quinta-feira, 13 de novembro de 2014

14/02/1970
JESUS, O CRISTO - III

P - Ainda hoje, decorridos quase dois mil anos, é duro pregar aos homens as Verdades Divinas. Já dizia Jesus: "O Espírito está pronto, mas a carne é fraca". Como poderão as criaturas entender a missão sublime de Jesus na Terra?
R - Infinita é a paciência do Bom Pastor. Ao viver pessoalmente entre vós, viu o Mestre que o valor espiritual do homem devia ser realçado. Seus deveres tinham de ser maiores. Durante todo o tempo da sua missão terrena, Jesus foi considerado como um homem igual aos outros, como um profeta encarnado na matéria humana, exatamente como os profetas da antiga lei. 
Os homens só o tomaram pelo próprio Deus depois do sacrifício do Gólgota, depois do seu reaparecimento chamado "ressurreição" e pela lembrança dos atos que praticara e que todos chamavam de "milagres".
Dar-lhes a conhecer os segredos do além, seria atraí-los a um terreno perigoso. Ainda não estavam fortes para se preservarem do perigo das relações com o mundo invisível para receberem e aceitarem a Lei da Reencarnação, com seus princípios e suas consequências. Por tanto tempo tinham tremido sob o bastão de ferro de Moisés, na linha do olho por olho, dente por dente, que não entenderiam o Deus de Amor. Ou então, fiados no perdão eterno do Pai de infinita misericórdia, nenhum esforço tentariam mais no sentido do progresso. O Espírito Redentor, portanto, não lhes falaria aos sentidos. 
Profundamente materiais, eles precisavam da matéria idealizada, que os preparasse para a compreensão da vida espiritual. Entendidas estas palavras, já vos podemos falar: o tempo - cerca de vinte séculos - e as reencarnações sucessivas, trazendo consigo a expiação, a reparação, a depuração - vos prepararam para o entendimento das coisas espirituais. À matéria - a letra; à inteligência - o espírito. 
Chegaram os tempos de ser totalmente revelada a origem espiritual de Jesus. A letra já deu seus frutos, agora mata; soou a hora do espírito, que vivifica. O aparecimento de Jesus entre os homens não foi um fato aberrante das leis da natureza. Há, como sabeis, mundos inferiores e mundos superiores. Quanto mais o Espírito se depura, tanto mais se afasta dos instintos materiais.  Quanto mais perto se encontra das encarnações primitivas, tanto mais se entrega às necessidades que o aproximam do animal. O mesmo se dá com todas as necessidades da existência material, que se diversificam e vão desaparecendo à medida que o Espírito se depura. 
À proporção que sobe na escala dos mundos, mais as leis da carne e, portanto, os meios de reprodução se aperfeiçoam e espiritualizam. A UNIÃO DA MATÉRIA PARA FORMAR A MATÉRIA é uma das condições inerentes à vossa inferioridade e só existe nos mundos materiais como a Terra.
Já nos mundos superiores, suficientemente elevados, A VONTADE CONSTITUI A BASE DA LEI DE REPRODUÇÃO. A vontade é que a provoca, operando - sob a ação magnética - a reunião dos fluidos adequados no seio da família onde esta vontade se manifesta. Em tais mundos, o Espírito surge por ENCARNAÇÃO FLUÍDICA, isto é, por incorporação.
Ao chegar ao planeta, encontra os fluidos necessários à sua incorporação e, por isso mesmo, a executa com o auxílio daqueles fluidos, na família que o vai receber e tutelar. A vontade (ou desejo dos pais) o chama, e essa mesma vontade exerce etração sobre os fluidos que, associando-se ao perispírito, e sendo por este assimilados compõem - de acordo com as leis do vosso planeta - UM CORPO RELATIVAMENTE SEMELHANTE AO VOSSO.
Os laços que ligam os pais aos filhos são mais fortes do que entre vós, e não são suscetíveis - como no vosso mundo - de se desfazerem ou afrouxarem, por isso que os pais e filhos compreendem toda a extensão deles. Nesses mundos elevados não há macho e fêmea, no sentido que dais a estas palavras. 
Os instintos experimentam algumas variações, mas nada tem de comum com os vossos sentidos materiais. É difícil (e mesmo inútil, agora) dar-vos explicações que não podereis apreender. Sabei, unicamente, que há diferença de sexos, sob o ponto de vista moral e fluídico. Essa diferença provém da que existe na natureza e na propriedade dos fluidos, assim como no emprego que se lhes dá, no estado de encarnação ou incorporação.
Sabei, também, que o moral e o físico sempre estão ligados um ao outro em todas as esferas, e que os fluidos servem para exprimir os sentimentos e as faculdades do Espírito. Disso, tendes aí um exemplo, ainda que muito material: o Espírito que encarna sob a influência da matéria. 
Que é a matéria? 
Fluidos espessados e solidificados, do mesmo modo que o gelo dos rios é uma concentração do leve vapor que deles se desprende sob a ação dos raios solares. 
Nos mundos superiores, o amor (que os homens tanto profanam) existe em grande desenvolvimento, mas sempre em condições de pureza. Quanto mais o Espírito se eleva, tanto mais viva se lhe desenha na memória a miragem do passado.
 
 

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