quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

 

 

JOÃO, O BATISTA – III

 

P – Estamos maravilhados com as revelações do Espírito da Verdade, explicando a origem do Precursor de Jesus. E, qual é, segundo a Doutrina do CEU, a missão de Zacarias?

 

R – Zacarias, inconscientemente, era médium, como agora compreendeis muito bem: vidente, intuitivo pela consciência que tinha de sua visão, e audiente. Assim se explica ter visto o Anjo, ou Espírito Superior, e lhe tenha falado. Foi condenado ao silêncio não pela dúvida, porquanto é avisado o homem que se põe em guarda contra o desconhecido, mas para que sua mudez corroborasse as predições que lhe vinham de ser feitas. Insistimos nas palavras do Anjo a Zacarias, a respeito de Elias, palavras essas repetidas e mais tarde confirmadas pela opinião e pela voz públicas: sim, Elias seria João, João fora Elias. Os Espíritos do Senhor vestem, muitas vezes, com o fim de reerguer a humanidade, uma libré que, aos olhos dos homens, é tida por ínfima, de acordo com seus preconceitos no tocante às condições sociais. É que o devotamento desses Espíritos sabe ser eficaz sob todas as formas. São raras as manifestações dos grandes Espíritos, por meio de encanações ou de aparições conformes ao grau de elevação que já atingiram e à natureza espiritual que lhes é própria; mas há épocas de transição em que elas são necessárias no vosso planeta, como também nos outros. Muitos destes, mais adiantados que a Terra, recebem por sua vez Espíritos ainda mais elevados, com a missão de reavivar as aspirações do Bem e da Justiça, sempre que se enfraquecem. Podeis reconhecer a origem do Espírito pelo seu presente, como reencarnado: “Mácula alguma se lhe notará na vida; o amor a Deus e ao próximo presidirá todos os seus atos e dominará todos os seus pensamentos. Sua infância será tranqüila, isenta dos maus pendores que geralmente se manifestam nas crianças, juventude laboriosa, sobrepujando todos os instintos materiais com o amor ao trabalho e ao progresso. Na virilidade, será irrepreensível, pois nenhum abuso, nenhum excesso a conspurcará. Na velhice, será respeitado, venerado, adorado, no sentido humano da vossa linguagem. Essa velhice será o reflexo de uma vida sem mancha aos olhos do Senhor. Nele, encontrarão indulgência todas as fraquezas; amparo, auxílio, proteção, todos os desfalecimentos. Esperará serenamente a libertação pela morte”. São os sinais que vos fazem conhecer que um Espírito Superior desceu ao vosso meio, para ativar e dar novo impulso ao progresso espiritual do vosso orbe.

 

P – Pretendeu-se, de modo absoluto, que a ciência pode, mediante um tratamento humano, por termo a esterilidade. Que diz, a respeito, o Espírito da Verdade?

 

R – Não vedes que muitos doentes morrem, apesar de tratados pela ciência médica, e que outros recobram a saúde? Por que isso? Por que para uns soou a hora, enquanto outros têm de prosseguir na sua jornada. O tratamento que, para os homens, fez com que a mulher (até então estéril) concebesse, não falhou em tantas outras? Por que? Porque a hora de uma chegou, ao passo que a outra deve continuar estéril – ou por toda vida, ou até que chegue a época, e se verifiquem as condições e as circunstâncias de que resulte a cessação da esterilidade. Não vejais, nestes dois pontos de vista, nenhuma fatalidade; não imagineis, sobre os fatos, nenhuma idéia de fatalismo, de predestinação, de escravidão moral: reportais-vos à escolha, que o Espírito faz da natureza e duração das provas. Aqui, temos de repetir, para vosso entendimento: no que se refere à morte, nada há de fatal, senão o natural limite por essas leis fixado como sendo o momento irrevogável do fim humano. Assim, o instante da morte é fatal no sentido de que o livre arbítrio não pode prolongar o curso da vida além desse limite, natura e imutável estabelecido para sua duração. Entretanto, o livre arbítrio do homem pode deter o curso da sua própria vida em certo ponto, entre o nascimento e aquele limite natural e imutável, QUE SÓ RARAMENTE É ATINGIDO. As resoluções tomadas pelo Espírito antes de reencarnar, quanto ao gênero das provações, à extensão e ao término delas, quanto à duração da existência e aos atos que praticará durante a encarnação, assim como o emprego, o uso ou abuso que ele faz da vida terrena, QUASE SEMPRE O IMPEDEM DE ATINGIR ESSE LIMITE. Dentro da latitude que lhe é concedida, pode o Espírito mover-se à vontade. E, da maneira por que usa o seu livre arbítrio, quer antes da encarnação (ao fazer a escolha das provas), quer no decurso da existência terrestre, depende o soar para ele, no fim de determinado tempo, a hora da morte, sob o império das leis naturais que regem a vida. Portanto, para o doente, que morre apesar do tratamento médico, o momento chegou: ou porque tenha atingido o limite natural e imutável, estabelecido para a duração do homem; ou porque tenha atingido o limite restrito que ele próprio traçou, usando de seu livre arbítrio, seja ao tomar suas resoluções antes de voltar à Terra, seja na utilização que fez na existência terrena, isto é, pelos atos que praticou durante a encarnação, ou pelo não preenchimento das condições necessárias ao prolongamento da vida do corpo até o término das suas provas. Tudo isso foi tratado no exame do Quinto Mandamento da Lei de Deus, mas deve ser profundamente meditado, porque a maioria pratica o suicídio lento, sem o saber.

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