quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

 

A DOUTRINA DO CEU

 

P – Qual a Doutrina do Centro Espiritual Universalista da LBV?

 

R – Ela unifica, neste fim de ciclo, todos os ensinamentos de Jesus, em Espírito e Verdade, mas à luz do Novo Mandamento. Nenhum sectarismo, nenhum ecletismo, nenhum hibridismo – porque a Verdade não é híbrida, não é eclética, não é sectária. A Legião da Boa Vontade publica toda Doutrina do CEU – exatamente a Doutrina do Cristo de Deus, acima de todas as perversidades geradas pelas religiões humanas, diletas filhas do Anti-Cristo. Cada integrante do CEU, como autêntico Legionário da Boa Vontade, terá de fazer suas estas palavras do Apóstolo Paulo: “Porventura procuro eu o favor dos homens ou o de Deus? Procuro eu agradar aos homens? Se agradasse a homens, não seria servo de Cristo Jesus. Faço-vos, porém, saber, irmãos, que o Evangelho por mim anunciado não é segundo o homem, porque eu não o recebi nem o aprendi de homem algum” (Gálatas, capítulo primeiro, versículos 10 a 12). A LBV unificará, portanto, todas as Revelações Progressivas de Jesus, a partir do Decálogo, restaurando a Verdade Divina deturpada pelos os que se dizem representantes de Deus. O CEU confirma que só o Cristo pode ensinar alguma coisa à Humanidade. Não se baseia em doutrinas de homens, por mais ilustres que sejam. É a grande devolução iniciada em 1948 pela LBV: ao Cristo o que é do Cristo. Os reveladores foram meros instrumentos do Redentor na obra sublime de salvação de TODAS AS CRIATURAS. Como todos podem perceber, esta é a Revelação Total do Chefe Planetário, precedendo sua volta, por Ele mesmo anunciada no seu Evangelho e no seu Apocalipse. É fácil prever a difusão de tal obra no mundo inteiro, especialmente agora, nesta Era Apocalíptica. Os tempos chegaram, e é preciso dar à Humanidade a Luz Eterna do Cristo Universal. Todos os Legionários serão mobilizados para esse trabalho, que provará ser o Brasil o Coração do Mundo, a Pátria do Evangelho, a Pátria de todas as pátrias porque é a PÁTRIA DO NOVO MANDAMENTO. Esta é a verdade: espiritualmente, o Brasil já está na vanguarda do Mundo.

 

 

 

 

AS 4 REVELAÇÕES

 

P – A Legião da Boa Vontade inaugurou o Centro Espiritual Universalista (CEU) no XIII Congresso, anunciando a Doutrina do Novo Mandamento com a unificação de todas as Revelações de Jesus. Quais são essas Revelações?

 

R – A Primeira Revelação de Jesus veio por intermédio de Moisés: é a Lei de Deus nos Dez Mandamentos, o Decálogo Real como exatamente se encontra no Velho Testamento da Bíblia Sagrada, isto é, sem as alterações introduzidas pela religião humana. A Segunda Revelação é o Cristianismo, que Jesus nos veio trazer pessoalmente, advertindo: “Tenho ainda muito que vos dizer, mas vós não o poderíeis entender agora; quando vier, porém, o Espírito da Verdade, ele vos guiará a toda verdade, porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido de mim e vos anunciará todas as coisas que hão de vir; ele me glorificará, porque há de receber do que é meu para traze-lo a todos vós”. Estas palavras do Cristo estão no Evangelho segundo João, XVI: 12-13-14, e são completadas por estas outras desse mesmo Evangelho, XIV: 24-25-26: “Quem não me ama não guarda as minhas palavras (e a palavra que estais ouvindo não é minha, mas do Pai que me enviou). Isto vos tenho dito, estando ainda convosco; mas o Paráclito, o Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito”. Aqui está a prova de que não há uma só Revelação, mas Revelações Progressivas, que vêm de acordo com a evolução da Humanidade até ao final do Ciclo. A Terceira Revelação é a dos Espíritos, cujos instrumentos pioneiros, no Século XIX, foram Kardec e Roustaing. Finalmente, a Quarta e Última Revelação de Jesus é a do Novo Mandamento, unificando todas as Revelações e incluindo a do Apocalipse, que também é do Cristo através de João, o Evangelista. Só agora a Humanidade terá a RELIGIÃO DE DEUS, o verdadeiro Cristianismo do Cristo que é o do Novo Mandamento; somente agora se manifestará o Espírito da Verdade com a Revelação Total e Final, acima de todos os sectarismos estratificados – religiosos, científicos e filosóficos. E a pedra de toque é exatamente o Apocalipse de Jesus, que nos desvenda o que vai acontecer até ao final dos tempos. A LBV iniciou, portanto, no XIII Congresso dos Homens e Mulheres da Boa Vontade de Deus, seu grande trabalho UNIFICADOR, de acordo com a Proclamação do Novo Mandamento: a Igreja do Legionário é a sua própria casa, e cada Legionário é o Templo do Deus Vivo. Anuncia, por isso mesmo, a próxima volta de Jesus, com a formação de Um só Rebanho para um só Pastor pela reunião efetiva de todas as boas ovelhas, até agora aparentemente separadas, distribuídas por todos os rebanhos. Esclarece, ainda, que todas as religiões são evidentemente cristãs, mesmo aquelas que assim não se consideram por se encontrarem nos diversos graus de evolução espiritual. Mas a razão é simples: todas as criaturas são naturalmente cristãs, queiram ou não queiram, saibam ou não saibam, até mesmo as que se dizem materialistas, demonstrando ignorar a verdade da formação da Terra pelo Cristo de Deus, como se lê no capítulo primeiro do Evangelho de Jesus segundo João: “No princípio era o Verbo, o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus; o Mundo foi feito por Ele, tudo foi feito por Ele e nada do que se fez foi feito sem Ele”. Para esta missão, sem paralelo na História, é que veio o Centro Espiritual Universalista, o CEU da LBV.

 

 

 

OS 10 MANDAMENTOS

 

P – O Centro Espiritual Universalista (CEU da LBV) adota os Dez Mandamentos, exatamente como se acham no Pentateuco de Moisés, no Velho Testamento da Bíblia Sagrada. Como a LBV interpreta o Decálogo, a chamada Lei de Deus?

 

R – A LBV não segue as religiões criadas pelos homens. Portanto, vamos dar a palavra aos Evangelistas Mateus, Marcos, Lucas e João, assistidos pelos Apóstolos e pelo próprio Moisés: Deus não se comunica diretamente com os homens. Entretanto, segundo o modo de ver dos hebreus, era o próprio Deus quem falava a Moisés e era preciso que assim fosse. Espírito elevado, em relação ao povo que dirigia; médium, em certas circunstâncias, vidente, audiente, ou inspirado, e também de efeitos físicos, de acordo com os casos e necessidades da sua missão, Moisés viu-se obrigado a cercar-se de todo mistério e pompas que os impressionassem, para dar força e valor aos Mandamentos que impunha aos hebreus, para lhes gravar na memória e no coração as ordenações e os estatutos que lhes eram indispensáveis naquela época; obrigado a empregar fórmulas capazes de lhes infundir respeito. Seu Espírito revestiu as três personalidades terrenas conhecidas pelos nomes de Moisés, Elias e João, filho de Zacarias e Isabel, e desempenhou as três missões correspondentes a essas individualidades. Vamos, agora, explicar-vos o Decálogo em Espírito e Verdade. Vamos dar uma explicação não restrita aos hebreus e aos chamados “cristãos”, mas geral, passível de aplicar-se a todos os povos e a todas as épocas. Diz a Escritura: “Então, fez Deus que se ouvissem estas palavras: Eu sou o Senhor teu Deus que te salvou do Egito da casa da servidão”. Deus, o Criador de tudo o que é, tirou do nada o Espírito (explicaremos, a seguir, o sentido que deveis atribuir a essas palavras tomada à linguagem humana), para lhe dar o ser, o pensamento, a personalidade. Foi por sua vontade onipotente que o homem saiu das faixas da matéria, para ensaiar seus primeiros passos na senda espiritual. Foi o Senhor quem lhe mostrou o caminho que o salva da escravidão do pecado, iluminando-o com o facho da Verdade. Falando do Espírito, dissemos que Deus o tirou do nada, para lhe dar o ser, o pensamento, a personalidade. O nada, na acepção humana em que empregais esse termo, não existe, é coisa sem sentido, do ponto de vista correlativo de Deus e da Criação. O nada, para o Espírito, é a inconsciência do ser. Assim, o princípio espiritual contido nos minerais e nos vegetais está no nada, com relação ao seu ser. O nada da matéria propriamente dita é a volatilização dos princípios materiais, que devem aglomerar-se para constituir – quer os corpos, quer os planetas. É assim que foi explicado haver Deus feito sair do nada, do caos, o mundo que habitais; foi porque Ele constituiu em um corpo as moléculas esparsas na imensidade. Povos da Terra, levantai os olhos! A “coluna luminosa” que vos há de guiar para fora da servidão, que vos há de conduzir à Pátria da Liberdade, ainda se move à vossa frente. O Espírito da Verdade acendeu o farol em que devem concentrar-se os vossos olhares. Caminhai, caminhai sem descanso, pois tendes de chegar à Terra Prometida, onde correm o leite e o mel da palavra de paz e de amor a Deus.

 

 

 

 

PRIMEIRO MANDAMENTO

 

P – Como o CEU da LBV explica o Primeiro Mandamento da Lei de Deus?

