sábado, 10 de janeiro de 2015

26/04/1970
DEUS E A VIDA UNIVERSAL - XI

P - O Espírito da Verdade afirmou que os Espíritos destinados a ser humanizados, por terem cometido erros graves são lançados nas trevas exteriores - mundos primitivos, virgens ainda do aparecimento do homem (do reino humano), mas preparados e prontos para essas encarnações em substâncias humanas, às quais não se pode dar propriamente o nome de corpos, nas condições de macho e fêmea, aptos para a procriação e para a reprodução. Quais as condições dessas substâncias humanas?

R - São corpos rudimentares. O homem aporta a essas terras, ou mundos primitivos, no estado de esboço, como tudo o que se forma nas trevas exteriores.

Aí, o macho e a fêmea não são nem desenvolvidos, nem fortes, nem inteligentes. Mal se arrastando nos seus grosseiros invólucros, vivem - como os animais - do que  encontram no solo e lhes convenha. As árvores e o terreno produzem, abundantemente, para a nutrição de cada espécie. Os animais carnívoros não os caçam: a previdência do Senhor vela sempre, pela conservação de todos. SEUS ÚNICOS INSTINTOS SÃO OS DA ALIMENTAÇÃO E OS DA REPRODUÇÃO.

As gerações se sucedem, desenvolvendo-se. E as formas se vão alongando, tornando-se aptas a prover as necessidades que se multiplicam. Mas como não é nossa tarefa traçar aqui a História da Criação, prossigamos: O Espírito vai habitar corpos formados de substâncias contidas nas matérias constitutivas do planeta. Esses corpos não são aparelhados como os vossos, mas os elementos que os compõem se acham dispostos de maneira a que o Espírito os possa usar e aperfeiçoar.

Não poderíamos compará-los melhor do que a criptógamos carnudos. Podeis formar idéia da criação humana estudando essas larvas informes, que vegetam em certas plantas, particularmente nos lírios. São massas, quase inertes, de matérias moles e pouco agregadas, que rasteja, ou antes, desliza, tendo os membros, por assim dizer, em estado latente.

Eis aí, ó homem, a tua origem, o teu ponto de partida, quando o ateísmo, o orgulho, a inveja, a indocilidade e a revolta te fizeram falir, em condições que exigem A PRIMITIVA ENCARNAÇÃO HUMANA!

Não desvieis, horrorizado, o olhar: agradece, antes, ao Senhor, que te permite elevar os olhos para Ele e entrever a Imagem da Perfeição nos Espíritos radiosos que o cercam! E cabe, aqui, dar aos homens uma instrução séria, a fim de que não sejam levados a ver, nessas encarnações primitivas, ou nas suas causas, uma "vingança feroz" da Divindade. DEUS NÃO SE VINGA.

Que necessidade teria de se vingar? Apenas, na sua previdência onisciente, coloca o Espírito orgulhoso, que se considera "o centro do Universo", em condições de reconhecer a sua fragilidade. Procede como o chefe de família que, depois de consentir que o filho presunçoso tente levantar o peso que viu o pai erguer, exercita a força do menino, proporcionando-lhe meios de a desenvolver, pouco a pouco, a fim de aprender a fazer dela O USO CONVENIENTE.

Tais encarnações, por mais horríveis que possam  parecer, são um benefício imenso para o Espírito. Tendo falido, convém que ele se submeta ao jugo dessa matéria da qual se julgava o senhor, para compreender a sua impotência e adquirir, pelo exercício e pelo combate, a força, a destreza e, sobretudo, a experiência que lhe faltavam.

Ora, aquilo que pune o Espírito é, também, aquilo que o regenera: sem essa terrível provação, ele ficaria vicioso, e seu poder - se fosse mantido - se tornaria nocivo à HARMONIA UNIVERSAL, o que é impossível, por que contrário à Lei de Deus. Assim, portanto, só por uma paternal previdência do Criador - e unicamente no interesse do seu desenvolvimento meritório - o Espírito se vê condenado a sofrer encarnações que o seu zelo, o seu arrependimento e a sua docilidade podem abrandar e abreviar ao infinito.
    

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