quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

 

 

BOA VONTADE – IV

 

P – Como o Centro Espiritual Universalista interpreta os versículos 21 a 24, Capitulo Segundo, do Evangelho de Jesus segundo Lucas?

 

R – Vamos reler:

 

21 – Decorridos os oito dias, ao cabo dos quais tinha o menino de ser circuncidado, foi ele chamado Jesus, nome que o Anjo lhe dera antes de ser concebido no seio materno. 22 – E, passado o tempo da purificação de Maria, segundo a lei de Moisés, o levaram a Jerusalém, para o apresentarem ao Senhor, 23 – de acordo com o que está escrito na lei: “Todo primogênito será consagrado ao Senhor”, 24 – e para oferecerem, ao sacrifício que ra devido, conforme a mesma lei, duas rolas ou dois filhotes de pombos.

 

Estes fatos constituem uma lição para os que se revoltam contra o jugo que a religião impõe, para os que querem destruir a lei em vez de cumpri-la, quando para a Humanidade se abre, na época predita, uma era nova, transitória. Vedes que os “pais” de Jesus se conformaram com a lei estabelecida, e a ela submeteram o “recém-nascido”. A lição é esta: nunca provoqueis o escândalo, isto é, não escandalizeis vossos irmãos, eximindo-vos repentinamente ao jugo que pesa sobre eles. Quando tiverdes de reconstruir um monumento servindo-vos dos materiais de outro, prestes a desmoronar, não empregueis a dinamite, porque – estilhaçados – os materiais voariam longe, ocasionando graves acidentes. Ao contrário: tirai cuidadosamente, pedra por pedra, depositai-as no chão separando as que não prestarem, para lança-las ao refugo. Feita a escolha, iniciai a obra nova, substituindo por outras – boas e sólidas, capazes de sustentar os ângulos – as pedras que o tempo haja estragado. Pois o mesmo se dá com a renovação moral: NÃO SE DEVE, DE UM MOMENTO PARA O OUTRO, SUBVERTER AS CRENÇAS, CALCANDO AOS PÉS SEUS PRECONCEITOS. Caindo sobre vós seus destroços vos poderiam ferir. Cumpre desloca-los um a um, conservar com muito cuidado as pedras verdadeiras, que devem sustentar o edifício, e rejeitar todas as falsas, que lhe causariam o desmoronamento. As pedras verdadeiras, que deveis conservar, são a fé em Deus, a submissão à sua Lei, quaisquer que sejam a língua em que a expliquem e a forma de que seja revestida. Assim, seja qual for o culto em que tenhais nascido, se ele vos ensina o amor a Deus (pouco importando o nome que se dá ao Criador), se vos ensina a prática da Caridade, as pedras são verdadeiras: conservai-as. Mas rejeitai, pouco a pouco, sem abalos, tudo o que estiver fora da Lei Divina, agora sintetizado no Novo Mandamento de Jesus. Só de acordo com este Mandamento é que será dado a cada um de acordo com suas obras. Os clericais, pertençam a que seita pertencerem (todo culto conta, no seu clero, um pessoal obstinado e tenaz com bom número de aderentes) vão bradar anátemas contra esta profissão de fé. Ela, entretanto, é do Cristo, e solapa todos os sectarismos do Anti-Cristo, pois é chegado o tempo em que, obedientes à Lei de Deus, os homens – sejam quais forem os cultos exteriores, que ainda agora os dividem e os separam – caminharão unidos e irmanados, sob a mesma bandeira: – Amai-vos uns aos outros, como Eu vos amei e amo! Mas, digam o que disserem, anatematizem e persigam os CRISTÃOS DO CRISTO, que podem eles com seus dogmas, suas tradições e cerimônias contra a Obra Progressiva de Jesus e a Vontade Eterna de Deus? Falam à alma? Não, porque os homens saem das igrejas tão maus quanto entram nelas. Falam, portanto, apenas aos sentidos. Os sentidos, porém, se embotam e se pervertem. Que resta então? Em geral (considerando as massas), autômatos que se ajoelham, homens ou crianças sem a Fé nascida da Verdade, os quais, ao saírem dos templos, levam consigo os mesmos vícios que traziam ao entrarem, e que são originários destas fontes: a avareza, a preguiça, a inveja, o orgulho, o egoísmo, a hipocrisia, a cólera, a intemperança, o sensualismo, a luxúria, a maledicência, a calúnia, a incredulidade, o materialismo, a intolerância, o fanatismo. Essas é que são as pedras falsas, que se devem retirar, porque o edifício desmorona sobre todas as mentiras que o sustentem. A fé perfeita, a prática permanente do Novo Mandamento, a caridade imaculada – eis aí as únicas pedras angulares: conservai-as rijas e sem jaça.

 

P – Como devemos traduzir e compreender estas palavras do versículo 21, referentes a Jesus: “antes de ser concebido no seio materno”?

 

R – Tais palavras significam: antes que Ele se houvesse colocado nas mãos de Maria Virgem, sua mãe aos olhos dos homens. Essas palavras humanas do versículo 21 foram a conseqüência das crenças que deviam, como já vos explicamos, ter curso, e o tiveram, no meio das multidões. Isto é, aos olhos dos homens, Jesus foi, durante a sua missão terrena, fruto da concepção humana, tendo Maria por mãe e José por pai; e – depois de desempenhada tal missão – fruto de uma concepção chamada “divina”, “milagrosa”, no seio de uma virgem – no seio de Maria – por obra do Espírito Santo.

 

 

 

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