 

R – Antes de tudo, vamos concentrar toda a nossa atenção nos Dez Mandamentos que Moisés recebeu do Cristo: 1- Não terás outros deuses diante de mim. 2 – Não farás imagens esculpidas das coisas que estão em cima, nos céus; nem embaixo, sobre a terra; nem nas águas, sob a terra. Não te prostrarás diante delas, não as adorarás nem as servirás, porque eu sou o Eterno, teu Deus, Deus zeloso que puni a iniqüidade dos pais nos filhos na terceira e na quarta gerações daqueles que me aborrecem, e que uso de misericórdia na sucessão de mil gerações com os que me amam e guardam os meus mandamentos. 3 – Não tomarás em vão o nome do Eterno, do Senhor teu Deus; porque o Eterno, o Senhor, não terá por inocente aquele que em vão houver tomado o seu nome. 4 – Lembra-te do dia de sábado para o santificares. Trabalharás seis dias e farás a tua obra, mas o sétimo dia é o dia de descanso, consagrado ao Eterno, ao Senhor teu Deus. Não farás obra alguma nesse dia, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem teu servo, nem tua serva, nem teu gado, nem teu hóspede, o estrangeiro que estiver dentro dos muros de tuas cidades. 5 – Honra a teu pai e tua mãe. 6 – Não matarás. 7 – Não cometerás adultério. 8 – Não furtarás. 9 – Não dirás falso testemunho contra o teu próximo. 10 – Não cobiçarás a casa de teu próximo; não cobiçarás a mulher de teu próximo, nem seu servo, nem sua serva, nem seu boi, nem seu jumento, nem coisa alguma que seja de teu próximo. Esta é a Lei de Deus, que se caracteriza pela sua imutabilidade por ser perfeita e eterna, para todos os povos e nações da Terra. A ninguém é dado alterar o Decálogo Divino, como fez a Igreja de Roma, porque o próprio Jesus declarou: “Não vim revogar a Lei de Deus”. Essa loucura da ICAR já está enquadrada no Primeiro Mandamento, que taxativamente ordena: Não terás outros deuses diante de mim. Porque o Senhor Todo-Poderoso é o Deus só e único, o Criador incriado que não tem princípio nem terá fim, aquele que é, aquele de quem, por quem e em quem TUDO É. Portanto, não desvie o homem do seu Criador o pensamento, para concentrá-lo na criatura (mesmo quando se intitula vigário de Deus) e lhe render culto e homenagem devidos tão somente ao Senhor, não porque Ele seja um Deus vingativo, mas porque o homem é um espírito fraco, que facilmente se afasta do caminho certo e penosamente volta a este. É a explicação dos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e pelo próprio Moisés.

 

 

 

SEGUNDO MANDAMENTO

 

P – Qual a explicação que o Centro Espiritual Universalista (CEU da LBV) dá ao Segundo Mandamento da Lei de Deus?

 

R – O CEU não deu, não dá nem dará nenhuma orientação baseada em religiões criadas pelos homens. Por isso é que afirmou André Luiz: “Jesus segue na vanguarda do nosso movimento”. Estamos, como toda a Humanidade, desiludidos de “mestres” e chefes religiosos, por mais inspirados que sejam. O CEU está diretamente subordinado ao Espírito da Proclamação de 7 de setembro de 1959, quando determinou, por inspiração divina: “A Religião do Novo Mandamento, cuja orientação universal pertence a Deus, ao Cristo e ao Espírito Santo, pode ser explicada, mas nunca regulamentada ou administrada por seres humanos”. Assim, para explicar as Quatro Revelações, da Gênese ao Apocalipse, damos sempre a palavra ao Espírito da Verdade. Eis a sua explicação do Segundo Mandamento: “Não farás imagens esculpidas das coisas que estão em cima, nos céus; nem embaixo, sobre a terra; nem nas águas, sob a terra. Não te prostrarás diante delas, não as adorarás nem as servirás, porque eu sou o Eterno, teu Deus, Deus zeloso que puni a iniqüidade dos pais nos filhos na terceira e na quarta gerações daqueles que me aborrecem, e que uso de misericórdia na sucessão de mil gerações com os que me amam e guardam os meus mandamentos”. A unidade de Deus, sendo o princípio fundamental da fé, teve de ser resguardada pelos teólogos. Nossas palavras remontam até à origem da crença: todos os que se achavam à frente do culto a possuíam firme, embora espalhassem outra entre o povo. A idéia da UNIDADE DE DEUS se perpetuou em todas as idades, no seio de todos os povos, ainda que sem o caráter de generalidade. Quer dizer: embora não fosse geral, era partilhada pelos espíritos intelectualmente mais adiantados (se bem que menos virtuosos), que governavam os povos, quer como sacerdotes, que como filósofos ou sábios. A proibição de fazerem imitações das coisas criadas não significa, para os homens, a obrigação de se privarem de tais reproduções: proibiu-se-lhes, apenas, que se prostrassem diante delas e as servissem, a fim de que a unidade do princípio criador fosse mantida sempre. Mas os homens, materiais por natureza, tinham necessidade de representações também materiais para alimentarem sua fé. Daí a adoração, o culto prestado a representações sem nenhuma importância, isto é, simulacros colocados nos templos como ornatos. Transportai-vos ao Templo de Salomão e, nos quatro cantos do altar, vereis anjos de asas espalmadas, outros voltados para o Oriente, outros para o Ocidente. A representação artística e simbólica não era interdita: era-o, apenas, o culto voltado a essas representações. Aqui, entre parênteses, uma nota do Unificador: esta é a explicação da alínea e do Artigo 2º dos Estatutos da LBV – “edificar o TEMPLO DA BOA VONTADE com os símbolos de todas as religiões e filosofias, para demonstrar como se UNIFICAM todas as crenças no Novo Mandamento de Jesus”. Moisés lembrou aos hebreus o poder de Deus, apresentando-o como forte e cioso, isto é, sem admitir a partilha de seus direitos e com a força de os fazer respeitar, mas sem ferir o inocente para punir o culpado até a terceira e a quarta gerações, nem concedendo graça aos culpados através de mil gerações, por favor a um justo que houvesse servido de tronco a essa posteridade. Fraqueza da inteligência humana! Essa punição e essa misericórdia, verdadeiras monstruosidades se entendidas segundo a letra, são – segundo o espírito – a expressão sublime da justiça e, ao mesmo tempo, da bondade infinita de Deus. A explicação e a justificativa de compreender-se aquela sentença desse duplo ponto de vista, vós as encontrais na Lei da Reencarnação, que mostra o castigo a cair sempre, de geração em geração, sobre o Espírito culpado, e a misericórdia de Deus sempre a descer, através das gerações, sobre o Espírito que se depura e progride para o Bem. Os Espíritos geralmente se agregam, formando categorias de seres similares. Ora, compreende-se que esposos culpados atraiam para o seu lar Espíritos pouco adiantados, dispostos a seguir o caminho que eles trilham; do mesmo modo, os que observam a Lei de Deus, e cuja posteridade há de ser cada vez mais virtuosa, atraem, de geração em geração, Espíritos cada vez mais adiantados. Vimos de dizer: “Compreende-se que esposos culpados atraiam para o seu lar Espíritos pouco adiantados, dispostos a seguir o caminho que eles trilham”. Efetivamente, isso é bem compreensível. Antes de tudo, sabeis haver Espíritos que, pouco desejosos de progredir, procuram os laços de simpatia (seja esta oriunda do Bem, seja do mal) que já os prenderam; e outros que, embora impulsionados pelo desejo de progredir, escolhem meios cujas influências perniciosas não podem vencer. Neste último caso, o Espírito é prevenido dos perigos que correrá, uma vez reencarnado, e da queda, quase inevitável, que daí lhe resultará. Se persiste, é por sua livre vontade. Compreendei, de conformidade com esses princípios, a progressão do castigo e da misericórdia. O castigo se verifica na terceira e na quarta gerações porque, pouco a pouco, o Espírito se depura, ou por efeito da encarnação de outros no meio que ele tem preferido, ou por efeito das provações pelas quais aí passa, repetidamente. Desde que um começo de melhora se faz sentir nele, o Espírito entra no rumo do progresso, atrai a si companheiros também mais adiantados e, através de mil gerações, ou muito mais, se vai mostrando cada vez melhor, até atingir, finalmente, a perfeição. Outra nota do Unificador: como se vê logo na Primeira Revelação, dada pelo Cristo a Moisés, a Reencarnação já aparece como a chave de todos os problemas humanos e sociais. É a prova de que todas as religiões anti-reencarnacionistas estão fora da Lei. Nenhuma culpa cabe, portanto, ao codificador do Espiritismo.

 

 

 

 

 

 

TERCEIRO MANDAMENTO

 

P – Qual al explicação que o Centro Espiritual Universalista apresenta para o Terceiro Mandamento da Lei de Deus?

 

R – Eis o que dizem os Evangelistas, assistidos pelos Apóstolos e pelo próprio Moisés: “Não tomarás em vão o nome do Eterno, do Senhor teu Deus; porque o Eterno, o Senhor, não terá por inocente aquele que em vão houver tomado o seu nome”. Este Mandamento tem sido geralmente afastado de seu objetivo. Ele se liga aos dois primeiros, dos quais é corolário. Não devendo perder de vista a unidade de Deus, não devendo prosternar-se diante de nenhuma imagem para adora-la, também não deve o homem dar o título de Deus, nem atribuir o seu poder, a nenhuma criatura, a nenhuma imitação abençoada, santificada ou entronizada por sacerdotes idólatras. Por extensão, não deve tampouco usar mal do nome do Senhor, desde que esse nome lhe desperta um pensamento sério. Igualmente, se não ainda mais, com referência ao Criador de todos os seres e de todas as coisas, é que se entende a recomendação de Jesus aos homens, para que de nenhuma forma jurassem: nem pelo céu, porque é o trono de Deus, nem pela terra, que é o escabelo de seus pés (linguagem apropriada ao tempo). Cuidai, pois, de suprimir da vossa linguagem esses juramentos feitos “diante de Deus, à face do Céu”, ou qualquer outra expressão leviana, porque todas quase sempre ocultam, mesmo àquele que as emprega, a ínfima confiança que nelas deposita. Esforçai-vos por encaminhar sempre vosso pensamento ao Senhor, quando invocardes o seu nome. Constitui abuso fazê-lo em circunstâncias culposas ou triviais. A invocação do nome de Deus, feita com o coração cheio de sinceridade, atrai o amparo dos Espíritos Superiores que o pai de família investiu no governo de seus filhos, e que lhes transmitem suas vontades, até que – pela purificação e pelo progresso – a inteligência se lhes ache bastante desenvolvida, para não mais precisarem de intermediários.

                     

 

 

 

QUARTO MANDAMENTO

 

P – Qual o verdadeiro significado do Quarto Mandamento da Lei de Deus, alterado pela ICAR?

