domingo, 12 de abril de 2015


15/08/1970
VOCAÇÃO DE MATEUS

P - Ao convocar Levi, o publicano, para o seu apostolado, Jesus deu uma lição impressionante de BOA VONTADE. Como o Espírito da Verdade, através do CEU da LBV, interpreta essa passagem do Evangelho?

R - Vamos harmonizar: Mateus, IX: 9-13, Marcos, II: 13-17 e Lucas, V: 27-32.

         Mateus: 9 - Ao sair dali, viu Jesus um homem chamado
         Mateus, sentado na coletoria, e lhe disse: "Segue-me".
         Logo o homem, levantando-se o seguiu. 10 - E sucedeu
         que, estando depois Jesus à mesa, na casa  de  Mateus,
         vieram muitos publicanos e  pecadores  e  sentaram  à
         volta da mesa com Jesus e seus discípulos. 11 - Notando
         isso, os fariseus disseram aos discípulos:   "Como é que
         vosso Mestre come na companhia de publicanos e peca-
         dores!" 12 - Jesus, ouvindo-os, falou:      "Não são os que
         têm saúde que precisam de médico e sim, os doentes. 13
         - Ide, pois,  aprender  o  que  significam  estas  palavras:  
         "Misericórdia quero, não holocausto"; porque não vim
         chamar os justos, mas os pecadores.

         Marcos: 13 - Jesus saiu de novo, em direção ao mar; todo
         o povo o seguia, e ele a todos ensinava. 14 - Ao passar, viu
         Levi, filho de Alfeu, sentado no telônio, e lhe disse: "Segue
         -me"; e Levi, erguendo-se, o seguiu.      15 - Aconteceu que,
         estando Jesus à mesa, em casa desse homem,   muitos pu-
         blicanos e pecadores, que em grande número  o  acompa-
         nhavam, sentaram, também, à mesa com ele e os discípu-
         los. 16 - Os escribas e os fariseus, vendo-o comer na com-
         panhia de publicanos e pecadores, disseram aos discípu-
         los: "Então, o vosso Mestre come e bebe com publicanos e
         pecadores?" 17 - Ouvindo o que diziam, Jesus lhes  obser-
         vou: "Não precisam de médicos os sãos e sim os enfermos;
         eu não vim chamar os justos, mas os pecadores".

         Lucas: 27 - Jesus partiu, depois disso, e vendo um publica-
         no de nome Levi, sentado na coletoria, disse-lhe:    "Segue-
         me".  28 - E o publicano, levantando-se e abandonando tu-
         do, o seguiu.  29 - Mais tarde, Levi lhe ofereceu um grande
         festim em sua casa, onde havia muitos publicanos e outras
          pessoas, que também tomaram lugar à mesa. 30 - Os escri-
          bas  e  os  fariseus  murmuravam,  dizendo  aos discípulos:
          "Como é que comeis e bebeis com publicanos e pecadores?"
          31 - Jesus, respondendo, lhes disse: "Os que têm saúde não
          precisam de médico, e sim os doentes. 32 - Não é aos justos,
          mas aos pecadores, que vim chamar à penitência".

Efetivamente, Jesus provou, assim, que NÃO SE DEVE REPELIR OS QUE PAREÇAM INDIGNOS: onde não vedes senão fraudes ou impurezas, pode o Senhor ter colocado um germe de virtude que a cultura fará frutificar. Sede, pois, indulgentes para com vossos irmãos. Estendei mão protetora aos fracos; esforçai-vos por exaltar os aviltados; imitai, finalmente, o Divino Modelo, procurando os doentes e tudo fazendo para os curar.

Mateus, que Jesus foi buscar entre os publicanos, era um Espírito elevado, que encarnara com a missão de auxiliar o Mestre, na obra que ele veio executar na Terra. Inspirado pelo seu Anjo Guardião e pelos Espíritos Superiores que o cercavam, obedeceu no mesmo instante ao chamamento do Cristo e o seguiu. E, OFERECENDO AO MESTRE O GRANDE FESTIM DE QUE FALAM OS EVANGELISTAS, LHE PROPORCIONOU, COMO DEVIA SUCEDER, OPORTUNIDADE E MEIO DE DAR AQUELA LIÇÃO ETERNA. Tudo tinha sido previamente preparado: tudo se cumpria, por ordem do Senhor, sob a inspiração, a influência e ação ocultas do Espíritos Superiores, obedientes a vontade do Mestre. 

Como os discípulos do Cristo, Levi, filho de Alfeu, adotou como Apóstolo o nome de Mateus; mas por Levi é que era geralmente conhecido. 

"Não são os que têm saúde que precisam de médico - afirmou Jesus - e sim os doentes". E acrescentou: "Não vim em busca dos justos, mas dos pecadores". Assim como aquele que goza saúde não precisa de médico, aquele que obedece conscientemente à Lei de Deus não precisa ser salvo: ELE SE SALVA POR SI MESMO.

O Cristo chama a si os que tinham reparações a fazer. Se convidava ao arrependimento, o seu convite só podia ser feito aos que tinham falido. "Ide, pois, (disse a todos) aprender o que significam estas palavras: MISERICÓRDIA QUERO, NÃO HOLOCAUSTO". As palavras do profeta Oséias (VI: 6) com referência ao Senhor: "O que eu quero é a misericórdia, não o sacrifício, o conhecimento de Deus mais que os holocaustos", devem ser confrontadas com estas outras do profeta Samuel (Primeiro Livro dos Reis, II: 6-10): "O Senhor dá e tira a vida; leva à habitação dos mortos e dela retira. É o Senhor quem enrique e empobrece; quem exalta e quem humilha. Levanta o pobre do pó, e do esterco levanta o indigente para sentar-se com os príncipes e ocupar um trono de glória. Porque do Senhor são os polos da Terra, e sobre eles pôs o mundo. Ele guardará os pés dos seus santos, e os ímpios ficarão mudos nas trevas; porque o homem não será forte na sua robustez. Tremerão diante do Senhor os seus inimigos, e dos céus trovejará sobre eles. O Senhor julgará as extremidades da Terra, e dará o império ao seu rei, exaltando a glória dos seu Cristo". São a origem divina das palavras do Salvador: "Misericórdia quero, não holocausto". 

A Nova Revelação vem ensinar o seu significado. Vimos, em nome do Mestre, dizer a todos vós: SEJAM QUAIS FOREM AS FALTAS E OS CRIMES COMETIDOS, HAVENDO ARREPENDIMENTO, NÃO HAVERÁ - PARA O ESPÍRITO CULPADO - SACRIFÍCIO, ISTO É, PENAS ETERNAS. HAVERÁ, AO CONTRÁRIO, MISERICÓRDIA, O QUE QUER DIZER - PERDÃO, subordinado este apenas, conforme à bondade e à justiça infinitas de Deus e com o duplo fim de aperfeiçoamento moral e progresso, às duas únicas e inevitáveis condições seguintes: expiar o culpado, na erraticidade, após a morte, as faltas e crimes praticados, mediante sofrimentos morais apropriados, por meio da reencarnação e de novas provações. Sim, ONDE QUER QUE HAJA ARREPENDIMENTO, HAVERÁ PERDÃO. 

Jesus, portanto, queria a misericórdia, despertando no homem o remorso da falta ou do crime e o desejo da reparação: A REPARAÇÃO É A CONSCIÊNCIA DO ARREPENDIMENTO. Convidando-os ao arrependimento, Jesus facilitava a expiação e, assim, salvava aqueles que, de outro modo, estacionariam longo tempo na impenitência.


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