quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

 

 

BATISMO E REENCARNAÇÃO

 

P – Na Cruzada do Novo Mandamento de Jesus no Lar, todos estão satisfeitos com a Doutrina do CEU (Centro Espiritual Universalista). Como devemos entender a aparição do Espírito Santo na forma corpórea de uma pomba?

 

R – Diz o Evangelho que, depois de ser batizado, Jesus saiu da água e, ao fazer a sua prece, o céu se abriu e o Espírito Santo desceu sobre ele na forma corporal de uma pomba, e se ouviu uma voz que dizia: “Tu és o meu filho bem-amado; ponho em ti a minha complacência”. O Senhor manifestou por esse modo o seu poder, dele dando um sinal aparentemente material. Aparentemente, frisamos, porque só o foi para os olhos humanos: sinal que bem como a voz ouvida, objetivando chamar a atenção dos homens e lhes confirmar que, finalmente, descera à Terra o Profeta que todos os profetas haviam anunciado. O Espírito, como sabeis, pode - com o auxílio do seu perispírito – tomar todas as formas, todas as aparências. Para os antigos, a pomba era o emblema da pureza: os hebreus a sacrificavam, nos altares, em resgate dos filhos de Israel. O Espírito Superior, encarregado da manifestação, teve de tomar a forma capaz de mais fortemente impressionar as inteligências, no momento mesmo em que aquela manifestação se produzisse, e de as impressionar ainda depois de cumprida a sua missão. A voz que se fez ouvir no céu, dizendo: “”Tu és meu filho bem-amado; ponho em ti a minha complacência”, não foi a voz de Deus Onipotente. Deus não se manifestou porque Ele não se comunica diretamente com os homens. Já vos dissemos: por mais puro que seja o Espírito encarnado, o invólucro que o reveste ergue uma barreira intransponível entre o homem e a Divindade. Mas o Pai transmite aos filhos suas vontades por intermédio dos Espíritos Puros (que dele recebem diretamente as inspirações), dos Espíritos Superiores e dos Espíritos Bons, os quais, na ordem hierárquica, se constituem seus instrumentos. Foi um Espírito superior que fez ressoar a voz que se ouviu, pronunciando aquelas palavras. Para o povo e para todos que tinham vindo ter com o Batista, em suma – para os hebreus, o próprio Deus falou naquela circunstância, como outrora falou aos profetas da Lei Antiga. O Espírito Santo, segundo eles, era a inteligência mesma de Deus, inspirando diretamente os homens, comunicando-se diretamente com os terrícolas. Assim, para eles, o próprio Deus foi quem tomou a forma de uma pomba e quem, por outro lado e ao mesmo tempo, fazendo ouvir sua voz, pronunciou aquelas palavras. Já sabeis que, sob a designação simbólica de espírito Santo, se compreende o conjunto de Espíritos do Senhor – órgãos de suas inspirações e ministros de suas vontades. O que houve, portanto, foram duas manifestações espirituais. E elas se produziram AO FAZER JESUS SUA PRECE: aí estão o primeiro exemplo e o primeiro ensino dados por Ele aos homens, mostrando-lhes que a prece (não a dos lábios, mas a do coração), atrai as bênçãos do Senhor, os testemunhos do seu amor, fazendo sobre eles descer a divina influência, por intermédio dos Espíritos Protetores da Humanidade. O batismo por meio da água, que João ministrou e Jesus recebeu para ensinar pelo exemplo, comprovando assim que esse batismo não passava de uma figura, era ao mesmo tempo material e simbólica: material pela ablução do corpo; simbólico pelo arrependimento e pala humildade que a ablução consagrava. E ainda tinham a proclamá-los a confissão pública (que cada um fazia diante de todos, em voz alta) dos seus pecados, das suas torpezas, de TODAS AS INFÂMIAS QUE PODEM GERMINAR NO CORAÇÃO HUMANO. O batismo pela água era, portanto, uma preparação para o batismo em Espírito Santo e pelo fogo – batismo este que vem de Deus e que o Cristo confere aos que dele se tornam dignos, concedendo-lhes a assistência e o concurso dos Espíritos purificados. Não é mau lembrar aos homens o batismo pela água, porque sempre lhes recorda os grandes acontecimentos ocorridos e as obrigações que lhes são impostas. A parte material era uma necessidade à vista dos tempos, para impressionar a homens materializados; MAS A PARTE SIMBÓLICA SE CONSERVA PARA VÓS, cristãos do Novo Mandamento. O verdadeiro batismo é o que vem do Senhor, é o batismo no Espírito santo e no fogo que purifica as almas, acima dos corpos perecíveis! A religião humana fez do batismo pela água o estandarte do seu próprio cristianismo, que está muito longe do CRISTIANISMO DO CRISTO. Ela esqueceu a essência divina, para atender só a matéria. A esta referiu tudo. E seus “fiéis” rebaixados, encerrados em tão estreitos limites acabaram por olvidar quase inteiramente que, saídos de uma essência espiritual, devem consagrar-se ao espírito, não mais à letra, que mata. A Igreja de Roma desvirtuou a natureza, o objeto, as condições e o fim do batismo pela água – derramando-a na cabeça da criança, que acaba de nascer, sob o pretexto de apagar, na pessoa dessa criança, dando-lhe o nome de pecado original, uma falta que ela não cometeu, porque foi cometida por outrem! E isso quando, segundo a mesma Igreja, a alma da criança foi criada por deus expressamente para o corpo que veio animar, alma que, pessoalmente devia ser pura e sem mancha, pois das mãos de Deus nada pode sair maculado! A Igreja de Roma não teria instituído deste modo o batismo pela água, se tivesse compreendido bem as palavras de Jesus a Nicodemos, proclamando a reencarnação como realidade, não como alegoria. Realidade por ser LEI EMANADA DE DEUS, DESDE DE TODA ETERNIDADE, como meio de purificação e progresso do Espírito culpado, meio único posto ao alcance do homem para entrar no Reino de Deus, isto é, para chegar à Perfeição que, só ela, lhe permitirá chegar ao centro da Onipotência. Cristãos de todos os rebanhos, lembrai-vos de que haverá, brevemente, UM SÓ REBANHO PARA UM SÓ PASTOR! Deixai de ter em conta somente a matéria, abandonai a letra que mata, para receberdes unicamente O ESPÍRITO QUE VIVIFICA. Do batismo pela água, no Jordão, conservai apenas o espírito. Praticai a parte simbólica – o arrependimento e a humildade. Preparai-vos, assim, para o batismo do Espírito Santo e do fogo, que purifica as vossas almas. Se dele vos tornardes realmente dignos, pelo trabalho, pela justiça, pelo amor e pela caridade, o Cristo vos ministrará esse batismo, enviando Espíritos Puros para vos assistirem, inspirarem e ajudarem, até à vitória final.

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