quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

 

 

OS MAGOS – I

 

P – Queremos saber como o CEU da LBV interpreta os versículos 1 a 12, Capitulo Segundo, do Evangelho de Jesus segundo Mateus. É possível?

 

R – Trata-se da passagem referente à adoração dos magos:

 

1 – Tendo Jesus nascido em Belém de Judá, ao tempo do rei Herodes, eis que do Oriente vieram uns magos a Jerusalém, 2 – dizendo: “Onde está aquele que nasceu rei dos judeus? Vimos a sua estrela no Oriente, e viemos adora-lo”. 3 – Sabendo disso, o rei Herodes ficou sobressaltado, e com ele toda a cidade de Jerusalém; 4 – e, tendo reunido em assembléia todos os príncipes dos sacerdotes e os escribas do povo, inquiriu deles onde devia nascer o Cristo. 5 – Disseram-lhe: “Em Belém de Judá, conforme ao que foi escrito pelo profeta: 6 – Tu, Belém, terra de Judá, não és a última entre as cidades de Judá, pois de ti sairá o chefe que há de conduzir meu povo de Israel”. 7 – Então Herodes, mandando chamar em segredo os magos, lhes perguntou em que tempo, precisamente, a estrela lhes aparecera; 8 – e, enviando-os a Belém, lhes disse: “Ide, informai-vos exatamente acerca desse menino e, quando o tiverdes encontrado, comunicai-me, a fim de que eu, também, vá adora-lo”. 9 – Depois de ouvirem do rei essas palavras, os magos partiram, e logo a estrela, que tinham visto no Oriente, lhes tomou a dianteira, e só se deteve quando chegaram ao lugar onde estava o menino. 10 – Quando viram a estrela, eles sentiram extrema alegria; 11 – e, entrando na casa, ali encontraram o menino com Maria e, prosternando-se, o adoraram; depois, abrindo seus tesouros, lhe ofereceram, por presentes, ouro, incenso e mirra. 12 – Avisados, por sonhos, que não voltassem a Herodes, regressaram às suas terras por outro caminho.

 

A visita dos magos a Jesus em Belém não foi feita no estábulo. Já o “menino” não estava mais na manjedoura, quando eles o adoraram. Também não foi antes, mas depois da circuncisão e da purificação, que a visita e a adoração se verificaram. Para vos orientardes, tendes um critério a esse respeito: a ordem de matança das crianças até à idade de dois anos. Se os magos tivessem vindo antes da circuncisão e da purificação, a ordem não atingiria as crianças de mais de um ano. De fato, notai que aquela ordem Herodes a deu de conformidade com as informações exatas que obtivera dos magos, acerca do tempo em que lhes apareceu a estrela. Maria tinha de estar em Belém, com o menino, na ocasião em que eles chegassem, para o visitar e adorar. Os fatos tinham de ocorrer como exatamente ocorreram sob a ação e a influência espirituais tanto no que se refere a José e Maria, quanto no que se diz respeito aos magos. Esses encontros, essas ocorrências, que muitos supõem obra do acaso, por ignorarem suas causas, muitas vezes se produzem entre vós sob a influência e a ação espirituais. José e Maria iam, freqüentemente a Belém, à casa de Matias (irmão de José). Os Espíritos (seus protetores) lhes inspiraram a idéia e o desejo de irem lá, para serem encontrados pelos magos em Belém. Foi na casa de Matias, portanto, que estes adoraram o “menino” Jesus e lhe derem, como presentes, ouro, incenso e mirra. Mas, como foram os magos induzidos a vir do Oriente a Jerusalém, para indagar onde estava aquele que nascera “rei dos judeus”? Como puderam saber que a “estrela”, que viram no Oriente, era a daquele que nascera “rei dos judeus”? Como foram levados a seguir essa “estrela”, a fim de o irem adorar? E que era, afinal, essa “estrela”? Uma revelação espiritual os instruiu a tal respeito. Em sonho, receberam dos Espíritos (seus protetores) este aviso: o Cristo descera à Terra, como rei dos judeus, para regenerar a raça humana; eles seriam guiados até junto do “menino” pela estrela que veriam no céu; não lhes cumpria mais do que segui-la, a fim de chegarem ao Messias esperado. Para cada um a linguagem que lhe convém. Ora, os magos subordinavam a existência de cada homem à influência de um planeta. Para eles, portanto, aquela “estrela” era um planeta criado para presidir o destino de Jesus, e lhes fora mandado expressamente para os advertir e guiar. Quanto aos outros homens, esses – seguindo as crenças que os magos professavam – nasciam e morriam sob a influência dos planetas já existentes, cada um dos quais podia presidir os destinos de milhares de indivíduos. Como sabeis – pois essa crença ainda sobrevive – os antigos acreditavam que o homem nascia sob uma boa ou má estrela. A idéia que para os eruditos da época, servia de base a semelhante crença era que tal planeta, sob cuja influência o homem nascera, desprendia fluidos favoráveis ou contrários – os quais, ou lhe facilitavam a concepção do Bem, o estudo das ciências, a realização dos desejos, a saúde, o prolongamento da vida, ou acumulavam desgraças sob desgraças – conforme a influência ser boa ou má. Podeis abrir qualquer dos velhos tratados de alquimia, de necromancia, de astrologia: vereis o papel ativo que, por vezes, seus autores atribuem (de muito boa fé) aos planetas que, entretanto, marcham ascensionalmente, pela via do progresso, como tudo o que foi e é criado, pois Deus nada criou que não seja perfectível. Não vos espanteis da idéia que, apoiados nas suas crenças, os magos fizeram da “estrela” que os havia de guiar, tomando-a por um planeta capaz de executar um ato inteligente, qual o de os conduzir a determinado lugar. A “confiança” que depositavam na poderosa vontade do Senhor lhes dominava completamente o raciocínio. Para eles, a estrela obedecia a uma ordem dada, como o servo obedece ao seu amo. Não dizemos que isso foi real, pois, ao contrário, vamos explicar-vos a natureza da luz que eles tomaram por luz de uma estrela. Alguns “sábios” que, cheios de orgulho, pensam tudo saber e que, no entanto, ainda são muito ignorantes, pretenderam – negando a ação e os efeitos espirituais, a ação e os efeitos da mediunidade – que tal estrela não passava de uma fábula astrológica. Nem podia ser de outra forma: assim devem falar os que só compreendem os efeitos matemáticos, e que tudo pesam com o peso que tem à mão! A luz que, sob a forma de estrela, cintilava aos olhos dos magos nada tinha de comum com os astros que povoam a imensidade. Não pode o Anjo da Guarda mostrar-se ao homem sob a forma luminosa que mais julgue conveniente? O olhar escurecido da matéria será capaz de distinguir a luz, emitida por um centro fluídico da que envolve os mundos que brilham sobre as vossas cabeças?

 

 

 

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