OBRA
DO ESPÍRITO SANTO – IV
P – A explicação do
Evangelho de Jesus, em Espírito e Verdade, sempre à luz do Novo Mandamento, nos
reintegra na realidade eterna do Cristo de Deus. Poderia o Espírito da Verdade
continuar suas lições sobre o magnetismo?
R – Sim. Precisamos
explicar-vos, ainda, a ação do magnetismo sobre o Espírito do magnetizando. O
que a este respeito vamos dizer se aplica tanto ao magnetismo humano quanto ao
magnetismo espiritual; só que a ação deste é mais pura em suas causas e em seus
efeitos. Entretanto, são os mesmos resultados de um e outro: o desprendimento
do Espírito encarnado se produz em condições mais ou menos boas, conforme seja
mais ou menos elevado o magnetizador, humano ou espiritual. Haveis de
compreender que o magnetismo não pode causar ilusão ao Espírito, porque
concorre para o seu desprendimento. Uma vez desprendido o Espírito, por
esse meio, dos entraves da carne, a conseqüência é que se torna cúmplice
voluntário de quem sobre ele atua, quer a ação magnética emane de um Espírito
livre, que de um que esteja reencarnado. A lembrança que o paciente, depois de
acordar, guarde do que ocorreu durante o sono magnético, resulta da cooperação
do mesmo paciente, o qual – seja por simpatia, seja por fraqueza, seja por
subordinação, conforme às relações existentes entre ele e o magnetizador
(humano ou espiritual) – consente em obedecer ao que se lhe impõe ou propõe.
Assim, ele se recordará das palavras ou atos cuja lembrança tenha, durante o
sono, assentido em guardar, sob a influência das sensações e impressões recebidas
pela matéria, que conserva a marca do compromisso, assumido pelo paciente, de
se lembrar dos atos como se fossem realmente praticados. O Espírito, iludido
pela carne, ao despertar considera reais aqueles atos. Se o Espírito do
magnetizador e o do magnetizando são simpáticos, a lembrança é devida ao bom
entendimento existente entre ambos. Se o Espírito do magnetizando é mais fraco
do que o do magnetizador, e este lhe impõe uma vontade arbitrária, o Espírito
desprendido cede algumas vezes. Se o Espírito do magnetizando é inferior ao do
magnetizador, o primeiro, por deferência, levado pelo respeito, obedece. Maria
tinha de crer num parto real e lembrar-se dos fatos que lhe cumpria atestar,
como se tivessem ocorrido. Os Espíritos prepostos à preparação do aparecimento
do Cristo na Terra, colocando Maria sob a influência do magnetismo espiritual,
puseram-na em estado de sonâmbulo que vê e acredita, sente e experimenta, o que
se quer que ela veja e acredite, sinta e experimente. Nesse estado, a Virgem se
achou em condições idênticas as dos indivíduos, ainda raros entre vós, de que
há pouco falávamos. Quando ela ainda se encontrava sob aquela influência, os
Espíritos prepostos – que, para produzirem a gravidez aparente e fluídica,
haviam atraídos os fluidos apropriados – os dispersaram: deste modo, cessando
as causas, os efeitos deixaram de existir. Pela dispersão daqueles fluidos, a
menstruação retomou o seu curso normal e Maria se achou nas condições exigidas
em tais casos para poder, no prazo estabelecido, preencher as formalidades
prescritas na Lei de Moisés para a purificação. A fim de dar à Virgem – sempre
sob a influência magneto-espiritual – a ilusão do parto e da maternidade, os
Espíritos prepostos pela ação fluídica, fizeram-na experimentar efeitos semelhantes
às contrações naturais em um parto qualquer. E essas impressões recebidas pela
matéria a dispuseram a tomar, por simpatia com os Espíritos elevados que sobre
ela atuavam, isto é, por acordo com eles, o compromisso de se lembrar
materialmente de fatos que precisavam ser atestados, submetendo-se ao que lhe
era proposto em nome do Senhor. No momento em que Jesus apareceu,
exatamente como por efeito de um nascimento real, sob o aspecto de uma
criancinha, cessou toda a influência magneto-espiritual. E Maria, iludida pela
carne, sob a influência das impressões recebidas pela matéria, que conservara o
sinal do compromisso que seu Espírito assumira, tomou nos braços o menino, como
se o parto fora comum, crente assim de que ele era fruto de suas entranhas, por
obra do Espírito Santo. Maria era quase uma criança, pouco experiente das
coisas humanas, tendo sempre vivido em contemplação e adoração. Tomou o menino
e rendeu graças a Deus. A gravidez e o parto não tiveram, da sua marcha
natural, senão a aparência. Se fosse necessário dar também aos homens a ilusão
desses fatos, fácil teria sido aos Espíritos prepostos fazer com que, pelas
dores da carne em elaboração, Maria experimentasse todos os incidentes e
sintomas de cada uma das fases da maternidade, de modo a lhes imprimir, aos
olhos humanos, todos os caracteres aparentes da realidade, segundo as leis
da encarnação no vosso planeta. Sabeis como os Espíritos, que vos cercam, podem
manipular os fluidos ambientes. Por isso, a gravidez teve, aos olhos dos
homens, a aparência da realidade. O mesmo se deu com referência ao parto:
cercando Maria dos fluidos necessários a produzir a ilusão, esses fluidos,
pelas combinações que sofreram sob a ação espiritual, imprimiram aos olhos
humanos todos os caracteres da realidade às fases do parto, de modo que este,
para os que assistissem a Virgem, revestiria a aparência do fato real.
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