CURA DAS OBSESSÕES
P – É impressionante a
realidade espiritual da vida, tal como está sendo apresentada pelo Espírito da
Verdade! O que os ignorantes da Lei de Deus consideram “irreal” é,
precisamente, o lado real e permanente da nossa existência! Que nos diz o
Espírito da Verdade sobre a cura das obsessões?
R – Recorrei à prece e ao
exemplo moral, vós que ainda não possuis a pureza perfeita de que promana o PODER
IMEDIATO,  que só os Espíritos Puros
têm, do afastar ou expulsar os impuros, no mesmo instante em que manifesta a
vontade de faze-lo. Evangelizando e apocaliptizando as criaturas, trabalhai por
esclarece-las e melhora-las, dispondo-as a atrair os Bons Espíritos, seus
fluídos e seu socorro para o afastamento dos obsessores. Quando necessário,
lançai mão, também, da evocação praticada com muito critério, recolhimento e
fervor, cheios de caridade para com esses irmãos transviados, afim de os
trazerdes ao bom caminho pela prece, a que sai do coração e não somente dos
lábios; pelas exortações, feitas e repetidas com benevolência; e, ao mesmo
tempo, com a doçura, a bondade e a firmeza que, apoiadas na oração, acabam
sempre por convencer os mais rebeldes e endurecidos. Procurai, sempre, o apoio
dos Espíritos Superiores e dos Bons Espíritos que vos cercam, nesse trabalho de
redenção. Tende confiança, porque eles atendem sempre ao chamado de um coração
puro e de uma consciência reta, quando lhes solicitam o concurso para a
realização de uma obra de amor e caridade. HÁ, AINDA, E HAVERÁ ATÉ AO FIM DO
CICLO, MUITOS DEMÔNIOS ENTRE VÓS; O ESPIRITISMO, QUE É A CIÊNCIA DO
CRISTIANISMO RESTAURADO, VEIO DISSIPAR TODAS AS OBSCURIDADES, ILUMINAR TODAS AS
TREVAS, ENSINAR-VOS A DISCERNIR ENTRE “LOUCOS” E “OBSIDIADOS”. Sim,
repetimos, ele vos possibilita distinguir os que só na aparência sofrem de
loucura, os obsidiados, os subjugados, e os possessos (aos quais unicamente o
tratamento moral ou espiritual se deve aplicar) dos que realmente são loucos,
passíveis, portanto, de cura material pelos processos humanos. Em caso de
dúvida (se vos movem exclusivamente os sentimentos de humanidade, o
desinteresse, o amor e a caridade), tendes ao vosso alcance, na mediunidade
psicográfica e, ainda mais na mediunidade sonambúlica ou vidente, QUE REVELA
A PRESENÇA E A AÇÃO DO OBSESSOR, o meio de vos esclarecerdes, para
estabelecer a distinção. Aquele homem que estava na sinagoga “possuído de um
espírito impuro”, estava subjugado, corporal e espiritualmente, pelo maligno.
Observai bem o que agora voz dizemos: constrangido por aquela subjugação, SUBMETIDO
INTEIRAMENTE A VONTADE DO OBSESSOR, que o dominava pela ação fluídica, foi
que, AGINDO O MESMO OBSESSOR SOBRE OS SEUS ÓRGÃOS VOCAIS, ele, transformado
assim em médium falante, pronunciou estas palavras: “Deixai-nos, Jesus de Nazaré!
Que tens tu conosco? Vieste para nos perder? Sei quem és: és o santo de Deus!”
Foi, ainda, por efeito da ação fluídica do perispírito do obsidiado e da ação
da vontade do primeiro sobre a vontade do segundo, que o homem se agitou em
violentas convulsões e se atirou ao chão, soltando um grito estridente, quando
Jesus intimou o demônio a cessar toda a subjugação, exprimindo-se nestes
termos: “Cala-te e sai desse homem!” (termos apropriados as inteligências, aos
preconceitos e às crenças da época). Formulando a interrogação “VIESTE PARA
NOS PERDER?”, o obsessor aludia ao conhecimento que Jesus, se o quisesse,
podia dar aos homens, das causas e dos efeitos da subjugação, pondo-os em
condições de se libertarem dela. Mas não era chegado o momento de se desvendarem
os segredos de além-túmulo aos homens que, como na época de Moisés, eram (e
ainda por muito tempo seriam) incapazes de receber o conhecimento, que a
Terceira Revelação lhes viria dar, das relações do mundo visível com o mundo
invisível. Por isso é que Jesus retrucou ao obsessor, dizendo: “Cala-te e sai
desse homem!” Dizem os Evangelhos: “Quando viam Jesus, os demônios se
prosternavam, exclamando: - És o Filho de Deus!” Os que assim procediam eram
pessoas que, na multidão que se comprimia à passagem do Cristo, estavam
subjugadas, moral e corporalmente, pelos maus espíritos. Essas pessoas,
dominadas pelos obsessores que, a seu turno, eram subjugados por Jesus, é que
se prosternavam e, tornando-se médiuns falantes, proferiam aquelas palavras de
verdade, destinadas a atravessar os séculos e a levar luz às inteligências.
Compelidos pelos Espíritos Superiores, que cercavam o Mestre, os demônios
obrigavam os subjugados a se prosternarem diante de Jesus e dizerem “ÉS O
SANTO DE DEUS! ÉS O FILHO DE DEUS!”, porquanto assim eles provavam aos
homens a identidade do Cristo. Aos olhos desses espíritos maus, Jesus não era
um homem e sim um Espírito, ESPÍRITO MAIS PURO QUE TODOS OS OUTROS. Por
isso mesmo é que o Mestre lhes proibia “que o descobrissem”: ainda não soara,
para os homens, a hora de saberem que ele não pertencia à humanidade terrena.
Estas expressões – O SENHOR, O SANTO DE DEUS, O FILHO DE DEUS – são
designações respeitosas, indicativas da superioridade de Jesus com relação a
todos os Espíritos, quaisquer que sejam, com relação mesmo aos mais elevados,
que trabalham sob a sua direção pelo progresso da Terra e da sua Humanidade. A
essas expressões a nova Revelação, veio dar a significação exata e precisa,
desvendando a origem espiritual de Jesus. Cumpria-lhe abalar fortemente as
massas, impressionando os sentidos grosseiros dos homens POR MEIO DE FATOS
MATERIAIS QUE REVELASSEM O SEU PODER SOBRE A NATUREZA, SOBRE O “INFERNO” E
SOBRE OS DEMÔNIOS. Daí virem estes prostrar-se a seus pés, proclamando-o
“Filho de Deus”. Ignorantes, incapazes de compreender a causa e os efeitos
desses fatos, OS HOMENS OS TOMAVAM POR “MILAGRES”. Mas assim era preciso
naqueles tempos de ignorância, para que a Missão Messiânica fosse aceita, para
lhe assegurar o bom êxito e fazê-la frutificar no futuro. Eis por que
perguntamos: - Não nos vemos nós, ainda hoje, obrigados a medir o nosso ensino
pelo grau de inteligência e desenvolvimento, moral e intelectual, daqueles a
quem falamos?
 
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