27/11/1970
MUITOS OS
CHAMADOS, POUCOS OS ESCOLHIDOS
P - O
capítulo em estudo empolga a todos os componentes da nossa Cruzada do Novo
Mandamento no Lar. Querem saber o verdadeiro sentido destes versículos: Mateus,
13, 14 e 15; Marcos, 12 e 22, Lucas, 10. Como os interpreta, pelo CEU da LBV,
o Espírito da Verdade?
R - Vamos
reler esses versículos:
"Eis porque lhes falo por parábolas; é que, vendo, eles não
veem; ouvindo, não ouvem nem compreendem. Com relação a eles se cumpriu esta
profecia de Isaías: "escutareis com os ouvidos e não entendereis; olhareis
com os olhos e não vereis". O coração deste povo se embotou, os
ouvidos se lhe tornaram surdos e os olhos se lhes fecharam, para que não veja
com os olhos, não ouça com os ouvidos, não compreenda com o coração e, não se
convertendo não seja curado por mim". (Evangelho
segundo Mateus, 13, 14 e 15).
Mas, para os que são de fora, tudo se faz por parábola, a fim de
que, vendo, não vejam; ouvindo não ouçam nem compreendam; para que não se
convertam e os pecados lhe sejam perdoados. (Evangelho
segundo Marcos, 12 e 22).
Mas, aos outros, só por parábolas se lhes fala do Reino de Deus,
a fim de que, tendo olhos não vejam e, tendo ouvidos, não compreendam.
(Evangelho segundo Lucas, 10).
A
interpretação dessas palavras de Jesus, foi falseada pela significação dos
vossos vocábulos, bem como pelas traduções e repetições. Vamos dar-vos, sem a
menor incerteza quanto a inteligência dos textos, O PENSAMENTO DO MESTRE E O
SENTIDO DAS SUAS PROPOSIÇÕES. Repetindo-o, dizemos: "Ouça quem tiver
ouvido de ouvir!"
Ora, suas
afirmações, compreendidas EM ESPÍRITO E VERDADE, À LUZ DO NOVO MANDAMENTO, não
poderiam desmentir - como não desmentem - os atos de sua vida toda, tendo por
humana para os homens. Para o Cristo, Pastor das almas transviadas, os homens
daquela época se assemelhavam aos frutos verdes que, expostos aos raios de sol
demasiado, ardente, secam - em vez de amadurecer - razão por que o pomareiro
trata de abrigá-los dos ardores solares, a fim de que tenham tempo de
desenvolver-se. Chegados ao ponto de maturação, o sol - a que, com arte,
foram subtraídos acabará de dourá-los com os seus raios benéficos.
MUITOS
SÃO OS CHAMADOS E POUCOS OS ESCOLHIDOS, disse Jesus, mas nunca no sentido que
deu a essas palavras a igreja humana, isto é, NÃO NO SENTIDO DE QUE O MESTRE ATRAIU
TODOS OS HOMENS PARA JUNTO DE SI, COM O FIM DE ESCOLHER UM PEQUENO NÚMERO DELES
E DEIXAR QUE OS RESTANTES, EM GRANDES MASSAS, FOSSEM LEVADOS PARA ESSAS
REGIÕES ONDE SÓ SE OUVEM PRANTO E RANGER DE DENTES! Ao contrário, os
homens, frutos verdes e duros, se aproximavam do sol benfazejo, que os havia de
madurar e desenvolver e que para consegui-lo - atenuava o seu brilho e o seu
calor.
Porventura
falais a uma criança como falais a um homem? Podeis explicar à criança as
questões morais e filosóficas que lhe fareis compreender ao chegar aos vinte
anos? Evidentemente, não.
À criança
falais de modo apropriado à sua inteligência que desponta deixando-lhe,
contudo, entrever que mais tarde - lhe direis muitas outras coisas, fazendo-lhe
ver que a sua pouca idade a torna incapaz de aprender um raciocínio. SERÁ QUE
PROCEDEIS ASSIM COM O PROPÓSITO DE LHE RETARDAR O DESENVOLVIMENTO? Será porque,
uma vez homem, este seja incapaz de se instruir e compreender? Claro que não. É
que o fruto está verde e por isso o protegeis da luz e do calor, temendo que o
excesso destes dois princípios benéficos, atuando muito cedo, o esmole em vez
de fortificar.
JESUS,
QUE ERA A BONDADE POR EXCELÊNCIA, NÃO PODIA - BEM O PODEIS COMPREENDER - PRIVAR
VOLUNTARIAMENTE AS CRIATURAS HUMANAS DA SALVAÇÃO QUE ELE MESMO LHES TRAZIA!
Pelo
contrário, para não arrastá-las à prática de faltas, deixava sempre aos
Espíritos indolentes o recurso de não lhe compreenderem as palavras. Assim, as
que constam dos versículos acima - no Evangelho segundo Mateus, Marcos e Lucas
- NÃO DEVEM SER ENCARADAS SENÃO COMO FORMA DE FALAR ÀS INTELIGÊNCIAS DOS HOMENS
DAQUELE TEMPO.
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