segunda-feira, 20 de abril de 2015


26/08/1970
O POSSESSO MUDO

P - Nada como a Luz da Verdade para sobrepujar a força da treva. Já que o Espírito da Verdade falou da cura dos cegos, poderia explicar o caso do mudo possesso?

R - Vejamos Mateus, IX: 32-34 e Lucas, XI: 14-20.

         Mateus: 32 - Logo que eles saíram, apresentaram a
         Jesus um homem mudo, possesso do demônio. 33 –
         Tendo sido este expulso, o mudo falou. E a multidão
         admirada dizia: "Nunca vimos coisa semelhante em
         Israel!"  34 - Mas os fariseus diziam: "Ele expulsa os
         demônio pelo príncipe dos demônios!". 

         Lucas:  14 - Jesus expulsou o demônio de um homem
         que estava mudo e, logo que o demônio saiu, o mudo
         falou e todo o povo se encheu de admiração. 15 - Mas,
         entre os populares,  alguns  diziam:    "É por Belzebu,
         príncipe dos demônios, que ele expulsa os demônios."
         16 -  Outros, para o tentarem, lhe pediam um sinal do
         céu; 17 - Jesus, porém, conhecendo os seus pensamen-
         tos, disse:   "Todo reino dividido contra si mesmo será
         desolado, e casa sobre casa cairá. 18 - Se, pois, Satanás
         está dividido contra si mesmo, como  poderá subsistir
         o seu reino?  Sim, porquanto, dizeis que é por Belzebu
         que eu expulso os demônios. 19 - Ora, se é por Belzebu
         que eu expulso os demônios,  por  quem  os  expulsam
         vossos filhos? Por isso serão eles mesmos os vossos juí-
         zes.  20 - Se, porém, eu expulso os demônios pelo dedo
         de Deus, é que o reino de Deus já desceu até vós.

Exercendo uma ação fluídica sobre os órgãos da voz, da palavra, é que o mau Espírito - obsessor daquele homem, a quem chamavam "possesso do demônio" - o tornava mudo, subjugando-o completamente. 

Da mesma forma que o obsessor do cego lhe paralisa a vista, como o obsessor do surdo lhe utiliza o ouvido (cobrindo cada um desses órgãos com uma parte do fluido que o envolve e retirando-lhe, assim, momentaneamente, as faculdades), o obsessor do mudo também lhe paralisa a voz, privando-a da faculdade de falar.

Jesus ordenou ao Espírito mau, que abandonasse a vítima. Tendo-se afastado o obsessor, cessou a ação fluídica que produzia a mudez, e o mudo falou. A SUBJUGAÇÃO A QUE ESTAVA SUJEITO O HOMEM E A SUA CONSEQUENTE MUDEZ ERAM, PARA ELE, UMA PROVAÇÃO E UMA EXPIAÇÃO. Quando observardes uma punição, procurai do outro lado o abuso, falta ou crime a cuja reparação ela se destina. O mudo, constrangido a guardar silêncio, quando as palavras e a ânsia de se exprimir lhe fervilhavam no íntimo, EXPIAVA UM ABUSO DE ELOQÜÊNCIA: ORADOR DE TALENTO, CONTRIBUIRA PARA ARRASTAR MULTIDÕES A ERROS PROFUNDOS. Expiava, portanto, a sua leviandade. 

Mas a provação e a expiação da mudez lhe foram impostas por limitado tempo. Sofrera o castigo sem resmungar, resignado e paciente. Por isso mesmo, Jesus o libertou.

A acusação dos fariseus e dos sacerdotes era análoga à que hoje procura atingir os conhecedores das Leis Espirituais. Não são eles acusados de manter relações com Satanás? Não é ao "demônio" que AINDA HOJE acusam de vos pregar o Novo Mandamento contra a "Igreja de Jesus Cristo"? Assim sendo, é fácil compreender a acusação que fizeram ao Mestre. "Se me odeiam a mim - disse Jesus - também vos odiarão a vós". 
Caminhai, portanto, nas suas pegadas, firmando-vos na sua resposta que é irrespondível: "Se eu expulso demônios por Belzebu, por quem os expulsam vossos filhos? Por isso, eles mesmos serão os vossos juízes". 

Por estas palavras, o Cristo aludia aos que, seguindo-lhe os passos, procuram purificar-se espiritualmente, expulsando os "demônios" pelo jejum e pela oração. Os verdadeiros CRISTÃOS DO NOVO MANDAMENTO são esses filhos dos homens que se purificam e se elevam acima de seus pais, pois se tornam seus juízes naturais, diante da LEI DE DEUS.


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