 

R – O Centro Espiritual Universalista só admite ensinamentos do Cristo, através de seus emissários legítimos. Essa obra de unificação do CEU da LBV não é contra ninguém, mas a favor de todos, com a restauração da verdade. Ouçamos, portanto, a palavra dos Evangelistas, assistidos pelos Apóstolos e pelo próprio Moisés: “Lembra-te do dia de sábado para o santificares. Trabalharás seis dias e farás a tua obra, mas o sétimo dia é o dia de descanso, consagrado ao Eterno, ao Senhor teu Deus. Não farás obra alguma nesse dia, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem teu servo, nem tua serva, nem teu gado, nem teu hóspede, o estrangeiro que estiver dentro dos muros de tuas cidades”. Este Mandamento, que se transformou numa lei civil de finalidade humanitária, foi imposto aos hebreus para lhes frear o pendor ao abuso do poder. A Lei do Trabalho é indispensável à Humanidade. É pelo trabalho que ela progride, que adquire ou repara. Mas o repouso não é menos indispensável, tanto ao corpo quanto ao Espírito. Dizer aos homens – dai tempo ao vosso corpo de refazer as suas forças; dai ensejo ao vosso Espírito de se libertar dos cuidados da matéria, a fim de que possa elevar-se ao seu Criador e afastar-se do mundo que o retém cativo, para se alcandorar, por meio da esperança e da meditação, às elevadas esferas que o aguardam” – não teria bastado. Este Mandamento veio trazer um sentimento profundo de filantropia, que os homens não souberam apreciar. Os povos antigos, afeitos aos abusos da força, tinham – todos eles – escravos encarregados de trabalhos rudes, acima da sua capacidade normal. Era preciso assegurar a esses servos um repouso necessário, tornando isto uma obrigação para os seus senhores. Os animais, votados ao desprezo, porque tidos como carentes de almas, de inteligência, considerados como coisas, incapazes da sensação da dor, teriam sidos levados, sem este Mandamento, à extrema fadiga pelo excesso de trabalho; as raças se teriam esgotado; as mais úteis ao homem desapareceriam da face da terra, por efeito da degenerescência. Quanto ao estrangeiro que, considerado hóspede, devia ser respeitado, se este Mandamento não o protegesse – certamente seria oprimido no sábado, por todos os trabalhos de que cumpria se abstivessem os fiéis. Violada estaria a hospitalidade, lei santa que os antigos geralmente respeitavam. Observai que em todos os cultos, agora, existe esta salvaguarda da saúde pelo repouso. Mas nós vos dizemos, irmãos: trabalhai, trabalhai com zelo e coragem, mas nunca ultrapasseis os limites das vossas forças. E, sobretudo, jamais sobrecarregueis de trabalho os vossos inferiores. Os hebreus lavavam tão longe a observância do sábado, que a própria terra repousava, não no sétimo dia, mas no sétimo ano. Este método, que parecerá infantil aos modernos agricultores, tinha a sua razão de ser. Sendo menos numerosos os homens, menos as necessidades, possível dar-se à terra o luxo de um repouso que lhe permitia readquirir forças naturalmente, sem os recursos aos artifícios, como adubos em geral – cujo abuso gera muitas das enfermidades de que padeceis, sem lhe descobrirdes as verdadeiras causas. Os rebanhos encontravam pastagens nas terras que repousavam, e a presença deles, ali, bastava para restituir ao solo os sais necessários à reprodução dos vegetais. Voltando ao sábado, meditemos na sentença de Jesus: “O sábado foi feito para o homem, não o homem para o sábado”. Ponde-a em prática, em Espírito e Verdade, porque o Cristo não revogou o sábado: condenou a dureza dos que, zelosos do seu cumprimento, impediam nesse dia até a prática do Bem e da Caridade, como tantas vezes referem os Evangelhos. Em seguida a este Mandamento, no original se lê: “Porquanto o Eterno, o Senhor Deus, fez em seis dias os céus, a terra e o mar, e tudo o que neles há, e descansou no sétimo dia. Eis porque o Senhor abençoou o dia do repouso e o santificou”. Há nestas palavras um comentário acrescentado à Lei de Deus por Moisés, a fim de lhe dar mais força e valor aos olhos dos homens. Elas resumem as explicações que ele deu aos hebreus, para que compreendessem a necessidade do descanso que se lhe prescrevia: tão necessário era o repouso que até mesmo Deus o impusera a si mesmo. Falando a homens pouco adiantados, Moisés usava da linguagem que lhe era possível compreender. E ele próprio, conquanto versado nas ciências e mistérios egípcios, não possuía, como encarnado, os conhecimentos que depois o trabalho dos séculos desenvolveu. Quanto à Criação, ele a dividiu em seis épocas e não dias; e o fez, não por efeito de pesquisas científicas, mas sempre com o objetivo de gravar, no coração dos hebreus, o respeito definitivo à Lei de Deus. Este Mandamento, reclamado pelas necessidades da sagrada pessoa humana, impunha o repouso septenário em favor dos fracos; e Moisés obrigou os fortes a se lhe submeterem. Perguntais: - É impossível toda explicação de sábios e sacerdotes, no sentido de conciliares o texto relativo às seis épocas (ou dias0 com os dados atuais da ciência humana? Sim, para eles é impossível, porque a própria ciência não tem sobre isso a última palavra. Os cataclismos, que causaram as transformações do vosso planeta, a ciência ainda não os pode calcular, tanto mais quando, tendo sido parciais, muitas vezes fizeram passar de uma parte para outra os elementos de produção. E ainda não chegastes ao termo deles: muitos cataclismos, parciais a princípio, depois gerais, virão a produzir-se, derrocando o estado atual, para destruir o princípio material e levar o vosso planeta ao ponto de partida, isto é, ao estado fluídico, mas agora ao estado em que os fluídos estarão expurgados de todas as moléculas materiais.

 

 

 

 

 

QUINTO MANDAMENTO

 

P – Como o CEU da LBV explica o Quinto Mandamento da Lei de Deus?

 

R – Compreenda os Mandamentos do Senhor, em toda a sua grandeza, aquele que quiser obedecer-lhes. Honra a teu pai e tua mãe, porque estes são os chefes que o Senhor te dá, os guias encarnados que prepôs à tua guarda. Mas os que se encarregam da tua educação, que te desenvolve a inteligência, que vigiam a tua adolescência, não são também teu pai e tua mãe – espirituais? E, por vezes, não fazem mais do que o pai e a mãe segundo a carne, que esquecem seus sagrados deveres e deixam o filho, que o Senhor lhes confiou, entregues aos seus maus pendores, quando não chegam até a faze-lo ceder às inclinações más que neles predominam, dando-lhe o exemplo do orgulho e do egoísmo, da luxúria, dos vícios e paixões inferiores que degradam a Humanidade e levam o Espírito à perdição, fazendo-o falir nas suas provas? O chefe de Estado, o juiz que governa com sabedoria e faz justiça a todos, que dispensa sua solicitude até ao mais ínfimo dos seus admiradores, não é um pai a quem deves honrar, pois governa uma grande família? E, falando assim, nossas palavras se estendem a todo aquele que, como superior, qualquer que seja a sua condição, cumpre santamente suas obrigações para com os seus subordinados. A lei do amor e do respeito deve abranger todas as classes e posições sociais. É a cadeia que liga, uns aos outros, todos os membros da família universal. “A fim de que teus dias sejam prolongados na terra que o Eterno, o Senhor teu Deus, te dará”. Estas palavras, aditadas à Lei, constituem acréscimo feito por Moisés ao Quinto Mandamento, tendo ainda por fim levar a obediência, ao respeito à Lei, homens dominados unicamente pelo egoísmo e pelo o instinto do presente. Bem viver, e viver longo tempo, constituía para tais homens a primeira e única preocupação. Pelo ponto sensível, portanto, se impunha prende-los, e Moisés bem o percebeu. Mas deveis tomar a palavra terra em acepção simbólica, para compreender como a vossa vida poderá prolongar-se na morada que o Senhor vos reservou, no sentido de que mais cedo a ela podereis chegar, cumprindo melhor os vossos deveres. Quer dizer: a morada dos homens e mulheres de merecimento são as esferas superiores, que eles atingem à medida que se elevam, e mais cedo chegarão quanto mais esforços fizerem por se aperfeiçoar. “Honra a teu pai e tua mãe, e teus dias serão prolongados na terra que o Senhor te dará”. Mas, compreendei, essa terra não é o solo que pisam os vossos pés. As dificuldades que surgiram na interpretação dos Mandamentos nasceram de não terem querido (ou não terem sabido) os interpretadores distinguir, do princípio exarado na Lei, as adições feitas à Lei; não souberam separar o que veio de Deus do que veio do homem, por intermédio dos Espíritos, com objetivo humano e transitório. O que, na Lei, vem de Deus é imutável, não podem os homens alterar; o que veio por aquela inspiração espiritual foi o meio de que Moisés se valeu para – atendendo ao presente, segundo a letra, e preparando o futuro, segundo o espírito – auxiliar o progresso humano, de acordo com as necessidades da época.

 

 

 

 

SEXTO MANDAMENTO

 

P – Como o CEU da LBV explica, em toda a sua profundidade, o Sexto Mandamento?

 

R – A LBV não admite, no Centro Espiritual Universalista, ensinamentos de mestres ou instrutores humanos. Toda a Doutrina do Novo Mandamento é do Cristo, através das Sagradas Escrituras, e dos Espíritos-Guias da Humanidade. Assim, mais uma vez, falam os Evangelistas, assistidos pelos Apóstolos e pelo próprio Moisés, sobre a Primeira Revelação: Os Dez Mandamentos da Lei de Deus. Hoje, o Sexto Mandamento – Não Matarás. Não corte aquele, que nada pode criar, o fio da existência das criaturas do Eterno, Deus Todo-Poderoso. Não deixe o homem que em seu coração se desenvolva o instinto destruidor, pois está longe de saber que responsabilidade assume. Este Mandamento, muito vago em seu enunciado, tem um alcance muito maior do que supondes, e ultrapassa de muito os limites do vosso ser. Em cada uma das fases do seu passado, a Humanidade o interpretou segundo as suas necessidades. Agora, já o pode entender de maneira a lhe ampliar a inteligência e conseqüente aplicação. Nos tempos antigos, o “não matarás” significava para os hebreus: “Não derramarás, sem motivo, o sangue de teu irmão”. Mas a pena de morte vigorava para o menor delito, e o sangue das vítimas oferecidas em holocausto corria incessantemente, sobre o altar e, tanto quanto os animais, não eram poupados os escravos. Mais tarde, a pena de morte se tornou menos aplicada. Só o era àquele cujo crime se tinha por bem comprovado. Os próprios animais passaram a ser, em parte, menos sacrificados, quando nada, nas cerimônias do culto. Entretanto, as guerras, a vingança e a crueldade continuaram – como continuam – a derramar sangue por todos os lados. Hoje, os que ouvem a nossa voz, mesmo aqueles que não a compreendem ou a consideram mentirosa, já se levantam contra a aplicação da pena de morte ao criminoso; lutam pelo momento em que não mais se alinhem homens diante de outros homens, para descarregarem, uns contra os outros, seus mortíferos projéteis; e alguns – os que nos atendem, em nome de Jesus – poupam a vida de todas essas criaturas fracas, que Deus lhe pôs no caminho, a fim de despertar a Caridade em seus corações e lhes fazer compreender a solidariedade universal. Mas, nos matadouros, o sangue ainda corre e, aos magotes, sob os golpes do cutelo assassino, caem as vítimas necessárias à alimentação humana. Brevemente, porém, o sangue deixará de ser derramado na Terra: depois do próximo e último Armagedon, o homem não matará, nunca mais. Amará e protegerá o fraco, quer seja este também um homem, quer seja um animal confiado à sua guarda. Compreenderá o Novo Mandamento do Cristo de Deus – A Lei do Amor – e saberá elevar-se acima das necessidades da carne, as quais ainda precisa satisfazer, porque correspondem à organização atual da máquina, mas que diminuirão gradativamente, à medida que o Espírito crescer em sabedoria e ciência, porque, de par com esse crescimento, também gradualmente se modificará o organismo humano. O progresso físico marcha e se desenvolve, paralelamente ao progresso intelectual, moral e espiritual, com os quais guarda relação. As consciências esclarecidas já se levantam, pedindo a abolição da pena de morte. São esforços generosos, no mundo inteiro. Ainda não chegou, porém, o momento: é preciso que se esclareçam as classes inferiores (não inferiores do ponto de vista das classes sociais, mas do adiantamento espiritual). Cabe a todos vós, homens e mulheres libertos da ignorância, com os vossos exemplos, apressar-lhe o advento realmente glorioso.

