16/10/1970
INFERNO E
JUÍZO
P - No
ponto que estudamos, Jesus se refere ao inferno com muita energia, quando
censura Cafarnaum. Isso dá origem às concepções infernalistas das religiões
humanas, que se dizem baseadas no próprio Cristo! Que nos diz, a respeito, o
Espírito da Verdade?
R -
Exprimindo-se, relativamente a Cafarnaum, desta maneira "TU QUE TE
ELEVASTE ATÉ AO CÉU", isto é, tu que foste inundada de luz e que,
orgulhosa, a rejeitaste, "SUBMERGIRÁS NO INFERNO", usava o Mestre de
linguagem e expressões apropriadas à inteligência de seus ouvintes. Por
INFERNO designava, veladamente, as penas que os Espíritos culpados sofrem -
primeiro, como seres erráticos e depois reencarnando na Terra ou em mundos
inferiores, de expiação e provações.
O INFERNO
É A CONSCIÊNCIA DO CULPADO E O LUGAR, QUALQUER QUE ESTE SEJA, ONDE EXPIA OS
SEUS CRIMES. Não se trata de espaço limitado. O lugar, seja qual for, que o
Espírito culpado ocupe, quando na erraticidade, é bem o que ainda chamais - e o
Cristo alegoricamente chamava - inferno, pois, em tal lugar, o Espírito se acha
preso de contínuas torturas. Também o Espírito encarnado se acha realmente num
inferno quando, metido na prisão de carne em mundos inferiores, passa por
provações, sofrimentos, torturas morais e físicas; por expiações que constituem
a pena secreta da sua encarnação precedente, a pena correspondente ao que lhe
cumpre ainda reparar, tendo em vista suas existências anteriores.
Jesus
também disse "NO DIA DO JUÍZO", falando dos habitantes de Tiro e
Sídon, de Corazin e Betsaida, de Cafarnaum e de Sodoma. Foi uma figura, uma
comparação de que o Mestre se serviu. Deveis compreender suas palavras do modo
seguinte: "Eu vos digo que os habitantes de Corazin e Betsaida serão
julgados mais severamente que os de Tiro e de Sídon que, juntamente com os
primeiros, se apresentarão ao Juiz Supremo; que os de Cafarnaum serão julgados
mais severamente que os de Sodoma, que - com eles - se apresentarão ao Supremo
Juiz".
Tende
sempre em conta o estilo figurado de que usava Jesus, FORÇADO PELAS NECESSIDADES
DA ÉPOCA, PELOS PRECONCEITOS RESPEITADOS, PELO ESTADO DAS INTELIGÊNCIAS, PELA
CONVENIÊNCIA DE VELAR A VERDADE, até que chegassem os vossos dias, em que o
espírito, mediante o advento da Nova Revelação, seria despojado da letra, a fim
de preparar os homens para se tornarem ADORADORES DE DEUS EM ESPÍRITO E
VERDADE, PORQUE ESTA É A VONTADE DO CRIADOR.
As
palavras "NO DIA DO JUÍZO" não tinham, no pensamento então velado de
Jesus, a significação de um JUÍZO FINAL, a que sejam chamados, como o diz a
Igreja, TODOS OS QUE MORRERAM DESDE A ORIGEM DOS TEMPOS. Não: os habitantes de
Tiro e de Sídon, de Corazin e de Betsaida, de Cafarnaum e de Sodoma, bem como
todos os Espíritos culpados que viveram na Terra desde que o homem aí apareceu,
passaram, DEPOIS DA MORTE, AO CABO DE CADA EXISTÊNCIA, PELO JULGAMENTO. Isto é,
pela expiação na erraticidade e, em seguida, pela reencarnação.
Dentre os
Espíritos culpados das diversas cidades, de que falava Jesus, alguns já
terminaram suas provações expiatórias e outros progrediram muito. Poucos
chegarão à época da renovação do vosso Planeta sem terem conseguido a
satisfação de seus desejos. E aí tendes a prova da inexistência do INFERNO
ETERNO, a prova da justiça que se patenteia na Lei da Reencarnação, diante da
qual TODOS OS HOMENS SÃO RIGOROSAMENTE IGUAIS.
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