12/05/1970
JESUS E SATANÁS - I
P - Os ensinos do CEU, da LBV, estão sendo colecionados por muitas pessoas que se declaram "profundamente interessadas embora não gostem de religião". Vemos nisso um sinal de que tal matéria traz algo de novo, capaz de religar a criatura ao Criador. Quais as palavras que Jesus proferiu e que deram origem à crença que ele sofreu a tentação e o jejum?
R - Diz o Espírito da Verdade:
- Os profetas se preparavam para desempenhar suas missões por meio da prece, da meditação e do jejum, no deserto. Pareceu aos homens que Jesus se submeteu a esse uso, ou tradição, antes de dar início ao desempenho da sua missão publicamente.
Depois de receber, diante do povo, pela descida do Espírito Santo sob a forma de uma pomba e pela "voz que se fez ouvir no céu", a consagração (como Filho de Deus) da missão que ia desempenhar e que João, havia a pouco, anunciado a todos os que o cercavam, Jesus se afastou das margens do Jordão, perderam-no de vista aqueles que lhe seguiam os passos.
Para impressionar as multidões, ele se tornou invisível durante o tradicional espaço de tempo - quarenta dias e quarenta noites - número este até certo ponto sagrado, segundo as tradições hebraicas. Desapareceu, não porque se internara no deserto, mas porque voltara - como fazia sempre que sua missão não lhe reclamava a presença entre os homens - para as regiões superiores onde, do alto dos esplendores celestes, governava, governa e governará a Terra e a Humanidade.
Decorrido os quarenta dias e quarenta noites, reapareceu, dirigindo ao povo e aos discípulos que o rodeavam (e lhe haviam notado a ausência) estas palavras: "Em verdade vos digo: quando Satanás vos segredar - "Escuta os meus conselhos, faze a minha vontade, e eu te darei todos os reinos da Terra" - repeli-o com firmeza. Não tendes um reino maior que todos - o Reino de Deus, vosso Pai? Se a fome vos apertar e Satanás vos disser - "Obedece-me, e destas pedras farei pão para o teu alimento" - recusai-o sem temor. O pão da terra não alimenta se não o corpo, e vós tendes o Pão da Vida, que alimenta a Alma e a torna apta a entrar na Vida Eterna. Se o orgulho vos arrastar ao fastígio das grandezas humanas e Satanás vos disser - "Precipita-te no espaço que te atrai e não temas a queda, pois serás amparado" - imponde-lhe silêncio não tenteis o Senhor vosso Deus. Recolhei-vos, medindo a vossa fraqueza e a grandeza do Pai, e Satanás se afastará por algum tempo. Mas não esqueçais que ele ronda constantemente, pronto sempre a deitar as garras à sua presa e se aproveitar de todas as suas fraquezas".
Aí tendes, bem-amados irmãos, as palavras que o Mestre pronunciou quando reapareceu e que, por sua ordem, vos revelamos e transmitimos. Aplicai a vós mesmos essas palavras, porque - como todas as que lhe saíram dos lábios, devem produzir frutos no presente e no futuro, do mesmo modo que, sob a figura da tentação material, produziram no passado. Semelhantemente ao que se dava com tudo quanto, então, se dizia, tais palavras passaram de boca em boca. Alguns dos Apóstolos (e discípulos) as ouviram do próprio Cristo; outros as receberam da voz pública; mas, enquanto durou a missão terrena de Jesus, tendo todos a atenção continuamente solicitada por fatos novos, não a detinham sobre nenhum. Só depois de terminada a missão, os fatos voltaram a ser considerados mais atentamente, e entre eles se apresentaram de novo o desaparecimento do Mestre, durante quarenta dias e quarenta noites, as circunstâncias que o cercaram.
Surgiram, então, os comentários e destes nasceu a opinião que gerou a crença no fato material do jejum no deserto e da tentação de Satanás. Os Apóstolos e os discípulos, como todos os que abraçaram a fé cristã, acreditaram nesse fato material. Na sua condição de homens, de Espíritos encarnados, tinham os preconceitos e as crenças da época e estavam imbuídos das mesmas tradições. Na verdade, era corrente, então, que todo profeta ia jejuar no deserto, antes de principiar o desempenho da sua missão.
Coincidindo as palavras de Jesus com o seu desaparecimento por quarenta dias e quarenta noites, pensaram todos que essas palavras eram o resumo do que ocorrera com ele durante a sua ausência; que o que ensinara, relativamente às tentações do Demônio, tentações a que está sujeita a Humanidade, pela fome, pelo orgulho e pela ambição, relativamente às emboscadas que o Espírito do Mal lhe arma, e à fé e à perseverança com que lhe cumpre resistir, era o resumo do que o próprio Jesus experimentara.
Assim, acreditaram que Jesus havia jejuado, quarenta dias e quarenta noites, no deserto; que, decorrido esse tempo, tivera fome e, então, fora tentado por Satanás, no exato sentido das palavras que dirigia ao povo. Ao homem material são precisos fatos materiais. O Cristo para os homens, era um homem e, como tal, sujeito às enfermidades, a TODAS as necessidades da existência humana. Em matéria de provações, NINGUÉM, naquela época, podia compreender senão as provações físicas.
Ao surgirem os comentários sobre as palavras do Mestre, já se divulgara pelas multidões a revelação que o Anjo fizera a José e Maria, e que fora conservada em segredo até ao termo da missão terrena de Jesus. Diante da revelação da sua origem, tida em geral, segundo a letra, por miraculosa, divina, dada a qualidade que a mesma revelação lhe atribui de Filho de Deus; diante da sua vida de pureza perfeita e dos "milagres" que realizara, da sua "ressurreição" e da sua "ascensão", difundiu-se a crença na sua divindade.
quinta-feira, 22 de janeiro de 2015
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