NA TERRA DOS GERASENOS – V
P – Um dos pontos que ferem as convicções dos
protetores dos animais é este: “– Por que Jesus permitiu a morte dos inocentes
porcos, aterrorizados pelos obsessores do geraseno?” E nós perguntamos ao
Espírito da Verdade: - Por que o Mestre impediu que o geraseno, já em perfeito
juízo, o acompanhasse com os Apóstolos e discípulos?
R – QUEM, MAIS QUE JESUS, AMA E PROTEGE OS ANIMAIS?
O Pai Eterno lhe conferiu todos os poderes, inclusive dar a vida e retirá-la,
sempre em benefício das suas criaturas. Porventura vamos acreditar que a vida
acaba na morte? Pois esse sacrifício resultou na evolução dos porcos, dentro da
escala animal: eles contribuíram para a salvação de um homem. Não esqueçais,
ainda, que os animais também têm de reparar suas faltas, conforme a Lei que
rege a vida planetária. Não deu o Mestre A SUA PRÓPRIA VIDA PELA SALVAÇÃO DE
TODOS? Só ao Cristo compete saber a verdade sobre a “inocência” de todos os
seres da Criação Divina. Permitindo aos Espíritos impuros que entrassem nos
porcos, Jesus lhes permitia permanecer nas regiões habitadas pelos homens,
circunvolvendo a humanidade, isto é, lhes consentia aproximar-se desta e ficar
em contato com ela. Tal permissão lhes foi concedida para que, junto, assim dos
que a título de provação ou de expiação viriam a ser vítimas das suas obsessões
e subjugações. COMO DOS QUE SE INTERESSASSEM POR ESSAS VÍTIMAS, pudessem
eles receber o benefício das preces e encontrar os meios de reflexão e
encaminhamento moral. ELA LHES FOI CONCEDIDA SOBRETUDO, PARA ENSINAMENTO DOS
HOMENS, porquanto aqueles Espíritos não permaneceram inativos, e foram
repelidos e doutrinados pelos discípulos do Cristo. O subjugado por aquela
multidão de maus Espíritos - quando, sob o peso da subjugação corporal e
espiritual, tinha acessos violentos de fúria – ficava num estado aparente (mas
que para os homens era real) de loucura furiosa ou alienação das faculdades
mentais. Tornava-se incapaz de ter conhecimento de seus atos. Perdia a
consciência do seu ser. Nos momentos, porém, de menor violência, quando a calma
se restabelecia, no sentido de estar diminuída a sua sobreexcitação, TORNAVA-SE
CONSCIENTE DO SEU ESTADO, DO CONSTRANGIMENTO A QUE ESTAVA SUBMETIDO, E COM ISSO
ELE SOFRIA HORRIVELMENTE, QUER DIZER: NÃO ERA NENHUM INOCENTE, E AÍ ESTAVA A PUNIÇÃO
DOS CRIMES QUE COMETERA EM EXISTÊNCIA ANTERIOR. Logo que os demônios saíram
dele, isto é, logo que ficou livre da subjugação, recobrou, como observais em
vosso meio, o uso pleno da razão a liberdade do corpo e do Espírito. A multidão
que acorreu da cidade e dos campos, mal teve conhecimento do que se passara
pelos fugitivos guardadores dos porcos, encontrou o homem sentado aos pés de
Jesus, vestido e de juízo perfeito. Estava vestido porque os discípulos o
cobriram, tirando algumas peças de suas próprias vestes. Uma vez liberto, ele
se submeteu alegremente aos costumes humanos. “E de juízo perfeito, fato que os
encheu de pavor”. Aquele que, até então, ninguém podia conter, ali estava aos
pés do Mestre, calmo e submisso. Tal submissão bastava para impressionar o
povo. A cessação dos sinais e manifestações de uma demência furiosa (no
entender dos homens), traduzindo-se em atos violentos, desconexos, bizarros, em
desordens e aberrações da palavra, os quais desapareceram todos com a
subjugação, cedendo lugar à razão integral, à liberdade do corpo e do espírito,
FOI QUALIFICADA DE MILAGROSA POR NÃO SER COMPREENSÍVEL NEM EXPLICÁVEL. Não
negue a incredulidade atual, filha orgulhosa da ignorância, estes fatos
autênticos, que os Evangelistas vos transmitiram. Não os negue nem zombe deles,
para o seu próprio Bem! Estude a ciência espírita, aprenda, observe, SEM
IDÉIAS PRECONCEBIDAS, COM HUMILDADE E A NECESSÁRIA PERSEVERANÇA, E CERTAMENTE
ACREDITARÁ, PORQUE TERÁ COMPREENDIDO. O homem tem sob as vistas a revelação
e a manifestação dos poderes do Espírito; ainda efeitos físicos, que se
produziram em todos os tempos e se produzem hoje, sob todas as formas, no ser
humano e em tudo o que o cerca. Tem sob as vistas a revelação e a manifestação
das faculdades dos Espíritos Superiores, ministros da Vontade de Deus, da sua
Providência e da sua Justiça; do poder que eles exercem sobre os fluidos,
visando à aplicação e à execução das Leis Naturais e Imutáveis, que regem a
vida e a harmonia universais. Tem sob as vistas a revelação e a manifestação do
poder dos Espíritos Superiores sobre os fluidos, pelos efeitos formidáveis e
terríveis a que dais o nome de flagelos; pelo estalar do raio que derriba
edifícios, fende um carvalho secular, e tantas vezes causa a morte; pelo furacão
que arranca árvores e destroça habitações; pelas inundações que assolam,
destroem e arrastam consigo tudo quanto encontram na sua passagem; pela
tempestade que arroja os navios de encontro aos arrecifes, onde se despedaçam e
são tragados pelo mar. Depois de meditar em tudo isso, cada um dos zombeteiros
poderá entender o caso emocionante do geraseno. O homem, vendo-se livre dos
seus obsessores, rogou a Jesus lhe permitisse acompanhá-lo. Jesus, porém,
recusou, dizendo: “Volta para tua casa e conta aos teus o que senhor fez por
ti”. E ele se foi embora, dando público testemunho do que Jesus fizera em seu
benefício. Era seu destino preparar os caminhos para o advento do Senhor. Jesus
realizara um “milagre”, que numerosas pessoas podiam testemunhar. Por isso mesmo,
não ordenou ao geraseno que se calasse: ao contrário, o concitou a espalhar a
notícia do fato, AO PASSO QUE EM OUTRAS CIRCUNSTÂNCIAS IMPUNHA SILÊNCIO A
TANTOS QUE CURARA.  É que nestes
casos, não tendo tido o fato grande publicidade, poderia ser contestado.
Deixava, então, que se espalhasse por si mesmo, sob a aparência de mistério.
Entendei: o geraseno podia e devia testemunhar a sua própria cura: mas não
estava preparado para PREGAR E TESTEMUNHAR A PALAVRA DE DEUS. 
 
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