SÉTIMO MANDAMENTO
P – Qual a explicação
integral do Sétimo Mandamento, no CEU da LBV?
R – É a do Espírito da
Verdade, aclarando e unificando as Quatro Revelações de Jesus. Falam, pois, os
Evangelistas, assistidos pelos Apóstolos e por Moisés: “Não cometerás adultério”
– A natureza material do homem o impele para a lubricidade. Nada lhe refreia os
desejos, desde que se entregue aos instintos animais. E sabeis que esses
instintos dominavam naquela época. Não vedes que, ainda hoje, eles arrastam
muitos de vossos irmãos a vergonhosos transviamentos? Os laços que prendem, um
ao outro, os Espíritos do homem e da mulher, e que o induzem a perpetuar a
espécie, têm origem nobre e pura, de onde a materialidade da encarnação os
desviou, mas à qual terão de voltar. A proibição de cometer adultério devia
bastar, para conter os excessos.Mas, ainda aí, a interpretação obedeceu às
necessidades da época: o homem e a mulher casados, se cometiam adultério, eram
punidos, ele com a pecha de infame, ela com a pena de morte. Ora, este Mandamento,
segundo o espírito, jamais segundo a letra, se estende a toda quebra de união
sagrada. Compreende todos os arrastamentos carnais, sejam quais forem, e que
rebaixam a Humanidade ao nível dos instintos do bruto. Não vos dizemos – “Deus
criou um homem e uma mulher a fim de provar, a fim de provar que uma só
existência eles deviam ter”: esse era o lado moral, o fim moral que, sob o véu
da letra, Moisés adotara, colocando-se no ponto de vista dos hebreus. Nós vos
dizemos o seguinte: os Espíritos se grupam por atração de simpatia. Cada
Espírito escolhe o companheiro, ou a companheira, com quem passará o tempo da
sua provação. Os Espíritos encarnam, nascem, geralmente em condições que lhes
permitam reunir-se. Os que são reciprocamente simpáticos se encontram destinados
à união. Entretanto, as disposições materiais de um ou de outro, como
encarnados, podem quebrar acidentalmente a harmonia e lhes retardar a união,
quer nos limites da encarnação presente, quer até outra encarnação. Assim é que
um Espírito se vê repelido, desprezado ou abandonado por outro que lhe é
simpático e o chama, isto é, para o qual ele se sente atraído, mas que se
deixou seduzir – ou pelos desregramentos carnais, ou pelo orgulho, ou pela
ambição, ou pelo amor do outro. Quando Espíritos simpáticos um ao outro chegam
a unir-se na Terra, de acordo com a escolha – feita por eles mesmos, antes de
reencarnarem – nada mais haverá que os separe, que rompa os laços dessa união,
porque ela se realizou por efeito de idênticas tendências para o Bem. Estes não
precisam mais de um Mandamento que lhes diga: “Não cometereis adultério”. Mas,
uma vez reencarnados, se eles descuram dos compromissos assumidos na
Espiritualidade, compromissos cuja lembrança perderam (se bem que um secreto
instinto do coração os relembre) e dos quais a influência da matéria os afasta;
se esses Espíritos, homens e mulheres, não procuram na união conjugal mais que
uma satisfação passageira, mais que uma combinação matemática ou social, um
jogo de interesses ou de orgulho – então os apetites materiais quebram os laços
de simpatia espiritual. Neste caso, uma afeição pura não move os corações, os
homens e as mulheres procuram compensações na variedade e no mau proceder. E
esses diz o Mandamento: “Não cometerás adultério, porquanto, se a ti mesmo
impuseste carregar uma pesada cadeia, tens de sofrer todas as conseqüências,
tens de, pelo respeito que deves a esse compromisso irrefletido, atenuar a
falta que praticaste, contraindo-o, tens de vencer os teus instintos sensuais;
tens de dominar a carne e fazer ressurgir a simpatia que deverá reinar, entre o
teu Espírito e o da companheira que escolheste, quando começar o dia da
liberdade pela volta de ambos à vida espiritual”. Algumas vezes, a união é
imposta ao encarnado pela influência e autoridade dos pais, movidos pelo
interesse ou pelo orgulho. Tal união constitui, para o que a sofre, uma
provação por ele escolhida e que será temporária ou durará toda a vida terrena.
No primeiro caso, terá por efeito apenas retardar, no curso da sua encarnação
atual, a união simpática por ele escolhida, antes desta; no segundo caso, o
efeito será adiar essa união para uma encarnação posterior. E tanto para esse,
como para o que se uniu fugindo às suas provas, o Mandamento emprega a mesma
linguagem de que usa para com o que, livre e voluntária, mas irrefletidamente,
assumiu um compromisso, desviando-se do caminho que devia seguir. Outras vezes,
também, certos Espíritos, desejosos de vencer a antipatia que sentem um pelo
outro, embora nem sempre seja recíproca, escolhem como provação unir-se
humanamente. Ainda a esses o Mandamento diz: “Não cometereis adultério”.
Completando nossas observações sobre este ponto, repetimos: destinam-se os
Espíritos à união. Antes de reencarnarem, escolhem os que sejam companheiros, a
fim de, juntos, passarem o tempo da provação, auxiliando-se mutuamente,
ressalvada a possibilidade de uns ou outros fugirem ao cumprimento de suas
resoluções na Espiritualidade. Mas quer isto se dê, quer não, a escolha –
seja conforme ou contrária as resoluções espirituais – jamais será fruto do que
chamais “O acaso”, e sim o resultado da direção impressa às provas. Dessa
direção depende ser o Espírito desviado de sua rota, ou livre ou
voluntariamente, ou porque sofra a imposição de uma vontade. Feita a escolha, e
dado que um dos Espíritos ou ambos se afastem do caminho certo, pode acontecer
– ou que venham a encontrar-se, ao cabo de certo tempo, na presente encarnação,
na qual os reconduzirá um ao outro a mesma simpatia; ou, então, se o caso
resultar de antipatia, a intenção de – por prova – viverem unidos. A escolha,
reiteradamente feita, acabará por torna-los capazes de vencer a prova:
finalmente, não separa o homem o que Deus uniu, isto é, o Amor triunfou.
Quanto ao celibato, para uns é prova; para outros desvios. Os que, por prova,
se destinam ao celibato, não escolheram companheira para a vida ou, pelo menos
(dizemo-lo para não deixar margem a falsas interpretações), não determinaram
que se verificasse sua união terrena com outro Espírito. Para explicar todos os
casos em que o celibato constitui transviamento, teríamos de descer a muitos
pormenores. Basta esclarecer que há celibatários – por egoísmo, por
lubricidade, por indiferença, por avareza e por quietismo, doutrina que,
assente numa falsa idéia da Espiritualidade, faz consistir a perfeição cristão
na inação da alma, em negligenciar as obras exteriores. Há, ainda, o
celibato por voto decorrente da condição imposta a todo aquele, homem ou
mulher, que se propõe entrar para as ordens monásticas e religiosas. A
imposição desse compromisso nasceu de uma falsa interpretação, e de uma
aplicação também falsa, das palavras de Jesus: “Há os que se fizeram eunucos
pelo Reino dos Céus; aquele que puder compreender isto, que o compreenda”.
Palavras que a Igreja Romana não soube nem pôde compreender. O que, a esse
respeito, ocorreu, sob o império do véu da letra, postos de parte todos os
absurdos e desvios, teve a sua razão de ser, mas tem de cessar, e cessará na
era do CRISTIANISMO DO CRISTO.
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