, de modo que este, para os que assistissem a Virgem, revestiria a aparência do fato real.
sábado, 29 de novembro de 2014
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