OS
MAGOS – II
P – Causou profunda emoção,
em nosso Posto Familiar, a revelação espiritual da “estrela” dos magos! Poderia
ensinar-nos mais alguma coisa a respeito, o Espírito da Verdade?
R – Deveis compreender que o
perispírito, sobretudo o de um Espírito Superior, pode tornar-se luminoso para
os olhos humanos, mediante a uma agregação, uma condensação dos fluídos e UMA
TRANSFORMAÇÃO QUE LHES DÊ FORMA ESTRELAR. O que os magos viram não era uma
estrela: – tudo, na imensidade, está submetido à Lei da Harmonia Universal;
portanto, uma estrela (o que vale dizer – um mundo) não se afastaria do centro
de gravitação que lhe fora imposto, para vagamundear pelo espaço, como lanterna
em mãos de um Guia. Todo e qualquer efeito inteligente, vós o sabeis, decorre
de uma causa inteligente. Os magos eram guiados por um Espírito Superior,
encarregado de os levar a render homenagem ao Salvador da Humanidade. Esse
Espírito se manifestou fluidicamente, de modo luminoso, sob a forma de estrela,
tal como os magos o designaram. Ora, a estrela brilhava aos seus olhos, mas
estes eram de carne. Não conheceis os efeitos da óptica? À distância em que se
encontram, porventura, podeis ver os mundos que vos circundam como realmente
são? O afastamento, a luz a cintilar, sob o aspecto de estrela, atravessando o
ar ambiente que os envolvia, a forma e as dimensões tomadas não podiam bastar
para fluir a homens que, embora sábios, relativamente ao tempo em que viviam,
estavam muito longe de possuir os conhecimentos atuais e não dispunham de
nenhum dos vossos instrumentos tão aperfeiçoados e que ainda terão de se
aperfeiçoar muito mais? Outros “Espíritos Fortes” pretenderam também,
ironicamente, que “os magos só viajavam à noite, porque, à luz do sol, não se
vêem as estrelas”. Não é exato: de preferência, viajavam durante o dia, porque,
como vós, repousavam à noite, reservando ao sono o tempo necessário. Acaso os
sábios, que inventaram e empregam lunetas próprias a serem usadas de dia,
ignoram que – em certas condições de irradiação – as estrelas podem ser vistas
tão bem quando o sol brilha, como à noite? A esses poderíamos perguntar: –
Seria impossível apropriar a vista dos magos de maneira a que pudessem perceber
um pálido clarão, apesar da claridade do dia? Por prodígios tão extraordinários
quanto este – e que admitis sem que, entretanto, os compreendais muito bem – os
olhos humanos não são apropriados a desempenhar as funções de microscópio?
Ponhamos, porém, a questão nos seus verdadeiros termos: a “estrela” de que se
trata não era, insistimos, um dos mundos que povoam o firmamento e sim, como
acabamos de explicar, uma concentração de fluidos luminosos, sob o aspecto de
estrela brilhante, cuja claridade se modificava de modo a poderem os magos
(médiuns videntes) distinguir sua luz. Era efeito de óptica, produzido para
lhes fazer cintilar à vista como as estrelas em noite límpida, um clarão
movediço. Vimos auxiliar-vos na explicação do que, em linguagem humana, se designa
pelo nome de “mistério”, mas apenas para vos auxiliar e só com relação ao que
vos seja realmente incompreensível. Utilizai-vos da vossa ciência e da vossa
razão, para solucionar as questões que uma e outra podem resolver. Os magos
foram primeiramente conduzidos a Jerusalém, porque cumpria a vontade do Senhor.
Herodes tinha de ser informado do “nascimento” do “rei dos judeus”. Tinha de
reunir em assembléia os príncipes dos sacerdotes, os escribas ou doutores do
povo, os quais, consultando as profecias, tinham de indicar, como local
destinado ao nascimento do Cristo (o chefe que, segundo fora anunciado, havia
de guiar o povo de Israel), a cidade de Belém de Judá, onde precisamente,
nascera o menino que os magos procuravam. Tudo tem sua razão de ser: o “nascimento”
isolado do “menino” Jesus, no seio de uma classe pobre, devia ter uma
repercussão que preparasse o seu nascimento entre os homens e dispusesse os
acontecimentos que se haviam de dar, em conseqüência dessa passagem dos magos
por Jerusalém e da visita deles a Belém de Judá.
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