JOÃO, O BATISTA – VI
P – Foi providencial a
criação do Centro Espiritual Universalista. Julgamos acertada a afirmativa de
que, no CEU da LBV, só se aceitam os ensinos de Jesus através do Espírito da
Verdade. Estamos desiludidos de “mestres” e instrutores que só querem projeção,
dinheiro e cartaz literário. Como explica o Espírito da Verdade estas palavras
sobre João (v. 15): “Será cheio do Espírito Santo desde o seio materno”?
R – A sentença é do único
Mestre do vosso planeta: “Quem não é por mim é contra mim. Quem comigo não
junta, espalha”. O divisionismo é a grande chaga aberta pelos egoístas,
infiltrados em todas as boas causas. Só o Novo Mandamento poderá unir os que
realmente colocam o Cristo acima de seus melindres e vaidades pessoais. Todos
terão de dar o testemunho do Batista: “Importa que eu desapareça, para que
Ele apareça”. Por isso estava, antes de renascer, cheio do Espírito Santo.
As vozes de além-túmulo já vos revelaram as angústias por que passa o Espírito
que vai encarnar de novo, para suportar as provações que lhe são necessárias;
quais as suas inquietações, quanto ao resultado dessas novas provas; qual a
perturbação que isso lhe cause, perturbação que aumenta continuamente até ao
instante do nascimento, e que vai mais longe, ainda que enfraquecendo durante o
primeiro período da infância material. Já o sabeis: o Espírito, depois de haver
expiado, na erraticidade, as faltas ou crimes cometidos, experimentando
sofrimentos ou torturas morais adequados e proporcionais a esses crimes ou
faltas, entra na fase da reparação. Escolhe, então, as provações que julga mais
apropriadas ao seu adiantamento. Depois, entretanto, essas provações se lhe
afiguram sempre terríveis. Tão fraco se sente, examinando o passado, que duvida
de suas forças no futuro. Aí começa a perturbação, o estado da ansiedade, a
princípio bem nítido, mas que perde em nitidez o que ganha em intensidade, à
medo da que no seio materno se forma o invólucro que lhe cumpre revestir e ao
qual ele se acha ligado, desde o princípio da concepção, por um laço fluídico,
uma espécie de cordão, que gradualmente se encurta, aproximando-o cada vez mais
do seu cárcere. Consumado o nascimento, completa é a ligação entre o Espírito e
o corpo, do qual aquele não pode mais separar-se. Principiam suas provações.
Sofre logo o efeito da perturbação, que, entretanto, muda de caráter: já não é
a angústia dos primeiros momentos, é o torpor produzido pela matéria, até que,
desenvolvendo-se esta, lhe seja possível adquirir, pouco a pouco, relativa
liberdade. Não suponhais, porém, que o mesmo aconteça com um Espírito elevado,
que toma a veste carnal como se vestisse um uniforme, dentro do qual se achasse
bem aparelhado, para prestar bons serviços à Pátria. É com alegria que esse
recebe o amplexo da carne. E, mesmo no seio materno, enquanto não se apertaram
inteiramente os laços que o prendem ao corpo, ele – sempre livre – apreciava a
importância da obra que lhe foi confiada a extensão da confiança de que o
Senhor, por essa forma, lhe dá prova, e daí tira motivo de grande júbilo. Não
lhe sucede, desde a concepção, ficar subjugado pela carne: conserva, desde
logo, certa independência. Sem sofrer as angústias que precedem a encarnação,
sente apenas o entorpecimento que a matéria causa por ocasião do nascer, quando
o corpo constringe completamente o Espírito, e que se prolonga até que com o
desenvolvimento gradual da matéria aquele readquire sua liberdade. João era
cheio do Espírito Santo desde o ceio materno porque, sendo o se Espírito
elevadíssimo, atraia a si os que lhe eram iguais ou superiores, de mundos
maiores, para assisti-lo na sua missão de Precursor do Cristo de Deus.
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