26/08/1970
O
POSSESSO MUDO
P - Nada
como a Luz da Verdade para sobrepujar a força da treva. Já que o Espírito da
Verdade falou da cura dos cegos, poderia explicar o caso do mudo possesso?
R -
Vejamos Mateus, IX: 32-34 e Lucas, XI: 14-20.
Mateus: 32 - Logo
que eles saíram, apresentaram a
Jesus um homem mudo, possesso do
demônio. 33 –
Tendo sido este expulso, o mudo falou.
E a multidão
admirada dizia: "Nunca vimos
coisa semelhante em
Israel!" 34 - Mas os fariseus diziam: "Ele
expulsa os
demônio pelo príncipe dos
demônios!".
Lucas: 14 - Jesus expulsou o demônio de um homem
que estava mudo e, logo que o demônio
saiu, o mudo
falou e todo o povo se encheu de
admiração. 15 - Mas,
entre os populares, alguns diziam: "É por Belzebu,
príncipe dos demônios, que ele expulsa
os demônios."
16 - Outros, para o tentarem, lhe pediam um sinal
do
céu; 17 - Jesus, porém, conhecendo os
seus pensamen-
tos, disse: "Todo reino dividido contra si mesmo
será
desolado, e casa sobre casa cairá. 18
- Se, pois, Satanás
está dividido contra si mesmo, como poderá subsistir
o seu reino? Sim, porquanto, dizeis que é por Belzebu
que eu expulso os demônios. 19 - Ora,
se é por Belzebu
que eu expulso os demônios, por quem
os expulsam
vossos filhos? Por isso serão eles
mesmos os vossos juí-
zes. 20 - Se, porém, eu expulso os demônios pelo
dedo
de Deus, é que o reino de Deus já
desceu até vós.
Exercendo
uma ação fluídica sobre os órgãos da voz, da palavra, é que o mau Espírito -
obsessor daquele homem, a quem chamavam "possesso do demônio" - o
tornava mudo, subjugando-o completamente.
Da mesma
forma que o obsessor do cego lhe paralisa a vista, como o obsessor do surdo lhe
utiliza o ouvido (cobrindo cada um desses órgãos com uma parte do fluido que o
envolve e retirando-lhe, assim, momentaneamente, as faculdades), o obsessor do
mudo também lhe paralisa a voz, privando-a da faculdade de falar.
Jesus
ordenou ao Espírito mau, que abandonasse a vítima. Tendo-se afastado o
obsessor, cessou a ação fluídica que produzia a mudez, e o mudo falou. A
SUBJUGAÇÃO A QUE ESTAVA SUJEITO O HOMEM E A SUA CONSEQUENTE MUDEZ ERAM, PARA
ELE, UMA PROVAÇÃO E UMA EXPIAÇÃO. Quando observardes uma punição, procurai do
outro lado o abuso, falta ou crime a cuja reparação ela se destina. O mudo,
constrangido a guardar silêncio, quando as palavras e a ânsia de se exprimir
lhe fervilhavam no íntimo, EXPIAVA UM ABUSO DE ELOQÜÊNCIA: ORADOR DE TALENTO,
CONTRIBUIRA PARA ARRASTAR MULTIDÕES A ERROS PROFUNDOS. Expiava, portanto,
a sua leviandade.
Mas a
provação e a expiação da mudez lhe foram impostas por limitado tempo. Sofrera o
castigo sem resmungar, resignado e paciente. Por isso mesmo, Jesus o libertou.
A
acusação dos fariseus e dos sacerdotes era análoga à que hoje procura atingir
os conhecedores das Leis Espirituais. Não são eles acusados de manter relações
com Satanás? Não é ao "demônio" que AINDA HOJE acusam de vos pregar o
Novo Mandamento contra a "Igreja de Jesus Cristo"? Assim sendo, é
fácil compreender a acusação que fizeram ao Mestre. "Se me odeiam a mim -
disse Jesus - também vos odiarão a vós".
,
Caminhai,
portanto, nas suas pegadas, firmando-vos na sua resposta que é irrespondível:
"Se eu expulso demônios por Belzebu, por quem os expulsam vossos filhos?
Por isso, eles mesmos serão os vossos juízes".
Por estas
palavras, o Cristo aludia aos que, seguindo-lhe os passos, procuram
purificar-se espiritualmente, expulsando os "demônios" pelo jejum e
pela oração. Os verdadeiros CRISTÃOS DO NOVO MANDAMENTO são esses filhos dos
homens que se purificam e se elevam acima de seus pais, pois se tornam seus
juízes naturais, diante da LEI DE DEUS.
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