terça-feira, 11 de novembro de 2014

12/02/1970
JESUS, O CRISTO - I

P - Não podia ser melhor, para o povo brasileiro, a ideia da explicação dos Evangelhos de Jesus, reunidos e harmonizados. Como interpreta o CEU da LBV a passagem de Lucas, 1: 26 a 38?
R - Eis a passagem evangélica:

         26 - Estando Isabel no seu sexto mês de grávida, o Anjo Gabriel foi 
         enviado por Deus a uma cidade da Galiléia chamada Nazaré,     27 -
         a uma virgem, noiva de um varão chamado José, da casa   de David,
         e essa virgem se chamava Maria. 28 - O Anjo, aproximando-se dela,  
         disse-lhe: "Eu te saúdo, ó cheia de graça; o Senhor está contigo;   és
         bendita entre as mulheres". 29 - Ela, porém, ouvindo-o, perturbou-
         se, e consigo mesma pensava no significado daquela saudação.  30 -
         O Anjo lhe disse: "Maria, nada temas, porque estás em graça peran-
         te Deus. 31 - É assim que conceberás em teu seio, e que   nascerá   de
         ti, um filho ao qual darás o nome de Jesus. 32 - Ele será grande e se-
         rá chamado o Filho do Altíssimo; o Senhor Deus lhe dará o trono de
         David seu Pai; ele reinará eternamente sobre a casa de Jacob,   33 -
         e seu reino não terá fim". 34 - Então, disse Maria ao Anjo:    "Como 
         será isso, se não conheço varão?" 35 - O Anjo respondeu: "O Espíri-
         to Santo descerá sobre ti e a virtude do Altíssimo   te  cobrirá    com
         sua sombra, e por isso o santo que nascerá de ti será chamado    Fi-
         lho de Deus. 36 - Eis que tua parenta Isabel concebeu na velhice um 
         filho, e está no sexto mês de gravidez, ela que era   chamada estéril.
         37 - É que, para o Senhor, nada é impossível".   38 - Então disse Ma-
         ria: "Aqui está a serva do Senhor; faça-se em mim conforme às tuas
         palavras". E dela o Anjo se afastou.

O homem, desde que vive na terra, não tem ouvido em todos os tempos a mesma linguagem. Em cada época de transição, só lhe é dito e dado aquilo que ele pode compreender. A Humanidade tem de ser preparada para o que lhe cumpre saber. A cada idade sua, é necessário que lhe fale a linguagem conveniente a fim de que ela possa entender e atender.  
Homens, não esqueçais que éreis criancinhas quando Jesus desceu à Terra, para vos traçar a obra de regeneração e lançar-lhes as bases;  lembrai-vos de que ainda hoje, sois pouco mais que criancinhas! Curvai-vos diante da Sabedoria Infinita, que preside o vosso progresso e dirige por intermédio do Cristo, vosso Mestre, Supremo Governante e Protetor do vosso planeta e da sua humanidade, dando-vos - pouco a pouco - a Luz e a Verdade, conduzindo-vos gradualmente para perfeição, através dos séculos!
O aparecimento de Jesus, segundo o Anjo o anunciou à Virgem Maria, e depois a José, por efeito de uma concepção de um nascimento que os homens trataram de "sobrenaturais", "miraculosos", "divinos", por obra do Espírito Santo, isto é, por um ato do próprio Deus (o Espírito Santo era, para os judeus - já o sabeis - Inteligência Divina a se manifestar por uma ação qualquer), TINHA DE PERMANECER, E PERMANECEU SECRETO, durante todo o tempo da sua missão terrena. Maria confiou a revelação aos discípulos preferidos do Mestre (preferidos, quer dizer: que o seguiam mais assiduamente com a Virtude, dos quais sabia ele poder contar quando fosse chegada a hora). 
Fiéis à inspiração de seus Guias, esses discípulos compreenderam que, divulgada, tal revelação acarretaria, da parte dos homens, a descrença na pureza de Maria e na origem de seu filho.
Para espalhá-la no seio das multidões, esperaram que - com o completo desempenho da missão terrena de Jesus - o tempo tivesse amadurecido os frutos. Assim só depois do sacrifício do Gólgota, do reaparecimento do Mestre, a chamada "ressurreição", e do seu regresso à vida espiritual, fato que se chamou "ascenção", se radicou a crença na divindade que lhe atribuíram. 
Nesses últimos tempos, seus discípulos deram fé a essa "divindade", interpretando ao pé da letra as palavras meu Pai, de que usava Jesus ao referir-se a Deus, e achando que só essa origem e sua vida sem mácula poderiam explicar os fatos surpreendentes chamados milagres, que lhes feriam continuamente os sentidos materiais.  Durante sua missão terrena, e assim deveria acontecer, Jesus foi considerado pelos homens como fruto de concepção física, material, como um homem igual aos outros, tendo Maria por mãe e José por pai. Para seus discípulos, e para a multidão que o acompanhava, era um profeta revestido da libré humana, como os profetas da lei antiga. 
Para os discípulos dos sacerdotes, para os escribas, os fariseus e seus adeptos era um impostor, porque Jesus - declarando-se O FILHO DE DEUS - atribuía a si mesmo a divindade, fazia-se passar pelo próprio Deus. 
Maria tinha de ser e foi aos olhos de todos a mãe de Jesus: primeiro, porque viam nele um homem como outro qualquer, de acordo com a leis materiais da concepção e do nascimento humano, a reprodução do vosso planeta; em seguida, porque o julgavam encarnação de Deus no seio de uma virgem, mediante uma concepção, uma gravidez e, portanto, um nascimento que era obra do Espírito Santo. Compreendei bem a necessidade que então havia, de primeiro se materializarem todos os fatos, a fim de torná-los acessíveis ao homem; a seguir, a necessidade - depois de vivida a missão terrena do Cristo - de se idealizar a matéria, dando-lhe uma origem divina, para que os homens se curvassem ao jugo, porque - uma vez aceita a divindade atribuída ao Mestre - sua missão também seria aceita e suas leis também obedecidas.
Jesus, como Espírito, não seria compreendido; sua abnegação e suas dores morais não seriam apreciadas. Para que o homem entendesse o sofrimento, ERA PRECISO QUE ESSE SOFRIMENTO FOSSE FÍSICO. A carne tinha necessidade de um sofrimento de carne. Àqueles que vertiam o sangue dos touros e dos cordeiros era preciso que se apresentasse em SACRIFÍCIO DE CARNE E SANGUE. Os homens jamais compreenderiam o devotamento sem limites do Espírito Perfeito, descido à Terra para lhes trazer o exemplo da vida preparatória da Eternidade. 

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