JOÃO, O BATISTA – III
P – Estamos maravilhados com
as revelações do Espírito da Verdade, explicando a origem do Precursor de
Jesus. E, qual é, segundo a Doutrina do CEU, a missão de Zacarias?
R – Zacarias,
inconscientemente, era médium, como agora compreendeis muito bem: vidente,
intuitivo pela consciência que tinha de sua visão, e audiente. Assim se explica
ter visto o Anjo, ou Espírito Superior, e lhe tenha falado. Foi condenado ao
silêncio não pela dúvida, porquanto é avisado o homem que se põe em guarda
contra o desconhecido, mas para que sua mudez corroborasse as predições que lhe
vinham de ser feitas. Insistimos nas palavras do Anjo a Zacarias, a respeito de
Elias, palavras essas repetidas e mais tarde confirmadas pela opinião e pela
voz públicas: sim, Elias seria João, João fora Elias. Os Espíritos do
Senhor vestem, muitas vezes, com o fim de reerguer a humanidade, uma libré que,
aos olhos dos homens, é tida por ínfima, de acordo com seus preconceitos
no tocante às condições sociais. É que o devotamento desses Espíritos sabe ser
eficaz sob todas as formas. São raras as manifestações dos grandes
Espíritos, por meio de encanações ou de aparições conformes ao grau de
elevação que já atingiram e à natureza espiritual que lhes é própria; mas há
épocas de transição em que elas são necessárias no vosso planeta, como
também nos outros. Muitos destes, mais adiantados que a Terra, recebem por sua
vez Espíritos ainda mais elevados, com a missão de reavivar as aspirações do
Bem e da Justiça, sempre que se enfraquecem. Podeis reconhecer a origem do
Espírito pelo seu presente, como reencarnado: “Mácula alguma se lhe notará na
vida; o amor a Deus e ao próximo presidirá todos os seus atos e dominará todos
os seus pensamentos. Sua infância será tranqüila, isenta dos maus pendores que
geralmente se manifestam nas crianças, juventude laboriosa, sobrepujando todos
os instintos materiais com o amor ao trabalho e ao progresso. Na virilidade,
será irrepreensível, pois nenhum abuso, nenhum excesso a conspurcará. Na
velhice, será respeitado, venerado, adorado, no sentido humano da vossa
linguagem. Essa velhice será o reflexo de uma vida sem mancha aos olhos do
Senhor. Nele, encontrarão indulgência todas as fraquezas; amparo, auxílio,
proteção, todos os desfalecimentos. Esperará serenamente a libertação pela
morte”. São os sinais que vos fazem conhecer que um Espírito Superior desceu ao
vosso meio, para ativar e dar novo impulso ao progresso espiritual do vosso
orbe.
P – Pretendeu-se, de modo absoluto,
que a ciência pode, mediante um tratamento humano, por termo a esterilidade.
Que diz, a respeito, o Espírito da Verdade?
R – Não vedes que muitos
doentes morrem, apesar de tratados pela ciência médica, e que outros recobram a
saúde? Por que isso? Por que para uns soou a hora, enquanto outros têm de
prosseguir na sua jornada. O tratamento que, para os homens, fez com que a
mulher (até então estéril) concebesse, não falhou em tantas outras? Por que?
Porque a hora de uma chegou, ao passo que a outra deve continuar estéril – ou
por toda vida, ou até que chegue a época, e se verifiquem as condições e as
circunstâncias de que resulte a cessação da esterilidade. Não vejais, nestes
dois pontos de vista, nenhuma fatalidade; não imagineis, sobre os fatos, nenhuma
idéia de fatalismo, de predestinação, de escravidão moral: reportais-vos à
escolha, que o Espírito faz da natureza e duração das provas. Aqui, temos
de repetir, para vosso entendimento: no que se refere à morte, nada há de
fatal, senão o natural limite por essas leis fixado como sendo o momento
irrevogável do fim humano. Assim, o instante da morte é fatal no sentido de que
o livre arbítrio não pode prolongar o curso da vida além desse limite, natura e
imutável estabelecido para sua duração. Entretanto, o livre arbítrio do homem
pode deter o curso da sua própria vida em certo ponto, entre o nascimento e
aquele limite natural e imutável, QUE SÓ RARAMENTE É ATINGIDO. As resoluções
tomadas pelo Espírito antes de reencarnar, quanto ao gênero das provações, à
extensão e ao término delas, quanto à duração da existência e aos atos que
praticará durante a encarnação, assim como o emprego, o uso ou abuso que ele
faz da vida terrena, QUASE SEMPRE O IMPEDEM DE ATINGIR ESSE LIMITE. Dentro da
latitude que lhe é concedida, pode o Espírito mover-se à vontade. E, da maneira
por que usa o seu livre arbítrio, quer antes da encarnação (ao fazer a escolha
das provas), quer no decurso da existência terrestre, depende o soar para ele,
no fim de determinado tempo, a hora da morte, sob o império das leis naturais
que regem a vida. Portanto, para o doente, que morre apesar do tratamento
médico, o momento chegou: ou porque tenha atingido o limite natural e
imutável, estabelecido para a duração do homem; ou porque tenha atingido o limite
restrito que ele próprio traçou, usando de seu livre arbítrio, seja ao tomar
suas resoluções antes de voltar à Terra, seja na utilização que fez na
existência terrena, isto é, pelos atos que praticou durante a encarnação, ou
pelo não preenchimento das condições necessárias ao prolongamento da vida do
corpo até o término das suas provas. Tudo isso foi tratado no exame do Quinto
Mandamento da Lei de Deus, mas deve ser profundamente meditado, porque a
maioria pratica o suicídio lento, sem o saber.
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