20/11/1970
A FAMÍLIA
DE JESUS
P - Um
assunto empolgante, para todos nós, está nos Evangelhos que falam dos parentes
de Jesus, no próprio entender do Mestre. Como nos explica essas passagens o
Espírito da Verdade, pelo CEU da LBV?
R - Vamos
harmonizar os Evangelhos Sinóticos: Mateus, XII: 46-50, Marcos, III: 31-35 e
Lucas, VIII: 19-21.
Mateus: 46 -
Estando Jesus ainda a pregar à multidão,
sua mãe e seus irmãos, do lado de
fora, procuravam
falar com ele. 47 - Alguém, então, lhe
disse: "Tua mãe
e teus irmãos aí fora, procuram falar
contigo". 48 –
Respondendo a quem assim falara, disse
Jesus: "Quem
é minha mãe e quais são os meus
irmãos?" 49 - E es-
tendendo a mão para os discípulos,
falou: "Eis aqui mi-
nha mãe e meus irmãos. 50 - Quem quer
que faça a
vontade do Pai Celestial esse é meu
irmão, minha irmã
e minha mãe".
Marcos: 31 - Sua
mãe e seus irmãos, tendo vindo e fica-
do do lado de fora, o mandaram chamar.
32 - Ora, co-
mo a multidão o cercasse, alguém lhe
disse: "Olha que
tua mãe e teus irmãos te
procuram". 33 - Mas Jesus lhe
perguntou: "Quem é minha mãe e quem
são os meus
irmãos?" 34
- E, olhando para os que estavam senta-
dos em redor dele, disse: "Eis aqui minha mãe e meus
irmãos; 35 - porquanto aquele, que fizer a vontade de
Deus, é meu irmão, minha irmã e minha
mãe".
Lucas: 19 - Sua
mãe e seus irmãos vieram ter com ele,
mas não puderam vê-lo por causa da multidão. 20 –
Disseram-lhe, então: "Tua mãe e teus
irmãos estão lá
fora e te querem ver". 21 - Mas Jesus respondeu: "Mi-
nha mãe e meus irmãos são todos
aqueles que ouvem
a palavra de Deus e a praticam".
Não
estando ligado à Virgem Maria por nenhum laço humano, Jesus patenteava aos
homens os sentimentos de amor e fraternidade que os deviam unir. Efetivamente,
qual poderia ser o desejo do Bom Pastor, que vinha em busca das ovelhas
tresmalhadas? Qual poderia ser o seu objetivo? Reuni-las em torno de si. Todas,
fossem quais fossem. Sendo, com relação aos homens, pela sua pureza e pelo seu
poder, o Unigênito do Pai, e vindo dizer-lhes "SOIS TODOS, COMO EU, FILHO
DE DEUS".
Jesus
precisava demonstrar que punha em prática os ensinos que dava à multidão e
provar que TODOS OS SERES HUMANOS SÃO, DE FATO, FILHOS DE DEUS E, POR ISSO,
IRMÃOS DELE, ENQUANTO CAMINHAM NAS VIAS DO SENHOR.
Falando
do Cristo, usamos a expressão "o Unigênito" ou "Filho
Único" do Pai Celestial. Ele o era e é, no sentido de ser, pela sua
elevação espiritual única, relativamente à de todos os Espíritos que se acham
ligados ao vosso planeta, que lhe preside os destinos. Desse ponto de vista e
comparado a vós outros, Jesus pode e deve ser considerado FILHO ÚNICO DO
TODO-PODEROSO. Sua essência pura, que nunca se desviou da linha do
progresso, se aproxima da natureza do Criador Universal. Insistimos: seu
poder ilimitado, sobre tudo o que concerne à Terra, participa da Onipotência
Divina, com a qual ele está sempre em RELAÇÃO DIRETA.
Maria e
os chamados irmãos de Jesus o foram procurar, induzidos pela influência
espiritual dos seus Anjos da Guarda e também levados pela ideia de que -
devendo o Mestre atender às necessidades do corpo - lhes cumpria ir à sua
procura para esse fim, conquanto fosse um Espírito muito elevado. Maria estava,
até certo ponto, submetida à matéria que a envolvia; não compreendia que Jesus
pudesse resistir a tão grandes fadigas, SEM TOMAR OS ALIMENTOS QUE SUSTENTAM O
CORPO.
Tinha ela
a intuição da sua sorte futura: em virtude da revelação que lhes fora feita, e
que se conservou secreta até depois de finda a missão terrena do Mestre, JESUS,
PARA MARIA E JOSÉ, ERA UM ENTE EXCEPCIONAL, GRANDE AOS OLHOS DE DEUS POR SER
FILHO DO MESMO DEUS E QUE ENCARNARA MILAGROSAMENTE, MAS SEM DEIXAR DE
PARTICIPAR DA NATUREZA DO HOMEM E DE ESTAR SUJEITO ÀS NECESSIDADES DA
EXISTÊNCIA HUMANA. E para os homens, ele era um homem igual aos outros, filho -
por obra humana - de José e Maria, e como tal o consideraram enquanto durou sua
missão terrena e até a época em que já encerrada aquela missão, a revelação se
tornou conhecida do povo.
A ida de
Maria e dos chamados Irmãos de Jesus à procura deste lhes foi inspirada para
provocar como provocou, a profunda observação do Mestre. Ao que lhe dissera:
"Tua mãe e teus irmãos te procuram" ele respondeu perguntando: Quem é
minha mãe e quem são os meus irmãos?" E acrescentou, apontando os
discípulos: "EIS AQUI MINHA MÃE E MEUS IRMÃOS, POIS AQUELE QUE CUMPRE A
VONTADE DO PAI, A VONTADE DE DEUS, ESSE É MEU IRMÃO, MINHA IRMÃ E MINHA MÃE:
MINHA MÃE E MEUS IRMÃO SÃO TODOS AQUELES QUE OUVEM A PALAVRA DE DEUS E AS
PRATICAM".
As
versões de Mateus, Marcos e Lucas são exatas e se completam: Jesus apontou com
a mão para os discípulos que o cercavam, e respondeu, deixando fluir sobre o
povo a atração poderosa do seu olhar, irradiação magnética que atraía os homens
como o ímã atrai o ferro. Por esse gesto ele apresentava seus discípulos como
exemplo e atraía para eles a multidão que os teria de imitar. Ao dar aquela
resposta, o presente e o futuro se completavam no seu pensamento. Deu-a tendo
por fim (atento o motivo que determinara a ida de Maria e dos que eram
designados por irmãos dele) provar que A MISSÃO, A CUJO DESEMPENHO SE
CONSAGRAVA NO MEIO DOS HOMENS, SOBRELEVAVA AOS LAÇOS DA FAMÍLIA HUMANA E AS
NECESSIDADES MATERIAIS QUE, NO ENTENDER DOS MESMOS HOMENS, SE LHES FAZIAM
SENTIR.
Em todas
as oportunidades, Jesus procurava despertar as consciências. Tinha também por
fim atentas às palavras que lhe eram dirigidas, mostrar veladamente que nenhum
laço humano o prendia a Maria Santíssima nem aos que eram tidos por seus
irmãos, nem aos Apóstolos e aos discípulos, SÓ OS LIGAVA O LAÇO ESPIRITUAL, O
PARENTESCO ESPIRITUAL, TUDO SEGUNDO O ESPÍRITO, NADA SEGUNDO A CARNE E ASSIM
MESMO RELATIVAMENTE AOS QUE HOUVESSEM FEITO A VONTADE DIVINA OUVINDO E PONDO EM
PRÁTICA A PALAVRA DE DEUS!
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