quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

 

 

A VIDA DE JESUS – III

 

P – Só mesmo o Espírito da Verdade nos pode revelar tantas maravilhas da vida do Mestre! Poderia dizer como se processou a criação do “menino” Jesus?

 

R – Como é natural, Jesus se criou como todos os meninos precoces da sua idade, tendo falado e andado muito mais cedo que as outras crianças, revelando aos olhos dos homens, como os de Maria e de José, precocidade excepcional. Antes de chegada a época de cessar a amamentação ordinária, começou ele a ir para os campos, sozinho ou com os outros meninos. Mas, depois, passou a andar sempre sozinho, a separar-se das demais crianças, a se afastar de suas vistas, sem jamais pedir de comer ao voltar para casa. Acreditavam todos que se alimentara, como o faziam seus infantis companheiros, de fruto ou de mel silvestre. E, sendo a atenção da Virgem Maria desviada, para que não se preocupasse com os cuidados maternos, ninguém cogitava de “alimentar” o menino de modo diferente. Sem compreender o motivo, Maria não era a mãe humana que prevê todas as necessidades do filho e as previne. Ela sentia, instintivamente, que o seu não precisava dessa vigilância. Junto dele, cumpria muito pouco dos deveres que a maternidade impõe às mulheres. Não se conclua daí que fosse “mãe indiferente”. Isso quer dizer, apenas, que – guiada pelos Espíritos seus protetores e amigos – se abstinha de cuidados e atenções inúteis. Diante disso, podeis concluir que, ainda muito pequenino, Jesus – com a liberdade que os costumes dos pais lhe permitiam – estava sempre ausente da casa paterna. Por vezes, desaparecia no momento mesmo em que Maria preparava o repasto e deixava passar a hora da refeição. Quando José e Maria o procuravam, ou esperavam, ele dizia: “Não tendes por que vos inquietar e me procurar”. As solicitações, que lhe dirigiam, para com eles tomar parte na refeição, respondia: “Não tenho necessidade de coisa alguma”. Dessa resposta nascia a crença de que o “menino” se alimentava de frutos e mel silvestre. Assim principiou Jesus a se ausentar, desde que, de acordo com os costumes e usos do país, isso se tornou possível a um menino como ele, de precocidade muito superior à de todos os outros. E suas ausências se foram fazendo, pouco a pouco e sucessivamente, mais e mais longas, a fim de a elas habituar seus “pais”, para que estes não se preocupassem com a sua “alimentação humana”. Já o dissemos e repetimos: os Espíritos protetores de Maria a predispunham a estar de acordo com os desígnios de Jesus. A Virgem sentia, como José, também colocado sob as mesmas influências, que o “menino” tinha aspirações e tendências diversas das de todos aqueles que o cercavam, sem por isso admitirem que ele não fosse o que parecia ser. Aos olhos dos homens, os atos exteriores de Jesus não apresentavam nenhum cunho de singularidade. Gostava da solidão e seus hábitos eram tidos como “quase selvagens”, visto não conviver com os meninos de sua idade. Aos olhos dos pais, sua alimentação era frugal. Como não o vissem definhar, estavam certos de que lhe aprazia viver de frutos e mel silvestre, a exemplo do que faziam muitos pastores. Julgavam que ele podia viver assim; que as raras ocasiões que tinha, de se alimentar desse modo, lhe bastariam. Notai que não vos dizemos que ele se alimentava dessa maneira: dizemos, unicamente, que seus pais acreditavam que assim fosse. Notai, igualmente, que – falando das refeições de Maria supunha serem tomadas pelo “filho” – não vos dissemos que essas refeições fossem regradas como as vossas, porque as ausências de Jesus não eram regulares e periódicas. Maria não estranhava essa forma de viver, porque se lembrava da origem do filho, tida por ela e por José, como origem milagrosa. De tal modo impressionados de achavam seus corações, tão viva fé os animava, tal elevação moral dos dois, que em ambos tinham grande e fácil acesso às inspirações dos Espíritos Superiores, quando lhes “sugeriam” o pensamento e a resolução de não se preocuparem com aquele gênero de vida. Desde alguns anos antes de sua ida a Jerusalém, e do seu aparecimento no templo entre os doutores, Jesus, não raro, se ausentava por um ou muitos dias. Sempre que isso se dava, ele dizia: “Vou orar”, isto é, vou falar com meu Pai Celestial. As vezes, passava alguns dias com a família, sem participar das refeições, porque nele o corpo – dada a sua natureza perispirítica, sob a aparente corporeidade humana – ERA INACESSÍVEL A TODA E QUALQUER ALIMENTO MATERIAL.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

  A DOUTRINA DO CEU   P – Qual a Doutrina do Centro Espiritual Universalista da LBV?   R – Ela unifica, neste fim de ciclo, todos os...