O CÉU E O INFERNO
P – Estamos ouvindo com
atenção os programas radiofônicos da LBV, exatamente para assimilar os
ensinamentos do CEU. Já estivemos pensando nas obras que seriam editadas com a
matéria que a LBV irradiou, durante mais de trinta anos. Que diz?
R – Tudo tem sua hora, de
acordo com os desígnios do Mestre. Tudo aquilo foi, apenas, a preparação do que
hoje pode ser escrito. Foi necessário, em todos esses anos, usar de uma
linguagem que TODOS pudessem entender, a fala do improviso para o “homem do
povo”. Agora, o Espírito da Verdade já tem ambiente para a sua comunicação
final.
P – Existem o inferno e o
paraíso, tais como a religião humana os representa e localiza?
R – Não existe uma
determinação absoluta dos lugares de castigo e de recompensa, a não ser na
imaginação dos que se encontram fora da realidade espiritual. As almas estão
disseminadas por todo o Universo.
P – Em que sentido devemos
compreender a palavra céu?
R – Deveis considerar como
céu o espaço universal, os planetas, as estrelas, todos os mundos superiores,
onde as almas elevadas desfrutam a felicidade, sem as tribulações da vida
material, as angústias inerentes à inferioridade. A Terra é um dos mundos de
expiação; as almas que o habitam têm de lutar contra as suas próprias
perversidades e contra a inclemência da natureza – trabalho muito penoso, mas
que serve para desenvolver as faculdades da inteligência e as qualidades do
coração. Por esse modo, Deus faz que o castigo reverta em benefício do próprio
Espírito.
P – Que se deve entender por
purgatório?
R – É a expiação. A Terra é,
para os culpados, um verdadeiro purgatório, onde eles resgatam seus débitos
diante da Lei.
P – Que devemos compreender por
alma penada?
R – Todo Espírito errante
que sofre, incerto do seu futuro, é uma alma penada.
P – A benção e a maldição
podem atrair o Bem e o mal sobre aqueles a quem são endereçadas?
R – A Divina Providência
jamais deixou de ser justiceira: a benção somente pode alcançar aquele que se
tornou digno dela; a maldição, também, só tem efeito contra aquele que se
revelou malvado.
P – Por que Jesus expulsou
os vendilhões do templo?
R – Para condenar o tráfico
das coisas santas, sob qualquer disfarce com que se apresente. Deus não vende a
sua benção, nem o seu perdão, nem a entrada no céu; portanto, o homem
(sacerdote ou leigo) não tem direito a receber paga das orações que faz em
intenção de outrem.
P – Que se deve pensar do
dogma “fora da Igreja não há salvação”?
R – Esse dogma, exclusivista
e absolutista, em vez de unir os homens, os divide; em vez de despertar o amor
entre irmãos, sanciona e mantém o ódio entre os sectários das religiões, que se
consideram reciprocamente “malditos” na eternidade, mesmo sendo parentes ou
amigos no mundo. Ora, o denominador comum de todas as crenças, religiosas ou
filosóficas, é o Novo Mandamento de Jesus: é a Caridade, é o Amor, é a
Fraternidade, é a Liberdade, é a Igualdade. Preferimos universalizar a Verdade,
proclamando: FORA DO NOVO MANDAMENTO NÃO HÁ SALVAÇÃO. E assim devolvemos ao
Cristo o que é do Cristo.
P – Quais as conseqüências
que produz o arrependimento, no estado espiritual?
R – O desejo de reparar as
faltas cometidas contra o próximo, na vida terrena; pedido de uma nova
encarnação, com esse fim.
P – A paternidade pode ser
considerada missão?
R – Sem dúvida. É, ao mesmo
tempo, responsabilidade muito grande que se toma para o futuro, pois os filhos
são colocados sob a tutela dos pais para que estes os guiem no caminho do Bem.
P – Por que é que os homens
mais inteligentes são, às vezes, ateus ou viciosos?
R – O Espírito pode ser
adiantado num sentido (intelectual), e não em outro (moral). Mas, como todos
têm de progredir, intelectual e moralmente, com o tempo eles encontrarão a
chave do equilíbrio.
P – Por que são
materialistas tantos homens de ciência?
R – Porque julgam saber
tudo, e não admitem que coisa alguma seja superior ao seu entendimento. Sua
própria ciência os torna presunçosos, e esquecem que ela ridicularizou, em
outros tempos, Colombo, Newton, Franklin e Jenner, como o fez neste século com
os adeptos e pioneiros do hipnotismo. Que motivo há para estranhar que neguem a
existência de Deus e da alma? Mas não há orgulho que não tenha fim.
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