terça-feira, 13 de janeiro de 2015

30/04/1970
DEUS E A VIDA UNIVERSAL - XIV

P - O autor da mesma opinião analisada pelo Espírito da Verdade, continua assim:
      "A encarnação humana é uma necessidade para o Espírito que, desempenhando missão providencial, trabalha pelo seu próprio adiantamento, por efeito da inteligência e da atividade que lhe cumpre empregar, para prover a sua existência e o seu bem-estar. Mas a encarnação humana se torna um castigo quando o Espírito,  por não ter feito o que devia, se vê constrangido a recomeçar a tarefa e multiplica suas vidas corporais, penosas por culpa sua. 
      Um estudante não chega a tomar o grau senão depois de haver passado pelas fileiras de todas as classes. Percorrer essas classes constitui, porventura, um castigo para ele?
       Não: é uma necessidade. 
       Se, porém, por preguiça, o estudante é obrigado a permanecer nelas o dobro do tempo, aí está o castigo. Poder livrar-se de algumas, ao contrário, representa bastante mérito. A verdade, pois, consiste em que a encarnação na Terra só é, para muitos dos que a habitam, um castigo, porque esses - podendo tê-lo evitado - duplicaram, triplicaram, até centuplicaram, por culpa própria, o número de suas vidas terrenas, retardando desse jeito o momento de entrarem nos mundos melhores. Assim, é errônea admitir, em princípio, a encarnação humana como um castigo". 
Que devemos pensar de tais conclusões?

R - Esclarece o Espírito da Verdade: 
      - Errôneo, ao contrário, é admitir que a encarnação humana seja UMA NECESSIDADE, tanto para o Espírito que, investido do livre arbítrio no estado de inocência e de ignorância, jamais faliu, por não fazer dele mau uso, pois, sempre dócil ao seus Guias, trilha o caminho que eles indicam, para progredir; como para aquele que, indócil, rebelde e obstinado, faliu pelo mau uso desse mesmo livre arbítrio. 

Sim, errôneo, ao contrário, é admitir que a encarnação não seja, em princípio, UM CASTIGO, POR EFEITO DE UMA CULPA QUE O TORNOU NECESSÁRIO. Os que formaram essa opinião errônea ainda não foram esclarecidos, ou não refletiram bastante sobre a natureza e o objeto dos mundos que os encarnados habitam, como planetas de expiação e de progresso; sobre a origem do Espírito e sobre as diversas fases por que ele passa no estado de formação. 

Sobretudo, ainda não refletiram acerca destas duas situações bem marcadas e que devem ser perfeitamente distinguidas: a situação em que, no estado de formação, o Espírito segue a sua contínua marcha progressiva, até chegar à condição de ESPÍRITO FORMADO, isto é, de inteligência independente, dotado de livre arbítrio, cônscio de sua vontade, das suas faculdades, da sua liberdade e, portanto, da RESPONSABILIDADE DOS SEUS ATOS; e a situação em que, como Espírito formado, ele se encontra num estado de inocência e de ignorância, podendo - ou usar o livre arbítrio no sentido de trilhar constantemente o caminho que lhe é indicado para progredir, ou fazer mau uso dele, sob a influência do orgulho, da presunção, da inveja, e se tornar, por isso mesmo, indócil, culposo, revoltado, podendo, em suma, falir ou não falir.

A encarnação é uma necessidade para o Espírito no estado de formação; é indispensável ao seu progresso, ao seu desenvolvimento, como meio de lhe proporcionar e ampliar gradualmente A CONSCIÊNCIA DE SER, o que ele não conseguirá senão pelo contato com a matéria. É a união desses dois princípios que dá lugar ao desenvolvimento intelectual. 

Fique, portanto, bem claro: a encarnação é uma necessidade até ao momento em que, alcançando certo ponto de desenvolvimento intelectual, o Espírito está apto a receber o precioso dom - mais tão perigoso - do livre arbítrio. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

  A DOUTRINA DO CEU   P – Qual a Doutrina do Centro Espiritual Universalista da LBV?   R – Ela unifica, neste fim de ciclo, todos os...