 

 

 

SÉTIMO MANDAMENTO

 

P – Qual a explicação integral do Sétimo Mandamento, no CEU da LBV?

 

R – É a do Espírito da Verdade, aclarando e unificando as Quatro Revelações de Jesus. Falam, pois, os Evangelistas, assistidos pelos Apóstolos e por Moisés: “Não cometerás adultério” – A natureza material do homem o impele para a lubricidade. Nada lhe refreia os desejos, desde que se entregue aos instintos animais. E sabeis que esses instintos dominavam naquela época. Não vedes que, ainda hoje, eles arrastam muitos de vossos irmãos a vergonhosos transviamentos? Os laços que prendem, um ao outro, os Espíritos do homem e da mulher, e que o induzem a perpetuar a espécie, têm origem nobre e pura, de onde a materialidade da encarnação os desviou, mas à qual terão de voltar. A proibição de cometer adultério devia bastar, para conter os excessos.Mas, ainda aí, a interpretação obedeceu às necessidades da época: o homem e a mulher casados, se cometiam adultério, eram punidos, ele com a pecha de infame, ela com a pena de morte. Ora, este Mandamento, segundo o espírito, jamais segundo a letra, se estende a toda quebra de união sagrada. Compreende todos os arrastamentos carnais, sejam quais forem, e que rebaixam a Humanidade ao nível dos instintos do bruto. Não vos dizemos – “Deus criou um homem e uma mulher a fim de provar, a fim de provar que uma só existência eles deviam ter”: esse era o lado moral, o fim moral que, sob o véu da letra, Moisés adotara, colocando-se no ponto de vista dos hebreus. Nós vos dizemos o seguinte: os Espíritos se grupam por atração de simpatia. Cada Espírito escolhe o companheiro, ou a companheira, com quem passará o tempo da sua provação. Os Espíritos encarnam, nascem, geralmente em condições que lhes permitam reunir-se. Os que são reciprocamente simpáticos se encontram destinados à união. Entretanto, as disposições materiais de um ou de outro, como encarnados, podem quebrar acidentalmente a harmonia e lhes retardar a união, quer nos limites da encarnação presente, quer até outra encarnação. Assim é que um Espírito se vê repelido, desprezado ou abandonado por outro que lhe é simpático e o chama, isto é, para o qual ele se sente atraído, mas que se deixou seduzir – ou pelos desregramentos carnais, ou pelo orgulho, ou pela ambição, ou pelo amor do outro. Quando Espíritos simpáticos um ao outro chegam a unir-se na Terra, de acordo com a escolha – feita por eles mesmos, antes de reencarnarem – nada mais haverá que os separe, que rompa os laços dessa união, porque ela se realizou por efeito de idênticas tendências para o Bem. Estes não precisam mais de um Mandamento que lhes diga: “Não cometereis adultério”. Mas, uma vez reencarnados, se eles descuram dos compromissos assumidos na Espiritualidade, compromissos cuja lembrança perderam (se bem que um secreto instinto do coração os relembre) e dos quais a influência da matéria os afasta; se esses Espíritos, homens e mulheres, não procuram na união conjugal mais que uma satisfação passageira, mais que uma combinação matemática ou social, um jogo de interesses ou de orgulho – então os apetites materiais quebram os laços de simpatia espiritual. Neste caso, uma afeição pura não move os corações, os homens e as mulheres procuram compensações na variedade e no mau proceder. E esses diz o Mandamento: “Não cometerás adultério, porquanto, se a ti mesmo impuseste carregar uma pesada cadeia, tens de sofrer todas as conseqüências, tens de, pelo respeito que deves a esse compromisso irrefletido, atenuar a falta que praticaste, contraindo-o, tens de vencer os teus instintos sensuais; tens de dominar a carne e fazer ressurgir a simpatia que deverá reinar, entre o teu Espírito e o da companheira que escolheste, quando começar o dia da liberdade pela volta de ambos à vida espiritual”. Algumas vezes, a união é imposta ao encarnado pela influência e autoridade dos pais, movidos pelo interesse ou pelo orgulho. Tal união constitui, para o que a sofre, uma provação por ele escolhida e que será temporária ou durará toda a vida terrena. No primeiro caso, terá por efeito apenas retardar, no curso da sua encarnação atual, a união simpática por ele escolhida, antes desta; no segundo caso, o efeito será adiar essa união para uma encarnação posterior. E tanto para esse, como para o que se uniu fugindo às suas provas, o Mandamento emprega a mesma linguagem de que usa para com o que, livre e voluntária, mas irrefletidamente, assumiu um compromisso, desviando-se do caminho que devia seguir. Outras vezes, também, certos Espíritos, desejosos de vencer a antipatia que sentem um pelo outro, embora nem sempre seja recíproca, escolhem como provação unir-se humanamente. Ainda a esses o Mandamento diz: “Não cometereis adultério”. Completando nossas observações sobre este ponto, repetimos: destinam-se os Espíritos à união. Antes de reencarnarem, escolhem os que sejam companheiros, a fim de, juntos, passarem o tempo da provação, auxiliando-se mutuamente, ressalvada a possibilidade de uns ou outros fugirem ao cumprimento de suas resoluções na Espiritualidade. Mas quer isto se dê, quer não, a escolha – seja conforme ou contrária as resoluções espirituais – jamais será fruto do que chamais “O acaso”, e sim o resultado da direção impressa às provas. Dessa direção depende ser o Espírito desviado de sua rota, ou livre ou voluntariamente, ou porque sofra a imposição de uma vontade. Feita a escolha, e dado que um dos Espíritos ou ambos se afastem do caminho certo, pode acontecer – ou que venham a encontrar-se, ao cabo de certo tempo, na presente encarnação, na qual os reconduzirá um ao outro a mesma simpatia; ou, então, se o caso resultar de antipatia, a intenção de – por prova – viverem unidos. A escolha, reiteradamente feita, acabará por torna-los capazes de vencer a prova: finalmente, não separa o homem o que Deus uniu, isto é, o Amor triunfou. Quanto ao celibato, para uns é prova; para outros desvios. Os que, por prova, se destinam ao celibato, não escolheram companheira para a vida ou, pelo menos (dizemo-lo para não deixar margem a falsas interpretações), não determinaram que se verificasse sua união terrena com outro Espírito. Para explicar todos os casos em que o celibato constitui transviamento, teríamos de descer a muitos pormenores. Basta esclarecer que há celibatários – por egoísmo, por lubricidade, por indiferença, por avareza e por quietismo, doutrina que, assente numa falsa idéia da Espiritualidade, faz consistir a perfeição cristão na inação da alma, em negligenciar as obras exteriores. Há, ainda, o celibato por voto decorrente da condição imposta a todo aquele, homem ou mulher, que se propõe entrar para as ordens monásticas e religiosas. A imposição desse compromisso nasceu de uma falsa interpretação, e de uma aplicação também falsa, das palavras de Jesus: “Há os que se fizeram eunucos pelo Reino dos Céus; aquele que puder compreender isto, que o compreenda”. Palavras que a Igreja Romana não soube nem pôde compreender. O que, a esse respeito, ocorreu, sob o império do véu da letra, postos de parte todos os absurdos e desvios, teve a sua razão de ser, mas tem de cessar, e cessará na era do CRISTIANISMO DO CRISTO.

 

 

 

 

OITAVO MANDAMENTO

 

P – Como o Centro Espiritual Universalista encara o Oitavo Mandamento da Lei de Deus?

 

R – Mais uma vez, o CEU adverte que não admite ensinamentos de homens, ou de religiões forjadas pelos homens: devolve ao Cristo o que é do Cristo, expurgando sua Doutrina de todos os preceitos enxertados pelos modernos fariseus, que se intitulam representantes de Deus. Neste planeta, em todas as épocas da Humanidade, um só é O REPRESENTANTE DE DEUS – O Cristo. Todos os profetas, e patriarcas, e apóstolos, e evangelistas foram meros instrumentos do Mestre, O ÚNICO E INSUBISTITUÍVEL MESTRE que a Terra possui. E todos os reveladores só aparecem graças à Caridade daquele que é o Salvador dos terrícolas. No CEU, a LBV une os estafetas do Chefe Planetário, reúne os ensinos que deu aos homens por meio deles, unifica os Evangelhos e o Apocalipse na verdadeira e eterna Doutrina do Novo Mandamento – o Cristianismo do Cristo, jamais o cristianismo caricato dos homens. Falam, agora, os Evangelistas, assistidos pelos Apóstolos e pelo próprio Moisés, a quem o Cristo confiou a Lei de Deus: “Não furtarás” – O egoísmo e a inveja são inimigos ocultos, que todo homem traz dentro de si. Dois inimigos perigosíssimos, que os levam a apoderar-se de tudo o que lhe desperta a ambição – quer material ou fisicamente, quer intelectual ou moralmente. Dois sentimentos satânicos, verdadeiramente possessores, que o excitam a empregar a força ou a astúcia para conseguir o que deseja, usando todos os meios para atingir os seus fins. Impor ao homem respeito à propriedade de outrem, qualquer que ela seja, é forçá-lo a domar esses princípios de todos os males, conduzindo-o à obediência às leis do trabalho, do amor, da caridade e da justiça, banindo de sua alma o egoísmo e a inveja, filhos da ignorância, da pior de todas as ignorâncias – a ignorância da Lei Divina. Só o conhecimento da Verdade dará forças ao homem para vencer a preguiça, a doença, a miséria, os desregramentos, os desvios, todos os excessos do Espírito e da carne, o instinto ou a vontade do roubo de qualquer natureza, tanto do ponto de vista das pessoas quanto das propriedades de ordem material, intelectual ou moral. Ninguém pode nem deve ambicionar O QUE NÃO LHE PERTENCE POR DIREITO DIVINO – tal o objetivo deste Mandamento.

