quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

 

 

JOÃO, O BATISTA – VII

 

P – Damos graças a Deus pela pregação libertadora do CEU, em obediência à ordem do Mestre: “Ide e Pregai”. Só mesmo a Boa Vontade nos conduz ao Novo Mandamento pelo caminho da Verdade, que liberta o homem da ignorância espiritual e de todas as suas lamentáveis conseqüências. Como a LBV define o Espírito Santo?

 

R – Segundo o modo de ver dos tempos hebraicos e dos tempos evangélicos durante a permanência de Jesus entre vós, Espírito Santo era expressão familiar aos judeus, significando a manifestação mesma de Deus, por um ato qualquer, e a inspiração divina – “o sopro do próprio Deus”. Para exprimir que João era inspirado por Deus, dizia-se que ele estava cheio do Espírito Santo, que o Espírito Santo estava nele, que era impelido pelo Espírito Santo, que agia por um movimento do Espírito de Deus. O mesmo foi empregado com relação a Jesus. Era a expressão própria do tempo em que os homens não entendiam como Jesus – que supunham fosse homem igual aos demais e de cuja origem, essência e natureza nada sabiam – podia libertar-se tanto da fraqueza humana sem estar cheio do Espírito Santo, sem que o Espírito Santo estivesse nele, sem ser impelido pelo Espírito, isto é, sem ser inspirado por Deus do mesmo modo que os profetas. Conforme à concepção dos tempos seguintes à missão terrena de Jesus e à doutrina da Igreja de Roma, o ]Espírito Santo era uma parte individualizada do próprio Deus! Uma fração de Deus revestira a forma humana, para descer visivelmente aos terrícolas, sendo outra fração a inteligência ou inspiração divina, que se transmitia aos homens, capaz – se necessário fosse – de se materializar diante deles! No âmago dessas falsas interpretações, havia mistura de idéias hebraicas, de idéias politeístas, acidentalmente panteístas e confusa reminiscência de idéias espirituais, cujos traços a tradição conservara e das quais a imaginação do homem se apropriou – como sempre – adaptando-as às suas necessidades e conveniências. Somente a Terceira Revelação, trazida ao mundo pelos Espíritos do Senhor, veio revelar a Luz da Verdade, afirmando: o Espírito Santo, de modo geral, não era – e não é – um Espírito especial, mas uma designação figurada, que indicava – e indica – O CONJUNTO DOS ESPÍRITOS PUROS, DOS ESPÍRITOS SUPERIORES E DOS BONS ESPÍRITOS! É a Falange Sagrada, instrumento da ordem hierárquica da elevação moral e intelectual, ministra de Deus – uno, indivisível, eterno, infinito – que irradia por toda parte SEM JAMAIS SE FRACIONAR, e cujas vontades e inspirações só os Espíritos Puros recebem diretamente para as transmitir aos Espíritos Superiores, e por meio destes aos Bons Espíritos, que – através da escala espiritual – as fazem chegar até vós. É a Falange Sagrada que promove a execução de acordo com as leis gerais estabelecidas, imutáveis e eternas, das inspirações e vontades do Criador nos planos físico, moral e intelectual, objetivando a organização, o funcionamento, a realização da vida e da harmonia universais, na imensidade dos mundos, mais ou menos materiais, mais ou menos fluídicos, de todo o Universo; na infinidade dos Espíritos, quer errantes, quer material ou fluidicamente encarnados, quer fluidicamente incorporados e investidos do livre arbítrio; na multiplicidade de todos os seres, em todos os reinos da Natureza! É a Falange Sagrada, verdadeira providência divina, executora – pelas vias hierárquicas de elevação moral e intelectual, na imensidade, nos mundos espirituais e em todos os planetas, inferiores e superiores – da justiça e da misericórdia infinita de Deus, Pai de todos e de tudo o que existe! Portanto, estar cheio do Espírito Santo, ser impelido pelo Espírito Santo, agir por um movimento do Espírito de Deus era – e é – ser assistido, inspirado, guiado pelos Espíritos do Senhor, Espíritos estes que o reencarnado atrai a si, na conformidade da sua elevação moral e intelectual, de acordo com a natureza e a importância da obra ou da missão que lhe cumpre realizar. Se assim era João, o Batista, que devemos dizer de Jesus? ESPÍRITO PERFEITO, puro entre os mais puros que presidem, sob a sua direção, os destinos, o desenvolvimento e o progresso da Terra e de sua Humanidade, encaminhando-os sempre, Jesus, cuja perfeição se perde na noite da eternidade – Espírito Protetor e Supremo Governante do vosso planeta, vosso e nosso Mestre – operava não sob influência estranha, MAS POR SI MESMO. Poderíamos, pois, dizer que era impelido pelo Espírito, no sentido de que – permitindo-lhe sua elevação aproximar-se do CENTRO DA ONIPOTÊNCIA, ele recebia diretamente as inspirações de Deus.

 

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