A MENSAGEM E O TESTEMUNHO DO BATISTA
P – A grande virtude da LBV
é restaurar o Cristianismo em sua pureza primitiva, e isso, realmente, só podia
ser feito pelo Novo Mandamento revelado. Como é que o CEU (Centro Espiritual
Universalista) da LBV interpreta a mensagem de João?
R – O Espírito da Verdade
responderá, harmonizando as seguintes passagens do Evangelho de Jesus: Mateus,
cap. III, vs. 7-12; Marcos, cap. I, vs. 6-8; Lucas, cap. III, vs. 7-18. Atenção
para esses textos bíblicos:
MATEUS: 7 – Mas, vendo João
muitos dos fariseus e saduceus que vinham ao seu batismo, disse-lhes: Raça de
víboras, quem vos ensinou a fugir da ira que há de vir? 8 – Tratai de produzir
frutos dignos de arrependimento, 9 – e não procureis dizer dentro de vós:
“Temos Abraão por pai”, porque eu vos declaro que destas pedras Deus pode
suscitar filhos a Abraão. 10 – O machado já está posto à raiz das árvores: toda
árvore que não dá bom fruto será cortada e lançada ao fogo. 11 – Eu, na
verdade, vos batizo com água, para vos levar à penitência; mas o que vem,
depois de mim, é mais poderoso que eu, e não sou digno de levar-lhe as sandálias;
ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo. 12 – Traz na mão a sua pá, e
limpará bem a sua eira; recolherá o seu trigo no celeiro, mas queimará a palha
em fogo inextinguível.
MARCOS: 6 – João vestia pele
de camelo, usava uma tira de couro em volta da cintura e se alimentava de
gafanhotos e mel silvestre. Pregava dizendo: 7 – Aquele que é mais poderoso que
eu virá depois de mim, e não sou digno de me abaixar diante de seus pés, para
lhe desatar as correias das sandálias. 8 – Eu vos batizo com água; Ele, porém,
vos batizará com o Espírito Santo.
LUCAS: 7 – João dizia ao
povo, que acorria em bandos para ser batizado: “Raça de víboras, quem vos
ensinou a fugir da ira vindoura?” 8 – Daí, pois, frutos dignos do vosso
arrependimento, e não comeceis a dizer dentro de vós: “Temos Abraão como pai”,
porque eu vos declaro que Deus é poderoso para, destas pedras, fazer que nasçam
filhos a Abraão. 9 – Já o machado está posto à raiz das árvores: toda árvore
que não der bom fruto será cortada e lançada ao fogo. 10 – O povo lhe
perguntava: “Que havemos, então, de fazer?” 11 – João respondia: “Aquele que
tem duas túnicas dê uma ao que não tem; aquele que tem comida faça o mesmo.” 12
– Foram, também, publicanos para o batismo, e lhe perguntaram: “Que havemos de
fazer?” 13 – Ele respondeu: “Não cobreis mais do que está prescrito na lei”. 14
– Perguntaram-lhe, ainda, alguns soldados: “E nós o que havemos de fazer?”
Respondeu-lhes: “Não pratiqueis violência contra ninguém nem façais denúncia
falsa, e contentai-vos com o vosso soldo”. 15 – Estando o povo na expectativa,
pensando consigo mesmo que talvez João fosse o Cristo, 16 – disse ele a todos:
“Eu, na verdade, vos batizo com água, mas logo virá quem é mais poderoso que
eu, e não sou digno de lhe desatar as correias das sandálias; Ele vos batizará
com o Espírito Santo e com fogo. 17 – Traz na mão a sua pá, e limpará bem a sua
eira, para recolher o trigo no seu celeiro; mas queimará a palha em fogo
inextinguível. 18 – Assim João anunciava ao povo o Evangelho de Jesus.
João era o Precursor da
Verdade, e ele mesmo o declarou. Suas aspirações não iam nem deviam ir
além da missão que lhe cumpria desempenhar. Mediunicamente ligado aos Espíritos
Superiores, a cujo número pertencia, os quais o assistiam e inspiravam, era
dirigido em todas as circunstâncias pela intuição, e possuía a humildade que
deveria guiar a todos vós na Terra. Tinha consciência do que aguarda o Espírito
na sua volta à Pátria Espiritual; mas, acima de tudo, tinha absoluta
consciência da sua missão de Precursor. Esta consistia, em preparar os homens
para o arrependimento, servindo-se de um símbolo que lhes daria a compreender a
purificação e de que necessitavam: LAVAVA SEUS CORPOS, A FIM DE OS DISPOR A
LAVAREM SEUS CORAÇÕES. Purificava-lhes o invólucro material, para os compelir à
purificação de sues Espíritos, exortando-os – em resposta às perguntas que lhe
faziam – à prática da Justiça, da Caridade, do Amor. Sua missão, portanto, era preparatória:
Jesus viria completá-la. João era a voz do que clama no deserto, até que as
populações se reunissem para ouvir a pregação da Verdade. Estas palavras “Não
comeceis a dizer, dentro de vós mesmos, TEMOS ABRAÃO POR PAI, porque destas
pedras Deus pode fazer que nasçam filhos a Abraão; o machado já está posto à
raiz das árvores; toda árvore que não dá bom fruto ele a corta e lança ao fogo”,
se referem a todos os tempos – ao tempo em que o Batista falava, aos tempos que
se seguirem, até ao fim dos tempos, isto é, até a volta do Cristo de Deus. Os
sacerdotes judeus não reconheciam como filho do Senhor senão aqueles que viviam
curvados ao seu jugo, da mesma forma que a Igreja de Roma não admite salvação
para os que não lhe obedecem cegamente. Que representa Abraão para os hebreus?
O chefe da família (ou povo) que vai herdar o Reino de Deus. Por aquelas
palavras inspiradas ao Precursor, deus quer que fique bem claro serem seus
filhos TODOS OS QUE VÃO A ELE, DE CORAÇÃO LIMPO. É como se dissesse: “Não
entram no meu Reino os filhos de Abraão que desprezaram minhas leis e desfiguraram
meus preceitos, como também os que, no futuro, as desprezaram e os
desfigurarem. Todo aquele, porém, que ouve a minha voz e arranca a árvore má,
produtora de maus frutos, e só deixa no coração a boa semente, que há de
fertilizar a terra, este está no caminho que a mim conduz, esse é meu filho
para sempre. Filhos de Abraão não são os que me dizem “Senhor! Senhor!”,
mas tão somente aqueles que cumprem a minha Lei, quaisquer que eles sejam.
Todos os limpos de coração é que olho como filhos, e só eles terão entrada no
meu Reino!” E aí está o símbolo da árvore: a que não der bom fruto será cortada
e lançada ao fogo. Já compreendeis o sentido oculto destas palavras que,
apropriadas às inteligências daquela época, eram destinadas a despertá-las da
ignorância. A árvore que não dá bons frutos é o Espírito encarnado que sucumbe
nas suas provas. Depois da “morte”, quando o Anjo da Libertação lhe houver
ceifado a existência, será lançado ao fogo, isto é, será – primeiro – ao
entrar em expiação no mundo espiritual, submetido a sofrimentos ou torturas
morais, proporcionados e apropriados aos crimes que haja cometido; depois
– à reencarnação que, abrindo-lhe a caminho da reparação, e ao mesmo tempo,
meio de purificação e de progresso.
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