 

 

 

NONO MANDAMENTO

 

P – Qual a explicação do CEU da LBV para o Nono Mandamento da Lei de Deus?

 

R – Falam os Evangelistas, assistidos pelos Apóstolos e por Moisés: - Não dirás falso testemunho contra o teu próximo” – Não é o que entra no homem que o contamina ou macula. O que entra pela boca, e vai ao estômago, desce aos intestinos e é lançado fora. O que contamina o homem é o que lhe sobe do coração à boca; são as palavras que levam o mal ao próximo e desafiam a justiça de Deus. A verdade, em toda sua magnitude, deve inspirar as palavras daquele que ama a Deus e procura caminhar pelo reto pensamento. Como ensina o Mestre, todos darão contas das palavras ociosas, ou envenenadas, que proferem. Este Mandamento, apropriado a uma época em que – pelo testemunho de um só homem – um outro podia, em certos casos, ser condenado à morte, se estende avolumando-se de novos princípios, a todos os séculos, até ao fim dos tempos. No período da era hebraica, de que falamos, quando este Mandamento apareceu, bastava que um homem acusasse a outro de blasfemo, ou pecador, para que o acusado sofresse a pena de lapidação, E essas tradições, esses costumes dos hebreus, por longos séculos, e sob diversos aspectos e pontos de vista diferentes, deixaram traços que ainda se notam nas vossas legislações humanas: civis, políticas e religiosas. Não levantar falso testemunho é, em toda ocasião, em todo lugar, em todos os casos, render homenagem à Verdade. É desfraldar, sem vexame nem vacilação, o estandarte da Justiça. É não temer altear o facho de luz e destruir o alqueire que a cobre, para faze-la brilhar aos olhos de todos. É relembrar as palavras de Jesus: fazei aos homens o que quereis que eles vos façam, porque o mal volta sempre a quem o faz. Não pronunciar falso testemunho é marchar, sempre, de acordo com a própria consciência. É testemunhar o Cristo diante dos homens, sejam quais forem as conseqüências, porque o Bem nunca será vencido pelo mal.

 

 

 

 

DÉCIMO MANDAMENTO

 

P – Como interpreta o CEU da LBV o Décimo Mandamento da Lei de Deus?

 

R – O CEU estabelece a diferença entre a Lei de Deus, confiada por Jesus ao legislador hebreu, e alei (ou as leis) de Moisés. Porque a LBV não admite as alterações introduzidas no Decálogo Divino pela Besta do Apocalipse. Os Dez Mandamentos são aqueles que se encontram nos livros de Moisés: Êxodo, XX: 2 a 17, e Deuteronômio, V: 6 a 21, no Velho Testamento da Bíblia Sagrada. Não fazem parte do Decálogo estes mandamentos dados por Moisés ao seu povo: “Amarais o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento” (Deuteronômio, VI: 5), e “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Levítico, XIX: 18). A lei de Moises é que se refere o Evangelho segundo Mateus, XXII: 34 a 40, nestes termos: “Entretanto, os fariseus, sabendo que ele fizera calar os saduceus, reuniram-se em conselho. E um deles, intérprete da lei (de Moisés), para tentá-lo, perguntou-lhe: “Mestre, qual é o grande mandamento da lei”? Respondeu-lhe Jesus: “Amarais o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento”. Este é o primeiro e grande mandamento. O segundo, semelhante a este, é: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Destes dói mandamentos dependem toda a lei (de Moisés) e os profetas”. Assim já se podia entender o Décimo Mandamento da Lei de Deus: “Não cobiçarás a casa de teu próximo; não cobiçarás a mulher de teu próximo, nem seu servo, nem sua serva, nem seu boi, nem seu jumento, nem coisa alguma que seja de teu próximo”. Ensinam os Evangelistas, assistidos pelos Apóstolos e por Moisés: - Este Mandamento revela ao homem que não basta evitar qualquer ação má; cumpre-lhe vencer o mau pensamento, porque para Deus, em muitas circunstâncias, vale tanto quanto o próprio ato. Efetivamente, o homem que concebe um mau designo, mas não o pode executar, seja por temor das leis, seja porque o impeçam os acontecimentos, não é tão culpado quanto aquele que consegue executa-lo? Faltou-lhe a ocasião – eis tudo. Homens, limpai os sepulcros de vossos corações; purificai os vossos pensamentos; que nenhum deles seja de ordem a vos fazer corar diante de vossos irmãos, pois o que não ousais confessar a homens falíveis, como vós, está exposto aos olhos do Supremo Juiz, que lê claramente no mais recôndito de vossas almas!

 

 

 

AMOR A DEUS E AO PRÓXIMO

 

P – Jesus destacou a importância especial dos mandamentos da Lei de Moisés para os hebreus: “Amarais o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento” e “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” – respectivamente, Deuteronômio, capítulo VI, versículos 4-5, e Levítico, XIX: 18. Por que, então, não foram ambos incluídos nos Dez Mandamentos da Lei de Deus?

 

R – Porque o Cristo, ao confiar o Decálogo a Moisés, sabia que os hebreus não estavam preparados para vive-los: eles só entendiam o “olho por olho, dente por dente”, dadas as condições do seu pouco adiantamento espiritual; preferiu que esses mandamentos figurassem entre as leis civis e religiosas de Moisés, até que, indo pessoalmente aos homens, Jesus pudesse dizer: “Toda a lei e os profetas se acham contidos nestes dois mandamentos” (Evangelho segundo Mateus, XXII: 40). E, pouco depois, concluir: “Eu vos dou o Novo Mandamento: amai-vos uns aos outros como Eu vos amei uns aos outros” (Evangelho segundo João, XIII: 34). Só mesmo o Cristo poderia dar este Novo Mandamento, que substitui todo o Decálogo, de acordo com a Quarta e Última Revelação confiada à LBV. Na verdade, quem for capaz de viver o Novo Mandamento, como Jesus o viveu, cumprirá facilmente os Mandamentos da Lei de Deus. Por isso escrevem os Evangelistas, assistidos pelos Apóstolos e por Moisés: - Amar a Deus é render homenagem ao princípio do amor, à cauda da vida. Criatura ínfima, que pode o homem (ou o Espírito que anima essa forma grosseira) fazer, como testemunho de reconhecimento ao Onipotente, por todos os tesouros que lhe pôs nas mãos, a fim de que deles se utilizem incessantemente? AMAR, porque o amor inspira a submissão, a gratidão e o respeito; porque o amor é o laço – o único – a ligar a criatura ao Criador. E esse amor deve manifestar-se de todos os modos, porque representa a criação inteira. Para amar a Deus, deve o homem limpara seu coração, seus Espírito e seu corpo de todas as nódoas, pois o amor induz à aproximação e tudo o que é impuro não pode aproximar-se de Deus. Deve limpar o corpo porque este é o instrumento com que o Espírito, reencarnado, cumpre suas provas e depura o coração na sua marcha ascensional, através do progresso físico, e por conseqüência o do envoltório corporal, liberta-o da liga impura da matéria cada vez mais, no curso das vidas sucessivas. Para amar a Deus, tem o homem trabalhar continuamente por elevar a sua inteligência, alargar os seus conhecimentos, dilatar sua ciência, porque a ignorância não pode aproximar-se da Onisciência, e tudo o que é AMOR tende a se unir. Amar a Deus é fundir-se na Humanidade, é absorver-se no amor fraternal, por isso que todo homem, como todas as criaturas do Senhor, provém do mesmo princípio, tende ao mesmo fim, é uma parte do Ser dividido ao infinito, para elevar-se do infinitamente pequeno ao infinitamente grande, na individualidade e na imortalidade.

 

 

UM SÓ REBANHO PARA UM SÓ PASTOR

 

P – Qual a religião que se enquadra na profecia de Jesus? Qual a Igreja que representa um só rebanho para um só Pastor, que é o Cristo?

 

R – Só mesmo a LBV responde a ambas as perguntas porque ela é o CAMPO NEUTRO anunciado por Allan Kardec. Como gostava de dizer Leopoldo Machado (o Legionário nº 2, espírita entre os que mais o foram), VAMOS LOGICAR: qual a religião de Deus? Deus é católico apostólico romano? Deus é protestante? Deus é espírita? Deus é judeu? Deus é mulçumano? Evidentemente, Deus não pertence a nenhuma religião, a nenhuma igreja particular; todas elas, sim, pertencem a Deus, que não prefere uma em detrimento das outras. A LBV explica: há tantas religiões ou Igrejas quantos são os graus evolutivos das criaturas humanas, determinados pelas suas reencarnações.. Claro que a Lei da Reencarnação é tão antiga quanto as criaturas de Deus. Doutrinas anteriores ao Espiritismo são reencarnacionistas, como observou Papus, ou seja, o Dr. Gerard Encausse, doutor em Cabala, médico-chefe do Laboratório do Hospital Charité, de Paris, diretor da revista “L’Initiation”, membro fundador do Grupo Independente de Estudos Esotéricos, da Ordem Martinista, da Ordem Cabalista Rosa Cruz, etc. Escreveu ele: “... Com efeito, a Reencarnação foi ensinada como um mistério esotérico em todas as iniciações da Antigüidade. Eis uma passagem dos ensinos egípcios 3.000 antes da vinda de Jesus, sobre a Reencarnação: antes de nascer, a criatura viveu; a morte nada termina. A vida é uma volta; ela passa semelhante ao dia solar que recomeça (Fontane, Egyptes, 424)”. Portanto, é uma infantilidade cada religião se proclamar o rebanho único. As boas ovelhas estão em todos os rebanhos, como revelou a Proclamação do Novo Mandamento, feita em Campinas pela LBV, no dia 7 de setembro de 1959. Como adverte o Apocalipse, só haverá uma religião, que será A RELIGIÃO: o Cristianismo do Cristo, o Cristianismo do Novo Mandamento, o Amor Universal. E em verdade, ela já está no meio de vós: é a RELIGIÃO DE DEUS!

