15/04/1970
DEUS E A VIDA UNIVERSAL - II
P - Todos os brasileiros deviam estudar as lições do Espírito da Verdade. É no campo da religião - na Bíblia Sagrada, é que a Palavra de Deus - que podemos encontrar o caminho da segurança e da felicidade. Como se processa a evolução através dos reinos, a começar pelo mineral?
R - Em sua origem, a essência espiritual, princípio de inteligência, Espírito em formação, passa primeiro pelo reino mineral. Anima o mineral, se assim podemos falar, servindo-nos dos únicos recursos que oferece a linguagem humana apropriada às vossas inteligências.
Na Natureza, com efeito, tudo tem existência, porque tudo "morre". Ora, aquilo que "morre" traz em si o princípio da vida, sendo consequentemente animado por uma inteligência relativa. A palavra inteligência pode causar surpresa, tratando-se da vida de um a coisa inerte. Certamente, em tal caso, não há nem pensamento nem ação. A essência espiritual, nesse estado, se mantém inconsciente do seu ser. Ela é, eis tudo.
No estado de simples essência de vida, absolutamente inconsciente do seu ser, ela constrói o mineral, a pedra, o minério, atraindo e reunindo os elementos dos fluidos apropriados por meio de uma ação magnética dirigida e fiscalizada pelos Espíritos prepostos. Quanto mais inconsciente é o Espírito, no estado de formação, tanto mais direta e incessante é a ação desses Espíritos.
Guardai bem na memória, pois o que dizemos aqui não será repetido: EM QUALQUER DOS REINOS MINERAL, VEGETAL, ANIMAL E HUMANO (OU HOMINAL), NADA É SEM O CONCURSO DOS ESPÍRITOS DO SENHOR, que todos têm uma função a desempenhar, uma vigilância a exercer. Não há Espíritos prepostos à formação de um determinado mineral, de um determinado vegetal, de um determinado ser do reino animal ou reino humano. Os Espíritos têm uma AÇÃO GERAL e conforme às leis imutáveis e eternas, ação que não podeis, por hora, compreender.
O mineral "morre" quando é arrancado do meio em o que o colocara o Autor da Natureza. A pedra tirada da pedreira, o minério extraído da mina, deixando de existir, do mesmo modo que a planta separada do solo, perdem a VIDA NATURAL. A essência espiritual, que residia nas paredes do mineral, daí se retira por uma ação magnética, dirigida e fiscalizada pelos Espíritos prepostos, e é transportada para outro ponto. Os "despojos" do mineral são utilizados pela Humanidade, de acordo com as suas necessidades.
Não vos admireis de que a coesão subsista no mineral, muitas vezes por séculos, depois que dele se retirou a essência espiritual, que foi necessária à sua formação. Cada espécie de matéria tem suas propriedades relativas, segundo às Leis Naturais, que poucos estão aptos a entender. O corpo humano, em certas condições, não conserva coesa todas as suas partes materiais, embora o Espírito já se tenha afastado dele? E não se observam, entre os vegetais, casos de longa duração material? Certas plantas não conservam as aparências da vida, o frescor dos tons e a rijeza da haste, muito tempo depois de separadas do solo que as alimentou e, portanto, do princípio latente da inteligência que nelas residia?
TUDO NA NATUREZA SE MANTÉM E ENCADEIA, E TUDO SE FAZ EM PROVEITO E UTILIDADE DO ESPÍRITO QUE SE TORNOU CONSCIENTE DO SEU SER.
Os corpos "mortos", sejam pedra, planta, animal ou homem, têm de concorrer para a harmonia universal, desempenhando as funções que lhes são conferidas. A essência espiritual que no mineral reside, não é uma individualidade: não se assemelha ao pólipo que, por cissiparidade, se multiplica ao infinito. Ela forma um conjunto que se personifica, que se divide (divisão da massa em consequência da extração), e atinge desse modo a individualidade, como sucede com o princípio que anima o pólipo, com o princípio que anima certas plantas.
A essência espiritual sofre, no reino mineral, sucessivas materializações, necessárias a prepará-la a passar pelas formas intermédias, que participam do mineral e do vegetal. Dizemos materializações por não podermos dizer encarnações para estrear como ser. Depois de haver passado por essas formas e espécies intermediárias, que se ligam entre si numa contínua progressão, e de se haver (sob a influência da dupla ação magnética que operou a vida e a morte nas fases de existência já percorridas) preparado para sofrer no vegetal a prova, que a espera, da sensação, a ausência espiritual - Espírito em estado de formação - passa ao reino vegetal.
É desenvolvimento, mas ainda sem que o ser tenha consciência de si. A existência material, então, é mais curta, porém mais progressiva. Não há nem consciência nem sofrimento: há sensação ou sensitividade. Assim, a árvore, da qual se retira um galho, experimenta uma espécie de eco da secção feita, mas não sofrimento. É como que uma repercussão que vai de um ponto a outro, sucedendo o mesmo quando a planta é violentamente arrancada do solo, antes de completado o tempo da maturidade.
Finalizando: há sensação, não há consciência nem sofrimento. É uma abalo magnético experimentado pela árvore, abalo que prepara o Espírito (em estado de formação) para o desenvolvimento do seu ser. Tão grande é o poder de Deus!
quinta-feira, 1 de janeiro de 2015
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