15/08/1970
VOCAÇÃO
DE MATEUS
P - Ao
convocar Levi, o publicano, para o seu apostolado, Jesus deu uma lição
impressionante de BOA VONTADE. Como o Espírito da Verdade, através do CEU da
LBV, interpreta essa passagem do Evangelho?
R - Vamos
harmonizar: Mateus, IX: 9-13, Marcos, II: 13-17 e Lucas, V: 27-32.
Mateus: 9 - Ao
sair dali, viu Jesus um homem chamado
Mateus, sentado na coletoria, e lhe
disse: "Segue-me".
Logo o homem, levantando-se o seguiu.
10 - E sucedeu
que, estando depois Jesus à mesa, na
casa de Mateus,
vieram muitos publicanos e pecadores e sentaram
à
volta da mesa com Jesus e seus
discípulos. 11 - Notando
isso, os fariseus disseram aos
discípulos: "Como é que
vosso Mestre come na companhia de
publicanos e peca-
dores!" 12 - Jesus, ouvindo-os,
falou: "Não são os que
têm saúde que precisam de médico e sim,
os doentes. 13
- Ide, pois, aprender o que significam estas palavras:
"Misericórdia
quero, não holocausto"; porque não vim
chamar os justos, mas os pecadores.
Marcos: 13 -
Jesus saiu de novo, em direção ao mar; todo
o povo o seguia, e ele a todos
ensinava. 14 - Ao passar, viu
Levi, filho de Alfeu, sentado no
telônio, e lhe disse: "Segue
-me"; e Levi, erguendo-se, o
seguiu. 15 - Aconteceu que,
estando Jesus à mesa, em casa desse
homem, muitos pu-
blicanos e pecadores, que em grande
número o acompa-
nhavam, sentaram, também, à mesa com
ele e os discípu-
los.
16 - Os escribas e os fariseus, vendo-o comer na com-
panhia de publicanos e pecadores,
disseram aos discípu-
los: "Então, o vosso Mestre come
e bebe com publicanos e
pecadores?" 17 - Ouvindo o que diziam,
Jesus lhes obser-
vou: "Não precisam de médicos os
sãos e sim os enfermos;
eu não vim chamar os justos, mas os
pecadores".
Lucas: 27 - Jesus
partiu, depois disso, e vendo um publica-
no de nome Levi, sentado na coletoria,
disse-lhe: "Segue-
me". 28 - E o publicano, levantando-se e
abandonando tu-
do, o seguiu. 29 - Mais tarde, Levi lhe ofereceu um grande
festim em sua casa, onde havia muitos
publicanos e outras
pessoas, que também tomaram lugar à mesa. 30 -
Os escri-
bas e os fariseus murmuravam, dizendo aos discípulos:
"Como é que comeis e bebeis com
publicanos e pecadores?"
31 - Jesus, respondendo, lhes disse:
"Os que têm saúde não
precisam de médico, e sim os doentes.
32 - Não é aos justos,
mas aos pecadores, que vim chamar à
penitência".
Efetivamente,
Jesus provou, assim, que NÃO SE DEVE REPELIR OS QUE PAREÇAM INDIGNOS: onde não
vedes senão fraudes ou impurezas, pode o Senhor ter colocado um germe de
virtude que a cultura fará frutificar. Sede, pois, indulgentes para com vossos
irmãos. Estendei mão protetora aos fracos; esforçai-vos por exaltar os
aviltados; imitai, finalmente, o Divino Modelo, procurando os doentes e tudo
fazendo para os curar.
Mateus,
que Jesus foi buscar entre os publicanos, era um Espírito elevado, que
encarnara com a missão de auxiliar o Mestre, na obra que ele veio executar na
Terra. Inspirado pelo seu Anjo Guardião e pelos Espíritos Superiores que o
cercavam, obedeceu no mesmo instante ao chamamento do Cristo e o seguiu. E,
OFERECENDO AO MESTRE O GRANDE FESTIM DE QUE FALAM OS EVANGELISTAS, LHE
PROPORCIONOU, COMO DEVIA SUCEDER, OPORTUNIDADE E MEIO DE DAR AQUELA LIÇÃO
ETERNA. Tudo tinha sido previamente preparado: tudo se cumpria, por ordem do
Senhor, sob a inspiração, a influência e ação ocultas do Espíritos Superiores,
obedientes a vontade do Mestre.
Como os
discípulos do Cristo, Levi, filho de Alfeu, adotou como Apóstolo o nome de
Mateus; mas por Levi é que era geralmente conhecido.
"Não
são os que têm saúde que precisam de médico - afirmou Jesus - e sim os
doentes". E acrescentou: "Não vim em busca dos justos, mas dos
pecadores". Assim como aquele que goza saúde não precisa de médico, aquele
que obedece conscientemente à Lei de Deus não precisa ser salvo: ELE SE SALVA
POR SI MESMO.
O Cristo
chama a si os que tinham reparações a fazer. Se convidava ao arrependimento, o
seu convite só podia ser feito aos que tinham falido. "Ide, pois, (disse a
todos) aprender o que significam estas palavras: MISERICÓRDIA QUERO, NÃO
HOLOCAUSTO". As palavras do profeta Oséias (VI: 6) com referência ao
Senhor: "O que eu quero é a misericórdia, não o sacrifício, o conhecimento
de Deus mais que os holocaustos", devem ser confrontadas com estas outras
do profeta Samuel (Primeiro Livro dos Reis, II: 6-10): "O Senhor dá e tira
a vida; leva à habitação dos mortos e dela retira. É o Senhor quem enrique e
empobrece; quem exalta e quem humilha. Levanta o pobre do pó, e do esterco
levanta o indigente para sentar-se com os príncipes e ocupar um trono de
glória. Porque do Senhor são os polos da Terra, e sobre eles pôs o mundo. Ele
guardará os pés dos seus santos, e os ímpios ficarão mudos nas trevas; porque o
homem não será forte na sua robustez. Tremerão diante do Senhor os seus
inimigos, e dos céus trovejará sobre eles. O Senhor julgará as extremidades da
Terra, e dará o império ao seu rei, exaltando a glória dos seu
Cristo". São a origem divina das palavras do Salvador:
"Misericórdia quero, não holocausto".
A Nova
Revelação vem ensinar o seu significado. Vimos, em nome do Mestre, dizer a
todos vós: SEJAM QUAIS FOREM AS FALTAS E OS CRIMES COMETIDOS, HAVENDO
ARREPENDIMENTO, NÃO HAVERÁ - PARA O ESPÍRITO CULPADO - SACRIFÍCIO, ISTO É,
PENAS ETERNAS. HAVERÁ, AO CONTRÁRIO, MISERICÓRDIA, O QUE QUER DIZER - PERDÃO,
subordinado este apenas, conforme à bondade e à justiça infinitas de Deus e com
o duplo fim de aperfeiçoamento moral e progresso, às duas únicas e inevitáveis
condições seguintes: expiar o culpado, na erraticidade, após a morte, as faltas
e crimes praticados, mediante sofrimentos morais apropriados, por meio da
reencarnação e de novas provações. Sim, ONDE QUER QUE HAJA ARREPENDIMENTO,
HAVERÁ PERDÃO.
Jesus,
portanto, queria a misericórdia, despertando no homem o remorso da falta ou do
crime e o desejo da reparação: A REPARAÇÃO É A CONSCIÊNCIA DO ARREPENDIMENTO.
Convidando-os ao arrependimento, Jesus facilitava a expiação e, assim, salvava
aqueles que, de outro modo, estacionariam longo tempo na impenitência.
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