 

 

 

 

A VIDA E A MORTE

 

P – Como o CEU da LBV explica as palavras acrescentadas por Moisés ao Quinto Mandamento?

 

R – Comentando a Primeira Revelação, ensinam os Evangelistas, assistidos pelos Apóstolos e pelo próprio Moisés: - Este acréscimo teve por fim levar à obediência, e ao respeito à Lei de Deus, um povo dominado pelo egoísmo e pelo interesse imediato. Daí suas palavras, que seguem o Honra a teu pai e tua mãe: “para que teus dias sejam prolongados na Terra que o Eterno, o Senhor teu Deus, te dará”. Já explicamos: viver bem, e viver longo tempo, constituía para os hebreus a primeira e única preocupação. Mas, na Terra que habitais, enquanto a ocupardes pela encarnação (ou reencarnação), os seus e os vossos dias não podem ser prolongados. Sob certos pontos de vista, a morte é determinada. Credes, porém, fracas e finitas criaturas, que aquele que se move no infinito e abrange com o seu olhar as plêiades inumeráveis de estrelas, de mundos que ele projetou na imensidade, mede o tempo com os vossos compassos? Tudo é detido em sua marcha, tudo tem determinada a sua duração, ao simples olhar daquele que é o Infinito. Mas a barreira que se ergue diante de vós, não é determinada como o interpretais. A duração da vida se regula pelo princípio que liga o Espírito ao corpo. O cordão fluídico é a mola que põe em movimento o mecanismo corporal. Determinada é a duração desta mola, mas dentro de uma amplitude que não podeis compreender, que não se mede pelos minutos da vossa pêndula. Extensão mais ou menos longa, que é dada de acordo com a maneira por que fizerdes uso dela. É como um pedaço de borracha que se pode esticar até certo ponto, conforme a maior ou menor força, a maior ou menor destreza que se empregue. Embora seja difícil fazer-vos entender esta apreciação, vamos dar o sentido e o alcance do que acabamos de afirmar. A duração do homem tem um limite natural, determinado, no curso regular da existência, pelas leis imutáveis (porque perfeitas) da natureza, pela ação e aplicação dessas leis, de conformidade com os meios e os climas, por isso que os fluídos, que servem para formação dos seres humanos, estão relacionados com os climas sobre os quis eles atuam. E a matéria está em relação adequada com eles, porquanto, segundo a Lei de Harmonia Universal, TUDO É DETERMINADO. Aí, nesse limite natural, é que está o momento irrevogável do fim humano, fim contra o qual o livre arbítrio do homem nada pode, no sentido de prolongar, além dele, a duração do corpo. Eis qual é, em sua verdadeira significação, o instante fatal da morte. Neste sentido é que os dias da criatura não podem ser prolongados: eles não podem ir além daquele limite natural. Mas o livre arbítrio do homem pode, seja por meio de suas resoluções espirituais, a saber, pelas determinações que toma como Espírito, ANTES DE REENCARNAR, seja pelo o uso que faz da sua existência como reencarnado, interromper o curso desta em determinado tempo, entre o instante do seu nascimento e aquele natural limite, que é a hora fatal do fim humano. Neste caso, pelas suas resoluções espirituais, tendo marcado o término da prova, portanto a duração de sua existência terrena, o Espírito fica impedido de atingir o termo geral desta – o seu limite natural. O corpo, então sob a vigilância e a direção dos Espíritos prepostos à tarefa de velar pelo cumprimento das provas, se forma em condições de durar o tempo predeterminado, cabendo, porém, repetimos, ao Espírito reencarnado cumprir todas as obrigações de que dependa a duração dele, até ao fim das provas a que serve de instrumento. Cumpridas que sejam todas essas obrigações, o instante da morte é irrevogável, porém não fatal, no verdadeiro sentido desta palavra, visto que o resultado do uso que, do seu livre arbítrio, fez o Espírito antes de reencarnar. Todavia, pode o homem, pelo exercício desse mesmo livre arbítrio, pelo abuso que dele faça, pela maneira por que conduza a sua existência, deter o curso desta antes do tempo marcado pelas suas resoluções espirituais, isto é, pelas determinações que tomou, como Espírito, antes de reencarnar. Assim é que o doente usa o livre arbítrio, tanto quanto cuida do seu corpo, para torna-lo capaz de levar a cabo as provas que seu Espírito escolheu, como quando apressa a sua morte, quer descuidando dele (o que muito se aproxima do suicídio), quer praticando abusos e excessos, desde que tudo isso constitua infração das obrigações que lhe caiba cumprir, para faze-lo durar até ao fim das provas que escolheu. O tempo não é, pois, limitado segundo o vosso ponto de vista, se bem que o seja em relação ao infinito e às leis que regem o Universo. Sim, o instante da morte é fatal (no verdadeiro sentido da palavra), porque a vida corpórea não pode ultrapassar o limite determinado. Não, o instante da morte não é fatal, relativamente à duração da vossa existência restrita, porque o limite natural, no curso regular da vida terrena, só raramente é atingido, pela razão de que as vossas resoluções espirituais, ou os vossos atos, umas e outros conseqüências do vosso livre arbítrio, impedem que o atinjais. Quando para o homem é chegada a hora de partir, nada pode eximi-lo da partida. E isto se verifica desde que essa hora chegue, ou porque o limite natural tenha sido alcançado, ou por efeito de suas resoluções espirituais, ou em conseqüência de atos seus que, dada a maneira porque haja conduzido a sua existência, constituíram infração das obrigações que ele tinha necessidade de cumprir, para que seu corpo chegasse ao termo das provas. Dentro dessa latitude, que vos é concedida, podeis usar do vosso livre arbítrio que, não sendo assim, não passaria de uma palavra oca, e infalivelmente traria, a todo aquele que raciocina, a idéia de fatalismo, de automatismo, de escravidão moral e espiritual. Há, porém, uma distinção a estabelecer, quanto à duração da vossa existência, restringida, com relação ao limite natural, pelas vossas resoluções espirituais, ou por vossos atos que, conforme o emprego que dais a vida corporal, constituem infração das obrigações que tendes de cumprir, para que vosso organismo dure até o término das provas. De acordo com o que já vos dissemos, para a criatura (homem ou mulher) que cumpriu, que cumpre todas as obrigações, e que – pelas suas determinações espirituais – escolheu uma duração restrita para a sua existência, o instante da morte é e permanece irrevogável. Nesse caso, qualquer que seja o perigo que o ameace, o homem não morrerá se sua hora não tiver chegado. Qualquer que seja a situação em que se ache, os meios apropriados a salva-lo serão preparados e colocados ao seu alcance, pelos Espíritos prepostos ao encargo de vigiar o cumprimento das provas e expiações. Se, ao contrário, a hora chegou, ele morrerá. Deste fato vós tendes milhares de exemplos: quantas e quantas vezes, no mesmo lugar, uns morrem e outros se salvam? E são casos de naufrágio, de incêndio, de desmoronamentos, de quedas, como vereis na explicação dos Evangelhos de Jesus.

 

 

 

 

 

ASSASSÍNIO E SUICÍDIO

 

P – Ainda em relação ao Quinto Mandamento, no que tange ao prolongamento da vida, como explica o CEU da LBV, o assassínio e o suicídio?

 

