22/12/1970
JESUS E
PEDRO CAMINHA SOBRE AS ÁGUAS
P - Todos
estão ansiosos por ver explicada a passagem do Evangelho em que Jesus e Pedro
caminham por sobre o mar. Como a interpreta, pelo CEU da LBV, o Espírito da
Verdade?
R - Vamos
harmonizar Mateus, XIV: 23-33 e Marcos, VI: 46-52.
         Mateus: 23 -
Tendo despedido a multidão, Jesus subiu 
         a um monte, para falar com Deus.  Ao  cair
da noite,  lá 
         se achava ele só. 24 - Entretanto, a
barca era impelida 
         de um lado para outro  pelas  ondas,
 no  meio  do
mar, 
         pois o vento era contrário.   25 - Mas, na quarta  vigília 
         da noite, Jesus veio ter com  eles,  caminhando
 por  so-
         bre o mar.   26 -
Ao vê-lo andando sobre as águas,  eles 
         se turbaram  e  diziam:   "É
um fantasma!"  E,  apavora-
         dos, se puseram a gritar.   27 - Logo, porém, Jesus  lhes 
         falou assim:  "Tende confiança!  Sou  eu!
 Não  temais!" 
         28 - Pedro lhe respondeu:
"Senhor, se és tu mesmo, or-
         dena  que  vá  ao  teu
encontro caminhando sobre as á-
         guas!" 29 - E Jesus lhe disse:
"Vem!" E pedro, descendo 
         da barca, andou sobre as águas em
direção a Jesus.  30 
         - Mas, vendo que o vento estava forte,
teve medo, e, co-
         mo principiasse  a  submergir  bradou:  "Salva-me,  Se-
         nhor!"   31 - Ato contínuo, Jesus estendendo-lhe a
mão 
         o segurou e lhe disse:  "Porque duvidaste, homem sem 
         fé?"   32 - Assim que subiram, para a barca, o vento
ces-
         sou.   33 - Então os que estavam na barca se  aproxima-
         ram dele e o adoraram, dizendo: És,
verdadeiramente, 
         o Filho de Deus!
         Marcos:  46 -  Depois
de haver despedido o povo,  Jesus 
         subiu a um monte, para orar.   47 – Ao  cair  da
 noite,  a 
         barca estava no meio  do  mar,
 e  Jesus  estava  sozinho
         em terra.   48 - Vendo que seus discípulos tinham  gran-
         de dificuldade em remar, por lhes ser
contrário  o  ven-
         to, Jesus, por volta da quarta  vigília  da  noite,  veio
 ter 
         com eles, caminhando sobre o mar, pois
queria passar-
         lhes adiante. 49 - Eles, porém, desde
que o viram  cami-
         nhando sobre o mar, supuseram ser um
fantasma e  co-
         meçaram a gritar,   50 - pois todos o viram e ficaram  a-
         pavorados. Ele logo lhes falou,
dizendo:   "Acalmai-vos! 
         Sou eu! Não tenhais medo!" 51 -
Subiu para barca onde 
         eles estavam e o vento cessou, e eles
ficaram ainda ma-
         is espantados,    52 - visto que não tinham compreendi-
         do  a  multiplicação
 dos  pães  e
peixes é que seus cora-
         ções estavam cegos.
Facilmente
deveis compreender o fato de Jesus andar sobre as águas. Do mesmo modo que o
Espírito pode atravessar os ares, podia o Mestre - unicamente pela ação da sua
vontade - PRIVAR O SEU PERISPÍRITO TANGÍVEL DO CUNHO HUMANO QUE LHE IMPRIMIRA E
DAR-LHE AS CONDIÇÕES ETÉREAS DAS FORMAS ESPIRITUAIS.
No
momento em que, caminhando por sobre o mar, veio ter com seus discípulos, Jesus
se colocara nas condições perispiríticas das aparições. Seu corpo
perispiritual, conservando a aparência do corpo humano, a visibilidade e a
tangibilidade, era - quando deu a mão a Pedro - MAS LEVE DO QUE A ÁGUA,
TENDO-SE EM VISTA O PESO ESPECÍFICO DA ONDA DO MAR. 
Seus
discípulos, como diz o Evangelista, julgaram tratar-se de um fantasma, quando o
viram caminhando sobre as ondas. Ficaram sem saber se o que viam era, mesmo o
Cristo ou uma simples aparição. É que nessa ocasião, como dissemos, Jesus se
colocara, NAS CONDIÇÕES PERISPIRÍTICAS DAS APARIÇÕES, QUE ALGUNS DELES JÁ
TINHAM PODIDO OBSERVAR. É QUE, EM TODOS OS TEMPOS O MUNDO INVISÍVEL ESTEVE
SEMPRE EM COMUNICAÇÃO COM A HUMANIDADE TERRESTRE. 
