quinta-feira, 25 de junho de 2015


13/11/1970
O "MILAGRE" DE JONAS

P - A passagem do "milagre" de Jonas tem sido causa de muita controvérsia. Como a explica, pelo CEU da LBV, o Espírito da Verdade?

R - Vejamos o Evangelho segundo Mateus, XII: 38-42 e segundo Lucas, XI: 29-32.

         Mateus: 38 - Então, alguns dos escribas e fariseus lhe
         disseram:  "Mestre,  queremos  ver  um  milagre feito
         por ti". 39 - Jesus lhes respondeu: "Esta geração adúl-
         tera  e  má  pede  um  milagre, mas nenhum outro lhe
         será dado senão o do Profeta Jonas.   40 - Assim como
         Jonas esteve três dias e três noites no ventre do gran-
         de peixe, também o Filho do Homem estará três  dias
         e três noites no coração da terra. 41 - Os ninivitas, no
         dia do juízo, se levantarão  contra  esta  geração  para
         condená-la,  pois  eles fizeram penitência ao ouvirem
         a pregação de Jonas: e aqui está quem é maior do que
         Jonas. 42 - A rainha do Sul se levantará, no dia  do juí-
         zo, contra  esta geração e a condenará,  pois  veio  dos
         confins da terra para ouvir  a  sabedoria  do  rei  Salo-
         mão; e aqui está quem é maior do que Salomão.

         Lucas:   29 - Disse, então, à turba que o cercava:  "Esta
         geração perversa me pede um sinal; mas  nenhum  si-
         nal lhe será dado senão o do Profeta Jonas. 30 - Assim
         como  Jonas  foi  sinal  para os ninivitas, o Filho do Ho-
         mem o será para esta geração.   31 - A rainha do Sul se
         levantará no juízo com os homens desta geração,  e os
         condenará, pois veio dos confins da terra para ouvir a
         sabedoria de Salomão; e eis aqui quem é maior do que
         Salomão. 32 - Os ninivitas se levantarão, no juízo, con-
         tra  esta  geração  para  condená-la,  pois se arrepende
         ram ouvindo a pregação de Jonas; e eis aqui está quem
         é maior do que Jonas".

Aquela geração, que repelia todos os esforços empregados para conduzi-la ao caminho do Bem, era má e adúltera: ADÚLTERA NO SENTIDO  DE DESPREZAR A FÉ NO SEU DEUS, PARA SE ENTREGAR ÀS PRÁTICAS MATERIAIS LAMENTÁVEIS. 

Não é este o lugar de vos explicarmos como se deu o que os homens consideraram a passagem de Jesus da vida material para a morte e a sua volta a vida espiritual. Respondei-nos, porém: - Sua ressurreição depois de três dias e três noites de morte aparente, mas considerada real pelo vulgo - não constitui um milagre, idêntico ao que se atribuiu a Jonas? 

Dizemos "que se atribui" a Jonas porque o fato, que com ele se deu, foi referido aos hebreus ampliado, comentado e desnaturado. Houve, da parte do narrador, erro e falsa interpretação quando disse "que Jonas fora atirado ao mar; que Deus preparara um peixe imenso para engolir o profeta; que este passou três dias e três noites dentro de tal peixe; que o Senhor falou ao peixe e que este pela boca deitou Jonas na praia". JONAS NÃO FOI LANÇADO AO MAR: ESTEVE, SIM, TRÊS DIAS E TRÊS NOITES A FERROS NO FUNDO DO NAVIO QUE O LEVAVA. 

Um devotado marinheiro tirou-o de lá e o trouxe num bote, até à praia, onde o deixou. Salvou-o, portanto, a dedicação de um homem - que serviu de instrumento à Divina Providência - o qual, por influência e inspiração espirituais, cumpriu a vontade de Deus, libertando Jonas das cadeias que o prendiam, trazendo-o num bote do navio e deixando-o na praia. 

A credulidade e a atração que exerce no homem tudo o que resista a auréola do maravilhoso, deram origem à crença num acontecimento sobrenatural, isto é, num milagre. ENTRETANTO, O GRANDE PEIXE OUTRO NÃO ERA SENÃO O NAVIO A CUJO BORDO ESTAVA JONAS: A BOCA NADA MAIS ERA QUE O BOTE, QUE DEIXOU O PROFETA NA PRAIA. 

Dizendo "assim como Jonas foi sinal para os ninivitas, assim também o Filho do Homem o será para esta geração." Jesus se colocava - como sempre - no ponto de vista das crenças humanas, relativamente a Jonas e a si próprio. O profeta que era um homem igual aos demais, foi tido pelos habitantes de Nínive como um ENTE EXCEPCIONAL DA RAÇA HUMANA, visto que pudera viver dentro de um peixe e sair, são e salvo, depois de haver passado ali três dias e três noites. 

Para o vulgo, e mesmo para os discípulos, Jesus era um homem igual aos outros, com um corpo de carne e osso, exatamente como os corpos deles. Em tais condições, sua ressurreição, e sua ascensão não podia ser mais compreensíveis nem menos milagrosos do que a volta de Jonas. Mas vós, que conheceis as causas e compreendeis os efeitos, não podeis ver na ressurreição e na ascensão de Jesus mais do que uma consequência da sua missão e da sua organização fluídica.

SIM, NÃO HÁ MILAGRE NO SENTIDO QUE LHE DÁ A IGREJA HUMANA, COM DERROGAÇÃO DAS LEIS IMUTÁVEIS QUE DEUS ESTABELECEU PARA TODA A ETERNIDADE.

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