29/04/1970
DEUS E A VIDA UNIVERSAL - XIII
P - Desejamos que o Espírito da Verdade analise esta opinião, formulada nos seguintes termos:
"Do mesmo modo que, para o Espírito em estado de formação, a materialização nos reinos mineral e vegetal e nas espécies intermediárias (e, igualmente, a encarnação no reino animal e nas espécies intermediárias), É UMA NECESSIDADE e não UM CASTIGO resultante de falta cometida, TAMBÉM PARA O ESPÍRITO FORMADO, que já tem inteligência independente, consciência de suas faculdades, responsabilidades dos seus atos (livre arbítrio), e que se encontra no estado de inocência e ignorância - a encarnação, primeiro em terras ou mundos primitivos, depois nos mundos inferiores e superiores - ATÉ QUE HAJA ATINGIDO A PERFEIÇÃO - É UMA NECESSIDADE e não UM CASTIGO".
Que devemos nós concluir de tudo isso?
R - Responde o Espírito da Verdade:
A encarnação humana NÃO É UMA NECESSIDADE, e sim UM CASTIGO, diante das Leis Divinas que já analisamos. E o castigo não pode preceder a culpa. O Espírito não é humanizado (também já o explicamos) antes que a primeira falta o tenha sujeitado à encarnação humana. Só então ele é preparado (como, igualmente, já o demonstramos) para lhe sofrer as consequências.
A opinião que submeteis à nossa análise, na vossa pergunta de hoje, se fundamenta por esta maneira:
"Segundo um sistema que, à primeira vista, denota algo de especioso, os Espíritos não teriam sido criados para encarnar materialmente; a encarnação humana NÃO seria mais que o resultado de uma falta. Tal sistema cai pela simples consideração de que, SE NENHUM ESPÍRITO HOUVESSE FALIDO, NÃO HAVERIA HOMENS NA TERRA NEM SERES NOS OUTROS MUNDOS. Ora, sendo a presença do homem necessária, como é, para melhoria material dos mundos, visto que ele concorre - pela sua inteligência e pela sua atividade - para a execução da obra geral, claro está que o homem é um dos meios essenciais da Criação.
Não podendo Deus subordinar o acabamento de sua obra à queda eventual das suas criaturas, a menos que contasse previamente com um número suficiente de culpados, para alimentar os mundos criados e por criar, o BOM SENSO repele semelhante modo de pensar".
A última frase deve ser riscada. O bom senso, ao contrário, indica que a preciência de Deus lhe faculta saber que, NO NÚMERO DOS QUE ELE CRIA SIMPLES, IGNORANTES E FALÍVEIS, HAVERÁ SEMPRE MUITOS QUE PELO MAU USO DO SEU LIVRE ARBÍTRIO - SUCUMBIRÃO AS SUAS FRAQUEZAS CAUSADAS PELO ORGULHO, QUE SE ORIGINA NA IGNORÂNCIA E TEM POR DERIVADOS A PRESUNÇÃO, O EGOÍSMO E A INVEJA.
Seria, porventura, mais sensato pensar que Deus (o Infinito de todas as Perfeições) cria seus seres fracos expressamente para adquirirem força através dos sofrimentos, das provações?
Que os cria inocentes para lhes ensinar a prática da inocência no assassínio, na indignidade, na multiplicidade dos vícios das encarnações humanas primitivas, vícios que tanto se enraízam nas criaturas, e que milhares de séculos passam sobre elas sem as polir?
Sim, PORQUE AINDA HOJE SÃO INUMERÁVEIS AS BAIXEZAS QUE AFLIGEM O GÊNERO HUMANO! Ora, se assim fosse poderíeis dizer que Deus concedeu ao Espírito o livre arbítrio sob a condição de ficar submetido a uma lei única - a do pecado! Por essa forma, teria Deus sujeitado a suplício igual (o da encarnação humana) tanto o Espírito que, no estado de inocência e de ignorância, dócil a seus Guias, segue o caminho que lhe é apontado para progredir, quanto o Espírito indócil, orgulhoso, presunçoso, egoísta e invejoso, culpado e revoltado, que faliu por mau uso do seu livre arbítrio.
Não! Deus é infinitamente grande, justo, bom e paternal. Seus filhos nascem simples de coração (Ele assim o quis); têm a liberdade dos seus atos (é Ele quem concede). Se fazem mau uso do livre arbítrio, é que - dando o Senhor toda liberdade ao Espírito - dele se afasta, por assim dizer, para deixá-lo entregue às suas próprias impressões e tendências. É ENTÃO QUE O ESPÍRITO ESCOLHE O RUMO QUE PREFERE SEGUIR. Então, e só então, sofre as consequências da escolha que faz. Tudo virá a seu tempo.
É esta uma verdade que abrirá caminho, como já o abriram estas duas outras - a anterioridade da Alma e a reencarnação. Uma geração semeia, a segunda monda e a terceira colhe. A onisciência de Deus lhe faculta saber, desde e por toda eternidade (pois o presente, o passado e o futuro lhe estão patentes a todos os instantes) que jamais faltou nada, nem falta, nem faltará à vida e a harmonia universais: que houve, há e haverá SEMPRE Espíritos culposos para alimentar as terras primitivas, o vosso e os outros mundos que Ele criou, cria e criará, destinados a servir de habitação aos Espíritos que faliram, estão falindo e vão falir, todos esses que tiveram, têm e terão que expiar e progredir nessas esferas e trabalhar pela melhoria material delas.
A onisciência de Deus lhe faculta saber, desde e por toda a eternidade, que também houve e sempre haverá Espíritos que, puros no estado de inocência e de ignorância, dóceis aos seus Guias, se conservarão puros no caminho do progresso, trilhando-o simples e gradualmente, conforme ao que lhe é indicado; que sempre houve, há e haverá Espíritos, como esses, que NUNCA IRÃO FALIR, PARA ALIMENTAR TODOS OS MUNDOS FLUÍDICOS QUE ELE CRIOU, CRIA E CRIARÁ, apropriado às inteligências dos que os devem habitar, e nos quais essas inteligências têm de progredir em invólucros fluídicos.
segunda-feira, 12 de janeiro de 2015
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