13/08/1970
NA TERRA
DOS GERASENOS - V
P - Um
dos pontos que ferem as convicções dos protetores dos animais é este: "-
Por que Jesus permitiu a morte dos inocentes porcos, aterrorizados pelos
obsessores do geraseno?" E nós perguntamos ao Espírito da Verdade: - Por
que o Mestre impediu que o geraseno, já em perfeito juízo, o acompanhasse com
os Apóstolos e discípulos?
R - QUEM,
MAIS QUE JESUS, AMA E PROTEGE OS ANIMAIS? O Pai Eterno lhe conferiu todos os
poderes, inclusive dar a vida e retirá-la, sempre em benefício das suas
criaturas. Porventura vamos acreditar que a vida acaba na morte? Pois esse
sacrifício resultou na evolução dos porcos, dentro da escala animal: eles
contribuíram para a salvação de um homem. Não esqueçais, ainda, que os animais
também têm de reparar suas faltas, conforme a Lei que rege a vida planetária.
Não deu o
Mestre A SUA PRÓPRIA VIDA PELA SALVAÇÃO DE TODOS? Só ao Cristo compete saber a
verdade sobre a "inocência" de todos os seres da Criação Divina.
Permitindo aos Espíritos impuros que entrasse nos porcos, Jesus lhes permitia
permanecer nas regiões habitadas pelos homens, circunvolvendo a humanidade,
isto é, lhes consentia aproximar-se desta e ficar em contato com ela.
Tal
permissão lhes foi concedida para que, junto, assim dos que a título de
provação ou de expiação viriam a ser vítimas das suas obsessões e subjugações.
COMO DOS QUE SE INTERESSASSEM POR ESSAS VÍTIMAS, pudessem eles receber o
benefício das preces e encontrar os meios de reflexão e encaminhamento moral.
ELA LHES FOI CONCEDIDA SOBRETUDO, PARA ENSINAMENTO DOS HOMENS, porquanto
aqueles Espíritos não permaneceram inativos, e foram repelidos e doutrinados
pelos discípulos do Cristo.
O
subjugado por aquela multidão de maus Espíritos - quando, sob o peso da
subjugação corporal e espiritual, tinha acessos violentos de fúria - ficava num
estado aparente (mas que para os homens era real) de loucura furiosa ou
alienação das faculdades mentais. Tornava-se incapaz de ter conhecimento de
seus atos. Perdia a consciência do seu ser. Nos momentos, porém, de menor violência,
quando a calma se estabelecia, no sentido de estar diminuída a sua
sobreexicitação, TORNAVA-SE CONSCIENTE DO SEU ESTADO, DO CONSTRANGIMENTO A QUE
ESTAVA SUBMETIDO, E COM ISSO ELE SOFRIA HORRIVELMENTE, QUER DIZER: NÃO ERA
NENHUM INOCENTE, E AÍ ESTAVA A PUNIÇÃO DOS CRIMES QUE COMETERA EM EXISTÊNCIA
ANTERIOR.
Logo que
os demônios saíram dele, isto é, logo que ficou livre da subjugação, recobrou,
como observais em vosso meio, o uso pleno da razão, a liberdade do corpo e do
Espírito. A multidão que acorreu da cidade e dos campos, mal teve conhecimento
do que se passara pelos fugitivos guardadores dos porcos, encontrou o homem
sentado aos pés de Jesus, vestido e de juízo perfeito. Estava vestido
porque os discípulos o cobriram, tirando algumas peças de suas próprias vestes.
Uma vez liberto, ele se submeteu alegremente aos costumes humanos. "E de
juízo perfeito, fato que encheu de pavor".
Aquele
que, até então, ninguém podia conter, ali estava aos pés do Mestre, calmo e
submisso. Tal submissão bastava para impressionar o povo. A cessação dos sinais
e manifestações de uma demência furiosa (no entender dos homens), traduzindo-se
em atos violentos, desconexos, bizarros, em desordens e aberrações da palavra,
os quais desapareceram todos com a subjugação, cedendo lugar à razão integral,
à liberdade do corpo e do Espírito, foi QUALIFICADA DE MILAGROSA POR NÃO SER
COMPREENSÍVEL NEM EXPLICÁVEL.
Não negue
a incredulidade atual, filha orgulhosa da ignorância, estes fatos autênticos,
que os Evangelistas vos transmitiram. Não os negue nem zombe deles, para o seu
próprio Bem! Estude a ciência espírita, aprenda, observe, SEM IDÉIAS
PRECONCEBIDAS, COM HUMILDADE E A NECESSÁRIA PERSEVERANÇA, E CERTAMENTE
ACREDITARÁ, PORQUE TERÁ COMPREENDIDO.
O homem
tem sob as vistas a revelação e a manifestação dos poderes do Espírito, e ainda
efeitos físicos que se produziram em todos os tempos e se produzem hoje, sob
todas as formas, no ser humano e em tudo o que o cerca. Tem sob as vistas a
revelação e a manifestação das faculdades dos Espíritos Superiores, ministros
da Vontade de Deus, da sua Providência e da sua Justiça; do poder que eles
exercem sobre os fluídos, visando à aplicação e à execução das Leis Naturais e
Imutáveis, que regem a vida e a harmonia universais. Tem sob as vistas a
revelação e a manifestação do poder dos Espíritos Superiores sobre os fluidos,
pelos efeitos formidáveis e terríveis a que dais o nome de flagelos; pelo
estalar do raio que derriba edifícios, fende um carvalho secular, e tantas
vezes causa a morte; pelo furacão que arranca árvores e destroça habitações;
pelas inundações que assolam, destroem e arrastam consigo tudo quanto encontram
na sua passagem; pela tempestade que arroja os navios de encontro aos
arrecifes, onde se despedaçam e são tragados pelo mar.
Depois de
meditar em tudo isso, cada um dos zombeteiros poderá entender o caso
emocionante do geraseno.
O homem,
vendo-se livre dos seus obsessores, rogou a Jesus lhe permitisse acompanhá-lo.
Jesus, porém, recusou, dizendo: "Volta para tua casa e conta aos teus o
que o Senhor fez por ti". E ele se foi embora, dando público testemunho do
que Jesus fizera em seu benefício. Era o seu destino preparar os caminhos para
o advento do Senhor. Jesus realizara um "milagre", que numerosas pessoas
podiam testemunhar. Por isso mesmo, não ordenou ao geraseno que se calasse: ao
contrário, o concitou a espalhar a notícia do fato, AO PASSO QUE EM OUTRAS
CIRCUNSTÂNCIAS IMPUNHA SILÊNCIO A TANTOS QUE CURARA. É que nestes casos,
não tendo tido o fato grande publicidade, poderia ser contestado. Deixava,
então, que se espalhasse por si mesmo, sob a aparência de mistério.
Entendei:
o geraseno podia e devia testemunhar a sua própria cura: mas não estava
preparado para PREGAR E TESTEMUNHAR A PALAVRA DE DEUS.
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