29/11/1970
A PALAVRA
DO REINO
P -
Nossas atenções se voltam, agora, para o Evangelho segundo Mateus, versículos
16 e 17, e segundo Lucas, 23 e 24. Também nos interessa muito a explicação dos
versículos 18 e 19 de Mateus, 15 de Marcos e 12 do capítulo VIII de Lucas. Como
os interpreta o Espírito da Verdade, pelo CEU da LBV?
R - Disse Jesus: "Bem-aventurados os vossos olhos porque veem, e os vossos ouvidos, porque ouvem! Pois em verdade vos digo que muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes e não viram: ouvir o que hoje ouvis e não ouviram!" Dizendo tais palavras, Jesus aludia ao Espírito encarnado. OS PROFETAS E OS JUSTOS DE QUEM ELE FALA PREVIAM A VINDA DO CRISTO: FELIZES TERIAM SIDO SE ELA SE HOUVESSE VERIFICADO DURANTE O TEMPO DA ENCARNAÇÃO DE TODOS ELES.
E
prossegue o Mestre na parábola do semeador: "O caminho a cuja margem a
semente caiu, são aqueles que ouvem a Palavra do Reino e não compreendem; que a
escutam e não de cujo coração - mal a têm escutado - Satanás a vem arrancar,
pelo temor de que esses, crendo, se salvem".
A
Palavra do Reino significa: os ensinamentos dados pelo Cristo, para que os
homens aprendessem a merecer o Reino do Céu. Embora não fosse o próprio Deus,
ele podia dizer que personificava A PALAVRA DO REINO, por ser de Deus o órgão
que se fizera carne (no entender dos homens, que o julgavam encarnado, como
eles, num invólucro corporal humano), mas que, na realidade, se fizera carne
ENCARNANDO APENAS NUM PERISPÍRITO TANGÍVEL, NUM CORPO PERISPIRÍTICO
INCORRUPTÍVEL.
Quanto às
expressões Satanás, Diabo, Maligno, sinônimas como sabeis, eram empregadas para
exprimir a mesma coisa: designam figuradamente, de modo emblemático ou
simbólico, os Espíritos maus, Espíritos de erro e de mentira, Espíritos
inferiores, impuros, levianos ou perversos.
Falando
do Maligno, que arranca do coração do homem, a Palavra do Reino PELO TEMOR DE
QUE, ACREDITANDO, O HOMEM SE SALVE, referia-se o Mestre aos Espíritos maus que
se congregam em torno dos que não lhes resistem e procuram impedi-los de sair
da situação precária em que se encontram. A crença humana em Satanás, ou Diabo,
com seu inferno eterno, se originou da necessidade de materializar os símbolos
a fim de os tornarem perceptíveis à matéria; foi um freio, um meio de infundir
terror (às vezes, salutar), durante os séculos que se seguiram à ascensão do
Cristo.
COMO
IMPEDIR QUE O HOMEM, MODIFIQUE A VERDADE AO SABOR DE SUAS CONVENIÊNCIAS E
NECESSIDADES? COMO IMPEDIR, QUE O HOMEM EXPLORE O HOMEM? COMO IMPEDIR, QUE O
INTELIGENTE DOMINE O SIMPLÓRIO, QUE O FORTE ESMAGUE O FRACO E QUE, PARA
CONSEGUI-LO EMPREGUE TODOS OS MEIOS AO SEU ALCANCE? Qual o freio mais próprio
do que o temor, para ser usado naquela época de ignorância e de barbárie, em
que teve início o reinado de Lúcifer?
Esse temor
era o meio de que lançava a mão a igreja humana, tanto contra o forte quanto
contra o fraco; era um jugo que se aplicava igualmente a todas as frontes para
domar todas as naturezas. Não reproveis com excesso: o que na Antiguidade, se
passou com os hebreus de dura cerviz (e depois convosco) tinha de ser assim.
Impotentes, teriam sido então, a Lei de Amor e Caridade que hoje vos pregamos a
Lei da Reencarnação, natural e imutável, que vos revelamos sem véu, em seu
princípio e nas suas consequências; leis que - pela reparação, pela expiação e
pelo progresso - vos mostram o caminho que tendes de percorrer para entrardes,
purificados no Reino do Céu.
AO FOGO
DAS PAIXÕES HUMANAS FOI PRECISO CONTRAPOR UM FOGO AINDA MAIS ARDENTE, CAPAZ DE
ABALAR AQUELES HOMENS DE CORAÇÃO EMPEDERNIDO, OS QUAIS, SEM ISSO, SE TERIAM
ESTRANGULADO UNS AOS OUTROS DESAPIEDADAMENTE! O que se deu, portanto, tinhas de
se dar. A fonte era boa, mas o homem a turvou, e o lodo das paixões humanas
continuou a escurecê-la.
Hoje,
pela Nova Revelação, restituímos ao manancial a sua limpidez de outrora; e a
fonte da vida, em vez de se despenhar sobre pedras que seriam arrastadas pela
torrente, vai deslizar tranquila e clara por sobre dourado saibro que lhe
formará o leito. Nada mais dos vãos temores, todavia úteis naqueles bárbaros
tempos!
A
Unificação das Revelações do Cristo de Deus proclama: - Abaixo a exploração do
homem pelo homem! O ignorante deixará de ser a presa do instruído, porque a
Verdade tem de se universalizar. O forte não mais esmagará o fraco, porque a
força do primeiro não servirá senão para amparar o segundo. O poderoso não
pisará mais a fronte do pequenino, porque, ao contrário se abaixará - cheio de
solicitude - para tomar o outro nos braços e ajudá-lo a erguer a cabeça para o
céu!
CADA
SÉCULO TEM TIDO SUAS CRIAÇÕES, DESTINADAS TODAS AO PROGRESSO DA HUMANIDADE.
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