OS
MAGOS – III
P – Disse o Espírito da
Verdade: “Os magos tinham mais curiosidade de verificar um fato duvidoso do que
plena confiança nas palavras do Anjo”. Quais o sentido e o alcance dessa
afirmativa?
R – Os magos acreditavam na
existência e na comunicação dos Espíritos e com estes se comunicavam, pelos
processos mediúnicos; os ensinos dos Espíritos, porém, eram proporcionados ao
desenvolvimento das inteligências e necessidades da época. Claro que, então,
como agora, existiam as mediunidades. A cada um elas eram deferidas, ou de
acordo com a sua organização, ou de acordo com o grau alcançado de
adiantamento, de estudo e experimentação. Tinham conhecimento do magnetismo e
do sonambulismo; do desprendimento da alma no estado sonambúlico e durante o
sono; da faculdade que a alma possui, de – nesse estado de desprendimento –
comunicar-se com os Espíritos, quer sob a influência magnética, quer em
sonho, durante o sono. Tendo sido, enquanto dormiam, avisados do
“nascimento” de Jesus, a lembrança que, ao despertarem, guardavam do aviso, os
deixou em dúvida: fora um sonho, isto é, uma revelação espiritual de fatos
que lhes eram preditos, e que haviam de ocorrer, ou uma visão falsa, uma
alucinação? Só depois que deram com a “estrela”, e que a viram pôr-se a
caminho, a dúvida se lhes dissipou e, guiados por ela, foram a Jerusalém, onde
ela parou. A dúvida ainda os empolgava, no momento em que a resposta dos
príncipes dos sacerdotes, dos escribas, ou doutores do povo, lhes indicou Belém
como o lugar onde estaria o Cristo de Deus, o chefe a quem caberia guiar o povo
de Israel. Por isso mesmo, foram tomados de extremo júbilo quando, depois de
receberem as ordens de Herodes, viram de novo aparecer a “estrela” e notarem
que se punha outra vez em marcha, para guia-los. A fé se lhes tornou, porém,
completa quando, detendo-se a “estrela” sobre o casal, aí entraram encontrando
o “menino” com Maria. Então, prosternando-se, o adoraram, nele reconhecendo o
Filho de Deus, que descera à Terra para regenerar a raça humana. E abrindo os
tesouros que traziam, lhe ofereceram, por presentes, ouro, incenso e mirra.
P – Em face do trecho: “Tudo
na imensidade está submetido à Lei da Harmonia Universal; portanto, uma estrela
(o que vale dizer – um mundo) não se afastaria do centro de gravitação, que lhe
fora imposto, para vagamundear pelo espaço, como lanterna em mãos de um
Guia” – quais são os elementos, o fim e o destino do que se chama estrela
cadente?
R – As estrelas cadentes não
são mundos colocados num centro de gravitação, mas sim fluidos condensados e
inflamados, procurando o ponto de atração a que devam reunir-se, para
completarem suas combinações e formarem planetas. Mas isso sai do quadro do
nosso trabalho e, portanto, não iremos mais longe. Apenas vos fazemos notar:
primeiro, que – nas palavras que acabais de citar – falávamos dos mundos
formados e que ocupam seu centro de gravitação; segundo, que estas palavras não
estão em desacordo com o deslocamento que os planetas (como explicaremos mais
tarde, quando falarmos da marcha ascensional do vosso) têm de realizar em suas
peregrinações progressivas, porquanto os séculos, de acordo com as leis
imutáveis da Natureza, podem fazer o que não seria possível, sem perturbação,
no espaço mensurável de uma viagem humana; terceiro, que as estrelas cadentes,
ou amálgamas de fluidos inflamados, em busca do centro a que se tenham de
juntar, operam sua evolução com a rapidez do pensamento enquanto que a
“estrela” dos magos se deslocou à frente deles, na marcha lenta ou regular de
homens que viajam, praticando – como guia de seus passos – um ato inteligente.
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