13/11/1970
O
"MILAGRE" DE JONAS
P - A
passagem do "milagre" de Jonas tem sido causa de muita controvérsia.
Como a explica, pelo CEU da LBV, o Espírito da Verdade?
R -
Vejamos o Evangelho segundo Mateus, XII: 38-42 e segundo Lucas, XI: 29-32.
         Mateus: 38 -
Então, alguns dos escribas e fariseus lhe 
         disseram:  "Mestre,  queremos  ver  um  milagre feito 
         por ti". 39 - Jesus lhes
respondeu: "Esta geração adúl-
         tera  e  má  pede  um
 milagre, mas nenhum outro lhe 
         será dado senão o do Profeta Jonas.   40 - Assim como
         Jonas
esteve três dias e três noites no ventre do gran-
         de peixe, também o Filho do Homem
estará três  dias 
         e três noites no coração da terra. 41
- Os ninivitas, no 
         dia do juízo, se levantarão  contra  esta
 geração  para 
         condená-la,  pois  eles
fizeram penitência ao ouvirem 
         a pregação de Jonas: e aqui está quem
é maior do que 
         Jonas. 42 - A rainha do Sul se
levantará, no dia  do juí-
         zo, contra  esta geração e a condenará,  pois  veio
 dos 
         confins da terra para ouvir  a  sabedoria
 do  rei  Salo-
         mão; e aqui está quem é maior do que
Salomão.
         Lucas:   29 -
Disse, então, à turba que o cercava:  "Esta
         geração perversa me pede um sinal; mas
 nenhum  si-
         nal lhe será dado senão o do Profeta
Jonas. 30 - Assim 
         como  Jonas  foi  sinal
 para os ninivitas, o Filho do Ho- 
         mem o será para esta geração.   31 - A rainha do Sul se 
         levantará no juízo com os homens desta
geração,  e os
         condenará, pois veio dos confins da terra para
ouvir a 
         sabedoria
de Salomão; e eis aqui quem é maior do que 
         Salomão. 32 - Os ninivitas se
levantarão, no juízo, con-
         tra  esta  geração  para  condená-la,  pois se arrepende
         ram ouvindo a pregação de Jonas; e eis
aqui está quem
         é maior do que Jonas".
Aquela
geração, que repelia todos os esforços empregados para conduzi-la ao caminho do
Bem, era má e adúltera: ADÚLTERA NO SENTIDO  DE DESPREZAR A FÉ NO SEU
DEUS, PARA SE ENTREGAR ÀS PRÁTICAS MATERIAIS LAMENTÁVEIS. 
Não é
este o lugar de vos explicarmos como se deu o que os homens consideraram a
passagem de Jesus da vida material para a morte e a sua volta a vida
espiritual. Respondei-nos, porém: - Sua ressurreição depois de três dias e três
noites de morte aparente, mas considerada real pelo vulgo - não constitui um
milagre, idêntico ao que se atribuiu a Jonas? 
Dizemos
"que se atribui" a Jonas porque o fato, que com ele se deu, foi
referido aos hebreus ampliado, comentado e desnaturado. Houve, da parte do
narrador, erro e falsa interpretação quando disse "que Jonas fora atirado
ao mar; que Deus preparara um peixe imenso para engolir o profeta; que este
passou três dias e três noites dentro de tal peixe; que o Senhor falou ao peixe
e que este pela boca deitou Jonas na praia". JONAS NÃO FOI LANÇADO AO MAR:
ESTEVE, SIM, TRÊS DIAS E TRÊS NOITES A FERROS NO FUNDO DO NAVIO QUE O
LEVAVA. 
Um
devotado marinheiro tirou-o de lá e o trouxe num bote, até à praia, onde o
deixou. Salvou-o, portanto, a dedicação de um homem - que serviu de instrumento
à Divina Providência - o qual, por influência e inspiração espirituais, cumpriu
a vontade de Deus, libertando Jonas das cadeias que o prendiam, trazendo-o num
bote do navio e deixando-o na praia. 
A
credulidade e a atração que exerce no homem tudo o que resista a auréola do
maravilhoso, deram origem à crença num acontecimento sobrenatural, isto é, num
milagre. ENTRETANTO, O GRANDE PEIXE OUTRO NÃO ERA SENÃO O NAVIO A CUJO BORDO
ESTAVA JONAS: A BOCA NADA MAIS ERA QUE O BOTE, QUE DEIXOU O PROFETA NA
PRAIA. 
Dizendo
"assim como Jonas foi sinal para os ninivitas, assim também o Filho do
Homem o será para esta geração." Jesus se colocava - como sempre - no ponto
de vista das crenças humanas, relativamente a Jonas e a si próprio. O profeta
que era um homem igual aos demais, foi tido pelos habitantes de Nínive como um
ENTE EXCEPCIONAL DA RAÇA HUMANA, visto que pudera viver dentro de um peixe e
sair, são e salvo, depois de haver passado ali três dias e três noites. 
Para o
vulgo, e mesmo para os discípulos, Jesus era um homem igual aos outros, com um
corpo de carne e osso, exatamente como os corpos deles. Em tais condições, sua
ressurreição, e sua ascensão não podia ser mais compreensíveis nem menos
milagrosos do que a volta de Jonas. Mas vós, que conheceis as causas e
compreendeis os efeitos, não podeis ver na ressurreição e na ascensão de Jesus
mais do que uma consequência da sua missão e da sua organização fluídica.
SIM, NÃO
HÁ MILAGRE NO SENTIDO QUE LHE DÁ A IGREJA HUMANA, COM DERROGAÇÃO DAS LEIS
IMUTÁVEIS QUE DEUS ESTABELECEU PARA TODA A ETERNIDADE.
 
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