BOA
VONTADE – IV
P – Como o Centro Espiritual
Universalista interpreta os versículos 21 a 24, Capitulo Segundo, do Evangelho
de Jesus segundo Lucas?
R – Vamos reler:
21 – Decorridos os oito dias,
ao cabo dos quais tinha o menino de ser circuncidado, foi ele chamado Jesus,
nome que o Anjo lhe dera antes de ser concebido no seio materno. 22 – E,
passado o tempo da purificação de Maria, segundo a lei de Moisés, o levaram a
Jerusalém, para o apresentarem ao Senhor, 23 – de acordo com o que está escrito
na lei: “Todo primogênito será consagrado ao Senhor”, 24 – e para oferecerem,
ao sacrifício que ra devido, conforme a mesma lei, duas rolas ou dois filhotes
de pombos.
Estes fatos constituem uma
lição para os que se revoltam contra o jugo que a religião impõe, para os que
querem destruir a lei em vez de cumpri-la, quando para a Humanidade se abre, na
época predita, uma era nova, transitória. Vedes que os “pais” de Jesus se conformaram
com a lei estabelecida, e a ela submeteram o “recém-nascido”. A lição é esta:
nunca provoqueis o escândalo, isto é, não escandalizeis vossos irmãos,
eximindo-vos repentinamente ao jugo que pesa sobre eles. Quando tiverdes de
reconstruir um monumento servindo-vos dos materiais de outro, prestes a
desmoronar, não empregueis a dinamite, porque – estilhaçados – os materiais
voariam longe, ocasionando graves acidentes. Ao contrário: tirai
cuidadosamente, pedra por pedra, depositai-as no chão separando as que não
prestarem, para lança-las ao refugo. Feita a escolha, iniciai a obra nova,
substituindo por outras – boas e sólidas, capazes de sustentar os ângulos – as
pedras que o tempo haja estragado. Pois o mesmo se dá com a renovação moral:
NÃO SE DEVE, DE UM MOMENTO PARA O OUTRO, SUBVERTER AS CRENÇAS, CALCANDO AOS PÉS
SEUS PRECONCEITOS. Caindo sobre vós seus destroços vos poderiam ferir. Cumpre
desloca-los um a um, conservar com muito cuidado as pedras verdadeiras,
que devem sustentar o edifício, e rejeitar todas as falsas, que lhe
causariam o desmoronamento. As pedras verdadeiras, que deveis conservar, são a
fé em Deus, a submissão à sua Lei, quaisquer que sejam a língua em que a
expliquem e a forma de que seja revestida. Assim, seja qual for o culto em que
tenhais nascido, se ele vos ensina o amor a Deus (pouco importando o nome que
se dá ao Criador), se vos ensina a prática da Caridade, as pedras são
verdadeiras: conservai-as. Mas rejeitai, pouco a pouco, sem abalos, tudo o que
estiver fora da Lei Divina, agora sintetizado no Novo Mandamento de Jesus. Só
de acordo com este Mandamento é que será dado a cada um de acordo com suas
obras. Os clericais, pertençam a que seita pertencerem (todo culto conta,
no seu clero, um pessoal obstinado e tenaz com bom número de aderentes) vão
bradar anátemas contra esta profissão de fé. Ela, entretanto, é do Cristo, e
solapa todos os sectarismos do Anti-Cristo, pois é chegado o tempo em que,
obedientes à Lei de Deus, os homens – sejam quais forem os cultos exteriores,
que ainda agora os dividem e os separam – caminharão unidos e irmanados, sob a
mesma bandeira: – Amai-vos uns aos outros, como Eu vos amei e amo! Mas,
digam o que disserem, anatematizem e persigam os CRISTÃOS DO CRISTO, que podem
eles com seus dogmas, suas tradições e cerimônias contra a Obra Progressiva de
Jesus e a Vontade Eterna de Deus? Falam à alma? Não, porque os homens saem das
igrejas tão maus quanto entram nelas. Falam, portanto, apenas aos sentidos.
Os sentidos, porém, se embotam e se pervertem. Que resta então? Em geral
(considerando as massas), autômatos que se ajoelham, homens ou crianças sem a
Fé nascida da Verdade, os quais, ao saírem dos templos, levam consigo os mesmos
vícios que traziam ao entrarem, e que são originários destas fontes: a avareza,
a preguiça, a inveja, o orgulho, o egoísmo, a hipocrisia, a cólera, a
intemperança, o sensualismo, a luxúria, a maledicência, a calúnia, a
incredulidade, o materialismo, a intolerância, o fanatismo. Essas é que são as
pedras falsas, que se devem retirar, porque o edifício desmorona sobre todas as
mentiras que o sustentem. A fé perfeita, a prática permanente do Novo
Mandamento, a caridade imaculada – eis aí as únicas pedras angulares:
conservai-as rijas e sem jaça.
P – Como devemos traduzir e
compreender estas palavras do versículo 21, referentes a Jesus: “antes de
ser concebido no seio materno”?
R – Tais palavras
significam: antes que Ele se houvesse colocado nas mãos de Maria Virgem, sua
mãe aos olhos dos homens. Essas palavras humanas do versículo 21 foram a
conseqüência das crenças que deviam, como já vos explicamos, ter curso, e o
tiveram, no meio das multidões. Isto é, aos olhos dos homens, Jesus foi,
durante a sua missão terrena, fruto da concepção humana, tendo Maria por mãe e
José por pai; e – depois de desempenhada tal missão – fruto de uma concepção
chamada “divina”, “milagrosa”, no seio de uma virgem – no seio de Maria – por
obra do Espírito Santo.
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