segunda-feira, 13 de abril de 2015


16/08/1970
VELHAS E NOVAS DOUTRINAS

P - Só mesmo os Guias Espirituais da Humanidade nos podem orientar, porque estão acima de todos os sectarismos em conflito. São neutros, imparciais, sereníssimos. Como o Espírito da Verdade analisa as palavras de Jesus sobre o jejum, pano novo, odres velhos, vinho novo e vinho velho?

R - Vejamos estas passagens dos Evangelhos Sinóticos: Mateus, IX: 14-17, Marcos, II: 18-22 e Lucas, V: 33-39.

         Mateus: 14 - Então, vieram ter com ele os discípulos de
         João e lhe perguntaram: "Por que os fariseus e nós jeju-
         amos frequentemente, e os teus discípulos não jejuam?"
         15 - Jesus lhes respondeu:   "Podem, acaso, chorar os fi-
         lhos do esposo quando o esposo está com eles? Dia, po-
         rém, virá em que o esposo lhes será tirado; então, sim,
         eles hão de jejuar. 16 - Ninguém põe remendo de pano
         novo em roupa velha,   porque o remendo tira parte da
         roupa e o rasgão fica maior.     17 - E não se deita vinho
         novo em odres velhos; ao contrário, rompem-se os odres,
         derrama-se o vinho e os odres se perdem. Põe-se vinho
         novo em odres novos, e uns e outros se conservam.

         Marcos: 18 - Alguns discípulos de João e alguns fariseus,
         que costumavam jejuar,  vieram  a Jesus e lhe pergunta-
         ram: "Por que os discípulos de João e os fariseus jejuam
         e os teus discípulos não jejuam?   19 - Jesus lhes respon-
         deu: "Os filhos das núpcias podem, acaso, jejuar enquanto
         o esposo está com eles?  Enquanto têm consigo o  esposo
         não podem jejuar.  20 - Dias virão, contudo, em que o es-
         poso lhes será tirado, e nesse tempo jejuarão.    21 – Nin-
         guém costura remendo  de  pano  novo  em  roupa velha,
         porquanto aquele arrancaria uma parte desta e tornaria
         maior o rasgão.   22 -  Ninguém põe vinho novo em odres
         velhos, pois o vinho rompe  os odres, e tanto  se  perde  o
         vinho  como  os  odres:   vinho  novo  deve  ser  posto  em
         odres novos.

        Lucas: 33 - Então disseram a Jesus: "Por que é que os dis-
        cípulos de João, assim como os fariseus, jejuam  frequen-
        temente e fazem orações, enquanto que os teus comem e
        bebem? 34 - Jesus lhes disse: "Podereis obrigar os amigos
       do esposo a jejuar, enquanto o esposo está com eles? 35 –
       Dias virão em que o esposo  lhes será tirado;    então, eles
       haverão de jejuar."     36 - Também lhes fez esta compara-
       ção: "Ninguém prega remendo de pano novo em roupa ve-
       lha, porque o novo rompe o velho e, assim, não se ajusta à
       roupa velha ao pano novo. 37 - Do mesmo modo, ninguém
       deita vinho novo em odres velhos porque, se fizerem isso,
       o vinho novo rebentará os odres, se derramará e os odres
       se perderão.      38 - O vinho novo deve ser posto em odres
       novos, porque assim se conservam. 39 - E não há quem, be-
       bendo o vinho velho, prefira o novo, pois diz: o velho é me-
       lhor.

Todas as explicações cabíveis, aqui, para a compreensão do fim a que Jesus visava, com o ensinamento que ele deu de forma velada, se referem ao futuro espiritual da Humanidade.

Os homens eram a roupa velha que, impensadamente remendada, teria sido destruída. Eram os odres velhos, impróprios para recipientes de um licor ativo que, fermentado, os despedaçaria. Vós, CRISTÃOS DO NOVO MANDAMENTO, sois odres novos em que o vinho novo é despejado abundantemente: guardai-o como preciosidade, e ele dará em vós bom produto; envelhecerá nos odres, ficará cada vez melhor, restituindo a força, a saúde e a vida aos que vierem bebê-lo.

O termo "esposo", pelo qual o Mestre se designava a si próprio, era tomado às idéias, às tradições e aos costumes hebraicos, pela consideração dispensada aos judeus que se casavam. ORA, SENDO O CHEFE DESTA DOUTRINA, QUE VOS TEM AMPARADO APESAR DE TODOS OS VOSSOS DESVIOS, Jesus era considerado como o jovem puro que depõe a coroa nupcial, a fim de assumir o governo da família que constituiu para si mesmo. OS FILHOS, OS AMIGOS DO ESPOSO, SÃO EXPRESSÕES SINÔNIMAS, INDICANDO OS QUE ERAM MAIS CAROS E MAIS LIGADOS AO ESPOSO. 

Procurai compreender bem, segundo o espírito que vivifica, não segundo a letra que mata, estas palavras que o mestre dirigiu aos fariseus e aos discípulos do Batista: "Podem os filhos, os amigos do esposo jejuar, enquanto este está com eles? NÃO PODEM JEJUAR, ENQUANTO O ESPOSO ESTÁ COM ELES. Mas dias virão em que o esposo lhes será tirado; então, sim, jejuarão". 

A presença de Jesus entre os discípulos os mantinha na senda que deviam trilhar: não precisavam, portanto, submeter-se a privações expiatórias. Mas o FUTURO SE DISTENDIA AOS OLHOS DO CRISTO E ELE ANTEVIA OS ABUSOS, OS TRANSVIAMENTOS QUE NÃO TARDARIAM A PERVERTER A IGREJA E SEUS FILHOS, ISTO É, A HUMANIDADE, E AQUELES QUE TOMARIAM A SI A CONTINUAÇÃO DA OBRA DOS APÓSTOLOS E DOS PRIMEIROS CRISTÃOS.

Antevia, portanto, necessária a expiação como meio de reparação. E o Jejum material era, entre os judeus, o emblema da expiação. O jejum de que Jesus falava - e que os homens teriam de praticar nos tempos que sucederiam o desempenho da sua missão terrena - NÃO ERA O JEJUM MATERIAL QUE OS FARISEUS E OS DISCÍPULOS DE JOÃO PRATICAVAM. JESUS ALUDIA ÀS EXPIAÇÕES A QUE OS HOMENS TERIAM DE SUBMETER-SE, PARA REPARAR AS SUAS FALTAS: ALUDIA, SIM, AO JEJUM MORAL. 

O jejum material constituía, entre os hebreus, um ato expiatório, destinado a reparar os erros leves da vida. Teve sua razão de ser, como explicaremos, numa época em que só as leis materiais podiam dominar a matéria.  

Já o JEJUM MORAL consiste no remorso das faltas graves que os homens cometem, todos os dias, para com Deus, transgredindo suas Leis, deixando de praticar o Amor e a Caridade, entregando-se ao orgulho, ao egoísmo, à inveja - vícios que não chegam a perceber no fundo de seus corações, tão grande é a sua cegueira, tanta a confiança que depositam em si mesmos. 

JEJUAI, MORTIFICANDO VOSSAS ALMAS, PARA QUE ELAS SE PURIFIQUEM. BOM É O JEJUM - MAS O JEJUM MORAL, PORQUE É SEMPRE ÚTIL À ALMA CULPADA, EXPURGANDO-A DE SUAS IMPUREZAS.



Nenhum comentário:

Postar um comentário

  A DOUTRINA DO CEU   P – Qual a Doutrina do Centro Espiritual Universalista da LBV?   R – Ela unifica, neste fim de ciclo, todos os...