17/12/1970
O BATISTA
E A REENCARNAÇÃO
P - As
lições do Centro Espiritual Universalista estão sendo acompanhadas com o mais
vivo interesse. Nas referências a João o Batista, e ao Mestre Jesus, nos
Evangelhos Sinóticos, vemos que os judeus acreditavam na Lei da Reencarnação.
Que diz a respeito, pelo CEU da LBV, o Espírito da Verdade?
R - Vamos
harmonizar Mateus, XIV: 1-12, Marcos, VI: 14-29 e Lucas, III: 19-20 e IX: 7-9.
Mateus: 1 - A
esse tempo chegou aos ouvidos do tetrar-
ca Herodes a fama de Jesus, 2 - e ele
disse aos seus ser-
vos:
"Esse é João, o próprio Batista que ressuscitou
dentre os mortos; por isso é que, por seu intermédio,
se fazem tantos milagres". 3 - Herodes mandara pren-
der João, pusera-o a ferros e o metera
na prisão, por
causa de Herodíades, mulher de seu
irmão. 4 - É que o
Batista lhe dizia: "Não te é
permitido tê-la por mulher".
5 - Herodes queria dar-lhe a morte,
mas temia o povo,
que considerava João um
profeta. 6 - Entretanto, no
dia do aniversário de Herodes, a filha de
Herodíades
dançou diante dele e muito lhe
agradou, 7 - tanto que
prometeu sob juramento dar-lhe tudo o
que pedisse. 8
- Ela, de antemão instruída por sua
mãe, disse: "Dá-me,
aqui mesmo, num prato a cabeça de João
Batista!" 9 –
Esse pedido muito afligiu o rei que,
todavia, por causa
do juramento que fizera e dos que com ele estavam à
mesa, ordenou que lhe dessem a cabeça
de João. 10 –
Ao mesmo tempo, ordenou que ao Batista
cortassem a
cabeça na prisão. 11 - E a cabeça de João
foi trazida
num
prato e dada à moça, que a levou à sua mãe. 12 –
Os discípulos do Batista vieram,
carregaram seu corpo,
o sepultaram e foram comunicar tudo
isso a Jesus.
Marcos: 14 - Ora,
o rei Herodes ouviu falar de Jesus, cuja
fama se espalhara muito, e dizia:
"João Batista ressusci-
tou dentre os mortos; daí vem
que tantos milagres se
operam por seu intermédio. 15 - Outros,
porém, diziam:
"É Elias!" E outros: "É um profeta, igual a
qualquer dos
profetas!" 16 - Ouvindo isso, disse Herodes: "Esse ho-
mem é João, a
quem mandei cortar
a cabeça e que res-
suscitou dentre os mortos". 17 - Herodes, tendo despo-
sado Herodíades, não obstante ser ela
a mulher de Felipe,
irmão dele, mandara prender João, atando-o
no cárcere,
por causa dela. 18 - Pois João lhe
dizia: "Herodes, não te é
lícito possuir a mulher de teu irmão!" 19 - Desde
então,
Herodíades sempre lhe armava ciladas,
desejosa de fazê-
lo morrer, o que não conseguia. 20 -
Visto que Herodes te-
mia João, por saber que era um varão
justo e santo,
e o
guardava com segurança. E, quando o ouvia,
ficava per-
plexo, escutando-o atentamente. 21 - Afinal, chegou um
dia favorável, o do aniversário de Herodes, no qual
este
ofereceu um banquete aos grandes da sua corte,
e aos tri-
bunos e aos maiorais da Galileia. 22 - A filha de Herodía-
des teve entrada, dançou diante de
Herodes, e de tal mo-
do lhe agradou, bem como a todos os que se achavam à
mesa, ele lhe disse: "Pede-me o
que quiseres e eu te darei!"
23 - E acrescentou, jurando:
"Sim, o que me pedires eu te
darei, ainda que seja a metade
do meu reino!"
24 - Ela,
quando saiu, perguntou à sua mãe
Herodíades: "Que devo
pedir?" 25 - Esta lhe respondeu: "A
cabeça de João Batista!"
25 - Ela se deu pressa em voltar à
sala onde estava o rei e
fez o seu pedido, dizendo: "Quero que, neste mesmo ins-
tante, me dês num prato a cabeça de João Batista!" 26 - O
rei se aborreceu com tal pedido; mas, por
causa do jura-
mento que fizera e dos que estavam com
ele à mesa,
não
quis desatendê-lo. 27 - E, enviando logo o executor, man-
dou que lhe trouxessem a cabeça de
João. Ele foi, e o deca-
pitou no cárcere, 28 - e, trazendo a cabeça
num prato, a
entregou, à jovem e esta, por sua vez a sua mãe
Herodía-
des. 29 - Sabendo do ocorrido,
os discípulos de João vie-
ram, levaram-lhe o corpo e o puseram
num sepulcro.
Lucas: III: 19 -
Herodes, o tetrarca, tendo ouvido de João u-
ma censura por causa de Herodíades
mulher de Felipe, ir-
mão dele, e por causa de todos os
males que fizera
20 –
juntou a todos os seus crimes o de
lançar João no cárcere.