Suas
manifestações, que os homens não compreendiam por lhes desconhecerem as causas,
passavam - mesmo no tempo do Mestre - por ser: ou fantasias da imaginação ou
obra dos Espíritos maus; ou, ainda, uma graça especial, que Deus se dignava de
conceder a esta ou àquela das suas criaturas na Terra. Entre os idólatras, vós
o sabeis muito bem, essas aparições deram causa à multiplicação dos deuses e
deusas DOS QUAIS FOI VÍTIMA A CREDULIDADE DO POVO, EXPLORADA PELA AMBIÇÃO OU
CUPIDEZ. 
Os
judeus, como os outros povos, tinham, nas suas famílias, médiuns videntes que,
às vezes, observavam a aparição de um amigo, de um parente e, mesmo, de alguns
de seus patriarcas e profetas, pois - não o ignorais - OS ESPÍRITOS PODEM
REVESTIR TODAS AS FORMAS. Daí o fato de não ter o Apóstolo Pedro - que era um
médium audiente e vidente muito adiantado, muito desenvolvido, e também médium
de efeitos físicos - podido reconhecer o Mestre, tomando-o por um fantasma. Ele
via em Jesus apenas a aparência inconsistente das aparições que já tinha
observado. Só quando o Cristo o segurou pela mão, verificou que era
realmente Jesus, pois AINDA NÃO TIVERA ENSEJO DE EXPERIMENTAR A TANGIBILIDADE
DAS APARIÇÕES. 
Estando
Pedro decidido, pela sua fé, a obedecer a Jesus, ordenou este mentalmente, aos
Espíritos que o cercavam - prepostos ao efeito de sustentarem o Apóstolo sobre
as ondas - que o sustentassem: assim, pode ele, também, caminhar sobre as
águas.
Foi,
ainda, obedecendo a uma ordem mental do Mestre, que os mesmos Espíritos
deixaram que ele submergisse um pouco, NO MOMENTO EM QUE LHE VOLTAVA A
DÚVIDA. 
Não era
preciso que Jesus desse a mão a Pedro para que este, caminhando com ele sobre
as águas, voltasse à barca: teria bastado o amparo dos Espíritos prepostos à
sustentação do Apóstolo. O Cristo, porém, querendo demonstrar a Pedro que
era mesmo, o seu Mestre (que ali se achava e o sustentava com o seu poder), lhe
estendeu a mão. De fato, assim era, porque - se Jesus não houvesse
ordenado - os Espíritos não teriam ajudado o Apóstolo a manter-se em
equilíbrio, caminhando pela superfície do mar.
Como
dissemos, Pedro era (para nos servirmos de uma expressão consagrada) médium de
efeitos físicos, da mais alta categoria. Assim, foi com o auxílio dos fluidos
nele existentes que os Espíritos prepostos conseguiram sustentá-lo, de modo a
poder caminhar sobre as ondas FOI, TAMBÉM, GRAÇAS A ESSA MEDIUNIDADE QUE ELE
CONSEGUIU (AUXILIADO PELOS ESPÍRITOS PREPOSTOS A REALIZAÇÃO DESSE OUTRO FATO)
LIBERTAR-SE DAS CORRENTES COM QUE O ATARAM NA PRISÃO (ATOS DOS APÓSTOLOS, XII:
6-7). E QUE DO OUTRO MODO NÃO TERIA EXPLICAÇÃO.
Mas,
mesmo, que o Apóstolo não fosse médium de efeitos físicos, nem por isso
deixaria de ser sustentado pelos Espíritos prepostos e de caminhar, com o
auxílio deles, sobre as águas do mar, JÁ QUE O MESTRE O QUERIA. Desde que essa
era a vontade de Jesus, os Espíritos reuniriam em torno de Pedro os fluidos, de
que necessitavam para sustentá-lo: o fato se produziria exatamente como se
deu. 
Logo que
Jesus e Pedro entraram na barca, cessou a ventania. CESSOU PORQUE ASSIM O
ORDENOU JESUS MENTALMENTE AOS ESPÍRITOS PREPOSTOS AO GOVERNO DOS VENTOS E DAS
ÁGUAS, COMO ACONTECEU COM RELAÇÃO À TEMPESTADE QUE SE DESENCADEOU NO MAR E QUE
POR ORDEM DO CRISTO, CESSOU IMEDIATAMENTE FAZENDO-SE GRANDE BONANÇA.
Pois,
sempre que, tenhais merecimento, o Mestre aplacará todas as tempestades que
ameaçarem as vossas vidas por causa da pregação e da EXEMPLIFICAÇÃO DO NOVO
MANDAMENTO DE JESUS!
 
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