R – Novamente com a palavra os Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e por Moisés: - No caso de assassínio, o assassino não é instrumento cego da Providência Divina quando, em determinado tempo, põe termo à prova de alguém que se destinara a essa expiação. Assim procedendo, usou do seu livre arbítrio. O assassínio é conseqüência do livre arbítrio de um e da escolha das provas, das expiações, feitas pelo outro que, aplicando a si mesmo a pena de talião, buscou morrer – ou de morte violenta, mas sem determinar em que época nem em que gênero seria a morte, ou, então, de uma forma precisa: perecer assassinado. No primeiro caso, se o assassino usa do livre arbítrio para domar suas paixões e perdoa àquele que ia ser sua vítima, outra circunstância a este se apresentará, pondo fim às suas provas. Estas se cumprirão, assim, conforme as resoluções que seu Espírito escolheu, antes de reencarnar. No segundo caso, se o assassino procede da mesma forma, os acontecimentos da vida aproximarão o que devia sofrer a prova (de morrer assassinado) do outro em que os maus pendores predominam, para que se dê o que tem que se dar. O assassino e a vítima, uma vez reencarnados, não se lembram da escolha que fizeram, um – da prova que terá de sair vencedor ou vencido, e que constitui, para ele, a luta contra uma tendência sobre a qual lhe cumpre triunfar; o outro – da expiação por que deve passar, como meio de preparação e depuração. Assim, não é por impulso próprio que a vítima caminha para o local do matador. Entretanto, algumas vezes, ela prepara, inconscientemente, o caminho que a conduz até lá, ou para lá é guiada pelos Espíritos prepostos, sempre a vigiar o cumprimento das provas. Compreendei bem o sentido destas últimas palavras: os guias não dirigem os atos do assassino; dirigem o Espírito daquele que deve sofrer a expiação, dirigem os acontecimentos que o conduzirão ao caminho, seja da prova, seja da expiação. Não deduzais daí que à vítima o guia ou protetor dê por inspiração no momento em que ela desperta, a lembrança da resolução que seu Espírito haja tomado enquanto esteve desprendido, durante o sono: a de se colocar no rumo das circunstâncias que tenham de leva-la ao cumprimento da expiação escolhida. Não: isso seria um suplício moral infligido ao reencarnado, e a Divina Providência é sempre piedosa para com seus filhos. Mas o próprio reencarnado ao despertar, conserva uma impressão vaga, que se torna a determinante da sua vontade, dos seus atos. Se a hora fixada pelas resoluções na Espiritualidade, quanto à época da morte, não chegou e permanece irrevogável – por estar aquele que se acha submetida à expiação cumprindo as obrigações de que há de resultar a duração de seu corpo até ao fim das suas provas – os Espíritos prepostos Avelar pelo cumprimento destas, as expiações, preparam e põem ao alcance dele os meios próprios a subtraí-lo ao assassínio. E ele se salvará, qualquer que seja o perigo que o ameace. No caso em que, praticando – pelo uso que faz da sua existência – atos que constituam infração das obrigações que lhe era necessário cumprir, para que o corpo lhe durasse até ao fim de suas provas (infração, portanto, das suas resoluções na Espiritualidade), o homem detém o curso dessas mesmas provas, ele apressa o instante da sua morte! Soa-lhe, então, a hora de partir, porque, usando e abusando do seu livre arbítrio, pôs fim a duração de seu corpo precipitando os meios pelos quais chegue esse fim. E que, procedendo daquela forma, ele atraiu fluídos cuja ação, de conformidade com as imutáveis leis naturais que os regem, prepara e executa a destruição do corpo, a ruptura do laço que a este liga o Espírito – o cordão fluídico, a mola, o instrumento, o meio de que depende a vida. E ao mesmo tempo que atraía aqueles fluidos, ele repelia os apropriados à conservação do seu corpo. Quanto ao homem que se deixa arrastar ao suicídio, é certo que ele usa do seu livre arbítrio, quer quando atenta, de qualquer modo, contra a vida, quer quando afasta a arma que dirigia contra si mesmo, ou renuncia ao projeto de matar-se e ao gênero de morte que escolhera. Se, porém, a hora que ele – ao tomar suas resoluções na Espiritualidade – fixou para morrer é e se conserva irrevogável, por terem sido, de sua parte, cumpridas todas as obrigações que lhe importava cumprir, para que seu corpo durasse até ao término de suas provas, os Espíritos prepostos (a velar pelo cumprimento destas) prepararão, e lhe porão ao alcance os meios adequados a se subtrair à morte. O suicídio abortará, ele será salvo! Não concluais daí que o homem possa seguir, impunemente, o seu pendor para o suicídio e a ele ceder atentando contra a própria vida porque, de um lado, O SUICÍDIO É CRIME PERANTE DEUS e, de outro, o homem não sabe se chegou, ou não, a hora da sua partida. A duração da existência é limitada, mas o livre arbítrio do homem pode fazê-lo sucumbir ao mau pensamento de interromper ele mesmo o curso da sua vida, ou leva-lo a dominar este arrastamento culposo. Aquele que se suicidou, como o que morreu assassinado ou de qualquer outra forma, sempre morreria mas de maneira diversa, de modo natural, desde que houvesse chegado para ele a hora de partir: quer por haver atingido o limite natural marcado para o fim da vida humana que segue o seu curso regular; quer por haverem suas provas atingido o termo que ele lhes fixou, ao tomar suas resoluções espirituais; quer, finalmente, por ter, pelos seus atos, infringido as obrigações que precisava cumprir a fim de fazer que seu corpo durasse até o termo daquelas provas. Cedendo ao arrastamento que lhe cumpria combater, o gênero de morte, a que sucumbiu, resultou da sua escolha, mas ele partiu porque chegou a hora de partir. Se tivesse combatido os pendores que o impeliam a se matar, sairia vencedor da prova, não se veria condenado a recomeçar nas mesmas condições. O sentimento, que induz o homem a suicidar-se, não lhe nasce no íntimo instantaneamente. É um germe que se desenvolve devido à tendência constitutiva de uma prova em que ele precisa triunfar. Se, em vez de combater essa tendência, o homem se lhe entrega, morre culpado: faliu. Se, em vez de se lhe entregar, investe contra a idéia de destruir a vida que Deus lhe confiou, a hora da libertação, quando soar, o encontrará isento da mancha de uma ação má, como também dos maus pensamentos que a teriam causado. Combatendo as tendências que o impelem à destruição de si mesmo, evitando as causas que poderiam leva-lo a tal ato de desespero, o suicida não cometeria esse crime. É evidente que o homem pode evita-lo porque lhe é possível, pela força da sua vontade sustentada na fé, repelir todas as tentações. Por isso aquele que escolheu, como prova, resistir a tentação do suicídio, pode sair vencedor na luta. A bondade de Deus lhe faculta os meios; cabe-lhe alcançar a vitória porquanto – nas provas em que o homem, para purificar o seu Espírito no cadinho da reencarnação, é chamado a vencer suas tendências – Deus lhe deixa a liberdade de escolher entre o Bem e o Mal. Assim, há sempre luta, com possibilidades de derrota ou de triunfo. Na prova do suicídio, quer triunfe, quer sucumba, morre sempre no tempo preciso. Mas Deus, por efeito da sua presciência, vê se o homem vencerá ou sucumbirá. De qualquer forma sempre lhe respeita a inviolabilidade do livre arbítrio. É o que vos temos a dizer sobre o instante da morte, o qual, se fosse fatal, como falsamente muitos o consideram, de modo absoluto e em todos os casos, seria um atentado ao livre arbítrio do homem, arrastando-o, inevitavelmente, ao fatalismo irresponsável.

 

 

 

DEUS E O UNIVERSO

 

P – O CEU da LBV afirma que o homem é uma parte do Ser dividido ao infinito, para o efeito de elevar-se do infinitamente pequeno ao infinitamente grande, na individualidade e na imortalidade. Como entender estas palavras?

 

R – Explicam os Evangelistas, assistidos pelos Apóstolos e por Moisés: - Mal compreendidas, elas dariam motivo a falsas interpretações nas idéias do panteísmo, idéias positivamente errôneas. Neste particular, tudo vos será aclarado quando falarmos de Deus e da origem da essência espiritual; do espírito (a origem da alma) e suas fases, destinos ou fins; da origem dos mundos; de todas as criações de ordem material, fluídica e espiritual. Deus, o Criador incriado, é pessoal e distinto da criação e da criatura, como a causa é pessoal e distinta do efeito que ela produz ou gera; como o infinito e pessoal e distinto do finito; como a eternidade é pessoal do tempo, na duração que ela produz ou gera, relativamente à criação. Deus, o Criador incriado, é pessoal e distinto das criaturas, que são dele, nele e por ele mas não ELE; o homem é, portanto, uma parte do Ser dividido ao infinito, para o efeito de elevar-se do infinitamente pequeno ao infinitamente grande, na individualidade e na imortalidade. Deus, o Eterno, sem princípio nem fim, inteligência, pensamento, fluído, habita (no dizer do Apóstolo Paulo) uma luz inacessível, e possui – ele só – a imortalidade. O fluido universal, que dele parte, é – por suas quintessências mediante todas as combinações, modificações ou transformações por que ele o faz passar – o instrumento, o meio de que se serve para realizar, no infinito e na eternidade, pela ação de sua vontade onipotente, todas as criações materiais, fluídicas e espirituais; a criação de todos os mundos, de todos os seres em todos os reinos da natureza; a criação de tudo o que vive, de tudo o que se move, de tudo o que é. Isso vos mostra o Espírito na origem de sua formação, como essência espiritual saindo do Todo Universal, isto é, do conjunto dos fluídos espalhados no espaço e que são a fonte de tudo o que existe, quer no estado espiritual, quer no estado fluídico e também no estado material; como essência espiritual formada da quintessência desses fluidos, pela Vontade do Onipotente, SÓ E ÚNICA ESSÊNCIA DE VIDA NO INFINITO E NA ETERNIDADE. É ele quem anima essa quintessência dos fluidos para lhe dar o ser, para – mediante uma combinação sutil, cujo o poder somente se encontra nas irradiações divinas – fazer dela os princípios primitivos do Espírito em germe e destinados aa sua formação. Neste sentido é que as essências espirituais são parte do Ser dividido ao infinito, para o efeito de se elevarem do infinitamente pequeno ao infinitamente grande, individualizadas e imortalizadas. Aí resplandece a grande Lei de Atração Magnética, Lei cuja ação se exerce por intermédio dos fluídos magnéticos, que nos envolvem como se formássemos UM ÚNICO SER ajudando-nos a subir até Deus pela conjugação das nossas forças. É a grande Lei da Atração Magnética ligando, no universo infinito, todos os mundos, unindo todos os Espíritos, encarnados ou não, todas as criaturas oriundas de Deus, o Criador incriado, imutável, eterno, infinito como o Todo Universal de que fazemos parte, e que se acha perpetuamente submetido ao seu comando. Tudo e todos têm dele, nele e por Ele o ser, presos pelos laços da solidariedade e da unidade. Portanto, a Humanidade inteira deve considerar-se uma única individualidade, um corpo imenso que, em cada indivíduo, tem um membro ligado ao todo. Eis porque tudo tende à harmonia humana, preparando o momento de poder elevar-se à harmonia celeste. Assim, amar ao próximo como a si mesmo é conseqüência do amor de Deus. Jesus proclama o AMOR como o caminho único para a perfeição e, portanto, para a vida eterna. É a essência imortal do seu Novo Mandamento, conclui o CEU da LBV, sintetizando a Primeira Revelação.

 

 

 

 

SEGUNDA REVELAÇÃO

 

P – Compreendi, sem nenhuma dificuldade, a Primeira Revelação explicada pelo CEU da LBV. Realmente, a unificação das Quatro Revelações do Cristo de Deus é trabalho original, único na História, destinado a revolucionar o mundo inteiro. Já que a LBV inicia a Segunda Revelação, pergunto: o catolicismo está certo quando ensina que Deus e Jesus são a mesma pessoa?

 