IX: 7 - Herodes, tendo ouvido falar de tudo o que Jesus fa-
zia não sabia o que pensar, pois uns diziam,
8 - que João
ressuscitara
dentre os mortos, outros que Elias voltara,
enquanto ainda outros afirmavam que um dos
velhos pro-
fetas
havia ressuscitado. 9 - Herodes dizia: "Mandei
deca-
pitar João Batista! Quem é, pois, esse
de quem ouço tantas
maravilhas?" E ardia por vê-lo.
Aquelas
palavras "É ELIAS!" - "É JOÃO BATISTA, QUE RESSUSCITOU DENTRE OS
MORTOS!" - "É ELIAS QUE VOLTOU!" - "È UM DOS VELHOS
PROFETAS QUE RESSUSCITOU!" ditas e repetidas como sendo o que a voz
pública afirmava com relação a Jesus; estas outras, que o rumor popular levou
Herodes a proferir, falando do Cristo: "Mandei decapitar João Batista!
Quem é, pois, esse de quem ouço tantas maravilhas?" - "Esse homem é
João, a quem mandei cortar a cabeça!" - "João ressuscitou dentre os
mortos!", confirmam a existência, entre os judeus (embora de modo ainda
incompleto), da crença na Lei Universal da Reencarnação. Com efeito, os homens
não poderiam considerar Jesus como sendo OU ELIAS OU JOÃO BATISTA OU UM DOS
ANTIGOS PROFETAS, QUE VOLTARA A VIVER NA TERRA, SENÃO ADMITINDO QUE A ALMA OU
ESPÍRITO, QUER DE ELIAS, QUER DE JOÃO, QUER DE UM DOS ANTIGOS PROFETAS,
REENCARNARA NAQUELE NOVO CORPO QUE - COMO ENTÃO ACREDITAVAM - ERA OBRA
HUMANA DE JOSÉ E MARIA, OS QUAIS COMO SABEIS, PASSAVAM POR SER O PAI E A MÃE DE
JESUS.
Não vos
admireis, portanto, de todas aquelas insistentes palavras de Herodes, tetrarca,
filho de Herodes chamado "O Grande". Ele não ouviu falar de Jesus só
uma vez; por conseguinte, não fez só uma observação relativamente ao Cristo. As
palavras que Lucas registra foram as primeiras que, a tal respeito, Herodes
pronunciou e que repetiu em diversas ocasiões.
As que
constam das narrativas de Mateus e de Marcos só mais tarde ele as disse e
também repetiu em oportunidades diferentes. Quanto ao que se refere à morte de
João e às particularidades dessa morte, nenhuma explicação, precisamos dar: é
uma simples narração de fatos.
Notais,
apenas, que os Evangelhos segundo Mateus e Marcos se explicam e completam um
pelo outro. A filha de Herodíades não podia de antemão, saber qual o efeito que
sua dança produziria no rei, nem que este lhe faria um oferecimento. Portanto,
só depois que ouviu a promessa do tetrarca, foi consultar sua mãe
Herodíades.
Para
dizer a Herodes: "DÁ-ME AQUI, NESTE MOMENTO, A CABEÇA DE JOÃO BATISTA NUM
PRATO!" É que fora previamente instruída. Ela havia saído e, depois de
contar à mãe não só o efeito que a dança produzira no rei, mas também, o
oferecimento que este lhe fizera, lhe perguntou: "Que devo pedir?" E
Herodíades prontamente respondeu: "A cabeça de João Batista num prato,
neste mesmo instante!"
Esta
explicação nós damos para dissipar a dúvida em vosso Espírito, que julgava
estar diante de uma "contradição" entre os dois Evangelhos citados.
MAS, COMO VOS ALERTAMOS NÃO VOS DETENHAIS NUNCA, ANTE TAIS FUTILIDADES,
DESTITUÍDAS DE QUALQUER VALOR!" Na verdade, que importaria que
Herodíades tivesse dito a filha, antes ou depois da dança, antes ou depois do
oferecimento do tetrarca que pedisse a cabeça do Batista?
Entendei:
HERODÍADES E SUA FILHA HAVIAM ESCOLHIDO TOMANDO CADA UMA A SUA PARTE AQUELA
TEMÍVEL PROVA E O MEIO EM QUE DEVIAM SUPORTÁ-LA. Sendo essa prova superior às
suas forças, tinham ambas, por isso mesmo, de sucumbir, e sucumbiram. Tendes
alguma dificuldade em compreender, que Deus conheça, antecipadamente, quais os
que sucumbirão? Pois assim é: sua Infinita Sabedoria, conhecendo a fraqueza do
Espírito, prevê a que transviamentos este será levado, no uso do seu livre
arbítrio.
Se um dos
vossos filhos vos pedir consentimento para desempenhar tarefa superior às suas
forças, E SE OBSTINAR NO SEU INTENTO, NÃO PREVEREIS (AO CONCEDER A LICENÇA
SOLICITADA) QUE A FORÇA E A PERSEVERANÇA LHE FALTARÃO? MAS, APESAR DISSO,
CONDESCENDENDO, QUAL O VOSSO OBJETIVO SENÃO LHE DAR ENSEJO DE APRECIAR, COM
JUSTEZA, O SEU VALOR REAL?
Herodíades
e sua filha depois daquelas provas a cujo peso faliram, tinham de encontrar (e
encontraram) na expiação, mediante novas provações, uma fonte e um meio de
purificação e de progresso.
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