R – Como já foi explicado, todos os ensinamentos do Centro Espiritual Universalista da Legião da Boa Vontade, são do Espírito da Verdade, à luz do Novo Mandamento. Sem a Quarta Revelação, antecipando o fim dos tempos, seria impossível a UNIFICAÇÃO, CONCRETIZADA PELA LBV, colocando o Brasil na vanguarda do mundo. Iniciando agora a Segunda Revelação, O Unificador adverte: nesta Obra Final do Ciclo, o Cristo permanece ACIMA DE TODOS OS HOMENS, por mais iluminados e celebrados que sejam, e de todas as religiões e filosofias por eles criadas. Aqui se fundem todos os ensinos de origem divina, de que se apossaram os chefes ou líderes, espirituais ou religiosos, de todos os povos e nações da Terra. Ao Cristo o que é do Cristo, a César somente o que é de César: quer dizer, o CEU apresenta à Humanidade o verdadeiro CRISTIANISMO DO CRISTO, que é o Cristianismo do Novo Mandamento. Damos a palavra, portanto, ao Espírito da Verdade, que explicará tudo o que é necessário saber antes de dar a todos a explicação dos Quatro Evangelhos de Nosso Senhor e Mestre Jesus. Na realidade, O UNIFICADOR É O PRÓPRIO CRISTO, através dos Espíritos que, em seu nome, governam este planeta. Preliminarmente, a distinção entre o Pai e o Filho: - Disse Jesus: “A Vida Eterna é esta – que conheçam a ti, o único e verdadeiro Deus, e a Jesus, o Cristo, que enviaste” (Evangelho segundo João, XVII: 3). Com esta sentença, o próprio Cristo deu o testemunho da UNIDADE INDIVISÍVEL DE DEUS. Na chamada era pagã, que se perde na noite dos tempos, e quando se iniciou a era hebraica, as relações ocultas ou patentes entre “vivos e mortos” ou encarnados e desencarnados, como entre protegidos e protetores, haviam preparado e mesmo começado a OBRA DA VIDA ETERNA, trazendo ao homem o conhecimento de Deus, Criador Incriado e Soberano Senhor do Universo. A comunicação do mundo espiritual com o mundo corpóreo, sendo uma das Leis da Natureza, é, por isso mesmo, lei eterna. Foi essa comunicação, antes da idéia da Unidade Divina, que estabeleceu naturalmente as relações, ocultas ou manifestas, de todas as categorias de espíritos – bons ou maus – com as criaturas humanas; e foi esse intercâmbio, nessas relações permanentes, que deu origem ao politeísmo. Apesar de tudo, em todos os povos, através de todos os cultos, se conservava o conceito da Unidade Divina, que entre os iniciados dominava todas as “divindades” cultuadas ou adoradas pelas massas. Em verdade, só as multidões se achavam transviadas: a ambição e o abuso do poder, temporal e espiritual, tinham interesse em mantê-las na ignorância, para mais facilmente subjugá-las. E mantiveram o vulgo assim, ainda por muito tempo, entre os “gentios”, pois - 400 anos antes de aparecer o Cristo na Terra – condenaram Sócrates à morte pela cicuta. Mas, voltando a era hebraica, os Espíritos do Senhor abriram os caminhos da Primeira Revelação: já escolhido para a obra de preparação do advento da era cristã, partiu do Egito o povo hebreu, que também se encontrava sob a influência das crenças pagãs, embora tenha sido o que mais se aproximou do monoteísmo saneador. Eis por que foi posto sob o comando de Moisés, para a era preparatória, que devia cumprir-se pela série dos profetas até à vinda do predito e prometido Messias, o Cristo de Deus. E, por isso, atendendo à necessidade de sempre ligar o presente ao passado, a fim de desenvolver, explicar e depurar as crenças, a revelação hebraica, proclamando afinal o monoteísmo, chamando a Deus O ETERNO, ÚNICO ETERNO, o intitulou DEUS dos deuses, e acrescentou: “DEUS tomou assento na assembléia dos deuses e, assentado entre eles, julga os deuses: EU disse que vos sois deuses, e TODOS vós sois filhos do Altíssimo”. Destarte, Moisés preparou o conhecimento de Deus – Deus único, o Criador da terra e do céu, o Criador incriado, Criador de tudo o que é, no infinito e na eternidade, com esta voz imensa: “EU, O ETERNO, ÚNICO ETERNO, SOU AQUELE QUE É”. Em face da obra realizada, já na época em que apareceu no mundo (não só no seio do povo hebreu pela revelação mosaica, mas também pelos Espíritos em missão entre os gentios), Jesus proferiu esta sentença eterna, para levar a Humanidade ao conhecimento perfeito do Pai: “DEUS É ESPÍRITO”. Verdade Destinada a destruir, a respeito do Eterno, toda idéia de corporeidade, ela preparou ainda mais o conhecimento de Deus, mediante a compreensão do que é O ESPÍRITO para o homem. Estabeleceu a distinção, que era mister fosse feita e compreendida, entre o circunscrito e o irrestrito, o finito e o infinito, a criatura e o Criador. Para escoimar de erros as crenças da era cristã, formadas sobre o império da letra, e que haviam alterado, falseado e desnaturado a obra da Revelação Messiânica, e também para explicar e desenvolver essa obra, expungindo os erros das interpretações, preceitos e dogmas forjados pelos homens, o Apóstolo Paulo escreveu, inspirado pelo Espírito Santo: “Não há outro Deus senão só um. Pois ainda que houvesse os que se chamam deuses, quer na terra, quer no céu, para nós, contudo, há um só DEUS, O PAI, de quem são todas as coisas e para quem nós existimos. Um só Deus e Pai de todos, que é sobre todos, e por todos, e em todos. Tudo está nele, tudo vem dele, tudo existe por ele. Nele temos a vida, o movimento, o ser. Só ele possui a imortalidade, e habita uma luz inacessível, que nenhum homem viu e nem pode ver, e que é a honra e o poder da Eternidade: Deus de glória, O PAI DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, que dá aos Homens de Boa Vontade o espírito de sabedoria para o conhecer”. O Espírito da Verdade confirma a diferença entre Pai e o Filho, entre Deus e Jesus, cumprindo as ordens do próprio Cristo.

 

 

 

 

 

JESUS, O CRISTO DE DEUS

 

P – Diz a Igreja de Roma que Jesus é Deus. Qual a orientação do CEU da LBV?

 

R – É exatamente a mesma do Espírito da Verdade: – Uns vêem em Jesus, ao mesmo tempo, um homem igual a eles no concernente ao envoltório corporal, isto é, revestido de um corpo material, humano, sujeito à morte como qualquer homem do vosso planeta, concebido e gerado no ventre da Virgem Maria, e O PRÓPRIO DEUS “milagrosamente” encarnado no seio de uma virgem, mercê de concepção e geração por obra do Espírito Santo e, EM RAZÃO DISSO MESMO, como conseqüência de gravidez e parto por obra do Espírito Santo. Esses vêem, em Jesus, um Homem-Deus, atribuindo-lhe a divindade, com a declaração de ser ele Deus mesmo, feito homem, mortal como eles próprios, realmente morto no Gólgota, e ressuscitado graças a ter o Espírito novamente entrado num cadáver humano. Outros vêem, em Jesus, apenas um homem carnal como eles, um homem do planeta Terra, fruto da obra humana de José e Maria, realmente morto no Gólgota e não ressuscitado. Eis, na era cristã, sob o véu da letra, as duas crenças humanas que sobreviveram a todas as hipóteses, a todos os sistemas, a todas as interpretações, a todas as controvérsias e contradições humanas, e que separam e dividem – em meio à multidão dos que duvidam e pesquisam – aqueles a quem se chama cristãos ortodoxos e os denominados livres-pensadores. O que assim é, como tudo o que foi e teve curso, desde o aparecimento de Jesus no mundo, havia de o ser diante e depois das revelações hebraica e messiânica, sob o império da letra – a título transitório – com o fim de preparar e conduzir os homens ao advento do Espírito. Com efeito, as revelações hebraica e messiânica, obra da vontade divina para o progresso da Humanidade, devem ser explicadas segundo o espírito que vivifica, pois não há nada oculto que não seja descoberto, e jamais rejeitadas, porque a letra – que deu os frutos que devia dar – agora mata. Para o desenvolvimento do Espírito, para a marcha gradativa da Humanidade na via do progresso físico, intelectual e também moral, tudo tem, de acordo com a presciência de Deus, sua razão de ser nas revelações sucessivas e ascensionais. Essas revelações sempre se conformam na medida do que o homem pode compreender sob a influência do meio, preconceitos e tradições, com o nível das inteligências e necessidades de cada época, sendo ministradas a princípio – durante a longa infância da Humanidade – sob a capa do mistério, sob o véu da letra, e depois – nos tempos precursores da sua virilidade – segundo o espírito, isto é, EM ESPÍRITO E VERDADE. Tudo, de há muitos séculos, fora preparado para esse objetivo, mediante a era e a revelação hebraica, como também pelos Espíritos em missão entre os gentios, ou seja, para a vinda de Jesus ao planeta e o desempenho da sua missão terrena. A revelação hebraica anunciara a vinda do Messias sob duplo aspecto do ponto de vista de sua origem e de sua natureza: a princípio, dando-lhe origem e natureza humanas, devendo ele ser póstero de Abraão, pertencer à casa de David; depois, intencionalmente, apresentando-o sob a dúvida, o impreciso, a obscuridade e o véu da letra, com origem e natureza extra-humanas, estranhas às leis de reprodução da Terra, devendo ser concebido e gerado por uma virgem, milagrosamente, com um caráter divino; deveriam os homens cognomina-lo “Emmanuel”, isto é, DEUS CONOSCO. De acordo com as interpretações dadas às profecias, segundo a letra, os judeus aguardavam o Messias predito e prometido, filho de David, tendo-o por um libertador material, chamado a lhes proporcionar a reconquista de sua independência e de sua nacionalidade, e mais ainda – a expansão do seu domínio e do seu império sobre todos os povos e nações do mundo. Mas a verdade começaria a surgir após o desempenho da missão terrena de Jesus. Antes de findo o primeiro século da era nova, aberta pelo Cristo, o Apóstolo Mateus, Marcos (discípulo do Apóstolo Pedro), Lucas (discípulo do Apóstolo Paulo) e o Apóstolo João que haviam reencarnado em missão para esse propósito já tinham escrito os Quatro Evangelhos, sob a influência e inspiração dos Espíritos do Senhor – cada qual em seu gênero e no tempo em que suas palavras deveriam sucessivamente manifestar-se considerando os níveis das inteligências e aspirações daquela época. Os Evangelhos eram destinados a, reciprocamente, explicar-se e completar-se. E chamados pela vontade de Deus, a conservar e transmitir às gerações futuras, sem interrupção, a grande obra da Revelação Messiânica: eram o código da renovação do mundo, monumento imperecível que, em seu caráter de OBRA DA VERDADE, realizada pela vontade divina, deveria com o passar dos tempos ver cair-lhe aos pés tudo quanto, apócrifo ou falso, se havia de produzir ou ser fruto dos erros humanos; obra que viria a ser a fonte e a regra da fé, a princípio sob o véu da letra, mas depois, sob o reinado do Espírito, à luz do Novo Mandamento, na era nova do CRISTIANISMO DO CRISTO. Agora o mundo inteiro pode compreender que Jesus, o Cristo de Deus, não é Deus nem jamais afirmou fosse Deus. Todas as suas palavras, intencionalmente veladas pela letra, ou mesmo não veladas, dispostas a servir à sua época e a preparar o futuro, a constituir – pelo espírito que vivifica – base da vindoura revelação, por ele predita e prometida, do Espírito da Verdade, protestam contra a divindade que lhe atribui a casta sacerdotal organizada. Jesus não é Deus, porque DEUS É UM SÓ, porque não há outro Deus senão o Pai, que é o único e verdadeiro Deus – eterno, imutável, infinito, que cria (não, porém, pela divisão de sua essência), Criador incriado, de quem TUDO E TODOS recebem o ser. E Jesus não foi um homem carnal como iremos provar na explicação dos Evangelhos harmonizados e unificados pela vontade de Deus.

 

 

  A DOUTRINA DO CEU   P – Qual a Doutrina do Centro Espiritual Universalista da LBV?   R – Ela unifica, neste fim de ciclo, todos os...